Durante longa parte da minha já longa vida estive em contacto directo com a Natureza e aprendi a compreendê-la e a respeitar as suas regras. Tenho como lição de vida, que muitas vezes cito nos meus blogues, o comportamento das águas fluviais. Elas mostram a importância de ter um objectivo, uma missão, uma finalidade, bem clara, definida e sem dar aso a más interpretações.
A água escolhe sempre o caminho de maior declive. Esta regra, leva-a a não se bater teimosamente pela linha recta, contra um obstáculo e, em vez disso, contorna-o.
Se isso não for possível, espera para ganhar força e, depois de ter o reforço de mais água que veio em seu apoio, ou derruba o obstáculo ou lhe passa por cima. E, por vezes, nenhuma dessas duas soluções é possível e, então, é a morte, o pântano, por vezes de odor pestilento, putrefacto.
É pena o homem que se auto-intitula de racional, não actue com racionalidade e não consiga interrogar-se a cada momento se está no bom caminho para atingir o objectivo fixado. Sem isso perdem-se recursos, de que o tempo é o mais importante por ser irrecuperável, e os resultados são fracos, inferiores ao desejável e possível.
Devemos seguir as boas lições da Natureza a cada momento na vida privada, familiar, profissional e, principalmente, na política porque nesta estão em causa interesses e recursos nacionais, de todos os cidadãos.
Atenção, senhores políticos sigam as lições da Natureza...
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Boas-Festas
Há 2 horas
5 comentários:
Pois, isso é a racionalidade, mas há quem, por desonestidade nata e premeditada, queira criar o pântano para pôr aqueles a quem quer atingir a nadar nele e depois se apresentar como salvador com bóias e barcos para os conduzir através dos seus planos maquiavélicos até à obtenção dos seus desejos e concretização dos seus propósitos.
O rebanho, ignorando a fábula da realidade do post, segue o salvador, elogia-o e deixa-se arrastar, entregando-lhe todos os seus bem, a sua felicidade e até a própria vida, com gratidão.
Caro Mentiroso,
Obrigado por esta explicação da actual vida real. É lamentável uma tal «desonestidade nata e premeditada» a explorar a ignorância do rebanho com objectivos não confessados.
Além do ensino pouco prático e eficiente para preparar as pessoas para a realidade, existe uma deficiente comunicação oficial que não esclarece o povo, talvez intencionalmente. E pouco ou nada existe para suprir essa carência de informação. Isto contribui para uma escassa elite e de esclarecidos em face de uma estrondosa maioria de ignorantes, o que facilita a exploração dos senhores feudais da alta finança em conluio com o Governo.
Abraço e boa semana
João
Ai, ai, o que diz muito acertado de que «existe uma deficiente comunicação oficial que não esclarece o povo, talvez intencionalmente», é mesmo intencional. Mesmo nas democracias mais deficientes os governantes falam ao povo, explicam o que se passa e apresentam as soluções. Nas maiores, os partidos apresentam as suas ideias, prós e contras a seu ver, antes dos referendos, para esclarecerem o povo e obterem a sua aprovação. Em todos os países da Europa e até nos EUA, no mínimo esclarecem. Cá – inacreditável –, há os comentadores políticos militantes a vender banha da cobra, e quando os algozes ladram é para mentir, como «os sacrifícios são para todos», «este ano será muito mau, mas para o ano haverá recuperação», «Vamos no bom caminho», «o PIB subiu» mas os lucros são exportados para os investidores estrangeiros; para dar más notícias, como «um enorme aumento de impostos», ou para dizer que governa à margem da lei, como «o TC impede de governar;» ou outras no estilo.
Já não se lembra de que todos chamavam arrogante e déspota ao Sócrates? Como o povo se cala e quem cala consente, cada vez é pior.
A constituição foi concebida para que isso fosse possível. As possíveis intervenções do povo são reduzidas à expressão de opinião e mesmo as maiores petições podem ser descartadas para o lixo, como já assistimos. É pior do que uma má ditadura, mil vezes pior do que a oligarquia espartana. Depois há a estreita colaboração dos pasteurizadores das notícias e os seus filtros como para o spam no e-mail. A maioria dos «senhores feudais da finança» são ou foram militantes que adquiriram os seus postos por corrupção, e por isso, seja de que partido forem, defendem sempre o sistema. A desinformação está também nas suas mãos.
Não é uma «explicação», mas para recordar o que bem conhece. Aliás, a maioria bem reconhece, mas o mais que fazem é greves, choradeiras, desabafos, cantarolas, ou simplesmente encolher os ombros. Nem tudo é sempre escondido. O Coelho, por exemplo, explicou bem as suas ideias antes das eleições. Durante muito tempo, os seus percursores apregoaram alto o que pensavam, como o Cagão Feliz e a Manela Leiteira (não, são reles e mão merecem consideração nem respeito – só desprezo e escarros no focinho) exprimiram-se claramente no mesmo sentido. A Manela até queria suspender a democracia, como se isso existisse (que risota). Foi uma expressão infeliz por errada, porque o que ela pensava realmente era em suspender a constituição. Agora, atacam o Coelho de vez em quanto, mas é tudo teatro declamado. Estão a fazer dele o bode expiatório para salvar o partido. O diabo que os compre, que só enganam tolos.
Caro Mentiroso,
Admiro a sua qualidade de informação e a forma convicta como nos ajuda a ver as realidades que o povo em geral desconhece. Portugal precisa de quem convença o povo de que tem que aprender a pensar pela sua própria cabeça e a decidir como achar melhor e não como lhes é imposto por uns vendedores de porta a porta.
Abraço
João
Como disse, «Não é uma «explicação», mas para recordar o que bem conhece». Nada de novo.
Quanto à sua última frase, muitos erros serão de esperar, mas é com eles que se aprende, tal como aconteceu noutros países.
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