Em medicina, o médico interroga o doente sobre as suas queixas, observa-o, recorre a exames mais complexos se houver motivo para isso, a fim de elaborar o diagnóstico correcto para depois aplicar a terapêutica mais adequada ao problema. Sem isso não pode ser esperada cura.
Este esquema de preparar as soluções para os problemas, esboçado no post Pensar antes de decidir, é aplicável a todas as actividades, com os respectivos ajustamentos de pormenor. Entre os militares, de cujas decisões pode resultar a vitória ou a derrota, com o respectivo número de baixas, isso chama-se «estudo da situação» que termina com a proposta de decisão depois da análise das modalidades de acção e da escolha da melhor. Após a tomada de decisão, há o planeamento com a definição das tarefas para os respectivos executantes, e a programação a horário das diversas fases, seguindo-se o controlo da execução e a «conduta» com os convenientes ajustamentos.
Mas, os políticos nada sabem de médicos, nem de militares, nem de engenheiros, nem de empreiteiros. Portugal está doente, há muitas achegas de comentadores e outros cidadãos para a elaboração do diagnóstico, mas os que estão em cargos de decisão não sabem do que se trata, ou procuram ignorar, mascarando tudo com fogachos à margem do problema, aparecendo na TV a todo o momento para lançar fumaça e não verem nem deixarem que se veja o problema real, o tema que espera decisões urgentes e acertadas.
Sem diagnóstico rigoroso e correcto não pode esperar-se uma terapia adequada e, dessa forma, Portugal continua sem cura, o que representa um agravamento da doença e o caminho acelerado para o termo da existência.
Estas reflexões, que são a repetição daquilo que aqui tem sido exposto por várias vezes, surgem agora por ter encontrado num cantinho do Jornal de Notícias on-line os seguintes artigos de opinião, cada um com abordagem diferente, mas todos com um ponto comum de muito patriotismo, por mostrarem o interesse de ver Portugal ressurgir e passar a ser melhor governado para o seu desenvolvimento e a qualidade de vida dos portugueses. Todos mostram a urgência de se iniciar uma terapia eficaz, na Justiça, na Administração pública, na Educação, no Emprego, na Segurança, na cultura do civismo, da verdade, da honestidade, do respeito pelos cidadãos, etc. Há palavras que, por pudor, não são ditas mas que ficam bem subentendidas na interpretação dos textos.
Aconselho a leitura cuidada, vagarosa dos seguintes textos:
- Desacreditar
http://jn.sapo.pt/Opiniao/default.aspx?opiniao=Jos%E9%20Leite%20Pereira
JN. 100228. 01h57m. José Leite Pereira
- "O Monstro"
http://jn.sapo.pt/Opiniao/default.aspx?opiniao=Freitas%20Cruz
JN. 100228. 01h52m. Por António Freitas Cruz
- O estado de direito
http://jn.sapo.pt/Opiniao/default.aspx?opiniao=Ant%F3nio%20Marinho%20Pinto
JN. 100228. 01h56m. A. Marinho Pinto
- Para memória futura
http://jn.sapo.pt/Opiniao/default.aspx?opiniao=Lu%EDs%20Filipe%20Menezes
JN. 100228. 01h53m. Por Luís Filipe Menezes
Sócrates de novo
Há 49 minutos
2 comentários:
Há décadas que estes assuntos se sabem. Estão publicadas no Site da Mentira! Sabe-se muito bem donde vem a miséria, tanto a económica como a moral ou mental. Só que não se tem querido ver e ao autor chamaram pessimista e irreal, enganado, como lá está escrito. Também lá está o que o provocou. O que estes senhores agora reconhecem só os classifica por atrasados e de compreensão lenta: levaram décadas para o compreender, pelo que não podem ser inteligentes. Até há bem pouco tempo têm mentido descaradamente à população, encobrindo aquilo a que agora levantam a ponta do pesado véu com que o taparam. Continuam a mentir como os vigaristas estúpidos que são, pois que continuam a afirmar que esta palhaçada e a constituição são democráticas. Nunca disseram às pessoas o que é a democracia nem como se vive nos países democráticos. Têm desinformado sistematicamente a população, instalando-a na ignorância e desprevenida em como actuar contra a corrupção política e em como a controlar. O tudo no interesse dos conglomerados de média, tal como está no cabeçalho deste blog, deixando-a desarmada contra os que a destruíram. são um bando de falsários impostores e infames, produtos reles duma população que se orgulha da sua ignorância, sem princípios e que destruiu os seus valores substituindo-os pelo que de mais rasca existe.
Cario Mentiroso,
Este seu texto vem enriquecer este tema. Vem reforçar o efeito da citação destes artigos de jornal.
Espero que compreenda a minha ousadia em lhe sugerir a colocação deste texto em igual post no Do Miradouro. É uma solução mais elegante do que a de eu o copiar e colar lá, mesmo citando a autoria.
A citação do Site da Mentira, veio mesmo a calhar. É pena que os políticos, os jornalistas e os estudantes de sociologia e outras ciências afins, não o estudem com muita atenção. É autêntico manual escolar muito bem elaborado.
O prognóstico do mal de Portugal está praticamente feito, mas falta a escolha da terapia e o tratamento sistemático e intensivo. Mas é a tarefa mais difícil dado que os políticos, na sua ignorância e no vício de apenas olharem para o umbigo e nunca além do horizonte da contagem dos votos nas eleições seguintes, só pensam em fazer a gestão das rotinas mais inócuas e de levantarem fumaça para tapar os graves problemas que se agravam progressivamente.
Um abraço
João Soares
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