terça-feira, 19 de maio de 2009

Erros, coincidências e dúvidas, má imagem dos serviços

Têm ocorrido falhas e erros em alguns serviços públicos que são preocupantes e não contribuem para aumentar o «orgulho de ser português» nem a esperança num Portugal mais digno e próspero. Tais erros e as dúvidas que suscitam podem denotar irresponsabilidade, incompetência ou até eventuais manipulações mal intencionadas. Segundo o Público o Presidente do IEFP admite erro no cruzamento de dados do desemprego, mas, segundo o presidente, a falha foi rectificada, seguindo "todas as regras". Sublinhou que "Este cruzamento segue todas as regras da lei vigente relativa ao cruzamento de dados. Trata-se de um processo totalmente transparente". Resta saber se a lei vigente está elaborada de forma correcta e eficiente. Há pouco tempo o PR aconselhou a ter cuidado na elaboração das leis.

Sobre este assunto, outra notícia diz que PSD acusa Governo de manipular números do desemprego, e uma outra afirma que o PCP vai questionar ministro do Trabalho sobre discrepâncias nos números do desemprego mas entre políticos, as palavras raramente devem ser interpretadas pelo significado do dicionário, porque em tricas e «ofensas» entre si, em qualquer sentido, não há ninguém, em qualquer grau da condição social, que os ultrapasse. E uma outra notícia especifica que 15 mil desempregados foram “apagados” do Instituto de Emprego.

Um outro aspecto de mau funcionamento dos serviços públicos foi há dias noticiado que documentos relativos à compra de um apartamento pela mãe de um governante desapareceram do notário. Também um tribunal foi assaltado tendo sido queimados vários processos, e para cúmulo, Processos e contratos da Cova da Beira foram destruídos ilegalmente, tendo este caso alta gravidade em consequência da polémica
sobre ele existente, e lesando a imagem de alta entidade que, assim, perdeu possibilidades de conseguir eliminar as suspeitas de que é alvo na opinião pública.

Quem destruiu tais documentos não é certamente amigo de tal entidade, porque lhe torna a defesa e o esclarecimento do caso extremamente difícil senão impossível. E em casos de honra e dignidade, nada há pior do que as dúvidas que continuam por esclarecer. Não há boa vontade que faça o milagre.

Um caso muito estranho de pluralidade de critérios consiste em manter o procurador Lopes da Costa em presidente do Eurojust, até uma eventual sentença transitar em julgado, segundo consta, prejudicando a imagem internacional de Portugal e, pelo contrário, suspender imediatamente uma professora de Espinho que apenas prejudicou o seu nome em ambiente restrito, ao falar de sexo numa aula de história chocando alunas mais inocentes (medida correcta, segundo os familiares das crianças lesadas). Acho que tanto são criaturas usufruindo de Direitos Humanos e legais os que vivem à sombra da corte celestial do Poder, os que, por ocuparem cargos públicos de alto grau, lidam com milhões e enriquecem rapidamente, como os que desempenham funções mal remuneradas e sem grandes garantias e os que vivem com o salário mínimo ou no desemprego e têm que contar cuidadosamente os cêntimos para terem pão até ao fim do mês. A lei, as disposições legais devem ser aplicadas indiscriminadamente a todos os seres humanos que vivem à sombra da mesma bandeira nacional.

4 comentários:

Duarte Neves disse...

Aqui fica mais um comentário meu:

A mim esta noticia só me faz lembrar o "boato", terá sido boato (?), que surgiu no famoso mês de Agosto de 2007, que andou pelos corredores da Câmara Municipal de Oeiras, pelo Youtube e demais blogues, acerca de uma famoso Sr. dirigente que se chamava e chama R.M.Q.D.
Todos supusemos que se trataria de um erro, uma coincidência, a dúvida permanece no ar, a imagem do concelho foi posta em causa, mas a pessoa em questão, depois das suas tão famosas atrocidades cometidas pelos serviços onde passou, ficou impune, suponho que até mereceu um louvor do executivo, porquanto o descendente da realeza, foi promovido sem concurso, para categoria que chegou ainda a prover na Câmara, diga-se de passagem bem merecida, tendo sido colocado sem qualquer alarido ou escândalo, na Câmara também laranja de Mafra, ali permanecendo, como Director Municipal, até que, mais uma vez, o "Zé Povinho" perdoe, o dito senhor.
Soube-se também que uns blogues foram censurados, ao que dizem pela autoridade máxima da Edilidade e quiçá, pela Policia. O mais estranho de tudo, é que nem a Policia, nem a SIC, nem a TVI, nem a RTP, quiseram pegar no assunto. Talvez só tivesse importância para alguns ignorantes..., incluindo eu. É que o assunto, para os entendidos, traria e trás para a ribalta muitas situações melindrosas. Será que agora em época de eleições não era tempo de recordarmos o videozinho, os pormenores integrais da carta de um policia vândalo, que para mim nada prova, muito menos a masculinidade da pessoa em questão, por forma a reparamos de vez, a má imagem que foi transmitida a todos, com o caso. A minha maior tristeza e a de muita gente, é que o sujeito em questão, nem sequer chegou a ser inquirido, pois o caso foi abafado e hoje as pessoas poderosas ainda comentam no corredor, que o homem foi um pobre coitado, que serviu o poder e depois foi abandonado...e que até poderá em breve regressar, pois mantém-se funcionário, apenas se encontra em comissão de serviço. Se o PSD, perde em Mafra, aí o temos de novo…Temos todos de uma vez por todas de repor a verdade e despenalizar, humanamente e conscientemente o homem que superou ainda mais vergonhas, que o tão famoso Sócrates, jogador veterano do Flamengo. Espero vir a ter ainda um concelho de Oeiras mais próspero e um País melhor.
Quanto aos números do desemprego, não são necessários, podem e são contabilizados todos os dias nos telejornais que entram nas nossas casas. Cento e tal mil num universo de meio milhão, já não é nada, e o resto são “peanuts”!...Pobre coitado do Ministro do Trabalho, que se calhar é tão anjinho como o outro que dizia à boca cheia na televisão, que o trabalho era tanto, que nem sabia o que assinava.
O que tem graça, é que quando um trabalhador quer falar o seu Big Boss, sobre assuntos sérios de natureza profissional, ele saiba dizer, que sabe de todo o processo e que em breve, os assuntos serão resolvidos!...Isto não é para vocês, mas, "Até quando Sr. Presidente!..." Quanto aos apagados, muitos, o têm sido até agora, muitos continuarão a sê-lo, é preciso que este povo "sereno", não se esqueça, que já houve um "APAGÃO", e que... "a oportunidade faz o monge", portanto são nessas ocasiões e com a agilidade dos que sabem, que todo e qualquer processo pode ser destruído, sem deixar sequer rasto...O poder e a prepotência daqueles que se julgam únicos e que se esquecem que todos somos feitos da mesma matéria, leva ao fim trágico, similar ao de todos os ditadores que a nossa História nos tem dado a conhecer. Pena foi o de a TVI, ter passado em dois episódios, a vida de Saddam Hussein a horas impróprias para consumo dos portugueses, assim muitas pessoas poder-se-iam ver ao espelho e pensarem duas vezes antes de tomarem atitudes impróprias de ser humano.
Por último, a nossa famosa professora de História, não desculpem-me de Sexologia, julgo que, o que ela mais queria, ela o inicio de aulas práticas de Sexologia aplicada, com as menores, e como se sentiu rejeitada, misturou-se ali um sentimento de raiva e de complexos estereotipados de superioridade e inferioridade capazes de partir a agulha de um polígrafo, e as pobres alunas, alunos e pais por este Portugal inteiro, a terem de suportar funcionárias daquele calibre, a quem delegamos a instrução dos nossos filhos.
Temos pois, de repensar Portugal. Há muita gente a enriquecer depressa. Temos todos de parar este enriquecimento fácil desta escumalha que nos atormenta.
Eu, como digo aos meus amigos e amigas, só temos aquilo que queremos, portanto há que por mãos à obra e....um grande abraço.

Duarte N C Neves

A. João Soares disse...

Duarte Neves,
Agradeço a visita e o extenso comentário.
Parece que ninguém discorda que a professora tenha sido suspensa de imediato. Mas, pelo contrário, não é fácil arranjar desculpa para o Dr. Lopes da Costa não o ter sido e poder continuar a dar uma imagem muito triste do nosso Portugal. Não venham citar a lei e a presumível inocência e o trânsito em julgado da eventual sentença, pois tal cuidado não foi aplicado á professora. Ou a lei deixou de ser igual para todos???
Compadrios, conivências, cumplicidades.
Abraço
João Soares

Ana disse...

Caro João,
Estamos a viver uma época em que as pessoas parece terem perdido completamente a noção de vergonha na cara, de amor próprio, de brio pessoal.
Ninguém quer largar o tacho, desmentem-se todos uns aos outros, diariamente, com o maior despudor.
É no que dá a impunidade da nossa Justiça, se é que ela existe e parece que só existe para quem não tem dinheiro ou influências.

Situações deste tipo costumavam acabar, fatalmente, numa ditadura, aqui há uns anos.
Dizem que isso não será possível por estarmos integrados na Europa, resta saber se não partirá daí o laço que nos venham a colocar no pescoço.

Tristes tempos!

Abraço

A. João Soares disse...

Cara Ana,
Perderam-se valores éticos indispensáveis e insubstituíveis. Espera-nos o buraco.
A propósito disto ouvi hoje este desabafo de um homem ainda jovem:
Nenhum destes merece o meu voto,
Não me abstenho,
Vou votar em branco
E explicou: Não merecem porque são todos ambiciosos, só pensam no tacho, não têm vergonha. Todos votaram por unanimidade a lei de financiamento dos partidos com dinheiro vivo, que pode ser proveniente de traficantes de droga, de mulheres ou de crianças, da corrupção, de favorecimentos, etc.
Este desabafo tem grande significado.
Um abraço
João Soares