domingo, 3 de maio de 2009

Agressão a Vital Moreira, não democrática

Vital estava a pedi-las

DN. 090502. por Ferreira Fernandes, jornalista

O tom das desculpas aos insultos e agressões a Vital Moreira lembra o célebre juiz que julgou a violação da turista estrangeira por uns lusitanos, tipos do campo.
Ainda há dias, e aqui, lembrei o episódio - volto ao exemplo porque os protagonistas são os mesmos: bestas. Então, dizia o juiz, desculpando os violadores e pondo a culpa na turista de minissaia: "Ela foi naqueles preparos para a coutada do macho latino, estava a pedi-las..."

Assim foi com Vital Moreira: foi com óculos para uma festa de martelo e bigorna. "Onde é que o senhor andou?", perguntou-lhe um legítimo proprietário do trabalho. Eu, por acaso - por razões de idade e vida -, até sei por onde Vital Moreira andou, ainda quando o 1 de Maio não era para indignações folclóricas. Isto quanto aos factos.

Quanto à interpretação dos factos, os filhotes do juiz insinuam que Vital criou "um momento à Marinha Grande" (o da bofetada de um também "indignado trabalhador" a Mário Soares), para ganhar eleições.

Tão longe não foi o juiz, nunca insinuou que a turista levou um orgasmo como prémio.

NOTA: Sobre este tema, tem interesse o artigo do Público «Agressão a Vital no 1.º de Maio poderá beneficiar estratégia do PS para as legislativas»

1 comentário:

Mentiroso disse...

Bem abordado. Parece que está tudo dito. Tudo se resume ao civismo nacional instaurado por «decreto» da corrupção e modo de agir dos políticos, tão bem exemplificada pelo Porco em Pé que guincha e gesticula como um possesso no parlamento. Este procedimento está tão bem visto que o camafeu da Manela Leiteira o escolheu. Outro exemplo é o modo como ela fala, bem estudado porque se dirige exactamente ao tipo de gente que aprova o seu modo de se expressar, pela mentira misturada à verdade, por expressões e entoações hediondas. É o que granjeia a aprovação da ralé, a grande maioria que impera no país e daí o que dá votos e garante um êxito que continuará a manter Portugal no centro da estrumeira da Europa.