Há uns anos vivemos num ambiente de neblina sem nos podermos orientar pela sombra do Sol nem pela estrela Polar e até falta a bússola, por já não haver com que a comprar, dado o aumento dos impostos e do preço dos produtos essenciais, ao mesmo tempo que foram reduzidos apoios sociais e outros benefícios que, embora pequenos, minoravam a carência geral.
Tem razão o PR para aconselhar palavras de verdade, pois desde as promessas eleitorais de muitos milhares de empregos de que nunca mais se falou, às palavras optimistas mesmo depois de estarmos visivelmente em crise económica e financeira, as falsidades tendentes a criar ilusões insustentáveis de futuro melhor não param e surge agora o «Ministro da Economia diz que retoma é superior às expectativas do Governo».
Mas essas palavras esperançosas não convergem totalmente com o facto de que o «Estado volta a pagar mais juros para se endividar», de que os «Caminhos do Governo são “estreitos” para impedir subida do risco da dívida pública», de que o «Risco da dívida portuguesa atinge máximo de sempre», de que o «Risco da dívida portuguesa é o que mais sobe hoje».
Mas o que é muito mais grave é o sinal dado pela notícia de que as «Lojas que compram ouro usado duplicaram nos últimos dois anos», o que evidencia as graves carências sentidas pela maioria dos portugueses que se vêm na necessidade de se desfazer de património familiar, algum na posse da família há várias gerações, com um valor sentimental elevado, além do valor material. A duplicação de tais lojas é um sintoma ou uma prova da pobreza galopante que ataca a população distante dos centros de poder e que estão na mira dos exploradores das grandes empresas, como Soares dos Santos, que ignoram que teriam mais clientes e oportunidades de mais negócios e maiores lucros se à população mais pobre fosse dado algum poder de compra. Dessa forma, as empresas seriam mais favorecidas do que com a redução de IRS e IRC e aumento do IVA como defende.
Imagem da Net.
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