sexta-feira, 27 de maio de 2022

O DINHEIRO É A DROGA MAIS TERRÍVEL

(Public em DIABO nº 2369 de 27-05-2022, pág 16, por António João Soares)

Quem é conduzido pela ambição, pela ansiedade de acumular milhões, é um drogado e de tal gravidade que nem beneficia do alerta da overdose para parar e decidir sair do vício. Age sem sensatez nem racionalidade completa como uma máquina de todo o terreno que não escolhe o caminho, não repara nos efeitos dos seus passos nem respeita as pessoas em quem carrega, aqueles que ficam lesados pelos constrangimentos dos seus exageros e desrespeitos.

Tais viciados usam uma estratégia que é demasiado esguia e ignora toda a variedade de consequências sociais das suas acções, as quais apenas apreciam os resultados de acumulação dos interesses financeiros, seus e dos seus cúmplices. Esta irracionalidade e irresponsabilidade, infelizmente, está mais generalizada do que à primeira vista parece e os agentes da Justiça parecem distraídos ou benevolentes para quem foi tornado importante, pelo dinheiro que juntou.

A Humanidade tem avançado, a seu prazer sem olhar para a Natureza que lhe serve de palco e que deve ser respeitada e conservada para nos dar abrigo com qualidade de vida para amanhã e, nos tempos futuros, às novas gerações. De uma forma geral, cada acto de um ser humano constitui uma agressão à Natureza, por vezes de efeitos irreparáveis e que se acumulam dando origem a crises, como as alterações climáticas, as epidemias, as pandemias, etc.

E o bicho homem não repara nesses inconvenientes para o ambiente em que os seus descendentes terão de viver enquanto não acabarem por ser extintos. Mas a ambição por novas condições de vida para os «donos do dinheiro», gera tecnologias, por vezes altamente danosas para o ambiente natural em que vamos vivendo.

É notória, actualmente a ameaça natural que legitima a autodefesa da Natureza, das alterações climáticas e das pandemias que está a dar origem a uma reacção humana de luta contra estas alterações. Mas os políticos activos nesta luta olham apenas para pormenores, menos significativos, da poluição da atmosfera local, como os fumos dos escapes das viaturas e das chaminés de algumas indústrias. Mas ignoram, porque não lhes salta aos olhos nem à duvidosa inteligência, a incomparavelmente mais perigosa poluição espacial das radiações electromagnéticas, que ultimamente, têm recebido uma ampliação catastrófica.

O chamado desenvolvimento de novas tecnologias tem sido um pavoroso aumento deste tipo de poluição. É indescritível o aumento de mini-satélites que circundam o nosso Planeta, ao ponto de já tornarem difícil o trajecto de aeronaves de cientistas e de astronautas e que produzem tantas radiações electromagnéticas que cada milímetro quadrado da nossa pele está a ser agredido por muitos triliões de radiações que são agressivas para a saúde. Cada automóvel actual possui inúmeros geradores de radiações, para grande variedade de radares: para evitar colisão frontal ou lateral de qualquer lado, GPS a indicar a distância que está a próxima curva e muitos outros automatismos. Há portas que se abrem quando alguém passa, há luzes que se acendem quando alguém se aproxima e se apagam depois de passar, etc. 

Quando um telemóvel inicia uma chamada não sabe em que direcção se encontra o seu interlocutor e, por isso, as radiações são emitidas em todas as direcções. Os sensores de finalidades muito variadas têm aumentado para apoiar o funcionamento de novas e variadas tecnologias. Mas nas medidas contra poluição e contra as alterações climáticas não constam com a devida visibilidade estas causas de poluição atmosférica. Porquê? Porque reduzir a produção de maquinarias, iria retirar lucros vultosos aos grandes capitalistas mundiais que são vulgarmente chamados «donos do dinheiro». O mesmo se passa com a redução de fabrico de armas, para evitar actos de terrorismo e guerras criminosas que matam pelo prazer de o fazer, sem olhar a inocentes e pobres a quem não podem ser atribuídas culpas de qualquer mal público.

E assim aumenta o sofrimento dos mais desprotegidos e abandonados.


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