O DINHEIRO É A DROGA
MAIS TERRÍVEL
(Public em DIABO nº 2369
de 27-05-2022, pág 16, por António João Soares)
Quem é conduzido pela
ambição, pela ansiedade de acumular milhões, é um drogado e de tal gravidade
que nem beneficia do alerta da overdose para parar e decidir sair do vício. Age
sem sensatez nem racionalidade completa como uma máquina de todo o terreno que
não escolhe o caminho, não repara nos efeitos dos seus passos nem respeita as
pessoas em quem carrega, aqueles que ficam lesados pelos constrangimentos dos
seus exageros e desrespeitos.
Tais viciados usam uma
estratégia que é demasiado esguia e ignora toda a variedade de consequências
sociais das suas acções, as quais apenas apreciam os resultados de acumulação
dos interesses financeiros, seus e dos seus cúmplices. Esta irracionalidade e
irresponsabilidade, infelizmente, está mais generalizada do que à primeira
vista parece e os agentes da Justiça parecem distraídos ou benevolentes
para quem foi tornado importante, pelo dinheiro que juntou.
A Humanidade tem
avançado, a seu prazer sem olhar para a Natureza que lhe serve de palco e que
deve ser respeitada e conservada para nos dar abrigo com qualidade de vida para
amanhã e, nos tempos futuros, às novas gerações. De uma forma geral, cada acto
de um ser humano constitui uma agressão à Natureza, por vezes de efeitos
irreparáveis e que se acumulam dando origem a crises, como as alterações
climáticas, as epidemias, as pandemias, etc.
E o bicho homem não
repara nesses inconvenientes para o ambiente em que os seus descendentes terão
de viver enquanto não acabarem por ser extintos. Mas a ambição por novas
condições de vida para os «donos do dinheiro», gera tecnologias, por vezes
altamente danosas para o ambiente natural em que vamos vivendo.
É notória, actualmente a
ameaça natural que legitima a autodefesa da Natureza, das alterações climáticas
e das pandemias que está a dar origem a uma reacção humana de luta contra estas
alterações. Mas os políticos activos nesta luta olham apenas para pormenores,
menos significativos, da poluição da atmosfera local, como os fumos dos escapes
das viaturas e das chaminés de algumas indústrias. Mas ignoram, porque não lhes
salta aos olhos nem à duvidosa inteligência, a incomparavelmente mais perigosa
poluição espacial das radiações electromagnéticas, que ultimamente, têm
recebido uma ampliação catastrófica.
O chamado
desenvolvimento de novas tecnologias tem sido um pavoroso aumento deste tipo de
poluição. É indescritível o aumento de mini-satélites que circundam o nosso
Planeta, ao ponto de já tornarem difícil o trajecto de aeronaves de cientistas
e de astronautas e que produzem tantas radiações electromagnéticas que cada
milímetro quadrado da nossa pele está a ser agredido por muitos triliões de
radiações que são agressivas para a saúde. Cada automóvel actual possui
inúmeros geradores de radiações, para grande variedade de radares: para evitar
colisão frontal ou lateral de qualquer lado, GPS a indicar a distância que está
a próxima curva e muitos outros automatismos. Há portas que se abrem quando
alguém passa, há luzes que se acendem quando alguém se aproxima e se apagam
depois de passar, etc.
Quando um telemóvel
inicia uma chamada não sabe em que direcção se encontra o seu interlocutor e,
por isso, as radiações são emitidas em todas as direcções. Os sensores de
finalidades muito variadas têm aumentado para apoiar o funcionamento de novas e
variadas tecnologias. Mas nas medidas contra poluição e contra as alterações
climáticas não constam com a devida visibilidade estas causas de poluição
atmosférica. Porquê? Porque reduzir a produção de maquinarias, iria retirar
lucros vultosos aos grandes capitalistas mundiais que são vulgarmente chamados
«donos do dinheiro». O mesmo se passa com a redução de fabrico de armas, para
evitar actos de terrorismo e guerras criminosas que matam pelo prazer de o
fazer, sem olhar a inocentes e pobres a quem não podem ser atribuídas culpas de
qualquer mal público.
E assim aumenta o sofrimento dos mais
desprotegidos e abandonados.