quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Passos não se está a lixar !!!

Afinal, Passos, no discurso na abertura do «pontal», já contradiz o desabafo «que se lixem as eleições» e iniciou o ciclo de promessas que tem sido a tática vulgar na segunda parte dos mandatos, que serve para conquistar a confiança dos eleitores e somar votos. Diz que tem programa para quatro anos e a "ambição" de o renovar e anuncia o fim da recessão em 2013.

Também promete "combate sem tréguas" à evasão fiscal o que será uma boa medida que beneficiará os pequenos contribuintes sem hipótese de cometerem tais crimes mas que, para ser concretizada com eficácia honesta, exige ao governo uma coragem excepcional, até porque nele parece haver quem tenha apoiado evasores.

Não faltam promessas suas desde 2010 que, depois, foram colocadas de lado como se pode ver no vídeo.

Mas, logo que fez o seu discurso, apareceram reacções de que se extrai:

O discurso está “longe da realidade” e, embora tenha reconhecido que falhou, “insistiu na mesma receita do custe o que custar”. “Mas custe o que custar o quê? Quantos desempregados? Quantas falências? Que resposta é que o primeiro-ministro hoje deu aos desempregados e aos empresários em dificuldades? A receita do custe o que custar falhou e o primeiro-ministro deve reconhecê-lo e mudar de rumo”

Passos "procurou justificar o estampanço da sua política", num discurso "de costas voltadas para o país". O estampanço da sua política, está bem revelado no aumento do desemprego, no aumento da recessão e, na destruição de milhares de empresas".

Não devemos ser pessimistas porque o pessimismo, tal como o optimismo quando exagerados e sem fundamentos seguros, são doentios e devem ser evitados. Devemos ter esperança, mas procurando estar bem informados para não acontecer como ao rebanho que pensa estar a ser conduzido a pastagem mas que na realidade está a ser levado para o abate. Nem devemos fazer como a rã confiante que estava na panela e não reagiu quando a água começou a aquecer e quando o quis fazer já não tinha possibilidade.

Imagem de arquivo

8 comentários:

Fernando Vouga disse...

Caro João Soares

Fim da recessão em 2013?
Todos conhecemos essa música.
Lá para Março do ano que vem, o homem vai explicar que o ano ainda não acabou, mas que já há fortes indícios de que a coisa vai. Em Junho/Julho vai dizer que o ano ainda acabou mas que há fortes indícios de que a coisa vai. Lá para Novembro/Dezembro, vai explicar que, devida a uma intervenção inesperada e desastrosa do Pato Donald, vamos ter de esperar até 2014, mas que aí a coisa é certa.
Nos anos seguintes vai repetir-se o filme até às eleições.
Depois, o PS, que prometeu solenemente baixar os impostos e aumentar os salários, condições absolutamente necessárias para o desenvolvimento, vai explicar que, afina,l o PSD deixou as coisas muito piores do que se esperava e daí vai aumentar os impostos e reduzir os salários. Quando atingir um ano de governo vai anunciar que no ano seguinte a recessão vai acabar.
E por aí fora...

E o pior é que há quem vote nessa gente.

A. João Soares disse...

O ritual, com pequenas variantes é sempre o mesmo pois eles, salvo eventuais excepções, são todos iguais. Foram empurrados para isso devido á sua falta de formação inicial na idade apropriada como ficou claro em Carreira política a ocupação do tempo em guerrilha interpartidária, no trafico de influências e no diploma obtido tarde e a más horas, em tempos recordes, para apoiar mais arrogância e prepotência. De entre os muitos vícios de domínio e controle dos eleitores usam os ensinamentos da história da rã que não sabia que estava a ser cozida e de livros de bolso com citações de velhos filósofos que falavam de problemas sociais, em termos simples acessíveis aos nossos políticos.

Podem mudar as cabeças mas a carência de ideias e de interesse em bem governar é o mesmo, seja quem for que esteja no Governo.

Abraço
João

Anónimo disse...

Caro A. João Soares,

O fim da recessão está distante. E quando falo na distância do fim da recessão refiro-me à estabilização da empregabilidade nacional. Do equilíbrio da segurança social e da relação trabalhadores/reformados, entre outros.
Creio que aqui o termo aplicado significou o possível regresso de Portugal ao crédito normal internacional sem ser através do FMI. E da aspirada quebra do aumento do desemprego. Do aumento das exportações e de uma mudança de hábitos comportamentais no mundo do trabalho e do menor endividamento das famílias e das empresas nacionais. Menos despesistas e mais apuradas para a realidade actual. E uma visão individual mais realista, menos consumista. Mas, afinal é preciso alguma confiança e é preciso dá-la ao povo. É preciso que a sociedade actual compreenda que o empreendimento tem de partir dos privados. Não do Estado nem do Governo. Pedro Passos Coelho e a sua equipa estão a trabalhar para não falharem com os compromissos externos tentando não prejudicar mais a situação debilitada dos portugueses. O que não é nada fácil perante uma sociedade com poucos empresários e a ficar sem capitalistas.
Uma curiosidade; os bancos registam uma poupança das famílias nunca visto. E esta heim?
Assim a oferta é maior do que a procura. E mais; depois das felências de muitas famílias que deixaram de pagar o crédito da casa e outros, agora virão as falências dos "Shoppings Centers", com o incumprimento que daí se espera para com os bancos. "And So on"...

Difícil a situação e ainda criticam o MF... Eu não queria estar no seu lugar. Nem sei se o antigo ministro das finanças que noutros tempos fez milagres, com muita dedicação à Pátria, aceitaria, agora, ali colocar os pés até cair da malvada cadeira no Forte de S. Julião da Barra...

Esperemos que não seja em vão os esforços que aqueles que não se endividaram, que sempre pagaram e pagam os seus impostos, que sempre foram rigorosos no seu modo de vida, estão a fazer para pagar aquilo que a maioria fez. E os Governos deixaram andar e alguns até promoveram o consumismo dizendo que estávamos no bom caminho e que faziamos parte da Europa rica. Ricas prendas... esses...

Gastou-se e um dia teriamos, todos, de pagar os excessos de muitos...

O cardeal da cúria romana, D. Saraiva Martins, na Guarda, ao ordenar o novo bispo auxiliar de Braga, disse que "a crise poderá ser boa para que os portugueses aprendam que não podem viver acima das suas posses". Coisas para refletir...

Mas não podemos dizer que depende só de nós. O clima internacional está demasiado negativo e prejudicar-nos-á. Certamente que temos que dar as mãos, todos, para tentar sair da cepa torta, mas, há, pelo menos, dois graves problemas; a falta de educação e de justiça em portugal... a somar à falta de iniciativa individual...

Cumprimentos

A. João Soares disse...

Caro Relvas,

Gosto deste seu sermão, com a apologia dos actuais governantes e a esperança de que o povo saia dos maus hábitos de consumismo, mas...

Os maus hábitos desenvolveram-se com o Governo de Cavaco Silva. Foi então que começou a destruição da agricultura, da pesca e da indústria e se desencaminhou, sem o devido controlo, o dinheiro da CEE para casas apalaçadas, piscinas, bons carros e vistosos casacos de peças, em dez de ter ido para a modernização os equipamentos industriais.

Um parêntesis: O António não caiu da cadeira no forte de S.Julião da Barra mas sim no forte de S.João do Estoril, que estava a cargo do Colégio de Odivelas, onde passava férias habitualmente pagando as diárias pelo preço que tinha o cuidado de saber em cada ano, usado numa hospedaria ali muito perto na marginal, do lado esquerdo quando se desce para o Estoril.

Há realmente sinais que o povo está a aprender com a crise mas nota-se a falta de uma acção didáctica do Governo e das autarquias. Não é do interesse da alta economia que as pessoas percam os hábitos do consumismo!

É preciso ensinar desde tenra idade. Hoje, desde há quatro décadas, as crianças crescem sem ninguém se sentir responsabilizado pela sua e educação moral e cívica e da sua formação como adultos ou cidadãos. Nos primeiros três quartos do século passado, os pais, principalmente a mãe orientavam os filhos ajudando-os a ser adultos responsáveis, cautelosos, respeitadores dos outros, principalmente de crianças, idosos e deficientes, havia também nas escolas disciplinas orientadoras para a mesma finalidade, e havia uma organização juvenil que ocupava 6 horas por semana em desportos, actividades, culturais, artísticas e de utilidade, como os primeiros socorros, etc.

Porque não se ensina a utilização real das contas de somar e subtrair? Porque se não sensibiliza para a necessidade da precaução, nos deportos e na condução, como em tudo na vida. O risco existe em todo o lado e todas as actividades e é preciso saber calcular até onde podemos ir sem cair em perigos indesejados. O consumo do álcool, de outros produtos menos saudáveis e de alimentação desajustada cria deficiências de saúde por vezes fatais. Mas há muitos outros perigos na vida quotidiana.

E porque não referir os acidentes nas estradas? Aí não é só o álcool, mas também a falta de civismo, de respeito pelos outros (no próprio carro e nos outros) que muitas vezes são vítimas de actos de autêntica loucura. E a lei? Porque não condena por homicídio por negligência (ou outra adjectivação) os causadores de acidentes de que resultam mortos?

A nossa sociedade precisa de «uma excelentíssima e reverendíssima reforma» como disse Lutero. Mas não se pode esperar que saia da iniciativa dos populares. É preciso vir dos mais altos escalões com medidas gerais e com o exemplo.

Na defesa que faz do governo faz uma declaração de fé, mas o seu optimismo parece demasiado eivado de fé e esperança «religiosa» que seria bom ver concretizada, mas que não veremos aparecer por geração espontânea, com a rapidez desejada.

Cumprimentos
João

Anónimo disse...

Caro A. João Soares,

1- Não fiz a defesa do Governo, nem é meu hábito defender qualquer poder, per si.

Limito-me a tentar analisar livremente cada situação.

Para lhe dizer a verdade só poderia estar optimista se acreditasse no povo. Se este fosse culto e trabalhador. Se pensasse no bem comum. Se pensasse no ser em vez do ter. Foram muitas décadas a assar frangos de aviário sem sabor...
Como diz e muito bem as gerações actuais estão sem cultura de responsabilidade e têm hábitos enraizados que só serão, quiçá um dia qualquer, alterados, de acordo com o que descreve no seu comentário, quando alguém os ensinar ou os obrigar a mudar.

2- Ontem passei em casa do saudoso TCor Cmd Jaime Rudolfo Abreu Cardoso para dar os sentimentos à família e para disponibilizar o apoio dos muitos camaradas Comandos que tinham nele uma referência. Faleceu um jovem sempre jovem e audaz. Um homem, militar e Comando que recusava os holofotes das paradas de gala. Um homem que, aos 75 anos de idade, ia ao ginásio 3 vezes por semana e continuava a arriscar a vida voando pelos céus desde os seus 20 anos de idade.

Cumprimentos

A. João Soares disse...

Caro Relvas,

Quanto ao falecimento do Cor Cardoso, sinto o sofrimento da família a quem desejo a possível adaptação à nova situação. Ele teve a bênção de terminar a vida sem sofrimento prolongado que seria a coisa mais indesejável.

Quando à recuperação de Portugal ser problema do povo, está correcto teoricamente. Mas na prática a aprendizagem é lenta e precisa de «lições», exemplos práticos dados por pessoas em destaque na vida nacional.

Será necessário um esforço perseverante e continuado para fazer do nosso povo algo de muito melhor. Quem fará tal milagre?

Albert Einstein deixou a seguinte frase:
Muita gente diz que é a inteligência que faz um grande cientista. Estão errados: é o carácter.

Um escritor não identificado disse: «Quando não defendemos os nossos direitos, perdemos a dignidade e a dignidade não se negocia»

É, pois, necessário que os poderes central e autárquico se preocupem com «carácter» e com «dignidade» a restaurar os valores éticos, como a verdade, a honra, o respeito pelos outros, etc.

O jornalista brasileiro Ribeiro Alves disse:
«Indivíduos são seres morais. Mas o povo não é moral. O povo é uma prostituta que se vende a preço baixo»
«O povo não pensa. Sòmente os indivíduos pensam.»


Cumprimentos
João

Anónimo disse...

Caro A. João Soares,

Agradeço este seu comentário. No "aromas" está a postagem; O ÚLTIMO VOO DO T. COR. "CMD" ABREU CARDOSO.

Concordo cosigo e com as citações que transcreveu.
Cabe aos governos, como cabeça da Nação, o pensamento sábio e as actuações necessárias para que nos safemos desta e não caiamos noutra. Pelo menos tão cedo... Mas a educação de cada um de nós é importantíssima como contributo para que o colectivo não seja aquilo que tem sido, uma massa amorfa que não passa de uma Maria que vai com as outras. Cada um de nós é responsável pelo que faz e é nesse contexto que devemos ter iniciativas e não estar apenas à espera que alguém nos dê uma mão, um sinal, ou nos empurre... para o bem ou para o mal.

Cumprimentos

A. João Soares disse...

Caro Relvas,

Partilho os seus desejos quanto à evolução da população, mas...
São desejos muito teóricos. Para piorar é fácil porque a tendência é para descer e não para subir, como a água dos rios.
Li há poucos dias que da sociedade só se pode contar com 5% para a melhorar, para projectos com interesse inovador. E há outros 5% que não servem para nada e algo que façam é altamente negativo. Os restantes são como diz «Maria vai com as outras», deixam-se levar por um líder, dos 5% válidos, como as ovelhas vão com o pastor tanto para a pastagem como para o matadouro.

Há poucos dias em comentário referi- esta ideia a propósito das eleições.
A democracia só pode ter significado e bom resultado em sociedades válidas, evoluídas, educadas cultas e com capacidade de gerir os seus problemas e os dos outros.

Cu8mprimenttos
João