Moralizar a Humanidade é imperioso
DIABO nº 2213 de 31-05-2019, Por António João Soares, pág 16.
Deparamos repetidamente com actos de violência como, por exemplo, na Indonésia, onde, após saber que nas eleições o seu candidato perdera, uma quantidade de eleitores desencadeou desordens em que morreram seis pessoas e ficaram feridas 200. Infelizmente, acções violentas com resultados trágicos têm ocorrido por todo o mundo a pretexto de pequenos desgostos, como encontros desportivos, outras competições, etc. Estas ocorrências mostram que a Humanidade está enfurecida, por insatisfação descontrolada e por falta de respeito pelos outros. Há quem diga que não é de agora e que já na antiguidade havia violência. Parece uma posição demasiado conformista e submissa à tradição negativa do passado e desadaptada à evolução civilizacional que deve traduzir-se não apenas nas tecnologias mas, também, nos comportamentos das pessoas. O ser humano de hoje tem obrigação de ser mais sociologicamente perfeito do que o de há milhares de anos.
Mas, ao contrário da evolução que se considera lógica, a humanidade está num estado acelerado de degradação que justifica os piores receios de que, num futuro não muito distante, os egoísmos, prepotências e abuso da força a façam entrar em processo de extinção.
A quantidade de acidentes rodoviários e de aviação demonstram falta de cuidado e de respeito pelos passageiros, quer quanto ao estado de funcionamento das máquinas quer quanto aos cuidados na sua utilização. A utilização de telemóveis em andamento obriga as pessoas a desviarem-se para não serem abalroadas por utilizadores destas máquinas que anulam o seu poder de visão e de audição. Estes aparelhos, de pequena dimensão, são autênticas drogas que impedem contactos pessoais e fecham as pessoas em “redomas” que as isolam de tudo que as cerca. Quanto mais se desenvolvem as tecnologias, mais se deteriora a comunicabilidade entre as pessoas.
E, com os maus exemplos que vêm das elites que deviam ser modelos a imitar, a degradação está a sentir-se verticalmente em todas as idades, havendo, nas escolas, casos de desobediência a professores e mesmo de agressões a estes, quer por alunos quer pelos pais destes. Não é por acaso que hoje apenas se fala de direitos e ninguém considera que tem deveres, para consigo próprio, para familiares, para amigos e para todos os seres vivos, sejam humanos, animais ou vegetais.
Para fazer face a esta necessidade de evolução para um grau mais moral, ético e civilizacional, impõe-se que o sistema de educação seja reorganizado por forma a que as pessoas se desenvolvam, desde a infância, no culto do respeito pelos outros e no cumprimento de valores morais que evitem a violência e desenvolvam relações tendentes ao bom entendimento, diálogo, negociação, a fim se passar a viver em boa harmonia, tolerância e paz. Para benefício de todos.
Recordo-me de há muitas dezenas de anos, na minha aldeia, perante uns miúdos que tinham feito traquinice, um homem, talvez cinquentão, disse-lhes “estão a precisar de ir à tropa para aprenderem a ser homens”. Era o tempo do Serviço Militar Obrigatório e da Mocidade Portuguesa, em que se aprendia educação e espírito de equipa para trabalho de colaboração. Hoje não há nada disso e, em sentido oposto, a Comunicação Social apenas mostra exemplos de atitudes negativas e destrutivas de algo de bom que ainda possa haver nos comportamentos.
Se olharmos para imagens que nos chegam da vida de animais da selva, a que o Homem, arrogantemente, chama de irracionais, vemos neles mais sensibilidade, respeito pelos outros, espírito de equipa e de ajuda mútua e afectividade do que nos que se consideram racionais. ■
sexta-feira, 31 de maio de 2019
MORALIZAR A HUMANIDADE É IMPERIOSO
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terça-feira, 28 de abril de 2015
UM NOVO 25 DE ABRIL - SEM ARMAS
Transcrição da
Porto, 25 de Abril de 2015
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domingo, 22 de novembro de 2009
Pistas para salvar Portugal
Muita gene pensante afirma com laivos de pessimismo e de falta de esperança que Portugal só pode salvar-se do pântano actual se forem suspensas as actividades partidárias e formado um governo com as pessoas mais válidas do País e que não tenham sido contaminados pelos vícios e manhas de que enfermam os actuais políticos.
Mas acho que deve haver optimismo que não despreze hipóteses de soluções e estimule a procura da melhor. Já no post Oportunidade para purificar o regime se apontavam alguns indícios prometedores que deverão ser bem aproveitados para bem de Portugal. Felizmente, voltam a aparecer sinais de que os diversos partidos com assento na AR apontam sugestões e propostas para esclarecer os pontos mais controversos e tornar a vida pública mais transparente, geradora de prestígio dos políticos e responsáveis por cargos públicos e criador de um clima de confiança motivador de progresso.
Desde a notícia PSD quer que ministro esclareça compras nas Forças Armadas passando pela que defende que “País tem que ter certeza que não há sacos azuis nas empresas públicas” e a que se interessa pela clarificação de um negócio que afecta a vida dos cidadãos BE quer mais fiscalização a venda de medicamentos pela Internet, todas são coerentes com os valores referidos atrás da verdade, transparência e lealdade em relação aos interesses nacionais.
Perante o clima assim definido, só é preciso o Governo coordenar os esforços e as boas vontades e avançar no caminho da seriedade, honestidade e patriotismo.
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segunda-feira, 16 de novembro de 2009
Oportunidade para purificar o regime
É saudável alimentar um pouco de optimismo mesmo que seja preocupado ou comedido, porque um pouco de esperança em melhorias ajuda a suportar as vicissitudes da vida.
Actualmente, a vida pública tem uma oportunidade que deve ser aproveitada para as convenientes reformas. Há sinais de que os partidos da oposição deixaram de se preocupar com apenas dificultar a vida do Governo, e passaram a assumir um compromisso para com o País, contribuindo para resolver os mais graves problemas que nos vêem dificultando a existência.
Sendo o ensino um sector a merecer o máximo cuidado, por ser o alicerce de qualquer evolução e tendo os professores sido tratados com tanta hostilidade e beligerância, é agradável encontrar nos jornais este título «Bloco Central pode resolver avaliação dos professores». Certamente que os outros partidos ajudarão a limar algumas arestas por forma a serem conseguidos os melhores resultados, para bem de Portugal.
Sendo o sector agrícola de grande importância, quer por tradição, quer por ser factor de emprego, quer pela necessidade de substituir importações, quer pela contribuição para as exportações, é positivo ver a notícia «Paulo Portas apresenta “plano de defesa do sector agrícola”» sugerindo medidas para obter bons resultados numa actividade que tem sido tão desprezada. Oxalá haja um entendimento geral neste campo.
No momento actual é chocante ver que a corrupção e o enriquecimento ilícito atingiram uma escala escandalosa, por pessoas de baixa formação moral terem abusado da imunidade e impunidade que tem sido cobertura para estes crimes, com a conivência do PS que se recusou a aproveitar as iniciativas de João Cravinho para encarar o combate a esta praga. Para encarar este problema de forma eficaz e decisiva, também devemos considerar muito positiva a convergência de vontades já manifestada pelos partidos mais pequenos, como se conclui das notícias «BE vai propor quatro projectos de lei contra a corrupção», «BE propõe à AR figura do "crime de enriquecimento ilícito"» e «Jerónimo: MP precisa de investigar "sem ingerências"».
Estes são sinais de que os partidos parecem dispostos a colocar os interesses nacionais numa prioridade mais alta do que vinha acontecendo. Têm sido acusados de usarem de egoísmo e de ambições pessoais, desprezando o País, mas agora dão mostras de que estão a querer alterar comportamentos. Oxalá que sim que tenham resultados e não desistam.
Os portugueses precisam que os eleitos encarem com dedicação os seus problemas de saúde, segurança, justiça, emprego, redução das despesas públicas (reduzindo o pessoal para o mínimo indispensável), eliminando a burocracia abusiva e bloqueadora que acaba por ocasionar a corrupção e outras formas de defraudar o Estado, etc.
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sábado, 30 de agosto de 2008
Como Portugal seria diferente!
Transcrevo este texto, de autor desconhecido, recebido por e-mail. Imaginem como tudo seria diferente! E, afinal 10% é uma ninharia e não justifica a «histeria» como refere a jornalista do DN no artigo «Estado de histeria».
Imaginem
Imaginem que todos os gestores públicos das setenta e sete empresas do Estado decidiam voluntariamente baixar os seus vencimentos e prémios em dez por cento. Imaginem que decidiam fazer isso independentemente dos resultados. Se os resultados fossem bons as reduções contribuíam para a produtividade. Se fossem maus ajudavam em muito na recuperação.
Imaginem que os gestores públicos optavam por carros dez por cento mais baratos e que reduziam as suas dotações de combustível em dez por cento.
Imaginem que as suas despesas de representação diminuíam dez por cento também. Que retiravam dez por cento ao que debitam regularmente nos cartões de crédito das empresas. Imaginem ainda que os carros pagos pelo Estado para funções do Estado tinham ESTADO escrito na porta. Imaginem que só eram usados em funções do Estado.
Imaginem que dispensavam dez por cento dos assessores e consultores e passavam a utilizar a prata da casa para o serviço público. Imaginem que gastavam dez por cento menos em pacotes de rescisão para quem trabalha e não se quer reformar. Imaginem que os gestores públicos do passado, que são os pensionistas milionários do presente, se inspiravam nisto e aceitavam uma redução de dez por cento nas suas pensões. Em todas as suas pensões. Eles acumulam várias. Não era nada de muito dramático. Ainda ficavam, todos, muito acima dos mil contos por mês.
Imaginem que o faziam, por ética ou por vergonha. Imaginem que o faziam por consciência. Imaginem o efeito que isto teria no défice das contas públicas. Imaginem os postos de trabalho que se mantinham e os que se criavam. Imaginem os lugares a aumentar nas faculdades, nas escolas, nas creches e nos lares. Imaginem este dinheiro a ser usado em tribunais para reduzir dez por cento o tempo de espera por uma sentença. Ou no posto de saúde para esperarmos menos dez por cento do tempo por uma consulta ou por uma operação às cataratas.
Imaginem remédios dez por cento mais baratos. Imaginem dentistas incluídos no serviço nacional de saúde. Imaginem a segurança que os municípios podiam comprar com esses dinheiros. Imaginem uma Polícia dez por cento mais bem paga, dez por cento mais bem equipada e mais motivada. Imaginem as pensões que se podiam actualizar. Imaginem todo esse dinheiro bem gerido. Imaginem IRC, IRS e IVA a descerem dez por cento também e a economia a soltar-se à velocidade de mais dez por cento em fábricas, lojas, ateliers, teatros, cinemas, estúdios, cafés, restaurantes e jardins.
Imaginem que o inédito acto de gestão de Fernando Pinto, da TAP, de baixar dez por cento as remunerações do seu Conselho de Administração nesta altura de crise na TAP, no país e no Mundo é seguido pelas outras setenta e sete empresas públicas em Portugal. Imaginem que a histórica decisão de Fernando Pinto de reduzir em dez por cento os prémios de gestão, independentemente dos resultados serem bons ou maus, é seguida pelas outras empresas públicas.
Imaginem que é seguida por aquelas que distribuem prémios quando dão prejuízo. Imaginem que país podíamos ser se o fizéssemos. Imaginem que país seremos se não o fizermos.
NOTA POSTEROR: segundo informação do blog Grémio da Estrela *, este texto é da autoria de Mário Crespo e foi publicado no Jornal de Notícias
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A. João Soares
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