sábado, 17 de setembro de 2011

Sem a troika, nunca se saberia

Transcrição de dois artigos de Dinheiro Vivo:

António Barreto: «Não fosse a Troika alguns números das contas públicas não eram conhecidos»
14/09/2011 | 09:46 | Dinheiro Vivo

"Não fosse a Troika alguns dos números das contas públicas não eram conhecidos."

A afirmação é de António Barreto ontem durante o debate promovido pela Associação Portuguesa para o Desenvolvimento das Comunicações (APDC), sobre a Sociedade do Conhecimento em Portugal. Um retrato social.

Numa defesa do acesso à informação, o sociólogo, que lidera actualmente a Fundação Francisco Manuel dos Santos, considera que "a informação é a alma do negócio. A partilha da informação é a alma do negócio. Quem pensa que o segredo ainda é a alma do negócio está enganado", afirma. "Se até com o analfabetismo estamos a acabar. Até com a tuberculose estamos a acabar. Por que é que não se acaba com o segredo de Estado?"

Para o sociólogo, os casos do TGV e do novo aeroporto são exemplos da "opacidade do Estado", uma vez que "se os estudos [destes projectos] tivessem sido conhecidos desde o início" não se tinha assistido a tantos reveses nas decisões políticas.

Barreto também não se mostrou particularmente entusiasmado com o projecto Magalhães que, mais do que um factor de promoção do conhecimento, classificou de um "desígnio político".

Francisco Pinto Balsemão, que à margem do encontro optou por não falar com os jornalistas, despoletou a discussão em torno do papel dos media e do serviço público e, já agora, sobre a privatização da RTP.

"Pessoalmente sou favorável a um serviço público de televisão" foi a declaração de intenções inicial de António Barreto e, embora, considere que o actual serviço público não cumpre na íntegra as suas obrigações, "não gostaria que a RTP fosse no banho com o bebé", numa alusão à privatização.

António Barreto: "Acordo com troika deveria durar seis anos"
03/09/2011 | 15:17 | Dinheiro Vivo

O sociólogo considera que o memorando de entendimento entre Portugal e a troika "foi excessivo no prazo"

António Barreto afirmou esta tarde que o programa de ajustamento da troika deveria ter um prazo mais longo de aplicação, de forma a torná-lo "menos violento" para a sociedade portuguesa.

"O acordo entre Portugal e a troika foi excessivo no prazo. Poderia ter sido feito em cinco ou seis anos. O programa teria efeito e seria menos violento para a sociedade se fosse aplicado com mais tempo", afirmou o sociólogo, na Universidade de Verão do PSD.

António Barreto avisou também que a possibilidade de convulsões sociais é uma realidade. "Não é para amanhã, mas essa possibilidade existe", defendeu, argumentando que isso só ainda não aconteceu porque "as pessoas estão com medo de perderem o emprego e perderem o pão."

NOTA: A acção da Troika também veio levantar o véu das contas escondidas da Mdeira , como se pode ler no seguinte artigo (linK)

Alberto João Jardim arrisca multa máxima de 25 mil euros
17/09/2011 | 00:14 | Dinheiro Vivo

«Governo Regional “omitiu” 1,68 mil milhões de euros, mas as multas máximas aplicáveis aos responsáveis são uma fracção mínima desse valor» (...)

3 comentários:

Anónimo disse...

Um vídeo que merece a nossa atenção. Em particular de quem cursa economia.

cumprimentos

Recado de Maria da Conceição Tavares para os jovens economistas

http://www.youtube.com/watch?v=FebPPRNtBAU

A. João Soares disse...

Apesar de anónimo que não deixou uma pista para o identificar, agradeço a atenção do envio do endereço do vídeo que já coloquei ao dispor dos visitantes deste espaço.
É uma lição clara e objectiva para os governantes que se preocupam com os euros e esquecem as pessoas. Colocam a vil matemática com os tais 400 modelos que nunca acertam, acima das pessoas, da preocupação em tornar o país mais homogéneo, mais justo e mais igualitário.
Gostava que os nossos políticos nos dissessem o que pensam da democracia, além das eleições em que o voto é igual.

Cumprimentos
João

Anónimo disse...

Caro João Soares,

os políticos são produto da sociedade actual. Consumista. Interesseira. Com falta de humanismo e verdadeira solidariedade apesar de falarem muito.

Eu sou o mesmo de sempre.

Cumprimentos
MR