Embora não tendo especial consideração pelos políticos, em geral, exceptuando eventuais excepções, aprecio atitudes interessantes, independentemente das pessoas a que se referem. Neste momento admiro a forma, muito correcta como Menezes reagiu ao que sobre ele foi dito por Rui Rio.
Rui Rio demarcou-se da decisão do PSD em apoiar Luís Filipe Menezes à Câmara do Porto, dizendo que, se ganhar a Câmara, Menezes vai destruir tudo o que foi feito.
Afirmou que seria «hipócrita», se apoiasse Menezes, e «oportunista», se ficasse calado só para não afrontar o PSD. «Tenho a obrigação ética de me demarcar muito claramente daquilo que sei que vai destruir tudo o que foi feito [no Porto]. É lamentável que durante 12 anos o PSD tenha dito à população para votar num projecto como o meu e a meio do meu mandato venha dizer 'votem no seu contrário'. Isto descredibiliza os partidos».
Provavelmente, Rio poderá considerar-se com razão para assim falar, mas Menezes foi brilhante, dissociou-se da podridão dos hábitos políticos referida por Rui Machete e mostrou coerência com a sensatez e as palavras do Papa Francisco, ao reagir ao seu camarada de partido.
Luís Menezes afirmou não lhe ter "ódio", mas "respeito", e garantiu que tudo fará "para que termine o mandato com dignidade".
E disse: "Eu, na política, nunca me movimentei pelo ódio pessoal. O ódio cega-nos, torna-nos insensatos, faz-nos mentir, torna-nos por vezes até ridículos. Eu, em relação ao senhor presidente da Câmara do Porto e em relação a qualquer outro político português, não tenho ódio, tenho respeito".
Esta serenidade e auto-controlo arrefece qualquer tipo de hostilidade. É um apelo à paz e à recusa de conflitos, uma lição para as relações entre partidos, entre rivais em campanhas e entre Estados no âmbito internacional.
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Boas-Festas
Há 2 horas
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