A propósito de em reacção às palavras do líder do PSD que defendeu uma responsabilização civil e criminal por maus resultados na economia portuguesa, o sr. deputado Vitalino Canas que, na circunstância, alegou ser jurista, disse «não sei se o doutor Passos Coelho sabe exactamente o que é a responsabilidade civil e criminal. Concordo com a necessidade de existência de uma cultura de responsabilidade, mas em democracia o que incide sobre os políticos é sobretudo a responsabilidade política, o risco que correm de serem penalizados politicamente». O sr. professor universitário Jorge Miranda apoiou-o dizendo que responsabilizar criminalmente governantes "não tem qualquer sentido".
Sobre isto, em comentário ao post O Ideal e a Realidade o meu amigo FV escreveu:
««Li agora no blogue "4ª República" o post «Santa ignorância» de J.M. Ferreira de Almeida, advogado, que passo a transcrever em parte:
«Pelos vistos quem anda pelo Parlamento não sabe que é designadamente crime a violação de norma de execução orçamental, nestes termos:
"O titular de cargo político a quem, por dever do seu cargo, incumba dar cumprimento a normas de execução orçamental e conscientemente as viole:
a) Contraindo encargos não permitidos por lei;
b) Autorizando pagamentos sem o visto do Tribunal de Contas legalmente exigido;
c) Autorizando ou promovendo operações de tesouraria ou alterações orçamentais proibidas por lei;
d) Utilizando dotações ou fundos secretos, com violação das regras da universalidade e especificação legalmente previstas;
será punido com prisão até um ano" (artigo 14º da Lei nº 34/87, de 16 de Junho).»
Conclusão: esse tal Vitalino, para lá de faccioso é ignorante.»»
Realmente, citando as palavras de Vitalino Canas, ele próprio devia seguir o conselho que deu a Passos Coelho «os políticos têm que ser mais prudentes no que dizem» e acrescentaria que não deve ser invocada em vão uma profissão que deve ser conceituada.
Quanto ao professor, é compreensível que não lhe seja fácil descer dos altos cumes da ciência que professa até ao solo em que nós simples cidadãos fixamos os pés.
Imagem da Net.
"Cancelamentos culturais" na América (4)
Há 7 horas
4 comentários:
Parece-me que esta gente só lá está porque a porca da política tem que ter maminhas para todos. Será muito bonito se um dia destes começarem a desfilar pelos corredores dos tribunais a justificar as decisões que tomaram. Isto já tarda, para que o desfile de uns vá servir de exemplo a outros.
Caro Willoughby,
Não tenha esperanças demasiado optimistas, porque a balança da Justiça não funciona quando num dos pratos está um político. Até queimam gravações de escutas. Recorde-se dos vários «casos» que ficaram escondidos no silêncio, apesar de nalguns deles terem aparecido intervenções da justiça de país aliado...
Enfim, as pessoas têm memória curta.
Não será com a Justiça dos Tribunais que o País se endireitará, porque as leis que os juízes têm de seguir foram feitas pelos políticos, para sua imunidade e impunidade. Infelizmente, terá de ser a justiça popular, com os inconvenientes inerentes.
Um abraço
João
Só imagens
Meu amigo:
Mais um a somar a tantos outros que circulam impunes por aí.
Ninguém é responsável por nada neste país, por isso estamos no fundo.
beijinhos
Amiga Fê,
Ninguém da política é responsável por nada porque o povo permite. No mínimo seria conveniente que os que se abstiveram nas eleições tivessem ido votar com um voto em branco, a significar que nenhuma das listas lhes merecia confiança. Não se deve votar nas listas que contenham um indivíduo que não se conheça ou que não mereça confiança. O voto deve ser um acto consciente e com sentido de responsabilidade. Não basta simpatizar com o número um da lista, é preciso ter confiança em cada um dos elementos constantes da lista. O POVO é quem mais ordena.
Se as eleições não resultarem, por os eleitos não se dedicarem seriamente aos interesses nacionais, há formas de os educar e convencer a governar honestamente: um tratamento estomatológico como o que foi aplicado ao Berlusconi, com uma miniatura da catedral de Milão, ou aquele que um guarda-costas aplicou decisivamente à PM indiana Indira Gandhi. Se, depois disso, as irregularidades continuarem, é de repetir o tratamento a outros malfeitores, até tudo passar a funcionar bem.
Beijos
João
Só imagens
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