Num comentário no post premiar o mérito ???!!! é chamada a atenção para o post de 11 de Maio de 2011 Cavaco e o desenvolvimento e neste refere-se o artigo produzir mais e melhor, no qual o PR diz palavras estimulantes ao desenvolvimento da economia.
Para ser coerente com as palavras seria de esperar que as comendas concedidas em 10 de Junho condecorassem empresários que mais exportam, que mais impostos pagam, que mais empregos dão, que mais altas médias de salários pagam (sem contar com os administradores e os mais altos gestores). Mas, como de costume, foram orientadas para as actividades de ócio ou serviços públicos com muita despesa, muita burocracia, corrupção e sem produtividade, pouco ou nada contribuindo para o desenvolvimento, no significado mais prático para o quotidiano e o futuro, como agora se pretende?
Porém, os seus múltiplos assessores e consultores não mostraram estar sintonizados com o pensamento expresso pelo mais alto dignitário e, assim, não ajudaram a encontrar a melhor solução para estimular o desenvolvimento de Portugal, pensando nos portugueses comuns.
Estes factos passados, saltam agora das arcas da memória, ao ver que Sua Ex.ª condecorou os jogadores da selecção das “quinas” de futebol de shub-20 que receberam a condecoração de Cavaleiro da Ordem do Infante Dom Henrique, enquanto a equipa técnica de Ilídio Vale foi agraciada com a Comenda da Ordem do Infante Dom Henrique, por a selecção se ter sagrado vicecampeã no Mundial da Colômbia.
Como seria se tivesse sido campeã???
Há algo de desproporcionado e menos digno ao comparar-se o prémio dado a estes «artistas» do ócio e a indiferença e o desprezo perante jovens estudantes e cientistas cujo valor tem sido internacionalmente reconhecido, como aqui tem constado. Tais cientistas, estudantes e os alunos melhor classificados em exames nacionais são promessas de um futuro melhor para o Portugal desenvolvido que todos desejamos.
Imagem do Google
A Decisão do TEDH (399)
Há 42 minutos
3 comentários:
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Exmo. Sr. Presidente da República, Dr. Aníbal Cavaco Silva,
O meu nome é Catarina Patrício, sou licenciada em Pintura pela Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa, fiz Mestrado em Antropologia na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, sou doutoranda em Ciências da Comunicação também pela FCSH-UNL, projecto de investigação "Dissuasão Visual: Arte, Cinema, Cronopolítica e Guerra em Directo" distinguido com uma bolsa de doutoramento individual da Fundação para a Ciência e Tecnologia.
A convite do meu orientador, lecciono uma cadeira numa Universidade. Tenho 30 anos.
Não sinto qualquer orgulho na selecção de futebol nacional. Não fiquei tão pouco impressionada... O futebol é o actual opium do povo que a política subrepticiamente procura sempre exponenciar. A atribuição da condecoração de Cavaleiro da Ordem do Infante Dom Henrique a jogadores de futebol nada tem que ver com "a visão de mundo" (weltanschauung) que Aquele português tinha. A conquista do povo português não é no relvado. Sinto orgulho no meu percurso, tenho trabalhado muito e só agora vejo alguns resultados. Como é que acha que me sinto quando vejo condecorado um jogador de futebol? Depois de tanto trabalho e investimento financeiro em estudos?!!
Absolutamente indignada.
Sinto orgulho em muitos dos professores que tive, tanto no ensino secundário como no superior. Sinto orgulho em tantos pensadores e teóricos portugueses que Vossa Excelência deveria condecorar. Essas pessoas sim são brilhantes, são um bom exemplo para o país... fizeram-me e ainda fazem querer ser sempre melhor. Tenho orgulho nos meus jovens colegas de doutoramento pela sua persistência nos estudos, um caminho tortuoso cujos resultados jamais são imediatos, isto numa contemporaneidade que sublinha a imediaticidade. Tenho orgulho até em muitos dos meus alunos, que trabalham durante o dia e com afinco estudam à noite....
São tantos os portugueses a condecorar... e o Senhor Presidente da República condecorou com a distinção de Cavaleiro da Ordem do Infante Dom Henrique jogadores de futebol... e que alcançaram o segundo lugar... que exemplo são para a nação? Carros de luxo, vidas repletas de vaidades... que exemplo são?!
Apresento-lhe os meus melhores cumprimentos,
Catarina
Discordo em absoluto da Catarina Patrício.
Não conheço bem as condecorações portuguesas, pelo que não sei se estas condecorações são as mais adequadas a estes cidadãos.
Sei também, que infelizmente e por azar, há milhares de portugueses com grande mérito, que se distinguem em todas as áreas e cujos nomes nunca chegam ao conhecimento de quem atribui as condecorações.
Mas também conheço o caso de uma Senhora, que com mérito na área da “educação infantil”, a quem foi atribuída uma Comenda. Ficou surpreendida, pois é uma pessoa discreta, afastada há muitos anos da vida profissional e por talvez entender que apesar de ter dado o seu melhor, o seu mérito não valesse tão alta distinção.
Como a Catarina Patrício diz, ”são tantos os portugueses a condecorar… ” Mas não podem ser todos condecorados, a começar pelos alunos que ainda têm muito a provar, porque senão desvalorizavam-se as condecorações.
Dito isto, independentemente de eu não ligar a futebol, acho que estes jogadores de futebol mereceram ser destacados e condecorados, pois competiram com os melhores do mundo e distinguiram-se, sem margens para dúvidas. São, na sua profissão, dos melhores do mundo. Para se ser um dos melhores do mundo, é preciso ter um dom, mas sobretudo trabalhar muito. E é no trabalho que está todo o mérito. Li que o jogador de futebol Cristiano Ronaldo, desde criança trabalhou afincadamente até à exaustão e à dor, para se tornar no melhor do mundo. Todos os que lidam com ele dizem que é preciso obrigá-lo a parar de treinar.
Ninguém pertence aos melhores do mundo por acaso. Só com muito mérito e esforço é possível.
Se em Portugal todos os que têm um dom trabalhassem tanto como estes jogadores e fossem tão perseverantes como eles, provavelmente o nosso pequeno país também seria um dos melhores do mundo.
Por outro lado, apesar da Catarina Patrício não gostar de futebol e desvalorizar por completo esta profissão, há que ver que o futebol movimenta no mundo inteiro, gente de todas as idades, sexo e religião, pelo que o enfoque que é dado a estes portugueses que se distinguiram é crucial, pois é visto e sabido por milhões de pessoas, o que faz com seja uma oportunidade para muitos cidadãos de verem o mérito ser recompensado e tentarem seguir esse exemplo.
Talvez a Catarina Patrício fosse mais branda se se tratasse de outro tipo de desportista como a Rosa Mota, que não joga futebol…
Por outro lado, a Catarina Patrício está misturar a vida pessoal destes cidadãos com o seu mérito no trabalho. Quantos comendadores não têm “carros de luxo e vidas repletas de vaidade…” O que se distingue é a excelência e o mérito na sua profissão ou actividade e não a sua privada, que só a cada um diz respeito.
Também a Catarina Patrício, fala exclusivamente de cursos, doutoramentos, professores e alunos, vangloriando-se, repleta de vaidade, do seu CV, pensando talvez que o Presidente da Republica por ser ele também Professor, se impressiona com tantos cursos e lhe vai atribuir uma condecoração.
Pois Sra. Professora Catarina Patrício, ter muitos cursos já não é novidade. Uma significativa parte dos jovens de hoje, vão tirando doutoramentos atrás de mestrados, atrás de licenciaturas, até conseguirem um emprego. Os que não conseguem emprego têm muitas vezes a possibilidade de se tornarem professores.
Apesar da Fenprof ser certamente a favor, não podemos só atribuir condecorações a professores. Há muitos portugueses sem cursos que são visionários, que partindo do nada e com muito trabalho dão um exemplo de excelência ao paí. Para falar num caso conhecido e reconhecido, posso entre outros, mencionar o Sr. Salvador Caetano.
As medalhas não são apenas para os da vida académica, mas sim para os que mais se distinguem e destacam pelo sua inovação, criatividade e excelência. Alguns condecorados chegam a ser dos melhores do mundo.
João Mexia Alves
João Mexia Alves,
Obrigado pela atenção que presta a este espaço modesto e simples.
Faz uma defesa fortificada à decisão do PR, mas neste post e em outros anteriores, fiz observações semelhantes às da Professora doutora Catarina Patrício, mas mais suaves.
Efectivamente, nesta decisão o PR não foi coerente com as suas palavras sobre o esforço a fazer para sair da crise. E o futebol não contribui para isso. Tem havido estudantes a fazerem figura de melhores do mundo, lá fora, tem havido cientistas a marcar lugar entre os melhores do mundo... e para eles não tem havido comendas.
Sei que não é fácil resistir a pressões demasiado fortes e argumentadas, mas o povo mais atento repara nisto.
E já agora gostava de saber que «amizades» estão por detrás da proposta que levou ao caso de uma Senhora, que com mérito na área da “educação infantil”, a quem foi atribuída uma Comenda. Futebol ou casos muito diferentes, nestes casos, têm aspectos sombrios que escapam à repetidamente prometida transparência.
Cumprimentos
João
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