domingo, 27 de dezembro de 2009

O chicote a cenoura

Os domadores de outrora faziam largo uso do chicote e da cenoura para domesticarem os seus animais de trabalho ou de desporto. Hoje em que, para os menos eruditos, ainda o futebol é o modelo de organização e gestão de recursos humanos, continua a haver a chicotada psicológica para os treinadores que não consigam vitórias, os prémios para os goleadores e os «rebuçados» para as claques.

Dada a elevação intelectual da generalidade dos políticos, esses métodos são também usados na governação. Houve o uso do chicote por parte de Margarida Moreira contra o professor Charrua, pelo simples facto de em conversa com colegas ter usado uma palavra menos cortês referida ao PM, e a mesma senhora não tardou muito a receber a cenoura de prémio.

Agora repetiu-se no mesmo ministério a aplicação do mesmo método de premiar a dedicação canina ao sumo líder: Amandina Soares aderiu com muita força e oportunidade à intenção da ministra, contra os seus colegas professores no polémico caso das avaliações e já recebeu o merecido prémio, tendo sido nomeada pelo Governo para integrar o Conselho Nacional de Educação (CNE) , recompensa que está a gerar polémica entre os professores (Ver aqui e aqui).

O CNE é um órgão consultivo, instituído nos anos 80 com o objectivo de ajudar o Governo a tomar decisões. Inclui dezenas de representantes de várias instituições e sete membros nomeados directamente pelo Governo. Armandina Soares está entre os sete novos conselheiros, designados a 14 de Dezembro para um mandato de quatro anos.

Já um autarca de Penalva do Castelo, há alguns anos, dizia: quem está com o Governo come, quem não está com o Governo apenas cheira. O Governo sabe disso e constitui a equipa de apoio, a claque, com os elementos mais submissos, cegamente obedientes, e caninamente fieis.

Porém, seria melhor apoiado se estivesse rodeado de pessoas com personalidade bem definida, inteligentes, que aconselhassem as melhores soluções e alertassem para qualquer má tendência de desvio para soluções perigosas ou menos ajustadas aos objectivos mais consentâneos com os interesses nacionais.

3 comentários:

Fernanda Ferreira - Ná disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
vieira calado disse...

Olá, amigo!

Estive ausente uns dias,

por isso passo para deixar cumprimentos.

Um abraço

Fernanda Ferreira - Ná disse...

Querido amigo João,

Esta é a tácita mais vulgar, usada vulgarmente para todos os burros.
Infelizmente tem dado resultado e continuará até que acabem as cenouras e as chicotadas já não façam doer...

Há situações inconcebíveis, impensáveis, mas enquanto resultar vamos ter que assistir a este circo.

Parabéns pelo texto,
Beijos