Segundo notícia do Jornal de Notícias, Artur Santos Silva, presidente da Comissão Nacional para as Comemorações do Centenário da República (CNCCR), diz que «os políticos devem prestar mais contas aos eleitores».
Nada diz de novo, além daquilo que neste blogue tem sido dito repetidamente, mas é importante que esta personalidade, o diga, principalmente agora nas funções de que está investida. Os portugueses precisam destas opiniões, destes alertas que, vindos de uma ilustre figura, têm mais credibilidade. Bem haja, por isso.
Eis alguns destaques da notícia:
- Há "uma crescente distância" entre eleitos e eleitores
- "Quem tem o poder tem de prestar mais contas", explicando o que cumpriu ou não em relação ao que prometera e porquê
- A prestação de contas, "quer dos autarcas quer dos deputados quer dos governantes, é um processo fundamental".
- Os políticos têm também a obrigação de dar o exemplo. "São uma referência para os outros" e, como tal, "têm de dar o exemplo de que estão ali não para defender causas e interesses pessoais, mas para servir o bem público, a causa pública".
- Os eleitores devem contrariar a tendência para a resignação e manter uma intervenção cívica "mais permanente", mobilizando-se em causas, até porque, sustentou, não chegam os modelos mais tradicionais de "votarmos uma vez e ficarmos à espera da próxima eleição para premiarmos ou penalizarmos quem anteriormente escolhemos".
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DELITO há dez anos
Há 5 horas
6 comentários:
Os políticos só se aproximam dos eleitores em vésperas de eleições com vénias sem interesse e depois volta tudo ao mesmo distanciamento.
Os políticos, regra geral, não querem saber dos eleitores. Apenas dos seus carguinhos e taxinhos. Já ninguém acredita na actual classe política.
O país definha. O resto é conversa de circunstância.
Jorge M.
Caro Jorge M,
O que diz é verdade. É a triste realidade em que vivemos, fruto de indiferença e tolerâncias estúpidas de duas gerações. Vai ser legada aos vindouros uma pesada herança de dívidas, de vícios terríveis.
É imperioso que os mais jovens tomem consciência desse facto o mais cedo possível para se organizarem, preparem um País ao nível dos seus pares estrangeiros e, logo que tenham, o esquema preparado, corram com os actuais políticos de qualquer forma. Não pode ficar nenhum a conspurcar o futuro.
Não podemos tolerar que alguém venha alegar que é preciso gente com experiência, porque hoje a experiência dos políticos significa vícios de corrupção e de enriquecimento ilícito, de parasitismo dos cidadãos para conseguirem o máximo de riqueza.
Há um partido que está a preparar o futuro e será o momento de arrancar para um futuro diferente, mais puro e isento de tais vícios, mas já se ouve muita gente a defender que deve ser escolhido um veterano com experiência. Será o pior erro para o País. Os jovens, os que hão de pagar a dívida e os erros cometidos por tais veteranos, que abram os olhos e avancem contra os causadores do seu pesado encargo e se afirmam em força. Mesmo que seja necessário destruir muitas miniaturas dos Jerónimos nos dentes dos parasitas do País.
O ideal, para não haver violência, seria os viciados no Poder irem já para férias para as ilhas Salomão ou para as Fiji. Até pode ser que o nível dos mares suba!!!
Um abraço
João
«Os eleitores devem contrariar a tendência para a resignação e manter uma intervenção cívica "mais permanente", mobilizando-se em causas, até porque, sustentou, não chegam os modelos mais tradicionais de "votarmos uma vez e ficarmos à espera da próxima eleição para premiarmos ou penalizarmos quem anteriormente escolhemos".»
Penso que os eleitores devem começar ater uma intervenção cívica muita mais assertiva, agarrando os eleitos ladrões pelos fundilhos e julgá-los.
Caro Diogo,
A chamada justiça popular nunca é justa. Mas, não havendo outra forma de ver terminar as poucas vergonhas, ela é moralmente defensável e casos como o do Berlusconi são compreensíveis, embora depois, os políticos queiram sacudir a água do capote dizendo que o agressor é louco. Pois certamente um corajoso é sempre considerado louco O «velho do Restelo» referido nos Lusíadas também chamou loucos aos nossos heróis do momento mais brilhante da nossa história.
Agora precisamos de outro tipo de heróis, ou de loucos, não de navegadores, mas de cantoneiros que façam a limpeza do muito lixo que infesta a nossa vida pública, dos chamados políticos com p minúsculo, que não passam de uma praga de parasitas infestantes que sugam a seiva da vida nacional, para seu benefício próprio e da sua camarilha.
Cabe aos jovens, como beneficiários de tal limpeza prepararem-se para fazer tudo quanto puderem para assegurar um futuro melhor. A classe acima dos quarenta já não tem credibilidade para fazer a desinfestação do País, porque foi ela que deixou isto chegar à borda do abismo.
Tenhamos esperança nos jovens e ajudemos a que raciocinem com seriedade sobre o futuro que desejam, sem seguirem os vícios de que os actuais portugueses sofrem.
Um abraço
João
Caro João Soares,
Porque acho interessante este texto, aqui lhe trago. Já ninguém acredita no sr Sócrates, e ,quiçá, nos restantes políticos. Culpa provável dos indígenas que talvez não acreditando em nada já nem votam!?
Cumpts
Jorge M.
«Bendito sapatinho
O senhor presidente relativo do Conselho tirou uns diazinhos de férias na Suíça onde, presume-se, andou a exercitar a sua arte de esquiar. Ainda bem. E para grande felicidade dos indígenas desta vez não partiu nenhum osso ou cartilagem.
Está pois com forças redobradas para continuar a massacrar os neurónios de toda a gente com as suas patranhas sobre a retoma da economia, os grandes investimentos públicos, os computadores para as pobres criancinhas, que ainda estão longe de perceber o futuro que as espera, e os gloriosos amanhãs que só existem na excelsa cabecinha de Sua Excelência. Nada de novo, portanto.
O senhor Presidente da República ficou por cá, por terras algarvias. No intervalo das merecidas férias falou, como é costume, aos indígenas. Sem surpresas. Toda a gente sabe que o desemprego vai continuar a aumentar, a dívida pública é o que se sabe, o endividamento externo é uma vergonha, o défice das contas públicas não pára de subir e a economia está em estado comatoso.
E mesmo o apelo a um pacto de regime para o sítio ter um Orçamento compatível com o estado em que se encontra é pura e simplesmente chover no molhado. São palavras sensatas, até bonitas, ditas num tom sério e preocupado, mas são apenas isso. Palavras que os indígenas, com emprego e dinheiro no bolso, deste sítio manhoso, preguiçoso, hipócrita, pobre, deprimido e obviamente cada vez mais mal frequentado, ouviram entre duas mordidelas numa fatia de bolo-rei.
Quanto à oposição, nomeadamente o PSD, nada. Os sociais-democratas andam por aí como baratas tontas à procura de umas ideias, preparam-se para mais um ajuste de contas e esperam que o senhor presidente relativo do Conselho retome a actividade para debitarem mais uns lugares-comuns sobre as brilhantes políticas do Governo de Sua Excelência. No meio deste marasmo, desta miséria material e intelectual, restam os optimistas, os que conseguem ver uma luzinha ao fundo de um qualquer túnel, que acreditam nas virtualidades do sítio e num futuro radioso que estará algures à espera dos indígenas.
São vozes de esperança, de exaltação das virtualidades políticas e pessoais do senhor presidente relativo do Conselho e que do alto da sua sabedoria lembram aos indígenas que este regime, apesar de tudo, lhes deu sapatos. Há um tempo para tudo seus ingratos. Benzam-se e dêem graças às luminárias que os governam por ainda não andarem descalços.»
António Ribeiro Ferreira, Jornalista – CM
Caro Jorge M,
Obrigado por este texto. Mas não gosto de críticas sem pistas, sem sugestões que estimulem as pessoas a pensar que há pistas, assim os políticos as queiram seguir.
Artur Santos Silva faz isso mesmo: indica soluções viáveis e que seria oportuno serem postas em prática. Porém, embora viáveis, não são fáceis porque os nossos políticos estão viciados em agir à margem dos interesses nacionais e pensando apenas nas suas ambições e objectivos pessoais.
A luz ao fundo do túnel não poderá avistar-se sem alguma violência que sirva de alerta e de lição para os políticos seguirem aquilo que Artur Santos Silva aconselha.
É bom ser-se optimista, mesmo que preocupado, mas isso é cada vez mais difícil.
Abraço
João
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