Seria suposto que as melhorias mostradas pelas estatísticas acerca de engenheiros e doutorados correspondessem a melhores resultados na evolução da economia. Mas, pelos vistos, não é assim.
Apesar da ênfase verbal dada ao Plano Tecnológico, e de Portugal nunca ter tido «tantos recursos humanos e tão qualificados nas ciências e engenharias, a economia nacional não parece estar a ganhar com isso, antes pelo contrário, os resultados são de perda, a avaliar pelos últimos dados oficiais. Por exemplo, apesar de ter mais profissionais nestas áreas, o país exporta menos alta tecnologia e não consegue criar mais empresas de grande intensidade tecnológica e de conhecimento.»
Serão efeitos da lassidão do ensino em que se advoga a abolição de chumbos e de retenções, serão os acessos às Universidades a partir das Novas Oportunidades? Serão as cábulas utilizadas como testes de graduação? Poderá haver uma associação de causas variadas e interactivas. Haverá que estudar o problema equacioná-lo e encontrar soluções.
Ao mesmo tempo surge a notícia de que «Cientistas concorrem com ideias inovadoras». Mais de 120 jovens, autores 87 projectos feitos em equipa ou individualmente, em exposição no Museu da Electricidade em Lisboa, que abrangem uma multiplicidade de áreas e vão desde a ideia mais simples à muito elaborada, estão, até terça-feira, sob a mira dos jurados do Concurso Europeu de Jovens Cientistas. Eles terão de explicar os seus projectos sempre que um ou mais elementos do júri mostrem interesse. E esse pode ser um bom sinal.
Desenvolver novas ideias, apresentar inovações, criar novas tecnologias, é sempre sinal positivo promessa de vida mais fácil, produtiva, eficiente. Não importa que venham ou não a ser aplicadas na prática, mas certamente, muitas serão aproveitadas. No momento da criação, aplica-se o conceito « a asneira é livre!» como dizia José Manuel Betencourt Rodrigues, quando professor e na prática de decisor, em relação ao terceiro passo da «preparação da decisão» referido em Pensar antes de decidir.
Os jovens devem ser estimulados a inovar, mas têm que assumir a humildade de que nem todas as ideias serão aplicadas na prática de imediato e algumas poderão nunca o ser. Mas de entre elas aparecerão algumas que serão um presente dos deuses.
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