quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Novo sorvedouro público

Transcrição de artigo seguida de NOTA:

Novo banco público
Correio da Manhã. 03-01-2013. 1h00. Por: Armando Esteves Pereira, Director-Adjunto

Não deixa de ser um paradoxo dos dias que correm em que o Estado vende as joias para abater défice e dívida, que seja o dinheiro dos contribuintes a salvar os bancos privados.


E o ano começou com mais uma instituição em mãos públicas, o Banif, que recebe uma injecção de 1,1 mil milhões, dos quais 700 milhões em compra de acções. O Banif tem, como quase toda a banca portuguesa, um problema: escassez de capitais próprios. Se tudo correr bem, a salvação do banco com raízes no Funchal é um bom negócio para todos: contribuintes, accionistas e clientes. Mas depois das tragicomédias do BPN e do BPP, os cidadãos olham para as intervenções do Estado na banca com desconfiança, sem distinguirem o trigo do joio.

NOTA: Recebi um e-mail com a seguinte observação: o Estado vai colocar no BANIF 1 100 000 000,00€ do qual paga (pagamos nós) juros. O tal "banco" tem hoje uma capitalização bolsista de 90 000 000,00€ ou seja, com o dinheiro que lá vamos meter comprávamos mais de 12 "banquinhos" iguais. Com o prémio da bondade do Estado (nossa bondade) ficamos com 49% dos direitos de voto...pagamos o valor de 12 bancos e não mandamos nada. Que "bom" negócio!

E como o Estado «não é bom gestor nem bom pagador» poderá acontecer que o Banif, como todas as empresas públicas, vá à falência e seja mais um sorvedouro dos nossos dinheiros, acentuando a crise e a austeridade. Não é bom tomar decisões em cima dos joelhos sem serem precedidas por estudos rigorosos, de boa racionalidade e sem emoções nem afectos.

Imagem de arquivo

2 comentários:

A. João Soares disse...

A leitura da seguinte notícia tem interesse por conter frases merecedoras de reflexão, independentemente da ideologia que se tenha.

BE pede estudos que justifiquem injecção no Banif

A. João Soares disse...

É aconselhável usar de isenção e de vistas alargadas, sem facciosismos, para ver os prós e os contras nos problemas mais importantes. Por isso se deixa aqui referência a uma visão diferente

O Estado, a supervisão bancária e as operações de recapitalização