Seguro não inventou a pólvora quando disse que há muita gente pendurada no Estado e promete dar luta aos lóbis, mas fez muito bem em dizer uma coisa que, embora seja do conhecimento comum, não só tem sido ocultada pelo Governo como, para mais, tem sido agravada mesmo em plena crise e cruel austeridade.
Circulam por e-mail muitas listas que mexem com os fígados dos mais pacatos. Veja-se, por exemplo o post Gabinete do PM e outros posts em que são referidas fundações, observatórios, empresas estatais ou autárquicas, instituições e comissões de duvidosa utilidade ou eficácia, assessores, especialistas, consultores, etc, etc.
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quinta-feira, 31 de janeiro de 2013
HÁ MUITA GENTE PENDURADA NO ESTADO
Posted by A. João Soares at 11:27
Labels: austeridade, crise, despesas, sentido de Estado, sentido de responsabilidade
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8 comentários:
Caro João Soares
Há sinceridade nisso?
Caro Vouga,
Esta sua pergunta pode ser respondida por várias ópticas.
Quanto à frase do título, não tenho dúvidas pois talvez mais de metade da população, por meio de subsídios dados sem critério bem definido e verificado, beneficia do dinheiro dos nossos impostos, abusivamente, sem racionalidade.
Quanto à promessa de dar luta aos lóbis, constitui uma «promessa» semelhante às que são feitas pelo líder da oposição (PPC fez muitas) a procurar envenenar o cérebro dos eleitores para depois lhe darem o voto.
A primeira parte nada tem de novo e é uma verdade de Monsieur de La Palisse, mas a segunda fica aqui registada para mais tarde recordar, tal como agora se recordam as promessas do actual PM. É preciso colocar os políticos perante a sua propaganda falaciosa e exigir-lhes seriedade, verdade, responsabilidade. E, quando eventualmente cumprem, é preciso reconhecer-lhes tais virtudes.
Abraço
João
Caro João Soares
Essa do "eventualmente" vem muito a propósito...
Mas quando cumprem, não deveria ser a excepção mas a regra. Mesmo assim, não teremos de pasmar e não haverá nada a agradecer, porque é a sua mais elementar obrigação.
Um abraço
Caro AJS,
Os governos, ao longo destas décadas de democracia, foram estragando a administração pública, a pouco e pouco, cedendo aqui e ali, reduzindo o grau de exigência e cunhando muita gente, sobre várias vertentes. Não é a quantidade que interessa mas sim a qualidade. Antes era honroso ser funcionário público ou membro das Forças Armadas ou de Segurança. Hoje é um estigma...
A propósito o Primeiro Ministro divulgou uma nota a dizer que o seu gabinete gastou, apenas, "menos 1,5 milhões de euros do que o gabinete do seu antecessor".
Certamente que é necessário mais. Mas acontecerá em todos os sectores, esperando que de forma racional e equitativa, sobre tudo, justa e de forma a racionalizar e, ainda, a melhorar os serviços, sejam eles quais forem.
Por mais que doa, a alguns, é imprescindível que todos os intervenientes na acção pública nacional o entendam, a bem do país.
Será uma reforma muito difícil de fazer como provam os documentos anteriores de outros governos, em que esse tema era mencionado - entre outros que agora tomam forma via "Troika" - que têm sucessivamente adiado a mesma com o medo das eleições e afundando cada vez mais o nosso país em incompetência e dívida externa.
Logo veremos...
Um abraço
Caro Mário Relvas
Quanto à sua frase «Não é a quantidade que interessa mas sim a qualidade», não concordo. Interessam as duas facetas. A qualidade é essencial e os «serventes» dos altos cargos da administração público devem ser bem escolhidos com base nas suas qualidades para o desempenho das respectivas tarefas. Mas a quantidade deve ser reduzida ao indispensável por que ela cria mais despesa, gera reacções, embora possam ser discretas, na população que paga para tal esbanjamento e cria confusão e ineficácia nos serviços respectivos. A quantidade é inimiga da qualidade e gera irresponsabilidade por indefinição das atribuições.
E reformar não se resume a reduzir a quantidade de pessoas mas em reorganizar a estrutura, começando pelos sectores necessários, dividir as tarefas inerentes por três ou quatro grupos e descer pela pirâmide, em cada um deles, usando sempre de racionalidade. e depois em cada um ver quantas pessoas são necessárias e definir as tarefas ou missões de cada um.
Feita esta reestruturação conclui-se sempre que há «chafaricas desnecessárias, a encerrar.
Nisso tudo deve haver a preocupação de reduzir ao mínimo a burocracia, porque esta constitui uma ferrugem que emperra o sistema, obriga a mais despesa e origina o tráfico de influências e a corrupção.
Abraço
João
Caro Fernando Vouga,
Gosto de ver um leitor atento às vírgulas e ao que jaz entre elas!!!
Num ambiente de Medo como o classifica o filósofo José Gil , é preciso ter muito cuidado em respeitar as eventuais excepções!!!
Abraço
João
Caro AJS,
Efectivamente foi isso que eu quis dizer; a qualidade é que importa e não a quantidade. Até acrescentei que a quantidade vem de excessos de cunhas e necessidade de baixar os números do desemprego ao longo dos tempos. Por isso o trabalho era empurrado de uns para outros e os gastos excessivos.
Sim, há muitas chafaricas. Merece a tal de "reforma do Estado" ou "refundação do Estado". O que não signifiqa que isso tenha a ver, directamente, com os cortes já efectuados.
Interessa redefinir o que se entende por Estado e quais os serviços e meios a ter em conta para tal. Com exigência profissional e isenção político-partidária!
Um abraço
Caro Mário Relvas,
Como muito bem diz, a reorganização da máquina do Estado deve ser feita por técnicos experientes em organização, independentes de partidos, isentos. A politização será no futuro quando os partidos nos governos fizerem a escolha das caveiras que dependuram no organigrama A Atribuição das tarefas às divisões e subdivisões deve ser lógica e funcional, tendo em vista a maior eficácia, simplicidade, economia em custos, inclusive «mão de obra», o que corresponde a menor burocracia. E não pode usar-se uma filosofia agora e outra logo uma aqui e outra ali. Tem que haver convergência de objectivos e coordenação e convergência de esforços.
Abraço
João
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