Deparei, há pouco, com a notícia com o título aumento do consumo ajudou Espanha a deixar a recessão
Veio reforçar o texto publicado em 12 de Junho de 201, a propósito do então ministro das Finanças Gaspar confessar a sua incapacidade de prever a derrapagem do défice orçamental, dizendo que o comportamento das receitas fiscais "não era positivo" e que os valores estavam abaixo do esperado".
Mas antes dessa data, já tinham surgido em público opiniões de que a austeridade, da forma como foi conduzida, resultaria na quebra do poder de compra dos cidadãos, de onde adviria menos consumo, menor negócio da economia, falências, despedimentos, e, portanto, menos impostos a pagar ao fisco. Essa previsão estava correcta como Gaspar reconhecia tardiamente. Foi pena ele não a ter levado em consideração. Ficava-se na dúvida do que viria a seguir. Mas agora vemos o que aconteceu.
Qual o papel do Governo para evitar a derrapagem do défice orçamental? Qual o papel do ministro das Finanças? Porque não foram tomadas medidas mais adequadas à situação real?
Não houve perspicácia nem coragem para corrigir a austeridade. Mas, entretanto a Espanha adoptou remédio diferente para combater a crise, como se vê em notícias dessa data: Orçamento espanhol vai cortar 15% nas despesas dos ministérios;e também Governo espanhol prevê fecho de 450 empresas públicas
Agora a Espanha colhe os benefícios de, em relação a Portugal, ter preservado o poder de compra dos seus cidadãos e de, desta forma, aumentar o consumo com os benefícios daí resultantes.
Imagem de arquivo
quinta-feira, 28 de novembro de 2013
CONSUMO, RECESSÃO, DÉFICE
Posted by A. João Soares at 21:46
Labels: austeridade, consumo, desemprego, falências, poder de compra, recessão. défice
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4 comentários:
Caro João Soares
Com o devido respeito, não consigo entender como é que, gastando mais, se fica mais rico.
Caro Fernando Vouga,
O problema não é bem esse. Quanto mais os cidadãos gastam, isto é, consomem, mais movimento e lucro dão ao comércio, mais emprego garantem e mais impostos entram nos cofres do Estado (IVA, IRC, IRS, etc). Isto foi o que aconteceu na Espanha, enquanto nós fomos para o lado contrário: cortes de subsídio de férias, e de Natal. aumento do IVA, etc, o que levou as pessoas a comprar menos alimentação, menos medicamentos, menos vestuário, etc. e veio a recessão a agravar-se continuamente. E os nossos multimilionários aumentaram em quantidade e em volume das riquezas pessoais.
O dinheiro multiplica-se quando circula.
Abraço
João
Caro João Soares
Deve ser a minha cabeça que não consegue entender essas subtilezas. Para mim, quer no plano individual como no colectivo, só se pode enriquecer (sem roubar), consumindo menos do que se produz. A menos que a lógica seja mesmo uma batata.
Penso mesmo que essas "engenharias financeiras" são as grandes culpadas por esta crise generalizada.
Quanto aos ricos, sempre os houve e, na sua quase totalidade, chegaram lá à custa da trafulhice e do crime. Mas isso é outra história.
Caro Fernando Vouga,
A sua óptica está correcta, embora o ponto de vista seja diferente do que tomei. Parece que há aqui uma confusão entre investimento produtivo e despesas inúteis. Por exemplo, fazer auto-estradas paralelas sem serem necessárias, só para fazer vista, ou pontes próximas, ou monumentos em cada rotunda, ou festas de ocasião como as do Natal, são esbanjamento de recursos... isso são despesas que contrariam o necessário espírito de poupança. Poupar para amontoar toneladas de ouro nas caves do BdP também é poupança errada. Mas orientar os recursos para algo de útil, indispensável e que vai aumentar a produção, substituir importações e melhorar a exportação, isso enriquece o País.
Uma poupança inteligente é a que fez a Espanha e de que agora colhe os resultados, como se refere no post.
Sugiro uma visita ao Blogue http://jose-pires-um-ser-livre.blogspot.pt/
Abraço
João
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