Mário Soares, do cimo da sua larga experiência política e do muito saber acumulado durante os seus anos de vida diz que o Ministro das Finanças é um «político ocasional», o que para bons pensadores é um elogio. Já em tempos, Cavaco Silva declarava, com vaidade e como propaganda, não ser político profissional, tendo Mário Soares reagido a demonstrar que isso não era verdade. E o tom desta polémica deixava perceber que ser político profissional não era nada abonatório. Daí que chamar «político ocasional» ao Ministro das Finanças seja um elogio. Significa que ele está imaculado dos pecados, dos vícios e manhas com que os políticos destas quatro décadas, se enriqueceram e levaram o País à crise de que agora os mais pobres sofrem as terríveis consequências, em todos os sectores expostos à cobiça e à gula dos governantes.
Mas além deste eventual elogio, e de aceitar que se trate de um bom «técnico de contas», o ex-PR alerta para a necessidade de uma visão política no sentido de não perder de vista que governar é tomar medidas conducentes a melhorar a vida da população e não se limitar a aumentar impostos e fazer sucessivos e repetidos cortes. Na realidade, a maior parte das medidas destinadas a minorar os efeitos visíveis da crise, são negativas a médio e longo prazo, pelo que devem se comedidas e muito ponderadas, porque governar com eficiência implica que se definam objectivos estratégicos para futuro e que os mesmos nunca sejam perdidos de vista e que a população deve ser sempre o elemento nacional mais privilegiado.
Sobre este tema têm interesses os seguintes textos dos jornais de hoje:
“País precisa de um efectivo Governo, não basta ter um contabilista”
Governar a martelo
Imagem de arquivo
Boas-Festas
Há 2 horas
2 comentários:
Caro João Soares
Mário Soares é daquelas pessoas que pode dizer o que lhe apetecer porque já ninguém lhe liga. Umas vezes dá no cravo e outras na ferradura.
Quanto às finanças e critérios de governação, parece que andamos todos a dormir. Parece que ainda ninguém deu conta de que perdemos a independência e estão cá outros a mandar. Tudo por causa da tremenda irresponsabilidade dos sucessivos governos que se sucederam ao 25/4/74.
Agora já não há nada a fazer. É comer (pouco...) e calar. Caso contrário, se continuarmos a criticar tudo e todos, se continuarmos a derrubar governos sobre governos, nem a Grécia nos salvará.
Este governo pode ser péssimo, mas perdemos o direito de o deitar abaixo.
Caro Fernando Vouga
Só posso aplaudir a forma sintética e muito clara como descreve a situação a que fomos arrastados pelos sucessivos incompetentes e incapazes que andaram a divertir-se gastando inconscientemente os recursos nacionais.
Quanto ao actual Governo, devemos sugerir que sejam limadas algumas arestas mas devemos apoiá-lo, porque é a tábua de salvação a que podemos agarrar-nos neste naufrágio.
O que mais se lamenta, e que o próprio Mário Soares também acha mal, é a atitude de AUTOFAGIA que salta de espíritos do PSD que julgávamos iluminados e que, em vez de ajudarem PORTUGAL, apoiando o Governo a fazer bom trabalho, regozijam-se em criticá-lo destrutivamente. Onde pára o patriotismo destes energúmenos? Nem sabem o que isso é. Nunca sentiram amor por PORTUGAL.
Mas se agora não se encontra o rumo do bom porto, da salvação, não voltaremos a ter uma amostra de independência nem de soberania. Não será fácil vir nova oportunidade.
Um abraço
João
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