Há um ano começámos a ouvir aos oráculos da suprema inteligência frases iniciadas por «garanto que…», «asseguro que…» e declarações não menos pomposas como «as medidas de austeridade serão mais fortes do que as exigidas pela troika». A sensatez fazia recear o pior com esta teimosia de que «não haverá alterações custe o que custar». Não se apercebiam de que não estavam a trabalhar numa aula de matemática, em problemas abstractos, mas a accionar medidas que iam interferir com a vida de milhões de pessoas.
Não tardou a ver-se que os cortes causaram redução no poder de compra, medo do futuro, diminuição do consumo, menor facturação nas empresas de comércio, com encerramento de algumas e desemprego de trabalhadores. As empresas industriais a montante das comerciais, tiveram que reduzir a produção por não haver escoamento. Algumas encerraram e o pessoal foi para o desemprego. Daí resultou redução de impostos de que se queixou o fisco, com diminuição de receitas.
E, aos primeiros sinais de agudização da recessão económica, não houve medidas correctivas de ajustamento às realidades e não se fizeram tardar os indícios de agravamento do défice que foram surgindo na Comunicação Social, embora camuflados por palavras de esperança, mal explicadas. O sinal mais recente é que o número de inscritos nos centros de emprego aumentou 24,5% em Junho, o que foi classificado de «alarmante» por um partido da oposição sempre atento aos problemas sociais. E outro partido não hesita em acusar o Governo de estar inactivo perante o agravamento do desemprego. E também o próprio FMI não deixa de alertar o Governo para que deve "evitar" ajustamento estrutural "excessivo" sem promoção de emprego, isto é, deve deixar a sua insensatez, a arrogância e a fanfarronice inicial e colocar de lado a teimosia do «custe a quem custar»
O raciocínio não pode limitar-se aos números e à máquina de calcular, pois o factor mais importante é a população, os cerca de 80% que suportam as dolorosas medidas da crise. E por cá ainda não houve ocupantes de cargos altamente remunerados que tomassem iniciativa semelhante à do Rei de Espanha que baixa o seu próprio salário de 7,1% em 2012 — a mesma percentagem que os funcionários públicos perdem ao não receberem subsídio de Natal. Em Portugal, como são dois subsídios cortados num ano, a solidariedade com os trabalhadores do Estado seria de 14,2%. Mas quem é que já fez isso? Vemos, pelo contrário, contratações a garantirem uma garantida «gratificação extraordinária igual ao salário mensal» em Junho e Novembro, mas há portugueses que leem o DR e topam estes truques dos políticos adoradores do dinheiro público.
Imagem de arquivo
Não tardou a ver-se que os cortes causaram redução no poder de compra, medo do futuro, diminuição do consumo, menor facturação nas empresas de comércio, com encerramento de algumas e desemprego de trabalhadores. As empresas industriais a montante das comerciais, tiveram que reduzir a produção por não haver escoamento. Algumas encerraram e o pessoal foi para o desemprego. Daí resultou redução de impostos de que se queixou o fisco, com diminuição de receitas.
E, aos primeiros sinais de agudização da recessão económica, não houve medidas correctivas de ajustamento às realidades e não se fizeram tardar os indícios de agravamento do défice que foram surgindo na Comunicação Social, embora camuflados por palavras de esperança, mal explicadas. O sinal mais recente é que o número de inscritos nos centros de emprego aumentou 24,5% em Junho, o que foi classificado de «alarmante» por um partido da oposição sempre atento aos problemas sociais. E outro partido não hesita em acusar o Governo de estar inactivo perante o agravamento do desemprego. E também o próprio FMI não deixa de alertar o Governo para que deve "evitar" ajustamento estrutural "excessivo" sem promoção de emprego, isto é, deve deixar a sua insensatez, a arrogância e a fanfarronice inicial e colocar de lado a teimosia do «custe a quem custar»
O raciocínio não pode limitar-se aos números e à máquina de calcular, pois o factor mais importante é a população, os cerca de 80% que suportam as dolorosas medidas da crise. E por cá ainda não houve ocupantes de cargos altamente remunerados que tomassem iniciativa semelhante à do Rei de Espanha que baixa o seu próprio salário de 7,1% em 2012 — a mesma percentagem que os funcionários públicos perdem ao não receberem subsídio de Natal. Em Portugal, como são dois subsídios cortados num ano, a solidariedade com os trabalhadores do Estado seria de 14,2%. Mas quem é que já fez isso? Vemos, pelo contrário, contratações a garantirem uma garantida «gratificação extraordinária igual ao salário mensal» em Junho e Novembro, mas há portugueses que leem o DR e topam estes truques dos políticos adoradores do dinheiro público.
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1 comentário:
A insensibilidade dos políticos portugueses é visísel lá fora, mas felizmente, o FMI procura moralizar o nosso Governo.
Veja-se a notícia
FMI quer menos impostos para as mães trabalhadoras portuguesas
Será que o Governo vai atender a este conselho ou continua teimosamente «custe o que custar»?
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