Transcrição de artigo seguida de NOTA:
Lazer
Destak. 06 – 02 - 2013 23.06H. Por João César das Neves
Uma coisa que sempre achei incompreensível é que o número de páginas dos jornais e minutos dos telejornais sejam iguais todos os dias. Dado que cada dia é diferente e as novidades verdadeiramente relevantes se acumulam em certas épocas e escasseiam noutras, seria de esperar uma variação contínua da dimensão dos noticiários.
Se os jornalistas fossem criteriosos e tivessem respeito pelo tempo dos seus leitores e ouvintes, deveriam considerar abaixo da sua dignidade profissional veicular informações menores, especulativas ou inúteis, só para encher. Nem sequer seria de excluir que em certas datas faltassem coisas de interesse a reportar, limitando-se o locutor a dizer: «hoje tudo normal».
Claro que isto é impossível. Tirando poucas revistas (sobretudo internacionais, como The Economist), a generalidade da comunicação social presenteia-nos todos os dias com, pelo menos, a dose canónica de notícias. A conclusão inelutável é que o que varia é o interesse.
Pior, todos sabem que boa parte do relatado foi criado pelos próprios jornalistas, comentadores, técnicos de comunicação e lobbies. Hoje a indústria de comunicação social tem cada vez menos de informação e mais de lazer e divertimento.
NOTA: Caro Professor. Este panorama que bem descreve não surpreende, pois a comunicação Social coloca acima da sua função de informar e formar, o interesse, tal como qualquer empresa, do lucro, do vil metal, dado que hoje o dinheiro é a pior droga, o deus adorado por todos em qualquer lugar da Terra e, para a sua obtenção, a maior parte das pessoas não olha a meios.
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