sexta-feira, 22 de março de 2013

Justiça exemplar em países civilizados


De vez em quando chegam notícias do bom funcionamento da JUSTIÇA em países civilizados em que todos os cidadãos, sem excepção, estão sujeitos à sua acção disciplinadora.

Dos casos exemplares que vêm a público, ressalta a gora a notícia de que o ex-Presidente da República Francesa, Nicolas Sarkozy é suspeito de corrupção em investigação a financiamento de partidos, com vários títulos noutros periódicos acusado por abuso de confiança no âmbito do caso Bettencourt ou acareado com mordomo da família Bettencourt.

Têm vindo de outros países notícias de políticos e ex-governantes terem sido condenados. Por exemplo, já aqui foi focado o caso do julgamento ocorrida na Coreia do Sul em Agosto de 1996, em que foram severamente condenados dois antigos Presidentes, apesar de terem sido pilares muito válidos na construção económica do País que tinha sido destruído pela guerra com o vizinho do Norte, e que ouviram sentenças por terem cedido à tentação da corrupção, tendo o General Park Chung Hee sido condenado à morte e Roh Tae-Wu a 22 anos de prisão.

Curiosamente, o nosso povo de brandos costumes, perante a lassidão da Justiça em relação aos políticos, prefere fazer justiça de maneira informal, agora, através de «petições» para impedir Sócrates de ser comentador na TV pública. Ora a administração da RTP é livre de contratar com quem julga de interesse e, por outro lado, todos somos inocentes até sermos condenados por sentença passada em julgado, e Sócrates, apesar das suspeitas sobre si levantadas, não foi condenado.

Que grande diferença entre os exemplos dados pela Coreia do Sul há 17 anos e pela França agora e o que se passa entre nós. Serão os nossos políticos todos angélicos, pois raros têm sido condenados? Quais?

Imagem de arquivo

2 comentários:

Magno disse...

Somos um País em que gostamos de tratar bem os políticos incompetentes e dar lhes todos os privilégios sem olharmos às borradas que eles fizeram no passado.
Para além do mais temos a memoria curta e não temos a justiça que ambicionamos muito por culpa da nossa falta de visão em relação ao futuro dos nossos filhos.
Abraço

A. João Soares disse...

Caro Magno,

Vale a pena ler o livro do filósofo José Gil, «PORTUGAL, HOJE - O Medo de Existir» da editora Relógio d'Agua, 2004. Nele o autor «deu relevo ao que impede a expressão das nossas forças enquanto indivíduos e enquanto colectividade».

Vivemos acomodados, tolerando tudo, mas medrosos, com queixumes, ressentimentos e invejas, vítimas de traumas, terror e medo. O próprio PR, com o seu excesso de prudência que mais parece timidez e hesitação não tem exercido as suas tarefas com brilhantismo.

Como O Magno refere estamos a deixar uma péssima herança aos nossos descendentes que, mesmo que sejam inteligentes e eficientes, só daqui a décadas podem estar ao nível dos melhores países europeus.

E, infelizmente, não há a mínima esperança de os actuais políticos darem a volta a isto fazendo reformas estruturais do Estado. Estas vêm sendo prometidas há 2 anos e ainda não se viu um traço do esboço inicial. Com eles, já não pode haver esperança.

Abraço
João