Transcrição de artigo:
Ana Gomes defende demissão de Teixeira dos Santos
Jornal de Negócios. 12 Novembro 2010. Por António Larguesa
Remodelação no Ministério das Finanças ajudaria a "recuperar a credibilidade e dar horizontes de crescimento" à economia portuguesa, defende a eurodeputada do PS.
Para “ajudar à recuperação de credibilidade”, que seria reforçada em caso de intervenção externa em Portugal, a eurodeputada do PS defende uma remodelação no Ministério das Finanças.
Em declarações ao Negócios, a socialista Ana Gomes lembra que “não há possibilidade de haver eleições até depois das eleições presidenciais”, pelo que “para não adiar mais o País, é necessário uma remodelação ministerial para recuperar a confiança, a credibilidade, para dar horizontes de crescimento”.
“Acredito que uma remodelação, mal o Orçamento do Estado estivesse aprovado na especialidade, ajudaria à recuperação de credibilidade para aplicar o Orçamento e para dar perspectivas de crescimento”, sublinha a deputado do Parlamento Europeu, que assim se junta aos apelos dos também socialistas Vital Moreira e João Proença.
Sobre a possibilidade de uma intervenção externa no País, Ana Gomes refere que “se não formos capazes de dar sinais de unidade politica no essencial e de suster esta desconfiança dos mercados (e não sou das que comem e calam no que toca aos mercados, como pediu o Presidente da República) pode ser indispensável uma intervenção”.
A eurodeputada diz que prefere “uma intervenção do FMI no quadro do fundo de estabilização europeia, do que por exemplo ver dívida pública comprada pelos chineses na base de um compromisso político”, lembrando que “por razões de retaliação política [Pequim] pode vender no momento mais inconveniente para Portugal”.
Sobre a falta de entendimento entre os dois maiores partidos, Ana Gomes lembra que “se tiver de haver intervenção” externa, espera que “nessa altura toda a gente caia em si para que as medidas sejam aplicadas”.
“O principal problema é o mesmo que temos neste momento. É a falta de uma convergência política mínima para fazer o que há a fazer em termos de medidas de contenção das despesas, de aumento das receitas e sobretudo de haver luz ao fundo do túnel no que toca ao crescimento económico e ao emprego”, acrescenta.
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CONCORRÊNCIA DESLEAL
Há 1 hora
2 comentários:
Caro João Soares
Nos tempos remotos em que ia à missa, ouvi um sacerdote, na sua homilia, a afirmar que o diabo, sendo intrinsecamente mau, tinha uma coisa boa: era esperto.
Nessa ordem de ideias, os humanos são, por definição muito melhores. Porque, no mínimo, não são capazes de passar a vida a dizer asneiras. Uma vez por outra, acertam.
E parece-me que foi o que aconteceu agora à nossa tão querida deputada europeia que, finalmente, disse alguma coisa de jeito.
Um abraço
Caro Fernando Vouga,
o seu comentário constitui um bom incentivo para reflexão.
Realmente não é a substituição de um ministro que gera a restauração da economia nacional e da credibilidade perante o interior e o exterior. Nem a substituição de todo o Governo o conseguiria, se fossem mantidos os vícios e manhas que nos têm vindo a exaurir desde há décadas.
Há absoluta necessidade duma acção de "higiene política" que possa restabelecer a confiança e que seja acompanhada de acções de recuperação duma moral social motivadora. Não se pode continuar a mudar pequenas coisas e deixar na mesma tudo o que é essencial, todas as causas irracionais de despesas inúteis, exageradas, supérfluas, condenáveis mesmo em países ricos.
A desratização e desparasitação deve ser radical no regime reorganizando tudo conforme o que for decidido num compromisso alargado, num Código de bem governar aprovado por todas as principais forças políticas, sem nunca serem perdidos de vista os interesses nacionais.
É urgente que o Governo e todas as instituições nacionais se reorganizem racionalmente procurando a simplicidade, a objectividade, a transparência e a economia do funcionamento por forma a darem do país uma visão mais segura, mais confiante e mais credível, a fim de atrair investidores, criar emprego e reduzir os custos da dívida pública.
As mudanças devem por isso ser totais, estruturais e no espírito dos políticos, que devem colocar acima de tudo os interesses nacionais.
Um abraço
João Soare
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