Passos para a eliminação da violência
(Publicado no semanário O DIABO em 15-05-18)
Na última Páscoa fui presenteado com motivos de felicidade. Não posso dizer que foi um prémio, mas foi um estímulo para perseverar na utopia que teimei em expor em 8 artigos entre 01Nov20116 e 06Fev2018, de que irei escrevendo os títulos sublinhados. Comecei por afirmar que a paz é o bem maior e cheguei ao ponto de sentir que há perspectivas de a violência diminuir. De repente, chegaram notícias que me provam não estar errado, como a de que a China considera que o diálogo facilita a convergência e, para isso, «comprometeu-se com o Vietname a manter a paz no mar do Sul da China». E também defende que deve haver negociação em vez de guerra e, para isso, «propõe cedências à Coreia do Norte e ao EUA para amortecer a crise».
Também a Coreia do Norte se mostra consciente de que bom entendimento gera harmonia e paz e, nessa ordem de ideias, «Kim Jong-un deu passos decisivos para estabelecer a paz com o vizinho do Sul. E, por seu lado, a Coreia do Sul, aceitando que a paz é um bem apreciável, «propõe a contenção nos jogos de guerra anuais dos EUA e da Coreia do Sul», para terminar com provocações, ameaças de violência, e troca de ofensas pessoais entre Trump e Kim Jong-un e os riscos que daí poderiam advir.
Foi importante para as duas Coreias a realização dos Jogos Olímpicos de Inverno na Coreia do Sul, que proporcionaram a participação do Norte e criaram um ambiente de apaziguamento entre as duas. No dia 27 de abril, houve o encontro histórico entre o líderes norte-coreano, Kim Jong-un, e sul-coreano, Moon Jae-in o primeiro em 11 anos, em que foi declarada a desnuclearização da península coreana.
Está previsto para breve o encontro entre o Presidente dos EUA e da Coreia do Norte. Este momento histórico será um grande passo em frente dadas as decisões já tomadas por este Estado.
E do Médio Oriente, onde a guerra tem sido persistente, veio a notícia de que a Síria, por acordo entre o Governo e uma fação islamita, tornou possível que «Mais de mil pessoas abandonassem Ghouta oriental nas últimas horas» poupando-as aos efeitos das operações seguintes. Foi um sinal de que a Síria consciente de que a violência gera mais violência, ódios e vinganças, procurou dar segurança a pessoas inocentes e criar condições mais adequadas a uma vida mais segura e salutar.
Estas referências a notícias recentes, não significam que são efeito dos meus artigos. Longe disso. Poucas pessoas os lerão e, quanto a políticos, não querem perder tempo que precisam para preparar a propaganda para as eleições seguintes. Mas a minha utopia pretende apenas contribuir para os cidadãos normais se convencerem de que a guerra e a violência devem ser evitadas, e a Humanidade (eu e os meus leitores) deve reagir a tais tentações mefistofélicas.
Um exemplo maravilhoso e encorajador veio há dias da América em que jovens estudantes reagiram, de forma muito ordeira, visível e convincente, contra a violência brutal sofrida nas escolas e vinda de pessoas mal-formadas portadoras de armas que usam de forma irracional. Dessas manifestações surgiu a iniciativa para a alteração da legislação de uso e porte de armas e já há notícias de que casas fornecedoras de tais meios de violência iam fechar por baixa do negócio. Será desejável que os detentores de cargos com funções ligadas à segurança dos cidadãos assumam a sua responsabilidade de acabar com tudo o que constitua perigo para as pessoas pacatas e sossegadas.
Gostava de ver mais «lunáticos» a defender esta ideia e a difundi-la à semelhança dos jovens estudantes americanos e do próprio Papa Francisco.
António João Soares
8 de Maio de 2018
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