Era suposto que qualquer serviço público, pago pelos impostos dos cidadãos, procurasse defender os interesses das pessoas em geral e, principalmente, das mais carenciadas, para criar melhor qualidade de vida e mais justiça social.
Da notícia ASAE aplica coima máxima de 2,5 milhões a venda com prejuízo parece concluir-se que a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica pouco se importa com os consumidores e com os pequenos comerciantes, não se preocupando em os prejudicar desde que, com isso, beneficie os ricos agentes da distribuição e enriqueça os fundos da instituição e do Estado. O artigo apresenta pormenores com interesse, para conhecermos melhor as malhas que o Poder tece, a todos os níveis.
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segunda-feira, 27 de janeiro de 2014
A ASAE PROTEGE QUEM?
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quarta-feira, 12 de junho de 2013
O REI VAI NU. JOSÉ GOMES FERREIRA
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sábado, 5 de maio de 2012
ASAE e o consumidor
A Comunicação Social informa que a ASAE investigou o caso da promoção do Pingo Doce para verificar algo de ilícito que prejudicasse as empresas suas concorrentes.
Sem dúvida que a ASAE deve actuar dentro dos limites das atribuições que a lei lhe confere mas, provavelmente, a lei não esteja adequada às realidades que afectam os consumidores finais. Pelo que se depreende, ela procura defender os «tubarões» da distribuição e pune quem der bónus aos clientes consumidores mas não quem sacar a estes o máximo.
É vulgar ter-se conhecimento de produtos agrícolas que o consumidor paga por 100 e que o seu produtor se queixa de os ter vendido apenas por cerca de 10 ou 20. Pode não significar que haja alguém que os compre ao produtor por um preço e os vá vender por cinco ou mais vezes mais. Mas, na maior parte dos casos, existe uma cadeia de demasiados intermediários que, sem aumentar mais-valia ao produto, lhe aumentam o preço.
Já ouvi dizer que, em muitos casos, essa cadeia de elos de intermediários nem se dá ao trabalho de transportar, armazenar e voltar a transportar para o elo seguinte, pois é frequente o mesmo camião carregado no produtor vai descarregar na grande superfície ou nos vendedores finais, passando por sucessivas facturações. É apenas uma escrituração que permite o enriquecimento conivente, em prejuízo de quem produz e de quem consome.
E se não fosse a tal escrituração conivente entre elementos da cadeia, por vezes mais ou menos fictícios, um hipermercado podia legalmente fazer descontos muito superiores aos praticados na badalada promoção, atendendo à diferença entre o preço de venda e o da compra ao produtor.
E, por vezes, acima destes lucros parciais dos elos da cadeia de abastecimento, o vendedor final chega aumentar os preços de 70% ou 80% como a imprensa refere. E essa amplitude de lucros verifica-se com o valor dos descontos em época de saldos. Mas a ASAE não está orientada para punir esses saques ao bolso do consumidor mas para atacar a empresa que faz descontos e dá bónus, porque a lei está orientada para proteger os poderosos à custa dos sacrifícios de quem, economicamente, é apenas consumidor de produtos de primeira necessidade.
Os cidadãos normais deviam apoiar e rezar para as outras grandes superfícies imitarem o Pingo Doce. Mas infelizmente as mensagens que aparecem em e-mails vêm de quem age em defesa das grandes empresas e não dos consumidores. Porém, é urgente que estes se consciencializem e aprendam a resistir à tentação de comprar só para aproveitar os bónus, pois devem aprender a gerir eficazmente o seu dinheiro, principalmente quando é pouco, destinando-o prioritariamente a artigos que lhes são efectivamente necessárias.
Não são visíveis intenções de regularizar e moralizar estes circuitos de distribuição, o que poderia passar por estimular a criação de cooperativas de produtores regionais, geridas por produtores eleitos pelos seus pares.
Devem ser criadas condições de legislação para a ASAE actuar em benefício de quem trabalha na produção e de quem consome. Isso não se resolve com a invenção «inteligente» da ministra da Agricultura com a designação de Taxa Alimentar.
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sábado, 30 de maio de 2009
FA para qualquer emergência???
É de lamentar a leviandade de entidades nomeadas politicamente ou com apetência partidária, sugerirem que os militares avancem, tipo bombeiros, para suprir deficiências de outros sectores da vida nacional, como é o caso de fazerem face a avarias dos radares da GNR para vigilância do contrabando costeiro, como se vê no post anterior.
É certo que as Forças Armadas (FA), com a sua disciplina, organização e preparação meticulosa e competente em múltiplas especialidades, têm capacidade para fazer face a múltiplas situações de emergência. Porém, isso deve ser sempre considerado excepcional, provisório e não deve qualquer civil propor essa solução sem antes ouvir quem sabe e tem autoridade e responsabilidade no assunto.
Se no caso da vigilância costeira a GNR não satisfaz completamente, haverá que reorganizar os recursos nacionais com vista a obter a necessária eficiência. Poderá transferir-se a missão e os correspondentes meios mas, para bem de Portugal, não se baralhem as cartas por forma a complicar tudo.
Quando foi criada a ASAE, que veio substituir três instituições incapazes que passavam as culpas entre si, aplaudi (ver anexo, no fim) tal decisão por ser coerente com a lógica e a simplicidade que deve estar presente em toda a organização e definição e atribuição de missão, bem clara a uma entidade exclusivamente responsável.
Agora, no caso da Guarda Costeira parece que se está a caminhar no sentido contrário , com a maior displicência, o que não obterá o apoio das FA, de acordo com a doutrina e os princípios que as regem. E mal será que, por interesses de momento, venha a cair numa confusão de atribuições indefinidas em que todas as partes serão penalizadas na sua imagem. Aqui também deve ser seguido o método Pensar antes de decidir.
ANEXO: Carta enviada aos jornais em 4 de Janeiro de 2006
Autoridade única para a alimentação (ASAE)
Criar uma autoridade única para qualquer actividade é sempre uma medida positiva e de elogiar por evidenciar uma boa intenção de acabar com múltiplas colheres a mexer no mesmo tacho, o que nunca deu bons cozinhados. Mas é indispensável definir de forma clara e precisa as suas tarefas e relacionamento com outras autoridades vizinhas e, ao mesmo tempo, eliminar as três autoridades existentes e que é suposto serem por ela substituídas que por se sobreporem, eram forçosamente ineficientes. É desejável que esta não venha a ser na realidade uma quarta instituição a mexer no mesmo tacho.
Recordo que, há alguns meses, um canal de TV denunciava uma cadeia de talhos de supermercados que raspava a carne com mau aspecto para parecer fresca. Tendo ouvido aquelas três autoridades agora substituídas, cada uma declarou que o caso se inseria nas atribuições das outras duas e nenhuma se assumiu com competência para actuar! Trata-se, infelizmente, de uma situação muito vulgar: Quando um organismo não é eficiente, cria-se outro para o mesmo leque de responsabilidades, mas não se definem, clara e inequivocamente, as suas tarefas e passa a haver dois a perturbarem-se mutuamente. Daqui resultam custos adicionais para o Estado e incómodos diversos para os cidadãos por serem «maçados» pelos dois. No caso da alimentação já eram três! E oxalá não passem agora a ser quatro!
É de esperar que esta medida sirva para arrumar a casa, resultando numa pirâmide de tarefas e de responsabilidades, com poucos degraus, sem burocracia inútil e com muita eficiência. A burocracia é fonte de corrupção, que deve ser combatida e evitada. Por outro lado, seria interessante que daqui saísse um modelo impecável a ser seguido noutros sectores de actividade. Já não é cedo para o Estado começar uma salutar reestruturação com vista a aumentar a produtividade e reduzir os custos de funcionamento, a fim de guindar Portugal ao nível dos países mais desenvolvidos.
A. João Soares
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sábado, 26 de julho de 2008
ASAE precisa ser revista
A Autoridade para a Segurança Alimentar e Económica (ASAE) foi criada para substituir três instituições com finalidades tão semelhantes e mal definidas que, perante qualquer problema, todas se desculpavam da sua inoperância dizendo que ele era da responsabilidade das outras duas. Quando a mais antiga começou a funcionar mal, em vez de ser reformulada ou extinta, foi, no clássico sistema nacional, criada outra, e assim chegou a haver três, cada qual mais ineficaz. Foi, por isso, uma boa decisão extinguir as três e criar apenas uma, a ASAE.
Entretanto esta, que começou a mostrar trabalho útil, cedo adoptou excessos criticados por todos os sectores, principalmente na indústria da restauração. Os abusos e excessos chegaram ao ponto de serem estabelecidos objectivos da actividade, não pelas inspecções a fazer ou os esclarecimentos didácticos a difundir e os melhoramentos a obter, mas no número de processos a levantar, das multas e coimas a cobrar e dos estabelecimentos a encerrar, portanto, pura acção punitiva.
Agora o Jornal de Notícias, traz as palavras de Xavier Malcata, especialista em segurança alimentar e distinguido nos EUA, considerado por unanimidade, vencedor do "International Leadership Award", pela dedicação à segurança alimentar, o qual diz que a ASAE aplica directivas europeias de forma "cega". O júri da associação afirmou que elegeu este português como "um profissional possuidor de raras capacidades de trabalho, e como um detentor de excepcional dedicação". Para o cientista, que receberá formalmente o galardão a 6 de Agosto, nos Estados Unidos, a distinção equivale a "um prémio de carreira".
Segundo as palavras de Xavier Malcata, "A ASAE foi apresentada como sendo duas coisas: acção que fiscaliza e que faz avaliação do risco dos produtos para a saúde. Mas na prática a sua intervenção é essencialmente punitiva".
Na Escola de Biotecnologia, onde faz as suas investigações e lecciona Xavier Malcata preocupa-se com, "Ensinar os produtores a trabalhar melhor: na produção e na conservação, perceber os produtos de forma racional, apurar a qualidade, evitar contaminações." A Escola já estudou, por exemplo, o queijo da Serra, a broa de Avintes, as alheiras de Trás-os-Montes, as bagaceiras de vinho verde branco - símbolos da cultura gastronómica do país. "Somos muitíssimo ricos a este nível. Temos a responsabilidade de preservar o legado que nos foi deixado", sublinha o cientista.
"Infelizmente, a ASAE, com a aplicação cega das directivas europeias, está a destruí-lo, a condená-lo à morte". E sentencia: "Se conseguirem banir os nossos produtos tradicionais será uma hecatombe. Integrar a União Europeia não pode significar - tal como não significa noutros países, como a França - abdicarmos do que nos é característico". A prioridade das actividades da ASAE "está invertida. Antes da fiscalização deveria haver investigação, formação, análises de graus de risco e da população consumidora."
Costuma dizer-se que criticar é fácil, mas Xavier Malcata não fica pela crítica, pois propõe soluções. A primeira passaria por um levantamento dos produtos, investigá-los (os que nunca foram estudados, implicariam dois anos de trabalho) e, finalmente, propor "excepções à lei devidamente consubstanciadas pela via científico-tecnológica". Ou seja, garantindo que "o risco dos produtos é aceitável". Tal proposta só poderia materializar-se com a aplicação de outra sugestão: criação de sinergias efectivas entre quem investiga e quem aplica a lei. "Como esta iniciativa não parte do Estado, a sociedade civil deveria organizar-se", sugere Malcata.
Portanto, internamente, a ASAE deve promover a formação dos seus agentes, a interacção com as universidades e outros estabelecimentos de ensino e investigação cientifica, por forma a agir inteligentemente na redução do grau de risco para a saúde dos consumidores sem, no entanto, destruir os símbolos da cultura gastronómica do país e o legado que nos foi deixado, através do cumprimento cego das directivas europeias através de acção preponderantemente punitiva. A ASAE não pode ser um estado dentro do Estado, mas deve prestar explicações pormenorizadas, aos órgãos de soberania e aos cidadãos, da forma como exerce as tarefas que lhe estão atribuídas.
Aumentar a segurança alimentar e económica, é trabalhar para benefício do povo e não deve ser visar, de forma obcecada, os produtores e os prestadores de serviços, como inimigos e malfeitores. As sugestões de Xavier Malcata devem ser aceites como um bom ponto de partida para a revisão do funcionamento da ASAE.
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segunda-feira, 14 de janeiro de 2008
ASAE com entusiasmo e com falhas
Transcrição seguida de NOTA:
Em casa da ASAE há foras de prazo
Ferreira Fernandes
A ASAE fecha uma mercearia em vésperas de ser centenária. Como uma mercearia, centenária ou não, deve cumprir as leis e como não conheço a mercearia de Faro, calo-me. Aliás, porque estamos num país de baldas, a uma ASAE repressora eu dou o benefício da dúvida. Ver quem deve fazer, fazer, dá-me mais ganas de aplauso do que de crítica. O não fazer, ou fazer mal, da ASAE é que encanita: como quando ela tem fora de prazo os extintores da sua sede.
Aí, saco do meu arsenal de provérbios:
"É mais fácil ver o argueiro no olho do vizinho que a trave no próprio olho." E, de dedo em riste, dirijo-me ao patrão da ASAE:
"Não é sisudo o juiz que tem jeito no que diz e não acerta no que faz." Infelizmente, faço-o pouco convicto. Primeiro, porque António Nunes, que desdenha da colher de pau, não deve aceitar saberes populares. Segundo, porque o episódio dos extintores arrumou-me com as ilusões. Sai outro provérbio:
"Quando o mal é da nação, nem a poder de sabão."
NOTA: E podia acrescentar: «Em casa de ferreiro, espeto de pau.» Este está insinuado no título. Mas, como os agentes da ASAE estão a ter preparação paramilitar altamente sofisticada, ser-lhes-á difícil entrar na sede para a fiscalizar, porque os que a guardam, tendo igual preparação, podem oferecer uma resistência até à morte. E nada salva os fiscais, mesmo que vão embuçados, porque consta dos manuais que a defesa tem sempre vantagens, sendo preciso um efectivo triplo para a vencer. Será por isso um espectáculo digno de boa cobertura televisiva, mais completa do que a da fiscalização do mercado do «relógio». A ASAE foi uma boa solução para a bagunça que caracterizava a economia nacional no tocante a bens de consumo, mas parece ter tomado o freio nos dentes e já entupiu os tribunais com quantidade indigesta de processos. Irá acabar por ficar tudo arquivado! Outro adágio: «É pior a emenda do que o soneto»
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