Transcrição de artigo seguida de NOTA:
Coelhinho suicida
Correio da Manhã 30-11-2012. 1h00. Por: Leonardo Ralha, Editor de Cultura & Online
Os portugueses mais sádicos ou com um sentido de humor retorcido sabem do que trata ‘O Livro dos Coelhinhos Suicidas’. Para os outros, eis a sucinta descrição: é uma colectânea de cartoons nos quais coelhos adoráveis põem em marcha os planos mais requintados para atentarem contra a própria vida.
Alguns desenhos do britânico Andy Riley, capazes de traumatizar qualquer criança que receba este presente de um familiar distraído, envolvem mortes por esmagamento, electrocussão ou empalamento. Mas nenhum chega aos pés daquele em que o coelho se prepara para lançar um bumerangue ao qual atou uma granada.
Dir-se-ia que o cartoonista adivinhou, muitos anos antes, que existiria um primeiro-ministro, cujo último nome faz lembrar as suas personagens, imbuído de uma pulsão para o suicídio colectivo da economia portuguesa, arrastada para uma espiral de desemprego e falências à medida que os consumidores vêem desaparecer o seu rendimento, numa teia fiscal que o próprio Passos Coelho admitiu ser insuportável na entrevista que deu à TVI.
O coelhinho suicida está a lançar o bumerangue com a granada atada. Pena é que estejamos todos atrás dele.
NOTA: É pena que a miopia e a tacanhez teimosa e obsessiva não permitam olhar para as despesas que são injustificáveis e que não afectam directamente a segurança social: regalias exageradas de políticos e gestores públicos, carros de alto preço dificilmente justificáveis em época de crise, apoios financeiros a fundações e outros tipos de empresas privadas, manutenção da quantidade de assessores e outros tipos de parasitismo como os «observatórios» sem finalidades realmente úteis, associação de ex-deputados, etc., etc.
Espera-se que os grandes problemas dos portugueses sejam encarados com objectividade e sensatez a fim de serem encontradas as soluções mais correctas e socialmente mais justas, equitativas e proporcionais, a fim de se tornarem suportáveis os sacrifícios ocasionados por má política dos últimos anos e agravados nos últimos 18 meses.
Imagem do CM
Lápis L-Azuli
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