domingo, 14 de julho de 2013

DÚVIDAS ACERCA DA CRISE


Perante uma situação grave, são aceitáveis as dúvidas, as interrogações e as sugestões, até que a decisão seja tomada, ou a daqueles a quem não caiba a decisão mas que gostam de compreender e de analisar os problemas. Com a devida vénia,vou aqui aproveitar muitos elementos de análise do texto publicado no blogue no Blog O TRIUNFO DOS PORCOS.

Não é fácil entender, à luz da democracia e da Constituição, a salgalhada política em que nos debatemos. É arrepiante a aparente insanidade de uma grande parte dos nossos responsáveis políticos, a começar pelo Presidente. Ou estão demasiado baralhados ou, de tão embrenhadas na contemplação das folhas, as pessoas ficam incapazes de ver a floresta. Prendem-se com pequenos aspectos marginais e deixam escapar a magnitude do problema que afecta PORTUGAL, os seus cerca de 10 milhões de habitantes actuais e as próximas gerações vindouras.

Em primeiro lugar, porque carga de água um governo maioritário necessita de "apoio" da oposição? Têm maioria, têm o poder, devem governar, pois foi para isso que se candidataram e o povo os elegeu. Governem Tomem as medidas que acham correctas e colham as suas consequências, sejam elas boas ou más, mas de preferência boas. Foi para isso que foram eleitos.

Em segundo lugar, porque razão o Presidente, que tem um Executivo apoiado por uma maioria sólida, toma a ousadia de inventar "soluções" que não dependem dele, e que consistem, basicamente, em momento de folclore regional, de dar as mãos, todos juntos, ser amigos e seguir o pastor?

Há que entender que não é assim que funciona a democracia. Por outro lado, tentar amarrar o PS, que tem estado no seu papel de oposição a preparar a alternativa ao governo é entregar de mão beijada a oposição à extrema-esquerda. Na estrutura de partidos, esta manobra espúria traduzir-se-ia, inevitavelmente, na menorização do PS em favor do BE e do PCP. E o que poderia ocorrer em próximas eleições seria algo parecido com a tragédia grega com a esquerda ufana e eufórica a servir de única alternativa ao rancho folclórico agora formado. Não parece nada boa para Portugal esta radicalização.

A estrutura democrática e constitucional, parece ser simples e funcional. O Governo governa, a oposição opõe-se, a Assembleia fiscaliza os actos do Governo e o Presidente intervém apenas quando estes papéis não estiverem a ser desempenhados O jogo democrático necessita de alternativas. A opção possível e sensata, neste momento, em Portugal, é entre PSD, CDS e PS. Os extremistas de esquerda, pelo seu pequeno peso eleitoral, não são alternativa, são partidos de protesto que apenas aceitam o jogo democrático como meio de transporte, devendo com as suas críticas ajudar a limar arestas e a polir o funcionamento da administração pública, valorizando-se, dessa forma, perante os seus eleitores, pela sua capacidade de defender os interesses nacionais, no aspecto de bem estar e qualidade devida dos cidadãos. Se as suas propostas forem perigosas, irrealistas e ingénuas, não dão boas perspectivas acerca do dia em que forem eles a alternativa.

Por isso é compreensível o cuidado de António José Seguro quando se recusava a consensos e a não participar no Governo a não ser em cumprimento da vontade expressa pelo povo. Na verdade, o consenso do PS não é necessário no actual quadro parlamentar, considerando a vitalidade do jogo democrático.

Há que olhar de frente para o quadro, o cenário, em que a maioria deve tratar de governar resolvendo os problemas de curto prazo e legislar estrategicamente para as medidas de longo prazo em que é fundamental a Reforma Estrutural do Estado sobre a qual já inúmeras sugestões na Comunicação Social e na blogosfera, nada havendo a inventar, apenas é preciso analisar e escolher a melhor solução para o PORTUGAL de amanhã. E deixem-se de palavras exóticas que só servem para confundir os cidadãos e adiar o trabalho que se impõe com urgência. Para quem não está habituado em estudar os problemas e encontrar solução pode ser difícil e duro, mas foi para isso que pediram o voto aos portugueses e eles lho deram.
E não percam tempo que ele é o recurso mais precioso pois, aquele que se perde, não se recupera.

O Partido Socialista deve fazer o seu papel e opondo-se, contestando, berrando, mas de forma positiva, construtiva, mostrando o seu valor ao seu eleitorado para constituir-se como alternativa, para que os portugueses não tenham de escolher entre grupos menos credíveis.

O Presidente Cavaco, em vez de travar de bloquear e ameaçar deve inserir-se nas regras da Democracia e, quando necessário, estimular o Governo para soluções simples e eficientes com vista à boa qualidade de vida das pessoas e ao eficaz desempenho da Administração Pública. Se vir que o Governo não funciona, então tem a competência de dissolver a AR e convocar eleições antecipadas. Mas não ameace com esta arma.

BE e PCP, devem continuar a sua actividade de crítica e de propostas mesmo que radicais e irreais. Talvez um dia algumas delas sejam aplicadas depois de os ânimos serenarem e as condições se tornarem mais propícias às utopias de agora.

imagem de arquivo

5 comentários:

Fernando Vouga disse...

Caro João Soares

A montanha pariu um rato.

Anónimo disse...

Caríssimos,

Não sei se isto lá vai, mas aqui deixo o que verdadeiramente penso por alto acerca dos senhores políticos de todos os quadrantes. A Pátria afunda-se. Ora aqui vão algumas medidas:


1º - Deviam-se proibir toda a classe política a exercer qualquer cargo, sempre que viessem das JOTAS, LOBBYES, BOYS, ARRANJINHOS DE AMIGOS, etc.

2º - Todos os futuros políticos, deveriam tirar um curso de admissão "intensivo", a político, por cerca de 2 anos, com lições teóricas e fundamentalmente práticas, para conseguirem maior performance quando estivessem a exercer cargos de governação. 3º - Obrigatoriedade de um estágio minímo de 1 ano, entre os deputado na a assembleia da república( teórico), e trabalhos de 4 horas diárias como voluntário junto das instituições várias de solidariedade social, para saberem da real situação do país ( prático ).

3º- 1 ano de serviço militar obrigatório! Só assim teríamos bons políticos!!...

Com os melhores cumprimentos
Mário

A. João Soares disse...

Caro Vouga,

Nem isso!!! A montanha não ariu, está com problemas de final de gravidez e corre sério perigo de vida. E as árvores da montanha, inconscientes do perigo e, por isso, indiferentes ao destino, continuam apáticas e algumas continuam a ouvir concertos de música moderna com acesso de alto preço... Parece que estão a utilizar o sedativo que lhes suaviza a morte.

Abraço
João

A. João Soares disse...

Caro Silva,

As quatro medidas que apontas são uma utopia que, como tal, merece atenção com uma leve esperança que dela nos aproximemos com o decorrer dos tempos.

Mas conta lá quem esperas que tome estas decisões de impor este currículo para os futuros governantes???

Seria necessária uma revolução «irrevogável» que tornasse este jardim num paraíso de pessoas generosas, solidárias, patrióticas, dedicadas aos outros. A política passaria a ser, não um modo de enriquecimento e de vaidade fácil, mas uma missão de sacrifício pelo País.

Abraço
João

Anónimo disse...

Na verdade o que escrevi nao faz sentido porque ninguém quereria ser político.

Silva