Sr. Professor Teixeira dos Santos, lamento dizer-lhe que não acredito minimamente no ministro das Finanças quando disse no Parlamento que tomará as medidas indispensáveis para neutralizar factores de risco, e que fará o necessário para que o défice não ultrapasse os 7,3 por cento. Como compreendê-lo? Como acreditar em tal promessa? Se é capaz de controlar o défice, explique aos eleitores porque o não tem controlado? Porque deixou a crise tomar tais dimensões? Porque permite tantos gastos de ostentação de riqueza por parte de funcionários públicos e de institutos e empresas do Estado, como a quantidade de assessores e de consultorias, de carros (no Instituto da Água e não só), de mordomias (escandalosas quando comparadas por exemplo com os políticos ingleses)?
Mas dessas medidas já surgem sinais, constando que o Governo prepara terceiro aumento do IVA em cinco anos, o que confirma os receios de que viesse a ser atendido o recado do empresário Alexandre Soares dos Santos, quando defendeu a redução do IRS e IRC e o aumento do IVA. Parece a um leigo na matéria que o aumento do IRS e do IRS, proporcionais aos rendimentos, contribuiriam para a justiça social, com melhor distribuição da riqueza, enquanto o IVA afecta todos os cidadãos, mesmo os que apenas podem comprar um pão para matar a fome. Se a notícia vier a concretizar-se, fica a «sensação» ou certeza de que o Governo pensa mais nos detentores de grandes fortunas e empresas do que na maioria dos portugueses que são o mexilhão do dito popular.
Mas a sensação de desânimo não fica por aqui, pois o ministro adjunto diz que sem Orçamento aprovado não há Governo. É certo de que a crise mostra que não tem havido governo a não ser para permitir uma exagerada e crescente despesa pública e umas decisões mal pensadas que por vezes são de tal forma escandalosas que nem a habitual arrogância impede que haja recuos. Mas dependendo a aprovação do OE, de votos de outros partidos, haverá que negociar com eles as medidas a nele serem inseridas. E negociar significa fazer cedências, de parte a parte, e não querer impor autoritariamente soluções que o outro recusa. O bom entendimento é indispensável, como foi dito por Soares e por Cavaco.
Enfim, o desânimo e a desconfiança de tudo e de todos os ligados à política, são sintoma de patologia grave e não são favoráveis a uma recuperação rápida do País e entrada numa rota de vida normal, para felicidade dos portugueses mais desprotegidos e que mais esperam das entidades oficiais.
Imagem da Net
Boas-Festas
Há 2 horas
2 comentários:
Estamos na era dos pseudo-intelectuais, em que qualquer (i)lustre bloguistsa barato, de fraca índole se permite dissertar e discutir sobre os mais diversos assuntos, inobservando o direito ao cntraditório. Como cidadão democrata, começo a pensar se não é preferível optar pela antiga literatura de cordel, ao invés de perder tempo a ler os mais diversos disparates que, de forma tendenciosa, são publicados por essa blogosfera ou que editoras da "treta" acitam publicar nos "famosos" livrinhos de bolso.
Basta de fazedores de opnião, eventualmente saídos das "novas oportunidades"!
Saúde
Concordo com o ilustre «anónimo» que perde o seu tempo para vir até aqui e não traz nenhuma crítica concreta, num post que apresenta 7 (sete) referências todas elas assentes nos mais conceituados jornais diários.
Será que a ditadura em construção irá proibir todos os jornais diários apelidando-os de literatura de cordel?
Será que considera tão arriscado aquilo que aqui se dignou escrever ao ponto de não dar um sinal da sua identidade?
Não me considero esclarecido como cidadão para votar conscientemente e procuro mais informação como se vê pelas interrogações expressas no post. Mas o «anónimo», com a sua alta sabedoria, não veio enriquecer o meu saber.
E o que é que o «anónimo» tem de concreto contra as «novas oportunidades»? Afinal de que lado está? E o que acha do tema deste post? Será que tem opinião sobre isto?
Saúde e ideias luminosas
João
Do Miradouro
Enviar um comentário