(Public em O DIABO nº 2287 de 30-10-2020, pág 16. Por António João Soares)
Quem desempenha funções em que tem de tomar decisões importantes, além dos cuidados em decidir com sensatez, ponderação e com vista ao objectivo pretendido, tem antes disso a responsabilidade da escolha dos objectivos prioritários, os mais fundamentais e essenciais, a fim de não desbaratar energias e meios que depois fazem falta.
Individualmente, não se deve gastar mais do que a importância que está disponível para não se ficar sem reservas, e apenas se deve comprar aquilo que faz falta e é necessário, evitando acumulação de ninharias e coisas repetidas. A vaidade e a ambição de dar nas vistas geram situações de carências em sectores fundamentais. Isso ocorre em momentos de abundância de meios ou por se receber herança ou prémio de qualquer lotaria ou outra origem.
Neste momento, o nosso País está a preparar-se para aplicar fundos disponibilizados pela União Europeia e ouvem-se ou lêem-se ideias de utilização por vezes pouco sensatas. O essencial devem ser os interesses das pessoas que vivem com dificuldades e sem maneira de as resolver. Por exemplo, na área da saúde, tem sido referida a carência de instalações hospitalares e respectivos equipamentos e especialistas, com capacidade para fazer face ao apoio eficaz em casos especiais. A protecção civil não se tem mostrado com eficácia para garantir convenientemente a prevenção dos incêndios florestais, com a organização aconselhável das áreas mais propensas a essas tragédias.
O emprego pode ser melhorado com apoio a empresas de menor dimensão que produzem bens apropriados para exportação, de onde resulta apoio financeiro para reduzir dívida pública. A exportação também pode ser acrescida permitindo a instalação de empresas estrangeiras que, à semelhança da AutoEuropa, dão emprego a trabalhadores especializados nacionais e enriquecem o País aumentando a especialização da nossa mão-de-obra com elevada preparação.
Um investimento muito rentável e significativo, em termos de soberania e de independência, é a reforma da ferrovia em termos de mudança para a bitola europeia, como muito claramente vem explicando, na página 4 de vários números deste Semanário, o grande patriota Henrique Neto. As vantagens são muito variadas e numerosas, começando por embaratecer os preços finais dos produtos importados e exportados entre o País e os seus clientes e fornecedores da Europa, pela poupança de tempo de viagem e da complexidade desta, com a actual interferência espanhola, altamente e que não permite o método, em preparação, de o transporte poder ser feito no sistema porta-a porta em que os camiões fazem a viagem sobre carruagens ferroviárias e, depois de serem apeados destas, poderem dirigir-se para a empresa de destino sem ser preciso carregar e descarregar. O mesmo pode ser feito no regresso, carregando na origem e vindo descarregar no destino. Esta alteração, libertando-nos dos custos a pagar à Espanha, tem um significado que faz lembrar a vitória na batalha de Aljubarrota
O investimento na Educação também é fundamental, porque, como disse António Costa, em entrevista à TVI, “o maior défice estrutural do país ao longo de décadas, ou mesmo de séculos, é o défice do conhecimento e qualificação dos recursos humanos. É esse o défice que temos de vencer”. Mas, para isso, deve ser transmitido aos alunos saber científico e não ideologias de “falsos sábios” não confirmadas cientificamente, como vem sendo o estilo de grupos terroristas que afectam o Médio Oriente e a África e pretendem arrasar o Ocidente.
Outro objectivo é o funcionamento da Justiça, principalmente no combate à corrupção e outros delitos em que tem vindo a público a excepção de indivíduos impunes, principalmente em negócios com o Estado e com grandes empresas, por contrato directo sem concurso público. ■
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