sábado, 30 de junho de 2007

20 regras de vida de Guerdjef

Mais uma mensagem com ensinamentos para a vida agora da autoria do conhecido pensador russo Guerdjef. Própria para a pausa de um fim de semana.

Tese do pensador russo GUERDJEF, que no início do século passado já falava em autoconhecimento e na importância de saber viver.

Dizia Guerdjef: "Uma boa vida tem como base o sentido do que queremos para nós em cada momento e daquilo que, realmente, vale como principal". Assim dizendo, ele traçou 20 regras de vida que foram colocadas em destaque no Instituto Francês de Ansiedade e Stress, em Paris. Dizem os "experts" em comportamento que quem já consegue assimilar 10 delas, com certeza aprendeu a viver com qualidade.

Aqui estão as 20 regras de saber viver:

1. Faça pausas de dez minutos a cada duas horas de trabalho, no máximo. Repita essas pausas na vida diária e pense em você, analisando suas atitudes.
2. Aprenda a dizer não sem se sentir culpado ou achar que magoou. Querer agradar a todos é um desgaste enorme.
3. Planeje seu dia, sim, mas deixe sempre um bom espaço para o improviso, consciente de que nem tudo depende de você.
4. Concentre-se em apenas uma tarefa de cada vez. Por mais ágeis que sejam os seus quadros mentais, você se exaure.
5. Esqueça, de uma vez por todas, que você é imprescindível. No trabalho, em casa, no grupo habitual. Por mais que isso lhe desagrade, tudo anda sem a sua actuação, a não ser você mesmo.
6. Abra mão de ser o responsável pelo prazer de todos. Não é você a fonte dos desejos, o eterno mestre de cerimónias.
7. Peça ajuda sempre que necessário, tendo o bom senso de pedir às pessoas certas.
8. Diferencie problemas reais de problemas imaginários e elimine-os, porquê são pura perda de tempo e ocupam um espaço mental precioso para coisas mais importantes.
9. Tente descobrir o prazer de fatos quotidianos como dormir, comer e tomar banho, sem porém achar que é o máximo a se conseguir na vida.
10. Evite envolver-se na ansiedade e tensão alheias. Espere um pouco e depois retome o diálogo, a acção.
11. Família não é você, está junto de você, compõe o seu mundo, mas não é a sua própria identidade.
12. Entenda que princípios e convicções fechadas podem ser um grande peso, a trava do movimento e da busca.
13. É preciso ter sempre alguém em que se possa confiar e falar abertamente ao menos num raio de cem quilómetros. Não adianta estar mais longe.
14. Saiba a hora certa de sair de cena, de retirar-se do palco, de deixar a roda. Nunca perca o sentido da importância subtil de uma saída discreta.
15. Não queira saber se falaram mal de você e nem se atormente com esse lixo mental; escute o que falaram de bem, com reserva analítica, sem qualquer convencimento.
16. Competir no lazer, no trabalho, na vida a dois, é óptimo… para quem quer ficar esgotado e perder o melhor.
17. A rigidez é boa na pedra, não no homem. A ele cabe firmeza, o que é muito diferente.
18. Uma hora de intenso prazer substitui com folga 3 horas de sono perdido. O prazer recompõe mais que o sono. Logo, não perca uma oportunidade de divertir-se.
19. Não abandone suas três grandes e inabaláveis amigas: a intuição, a inocência e a fé.
Entenda de uma vez por todas, definitiva e conclusivamente: Você é o que se fizer
(GUERDJEF)

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DREN extingue escola premiada

EB23 ganhou um prémio internacional mas vai fechar

Rosa Pedroso Lima

Um organismo internacional reconheceu mérito educativo, pela primeira vez, a uma escola pública portuguesa. Quando entregar o prémio, a escola já foi extinta.

A escola EB 23 Padre Agostinho Caldas Afonso foi extinta pela Direcção Regional de Educação do Norte (DREN) em Abril passado. Fecha as portas em Agosto.

Na semana passada, o conselho executivo recebeu o aviso de que a escola tinha sido escolhida para receber o "Prémio Iberoamericano de Excelência Educativa 2007" por um organismo internacional não governamental. “A princípio, julgámos que se tratava de uma brincadeira”, confessou João Vilar, responsável do estabelecimento de ensino. Mas não estavam a brincar. Em Setembro, no Panamá o Conselho Iberoamericano para a Qualidade Educativa, aguarda a presença dos dirigentes da escola para lhe entregar o prémio, em cerimónia oficial. “Não decidimos, ainda, o que vamos fazer”, diz João Vilar. Nessa altura, de facto, já a escola estará fechada e os professores – presidente do conselho executivo incluído - estarão colocados noutro estabelecimento de ensino.

NOTA: Que rumo? Que estratégia? Que objectivos? O que andam a fazer os (ir)responsáveis por Portugal? Parece que apenas andam à procura de indivíduos como Charrua, Maria Celeste Cardoso e Balbino Caldeira. Esta notícia extraída do Expresso on-line é muito preocupante. Uma escola considerada internacionalmente modelar, e por isso premiada, é extinta pelos sábios do ministério da Educação !!! Com que critério? O que é que faz mover todos os muitos «intelectuais» do ministério?

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Directora demitida (continuação)

O assunto do post recente intitulado Directora demitida... por pecado mortal está a dar origem a críticas generalizadas, mesmo dentro do partido do Governo, onde também há pessoas de bem, apesar do que algumas más línguas insinuam. Mas o que preocupa continua a ser a falta de um timoneiro na equipa governativa com coragem para substituir os autores de tantas acções menos responsáveis e dignas que sujam a imagem positiva que algumas intenções reformadoras deviam criar ao Governo.

Para ajudar a esclarecer o tema, transcrevem-se dois artigos de jornais diários:

Despacho de Correia de Campos caiu mal no PS

Susete Francisco

Socialistas preocupados com efeitos deste caso
A exoneração da directora do Centro de Saúde de Vieira do Minho, por causa de um cartaz que gozava com declarações do ministro da Saúde, caiu mal entre muitos socialistas. Para quem Correia de Campos usou de "excesso de força", num caso que poderia ter sido resolvido de outra maneira.

Depois de Manuel Alegre ter vindo qualificar como "intolerante" o despacho que demitiu Maria Celeste Cardoso do cargo, também o deputado socialista Vítor Ramalho disse ontem ao DN não compreender a reacção do ministério a este caso. "Os contornos do despacho são para mim incompreensíveis. Não os percebo, não percebo a razão", sustentou o também líder da distrital socialista de Setúbal. "Digo isto em defesa do PS e dos valores do PS, fundado como um partido que preza a liberdade de expressão", acrescentou Vítor Ramalho, sublinhando que numa "situação normal" - entenda-se "num quadro de direito à liberdade de expressão" - uma "situação destas não deve ocorrer".

Para o deputado da maioria "os serviços públicos não devem ser palco para comentários jocosos" - mas o que "seria razoável, se o ministro soubesse que havia um cartaz nesses termos, era pedir para o retirar". E não avançar para uma medida que "pode pôr em causa a imagem do ministro e do Governo". "Não vejo razão para isto", conclui o deputado.

As reservas de Vítor Ramalho estão longe de ser isoladas no interior do partido. "Isto não é o PS", afirmou ao DN outro socialista, questionando o argumento de quebra de lealdade invocado por Correia de Campos para justificar a exoneração da directora do Centro de Saúde (ver texto na página ao lado). "O dever de lealdade funcional é algo diferente de uma anedota", acrescenta. Para deixar uma pergunta: "Quantas vezes não se dirão anedotas, em escolas, em locais públicos, sobre o Governo ou sobre ministros. Vai-se fazer o quê? Andar atrás de toda a gente?". O mesmo socialista adverte ainda que o partido está a dar trunfos ao adversário: "Numa situação em que se pede compreensão aos portugueses, estamos a dar o flanco em matérias de mercearia". E esta é uma reserva que se estende mesmo a outros nomes do PS que se revelam mais concordantes com a decisão de Correia de Campos. Ou seja, mesmo nestes casos os socialistas não deixam de manifestar preocupação com os efeitos de mais este caso junto da opinião pública, depois do episódio com Fernando Charrua (ver caixa em baixo). E há mesmo quem assegure que o assunto não deixará de ser levado à reunião do grupo parlamentar e aos órgãos próprios do partido.

Oposição quer ministro na AR

Marques Mendes, líder do PSD, já veio apontar este caso como um exemplo da intimidação que, afirma, grassa no País. Para Jerónimo de Sousa, secretário-geral do PCP, "é mais um sinal, mais um tique no quadro de acontecimentos preocupantes". "Oxalá sejam só tiques e apenas sinais, mas que são inquietantes são", sustentou o líder comunista. BE e PCP pediram já a audição do ministro Correia de Campos no Parlamento.

Membro da JS denunciou cartaz polémico ao Partido Socialista

Ivete Carneiro

Celeste Cardoso insiste que não havia qualquer motivo para instaurar um processo ao médico depois do cartaz ter sido retirado

A sombra da delação e da perseguição política paira sobre o caso da exoneração da directora do Centro de Saúde de Vieira do Minho, apesar de todas as negações oficiais. Antes de se fechar em "blackout" informativo, o líder da concelhia local do PS admitiu ter sido um membro da Juventude Socialista de Vieira do Minho o "cidadão" que pediu o Livro Amarelo do estabelecimento para se queixar do cartaz da polémica. Um cartaz que reproduzia uma entrevista do ministro da Saúde, publicada no JN a 6 de Agosto de 2006, dizendo que nunca iria a um serviço de atendimento permanente (SAP).

Relatado ao PS local, o caso foi remetido ao PS nacional e o ministro da Saúde tomou as devidas medidas, adiantou o socialista Jorge Dantas à Antena Um. Caiu a directora do centro de saúde, Celeste Cardoso, esposa de um vereador independente da autarquia de Vieira do Minho, apoiado pelo PSD. Que fora nomeada para o lugar pelo Governo PSD/CDS, por "manifesto favor político", deixou ontem escapar o ministro da Saúde, numa conferência de Imprensa convocada à pressa para justificar a demissão, já comparada ao afastamento do professor Charrua da Direcção de Educação do Norte.

Correia de Campos negou, contudo, estar em causa qualquer perseguição política. "Não há nenhuma matéria dessa ordem no despacho de exoneração". Apenas a data da sua nomeação, anterior à chegada do PS ao Governo. E garante que Maria Celeste Cardoso "teve todos os prazos para recorrer da decisão e não o fez".

Contactada pelo JN, a ex-directora - e actual funcionária administrativa do centro de saúde - disse não ter querido contar a sua demissão na altura (a 5 de Janeiro) por ser "recatada" e não gostar de "confusão". Isto, apesar de a própria família "querer que seguisse para tribunal". "Sabia que ia acontecer isto que está a acontecer". E só responde "talvez" quando lhe falam em perseguição política.

Classificando de "mentira" algumas afirmações do ministro, Celeste Cardoso desmente que o cartaz "jocoso" - em que o médico Salgado Almeida, vereador da CDU em Guimarães, escreveu "Atenção! Você está num SAP Fuja! Faça como o ministro da Saúde deste pobre país corra para a urgência de Braga!" - tivesse estado exposto "vários dias". "Foi posto na noite da quinta-feira 10 de Agosto. No sábado de manhã, uma funcionária ligou-me a dizer que estava lá um senhor a tirar fotos. Disse-lhe para tirar o cartaz".

Além do PS, a foto chegou à Sub-região de Saúde de Braga a 17 de Agosto, altura em que a directora foi confrontada. Segundo o ministro, Celeste Cardoso foi instada a retirá-lo. Coisa que, garante ela, já fora feita, tal como o fora o inquérito interno que determinou o autor da brincadeira. Que este logo assumiu como um "acto irreflectido, sem intenção de prejudicar o ministro". "Sentia-se indignado por considerar que as declarações do ministro desvalorizavam os funcionários dos SAP". Foi repreendido e o processo entregue à sub-região. Quando esta lhe sugeriu que colocasse o lugar à disposição, recusou fazê-lo. "Não tinha culpa". E diz que nunca lhe foi dito que instaurasse um processo ao médico. Coisa que, de resto, "não faria". "Não havia motivo para tal. Eram declarações do ministro!".

Para o ministro, Celeste Cardoso "desresponsabilizou-se", manifestando "deslealdade para a tutela", prova de que "não reúne condições" para seguir as orientações superiores na implementação das políticas do Ministério. "Demonstrou incapacidade para o exercício do cargo ao não impedir que um espaço de prestação de cuidados de saúde fosse utilizado para a luta política local", lê-se no despacho assinado de 5 de Janeiro. Dois meses antes de a directora terminar a sua comissão de serviço.

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Saúde. Partilha de serviços poupa milhões

Segundo o Jornal de Notícias, a presidente da administração do Serviço de Utilização Comum dos Hospitais (SUCH), Paula Nanita, afirmou ontem que o Sistema Nacional de Saúde pouparia 220 milhões de euros, por ano, no caso limite de aderirem todas as instituições prestadoras de cuidados de Saúde em Portugal à partilha de serviços de apoio logístico que, como diz, é uma solução com benefícios confirmados noutros países.

"As estruturas de serviços partilhados na Saúde que o SUCH está a dinamizar, num cenário virtual de adesão total das instituições portuguesas prestadoras de cuidados de Saúde permitiria uma poupança anual de 220 milhões de euros no âmbito do Sistema Nacional de Saúde", disse Paula Nanita em entrevista à agência Lusa.

A responsável referiu também que esta poupança seria "alcançada num cenário conservador", tendo como referência os países que têm as melhores práticas internacionais, nomeadamente, Estados Unidos, Reino Unido, Nova Zelândia, Espanha e Irlanda, por forma a estimar este valor.

Não havendo qualquer razão para recusar estes argumentos, muito interessantes do ponto de vista da gestão de dinheiros públicos, fica-se, no entanto, chocado com todo o discurso, no bom estilo do que é usado pelo ministro da Saúde, de falar em termos de dinheiro, sem se referir aos doentes. Os Hospitais e o serviço de Saúde, em geral, servem para prevenir as doenças e curá-las quando são detectadas, são para dar alívio aos doentes, mas os responsáveis do sector, muito raramente, se referem aos benefícios que pretendem fazer chegar os doentes, que melhorias estes irão sentir com as medidas anunciadas. Esses 220 milhões de euros por ano de que forma irão beneficiar os doentes, a população em geral?

É mau sintoma constatar que os políticos se preocupam com muita coisa secundária como a reacção a críticas e anedotas, mas que raramente mostram estar conscientes de que a sua função é proporcionar melhores condições de vida aos portugueses, àquela grande maioria que não pertence à roda de familiares e amigos dos ocupantes das cadeiras do Poder. A protecção destes está garantida à custa do sacrifício dos restantes.

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Continuamos na cepa torta !!!

Transcreve-se este texto do blogue «Manifesto-me», escrito por um jovem atento àquilo que o cerca, evidenciando ser uma promessa válida do Portugal de amanhã. Muito se pode esperar de jovens deste calibre.

Triste Fado Lusitano!

"O clima económico nacional, medido pelo indicador da Comissão Europeia, registou uma queda em Maio. Esta queda, de 102 para 101,9 pontos, foi a primeira em três meses e foi provocada pela deterioração do sentimento económico na indústria, serviços e consumo. Apenas nos sectores do comércio a retalho e da construção se registaram melhorias, embora os respectivos indicadores permaneçam em terreno negativo.
A descida registada pelo clima português acompanhou a tendência europeia, já que, na média da União, o indicador também baixou, de 115 para 114,9 pontos." - In Agência Financeira online de 29 de Junho de 2007.

Sempre fui muito atento ao mundo que me rodeia, principalmente quando saio à rua tento perceber a forma como as pessoas se relacionam entre si! Recentemente tenho reparado e desde algum tempo a esta parte, uma total tristeza e desanimo, por parte das pessoas em relação a tudo o que as rodeia, desde a simples fila de supermercado, até à forma como interagem com as pessoas que lhes são mais próximas!

E o que é um facto é que os portugueses ganham muito pouco para o actual nível de exigência da economia, tudo nos têm sido usurpado desde um estado mandrião, injusto, irresponsável que nos cobra todos os impostos (que deveriam ser aplicados ao serviço do bem estar da sociedade), até aos simples serviços que necessitamos por parte de entidades privadas. De uma forma simples os preços sobem, os salários não, e fartos de apertar o cinto já andamos todos!

E tudo isso tem repercussões no dia a dia das pessoas, é a prestação da casa que os juros não param de subir, vai-se ao supermercado e o dinheiro vai todo em meia dúzia de produtos básicos, é o passe social, que sobe a gasolina, as empresas que não pagam a tempo e a horas aos fornecedores, tudo isto vai contra a mensagem que o sistema quer passar aos cidadãos deste país. "De que tudo vai bem, e estamos no caminho certo"- mas na rua as coisas não se passam assim, e isso afecta as pessoas, torna as tristes, desamparadas, revoltadas, com o actual estado da coisas, para além do mais o actual fosso entre ricos e pobres vêm aumentando de uma forma silenciosa e deturpada.
Um simples salário de 600€, parece uma esmola que nos é dada que apenas serve para sobrevivermos na multidão, e o que é mais grave é que vivemos de aparências ocultando dos outros e de nós mesmos que o rei vai nu assim como nós!

No entanto continuamos a permitir erros e mais erros por parte do sistema implantado, alimentado por lobbies, e confinado a mundo de "Alice no país das Maravilhas" onde a preocupação nacional é despedir, e por uma acção em tribunal a quem diz o que muitos dizem baixinho com medo da PIDE Filosófica, instaurada na actual legislatura.
Deixo o repto não é com um povo descontente que o "Grande Irmão" nos domina ou dominará, outros no passado tentaram e caíram também da cadeira, pena é que a m..... ainda seja sempre a mesma mudando apenas os seus interpretes ociosos de poder, e esquecendo o verdadeiro Portugal!

Publicada por Magno

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sexta-feira, 29 de junho de 2007

Ensino, responsabilidade ou arbitrariedade

Ensino, responsabilidade ou arbitrariedade

Está ainda fresca na memória a polémica nacional a propósito da acção disciplinar rápida e musculada da D. Guida, a do conhaque, contra o professor Fernando Charrua. Agora surge a condescendência da ministra em relação ao erro na elaboração da pergunta no exame nacional de Física e Química A. O professor (ou a comissão) encarregado da preparação o exame, pelo que recebeu a devida remuneração, deveria ter controlado o resultado do seu trabalho, como qualquer artífice, depois de uma reparação ou montagem, verifica se o equipamento funciona correctamente, antes de o entregar ao cliente. Como não teve esse cuidado, causou incómodos mais ou menos sérios a 28.070 alunos.

As reacções ministeriais perante estes dois casos, foram incoerentes, diametralmente opostas, e fazem-nos pensar na forma como as nossas crianças e jovens não estão a ser preparados para uma vida séria, honesta, responsável, competente. Com efeito, o que será mais grave para a cultura da ética e do civismo na população, a graçola do Dr. Charrua ou a incompetência e o desleixo do «boy» que errou a pergunta to exame referido? O Dr. Charrua não prejudicou ninguém com a sua expressão popular, nem sequer o próprio visado, até porque foi dita fora as alas, num grupo de amigos na hora «do conhaque» como gosta de dizer a D. Margarida, que recebeu a denúncia por SMS e que já foi compensada pela sua reacção disciplinadora e muito zelo socrático revelado, por despacho superior. Pelo contrário, o erro no exame, que S.ra ministra considera sem importância, apesar dos protestos de federações regionais de associações de pais, lesou milhares de alunos, não apenas nas classificações do exame mas, principalmente, na sua formação com cidadãos, que sai prejudicada por este mau exemplo de quem esperam lições de competência e excelência no desempenho dos deveres.

O Dr. Charrua não pode dizer graçolas, os alunos não podem errar as suas provas de exame, mas os professores amigos da ministra e as directoras regionais de nomeação política são irresponsáveis, imunes a qualquer acção disciplinar (pouco provável). É assim que, com lições deste género deixadas aos jovens de hoje, se prepara um Portugal de amanhã mais competitivo entre os parceiros mundiais?

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Estratégia para Lisboa precisa-se

Estratégia precisa-se, para Lisboa
Por Manuel Pedroso Marques (*)

Alguém pode, hoje, dizer onde fica a primeira circular de Lisboa? Será que fizeram a segunda sem se ter chegado a perceber qual a utilidade da primeira, que não foi completada e é hoje ignorada? Alguém pode explicar porque em vez de se ter construído uma estação do metro debaixo da estação de comboios do Rossio (Largo D. João da Câmara) se fizeram duas, propositadamente afastadas da necessidade daquela conexão? E quem sabe porque se repetiu o mesmo erro em Entrecampos, onde passava um comboio há mais de cem anos e as estações de metro mais próximas são no Campo Pequeno e no fundo do Campo Grande (apesar de se chamar de Entrecampos)? Poder-se-á dizer que o problema está resolvido com um tapete rolante em Entrecampos e nos Restauradores.

Mas alguma cidade ou país, empresa ou economia progridem com tão má qualidade de planeamento? Pior, com a descoordenação e o desrespeito adoptados como forma de autonomia e independência (“o metro faz as suas estações onde quiser…”). Alguma comunidade se desenvolve com a definição de objectivos egoístas, normalmente de pouca longevidade, porque excluem o interesse e ignoram o significado do que em Estratégia se chama ‘o ambiente externo’, no caso, a população de Lisboa? Objectivos assintóticos à realidade que, entretanto, constituem erros que se pagam caro durante muito tempo ou mesmo eternamente.

Imaginemos quanto custou, em matéria de despesa pública e privada, além de incomodidades pessoais, o facto de uma das próximas estações de metro a ser inaugurada dever ter sido, há mais de quarenta anos, a primeira. Refiro-me, obviamente, a Santa Apolónia, como me poderia referir a uma das últimas inauguradas, a do Cais do Sodré. Deliberadamente, nunca se pretendeu que quem viesse de comboio para a cidade tivesse acesso fácil ao metro, apesar das previsíveis consequências desta sinistra decisão.

O nível qualitativo do planeamento em Portugal é reconhecidamente abaixo da crítica. Até já houve quem quisesse atribuir justificações ‘idiossincrásicas do português para conseguir planear tão mal’… Não adiro a este tipo de explicações. Os erros de planeamento, ao longo da história, são clamorosos e até emprestam algum divertimento à Literatura de gestão. Em 1908, a Daimler concluía, num estudo de planeamento, que nunca poderia haver mais de um milhão de automóveis porque não era possível formar mais chauffeurs. Mas antes do motor de explosão, a prospectiva sobre o tamanho que as cidades poderiam atingir era de cem mil pessoas. O estudo foi efectuado tendo Londres como base. E a justificação principal residia na quantidade de excrementos dos cavalos, nas ruas de Londres, ser de impossível remoção, no caso da cidade ser maior…e sob pena de toda a gente ter a sensação de viver numa cavalariça.

Voltando a Lisboa, com o histórico atrás referido, agravado pelas circunstâncias do presente, de falência financeira, debilitação das estruturas de comando e controle da Câmara Municipal, se não forem reunidas capacidades de gerir um presente (temporal e qualitativamente envenenado) e preparar condições de planear com rigor um futuro, tal poderá significar uma sucessão de oportunidades perdidas, definitivamente.

As oportunidades nunca se repetem todas. E as que se repetem, raramente se apresentam em idênticas circunstâncias. Lisboa tem tido um azar histórico. São mais as oportunidades perdidas que as ganhas. Em grande parte por a CML não ter sabido coordenar-se com outras entidades e instituições do Estado que eliminem muitos dos constrangimentos à sua gestão. Por tudo isto, porque é impossível continuar a adiar o que se impõe fazer, as próximas eleições revestem-se de uma importância acrescida. É fundamental, agora, votar num candidato e na equipa que o acompanha segundo as provas dadas de competência, de dedicação ao serviço público e de capacidade de liderar as mudanças de que a nossa cidade precisa. (*) mpmarques@hotmail.com

NOTA: Um texto de autor já aqui conhecido que evidencia a incompetência crónica do políticos nacionais. Ela, infelizmente, já vem de muito longe na neblina dos tempos. Quando haverá um milagre que restaure Portugal? Estarão os eleitores capacitados para encontrar a melhor solução de entre as doze hipóteses apresentadas para estas eleições? E qual será a melhor? Felizmente não sou ali eleitor e isso me dá algum alívio neste momento. Mas ali também é o meu Portugal e custa ver o que tem acontecido naquele palco de vaidades de políticos incompetentes.

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Directora demitida... por pecado mortal !

DIRECTORA DEMITIDA POR NÃO RETIRAR CARTAZ.

A directora do Centro de Saúde de Vieira do Minho foi exonerada do cargo pelo ministro da Saúde, por não ter retirado um cartaz das instalações do centro contendo declarações de Correia de Campos “em termos jocosos”.

O despacho, publicado em Diário da República, data de 5 de Janeiro de 2007. O Ministério da Saúde decidiu assim que Maria Celeste Cardoso não reunia “as condições para garantir a observação das orientações superiormente fixadas para a prossecução e implementação das políticas desenvolvidas” pela tutela.

O cartaz era uma notícia publicada pelo 'Jornal de Notícias', onde o ministro da Saúde afirmava que nunca tinha ido a um Serviço de Atendimento Permanente (SAP), e que não pretendia ir.
A decisão provocou incomodo entre os deputados, nomeadamente entre os deputados socialistas. Manuel Alegre considerou mesmo a decisão como “desproporcionada” e “intolerante”. Para o socialista o despacho está confuso e não permite “perceber o que se passou no Centro de Saúde de Vieira do Minho.
IN CORREIO DA MANHÃ

O mais grave, é que o dito cartaz foi colocado por um médico, e nada mais era do que uma cópia dum artigo do JN, em que o Sr. Ministro, dizia por palavras bem explícitas que nunca iria a uma SAP, e o médico acrescentou por baixo em letras garrafais, um sério aviso aos utentes que dizia o seguinte:

CUIDADO, VOCÊS ESTÃO NUMA SAP!

Todos nós sabemos, que não, sr. Ministro, o Sr. nunca irá a um SAP; o Sr. e sua família tem os "Lobbies", que lhe tratam da saúde de borla, enquanto o Sr. faz a política destes para abrir hospitais privados, e o zé povinho é que paga, o Sr. ainda é mais crápula do que eu pensava!

NOTA: Os ministros e outros governantes são intocáveis. É um sacrilégio pronunciar o seu nome de forma menos respeitosa e em atitude pouco reverente. Criaram, assim, pela força, uma nova religião!!! A Maria Celeste Cardoso, o Fernando Charrua, o Caldeira e outros formam a lista dos ímpios sacrificados e imolados na pedra de culto deste governo.

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quinta-feira, 28 de junho de 2007

Vai passar. Bíblia dos políticos?

Este texto de autor desconhecido retirado de um .pps poderá agradar a muita gente pela sua moral, mas não merece a minha inteira simpatia e muito menos, certamente, a do principal autor dos blogs
Leão Pelado e Mentira. No fim justifico esta minha reserva.

Vai passar

Havia num país distante, um rei poderoso que tinha como servo um homem bom e fiel, cuja eficiência era única em todo o reino.

Porém, o rei não podia acreditar que esse homem era perfeito. Mil dúvidas povoavam sua mente. E se num momento muito importante a eficiência deste servo falhasse?

Diante desta dúvida o rei resolveu colocar à prova a capacidade do homem. Chamou-o e disse: -" Servo, cansei-me desta minha coroa. Quero uma outra, mas não mais em ouro e sim quero-a com pedras preciosas. As mais exóticas e brilhantes que houver. Portanto, ordeno-lhe que a confeccione para mim".

Como ele sabia que em seu reino não havia este tipo de mineração, achou que pela primeira vez seu servo lhe falharia.
Mas meses depois, o fiel empregado voltou trazendo uma coroa de beleza ímpar, com pedras espectaculares nunca antes vistas em reino algum.

Mas o rei ainda não aceitando totalmente a eficiência do escravo, depois de muito pensar e meditar chamou-o novamente ordenando: ...
-" Servo, agora quero que acrescente nesta linda coroa, uma frase que quando eu estiver triste eu me alegre, e quando eu estiver feliz, eu me entristeça".

O servo saiu de lá desesperado. Como faria isso? Já tinha feito tudo na vida para provar sua fidelidade ao rei, mas agora ele lhe pedia algo que parecia impossível.
Chegou em casa entristecido, sabendo que perderia seu cargo e que, mais do que isso, perderia a confiança do rei. Mas a esposa, consternada com a tristeza do marido depois de muito pensar teve uma grande ideia que lhe transmitiu e ele a executou.
Depois de pronta, o servo pegou a coroa e a levou ao rei que de imediato a colocou na cabeça e foi para a frente do espelho para ver o que nela estava escrito.
Espantado então viu a breve frase:

VAI PASSAR!

E assim é a nossa realidade. Não importa o momento que estejamos vivendo,
TEMOS QUE TER SEMPRE A CERTEZA DE QUE SEJA O QUE FOR, PASSARÁ.
Se a dor, a tristeza, o desânimo estiverem presentes em sua vida,
NÃO SE ENTREGUE POIS EM BREVE TUDO PASSARÁ.
Se, por outro lado, você estiver vivendo um grande momento, Aproveite-o!
NÃO O ESTRAGUE POR COISAS PEQUENAS. SABOREIE-O COM CALMA, POIS ELE TAMBÉM PASSARÁ!

NOTA: Embora possa ser do gosto de muita gente, não me sintonizo com a moral retirada desta história. Primeiro porque o rei foi pouco humano e amigo do seu servidor, segundo porque o «Vai passar» corresponde à passividade do povo português que não se indigna, se resigna, vai sofrendo à espera de milagres, mas não procura a felicidade com as suas atitudes e esforço construtivo. Espera que o sofrimento passe, sem nada fazer para isso. Por outro lado, corresponde ao pensamento dos políticos, que sabendo que o «bem bom» irá passar, procuram retirar o máximo de benefícios agora. Seguem o conselho de Milôr Fernandes, o Vão Gogo, que diz. «É preciso roubar agora porque amanhã pode ser proibido».

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Socialismo versus liberalismo

Este texto recebido por e-mail, da autoria de José Pires irá juntar-se a muitos outros sobre teoria política, para enriquecimento da nossa cultura e dar mais sustento às nossas meditações.

SOCIALISMO O MESMO QUE LIBERALISMO? ESSA, NÃO!
Jose Pires

O Liberalismo, sistema económico em que militou Frederich Hayek, Prémio Nobel de Economia em 72, foi um sistema que nunca foi posto em prática, na opinião daquele distinto professor, que era visceralmente contra o chamado Socialismo.

Mas a utopia socialista encontrou eco em muitas consiências bem intencionadas, que viram ali a salvação da Humanidade e o caminho para a felicidade humana. Cedo, houve quem visse que o sistema não passava de um rosário de pias intenções, sem hipótese de alcançar (nem de perto!) os objectivos para o qual fora criado.

Nos países do norte da Europa, principalmente, a ideia socialista foi substituida pela Social-Democracia, que pretendia alcançar o Socialismo pela via reformista (por etapas) em vez da revolução imediata para o implementar, nem que fosse pela força. A Social-Democracia foi desde logo olhada como o principal inimigo dos ditos socialistas ortodoxos, onde se incluiam, claro, os marxista-leninistas.

Mas a Social-Democracia foi até agora o sistema político-económico que melhor qualidade de vida ofereceu às populações. Portanto, confundir tudo isto sob a designação de "Socialismo" é um perfeito disparate. Até porque o Socialismo nunca existiu e o que se conseguiu implementar não passou de um completo e rotundo falhanço. Pura e simplesmente, o Socialismo NÃO FUNCIONA!

A Humanidade terá, pois, de inventar "uma Terceira Via", como foi o caso do senhor Tony Blair, que o conflito no Iraque acabou por empurrar para fora do nº 10 de Downing Street.

Mas já se perfilam os tais "socialistas-ortodoxos" a olhar para a chamada "Terceira Via" da mesma forma que o fizeram no primeiro quartel do séc. XX em relação à Social-Democracia.

Infelizmente para eles, o Capitalismo é o único sistema económico que funciona e gera riqueza. E só com riqueza acumulada se poderá, enfim, implementar uma mais equitativa repartição por todos os cidadãos, propiciando aquilo que se designa por "Sistema de Segurança Social Europeu". Nos Estados Unidos, que eu saiba, o espectro partidário divide-se entre Republicanos e Democratas, sendo estes últimos, teoricamente, mais sensibilizados para os problemas de ordem social, representando, por isso, a ideia de "esquerda" vigente nos States. Os americanos poderão encontrar as designações que entenderem mas Liberalismo não é o mesmo que Socialismo, por mais que o afirmem.
O Socialismo, portanto, não existe. Nunca passou de uma ideia generosa que só gerou o contrário daquilo que prometia - justiça social.

E a Justiça Social é uma ideia que a Humanidade não perderá, nunca, de vista, por mais voltas que o mundo dê, dêm-lhe lá o nome que entenderem.
Com amizade José Pires

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Ecologistas e desenvolvimento

Portugal é o 6.º país da UE com maior uso de energias renováveis, tendo a produção eólica nacional crescido 59%, nos primeiros quatro meses do ano, face a igual período do ano passado. Esta conclusão consta dos dados ontem divulgados pela Direcção-Geral de Energia e Geologia (DGEG) e que dão conta, ainda, de que a produção total de energia eléctrica, a partir de Fontes de Energia Renováveis (FER), aumentou 37%, no mesmo período. Em Abril, a produção eólica foi 23% superior à registada no mesmo mês do ano passado.

Mas temos que recordar que, com demasiada frequência, algumas organizações ecologistas têm criado obstáculos a empreendimentos produtores de desenvolvimento económico, benéfico para a generalidade da população, usando argumentos quase ridículos que mais tarde são colocados de lado, mas apenas depois de terem causado atrasos prejudiciais.

Foi notório, há poucos anos, o esforço desenvolvido por ecologistas contra o aproveitamento da energia eólica, argumentando que os aerogeradores iriam causar graves danos na fauna voadora. Ignoravam que todos os animais têm inteligência que lhes permite uma razoável adaptação às condições do espaço em que vivem e em que se deslocam. Como se viu atrás, este conflito foi ultrapassado mas, se ele não tivesse existido, a nossa factura de energia importada já há muito teria sido mais reduzida, com benefício para o défice orçamental, para a balança comercial, para o desenvolvimento do País e para o PIB per capita.

Sinto-me à vontade para sublinhar os exageros de ecologistas porque sou um defensor acérrimo do ambiente, de forma sensata, orgulhando-me de ter colaborado com o Rádio Clube de Sintra, com uma pequena intervenção diária, voluntária, sem qualquer remuneração, durante um semestre no início da década de 1990, tendo depois escrito cartas para os jornais em momentos adequados, e já publiquei em blog alguns textos sobre tais temas.

Com base nestes dados e em projectos esboçados de cinco novas barragens, o ministro da Economia, Manuel Pinho, assumiu que Portugal tem condições para se tornar exportador de electricidade dentro de quatro a cinco anos. Mas esta esperança do ministro não parece ser totalmente credível, por os jornais afirmarem que nos outros países a energia é mais barata por ser produzida em centrais nucleares, o que torna o nosso excesso de produção pouco competitivo e, portanto, dificilmente vendável.

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quarta-feira, 27 de junho de 2007

Política durante a presidência da UE

Nenhum português bem intencionado terá dúvidas em desejar que a presidência portuguesa da União Europeia tenha sucesso e prestigie o País. Para ser alcançado esse resultado, terá de haver um esforço de cooperação de todos os partidos políticos e organizações sociais no sentido nas posições a serem tomadas pelo Governo este evite imperfeições mais ou menos graves. A preparação das decisões deve assentar em estudos cuidados e na consulta dos parceiros políticos e sociais a fim de saírem com elevado grau de excelência. Há que evitar a repetição de erros devidos a arrogância, teimosia («jamais») e vindas a público de decisões que, devido á sua inadequação, suscitam controvérsia e acabam por originar recuos.

O consenso necessário não pode ser interpretado como um cheque em branco entregue nas mãos do Governo; terá que ser conquistado com o diálogo, em que são limadas arestas e obtida a concordância ou, no mínimo, evitada a discordância paralisante.

A tarefa do Governo não vai ser fácil, por se tratar de um semestre em que metade do tempo vai ser vivido em regime de férias, com o calor entediante, e a tentação do «trabalho» na posição horizontal, para o bronze. São três meses em que pouco pode esperar-se de muito positivo. Daí, a necessária acção motivadora e estimulante dirigida a todos os intervenientes nas tarefas governativas.

Mas, envolvendo tudo isso, uma lição deveria ser aprendida pelos políticos, durante estes seis meses de frequentes contactos com os seus congéneres europeus, principalmente o dos países que recentemente deram um notável salto em frente no sentido do desenvolvimento. Com esses, muito se deve aprender de positivo. O seu exemplo merece ser devidamente analisado, adequado ao nosso caso e aplicado com um são critério. Oxalá não venha a ocorrer o contrário, como tem sido hábito, em que se importam as soluções que já provaram ser desajustadas às finalidades construtivas de que necessitamos.

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terça-feira, 26 de junho de 2007

Prioridade ao que é novo

Aqui vai um pontapé na sisudez. Rir faz bem!!!

Uma senhora bem idosa estava no convés de um navio de cruzeiro segurando seu chapéu
firmemente com as duas mãos para não ser levado pelo vento. Um cavalheiro aproxima-se e diz:
- Me perdoe, senhora...não pretendo incomodar, mas a senhora já notou que o vento está levantando bem alto o seu vestido?
- Já, sim, mas é que eu preciso de ambas as mãos para segurar o chapéu.
- Mas, senhora....a senhora deve saber que suas partes íntimas estão sendo expostas! - disse o cavalheiro.
A senhora olhou para baixo, depois para cima, e respondeu:
- Cavalheiro, qualquer coisa que o Sr. esteja vendo aqui em baixo tem 85 anos. O chapéu, eu comprei ontem!

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Portugal poderá exportar electricidade

Portugal poderá exportar electricidade dentro de 4 a 5 anos

O ministro da Economia, Manuel Pinho, afirmou hoje que Portugal tem condições para se tornar exportador de electricidade dentro de 4 a 5 anos, reafirmando a intenção de avançar com a construção de mais 5 barragens no país.

Manuel Pinho confirmou ainda as expectativas dos dois consórcios concorrentes na segunda fase do concurso eólico, ao afirmar que o vencedor será conhecido em Julho.
O ministro, que falava aos jornalistas após a sua intervenção na conferência organizada pelo semanário Sol sobre o futuro do sector energético em Portugal, afirmou que Portugal importa actualmente 15% de electricidade, mas que dentro de 4 a 5 anos, com os projectos que estão a ser desenvolvidos, poderá tornar-se exportador de electricidade.

Manuel Pinho referiu os objectivos de Portugal para a energia hídrica, reafirmando a construção de mais cinco barragens, mas sem especificar quais, das renováveis e das centrais de ciclo combinado que vão permitir aumentar a produção de electricidade.
Para assegurar a exportação, Pinho afirmou que a capacidade de interligação com Espanha será duplicada entre 2005 e 2008.

O ministro da Economia anunciou para Julho novidades relativamente aos painéis solares, energia das ondas e certificação energética dos edifícios.
Diário Digital / Lusa

NOTA: Oxalá se cumpra esta previsão e não seja optimismo a mais. Certamente, as 5 barragens não estarão prontas em tão curto prazo. Portugal precisa de fazer exportações para equilibrar a balança comercial.

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segunda-feira, 25 de junho de 2007

Corrupção de novo adiada

A discussão na Assembleia da República do pacote anticorrupção só irá concretizar-se na próxima sessão legislativa, que se inicia a meio de Setembro, segundo informação do vice-presidente da bancada socialista, Ricardo Rodrigues, ao Jornal de Notícias. Na melhor das Hipóteses, a nova legislação ficará concluída um ano depois do chefe de Estado, ter pedido, aos deputados (na sessão oficial comemorativa do 5 de Outubro), urgência no processo por esta ser uma matéria que considerava "prioritária".

Mesmo que sejam debatidos e aprovados dois ou três diplomas do pacote legislativo (relativos às questões do sigilo bancário, por serem "autónomos"), é até provável que as restantes matérias só sejam discutidas pela Comissão de Direitos e Garantias em 2008. Entretanto, será dada prioridade ao Orçamento de Estado, que será apresentado a 15 de Outubro, interrompendo as sessões plenárias até final de Novembro, e terá que ser dada atenção à revisão do Código Penal e do Código de Processo Penal.

A anticorrupção não traz benefícios aos políticos e, por isso, pode muito bem ir esperando. Sobre este tema, entre vários textos, vale a pena ler este em Mentira

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Galiza - um modelo de desenvolvimento

Os nossos comentadores costumam citar como exemplos de desenvolvimento rápido a Irlanda e os Países Nórdicos do continente, mas em conformidade com a entrevista dada ao Jornal de Notícias por Emilio Pérez Tourinõ, 56 anos, profundo conhecedor da Galiza, tendo como professor universitário feito numerosos estudos sobre a economia e a sociedade galegas e sendo presidente da Junta da Galiza desde 29 de Julho de 2005, a Galiza, aqui tão perto, tem a economia a crescer a um ritmo invejável, orgulhando-se da sua pujança, e sendo um bom exemplo a seguir.

A Galiza está a crescer, há seis semestres seguidos, acima do resto da Espanha e mesmo da média europeia para o que, segundo ele, «existem vários elementos fundamentais. O primeiro é o clima de estabilidade e confiança. Propiciámos um marco de acordo e diálogo social. Essa foi a primeira tarefa que propus quando cheguei ao Governo. Convocámos os representantes dos empresários e todas as centrais sindicais e propusemos-lhes criar uma mesa estável e de diálogo social. Delineámos o objectivo de, em um ano, chegar a um acordo pela produtividade e o emprego da economia galega, com uma série de reformas e de medidas concertadas. Creio que esse clima foi alcançado.
«O segundo elemento é que, nos últimos anos, a economia galega conheceu uma modernização infra-estrutural significativa, no que toca à qualificação dos seus recursos humanos. Existem três universidades e há um nível de qualificação elevado. Eu dou um valor singular, no ranking da importância, à educação e à formação.
E, em terceiro lugar, considero que se gerou um núcleo de potentes investidores, de líderes empresariais…nos sectores automóvel, das pescas, agro-alimentar e de transformação de rochas ornamentais.»

As exportações galegas estão a crescer 17 por cento, «não apenas em quantidade. A componente das exportações que gera valor acrescentado está a ganhar muito peso. As exportações que incorporam valor acrescentado e uma componente média/alta do ponto de vista tecnológico são 25% do bolo total. E estamos a ganhar em produtividade. No último ano, a economia espanhola não teve crescimento de produtividade, mas a Galiza cresceu um por cento. Nos últimos dois anos criou-se 64 mil empregos. E estamos a reduzir a precariedade, que era um dos nossos maiores problemas. Crescíamos precarizando o trabalho - e isso não é bom socialmente, nem economicamente.»


«Os nossos motores de crescimento são a educação e a inovação. Há que vencer o desafio da produtividade da economia. Este é o objectivo central de toda a política económica. E não há outro remédio senão melhorar o capital humano e tecnológico. Quando tomei posse neste Governo planeei um crescimento de 20 por cento para a Educação em quatro anos. Praticamente, em dois anos, alcançámos esse objectivo. Estamos a qualificar a fundo os nossos recursos. O outro elemento fundamental é melhorar a nossa capacidade de investigação e de inovação. O desenvolvimento tecnológico. Pusemos em marcha dois grandes planos, cada um dotado de 800 milhões de euros. Um tem a ver directamente com a investigação e inovação e o outro com o acesso à sociedade do conhecimento, a extensão da banda larga a toda a geografia galega. Estamos a criar instrumentos potentes e inovadores nesse sentido.»

Para criar projectos foi já criada «uma sociedade de investimento, em que estão as três principais financeiras e os principais empresários, que nasce com um fundo inicial de 100 milhões de euros destinado a seleccionar projectos de investimento que gerem alto valor acrescentado à nossa economia. Queremos projectos singulares que actuem como motores, como elementos dinamizadores.»

Deixo aqui apenas este aperitivo. Quem desejar ler a totalidade da interessante entrevista encontra aqui.

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domingo, 24 de junho de 2007

«Comandos» portugueses fuzilados

Cor Manuel Bernardo (Escritor)

Quebrando um silêncio prometido de seis meses (passaram apenas três), mas como resultado da investigação que fiz sobre a Guiné, com vista à publicação de um livro em Outubro próximo (Editora Prefácio), houve necessidade de colaborar com a Associação de Comandos no sublime objectivo de homenagear os oficiais, sargentos e soldados "comandos" africanos fuzilados clandestinamente pelo PAIGC depois da independência (com pelo menos duas excepções, feitas antes), em 1974.

Assim e com vista à divulgação desse acto patriótico do descerramento de uma placa, já aprovada pelo Chefe do Estado Maior do Exército, com 53 nomes desses fuzilados (como vingança de terem combatido por Portugal), junto ao Monumento do Esforço Comando, na Amadora, no próximo dia 29 de Junho, Dia Nacional dos Comandos, fiz sair na recente revista "Mama Sume" de Janeiro/Junho 2007, uma pré-publicação desse livro ("Guerra, Paz e ... Fuzilamentos dos Guerreiros; Guiné 1970-1980") e onde o tema é tratado.
Cor Manuel Bernardo (Escritor)

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Sociedade e Estado

“Uma sociedade de ovelhas costuma dar lugar a um Estado de lobos”.
José Manuel Moreira, pensador brasileiro

Esta frase curta, destinava-se a introduzir um texto longo sobre o Brasil, mas parece merecer ser meditada na sua universalidade.
Será aplicável ao nosso rectângulo lusitano?
Deixo-vos a elaboração da resposta.

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O Eurobarómetro!

Extraído do blog Manifesto Me

O Eurobarómetro!

“A maioria dos portugueses considera a situação económica nacional «má», segundo um Eurobarómetro divulgado esta quarta-feira. Portugal encontra-se mesmo nos últimos lugares da tabela sobre este grau de satisfação, que é liderada pela Dinamarca.” In Tsf Online de 20 de Junho de 2007.
Perante estes factos vale a pena perguntar onde está a tão falada recuperação económica propagandeada pelo sistema governativo português?
Na actualidade a pressão dos lobbies da construção civil andam de tal forma ansiosos com a questão do novo aeroporto que tudo tem sido feito e falado de forma a demonstrar a importância deste desígnio nacional imposto à força pelo sistema.
Será que quem nos governa (ou desgoverna, engana, e usurpa) não se apercebe do descontentamento das pessoas no dia a dia, os baixos salários a subida abrupta das taxas de juro nos empréstimos à habitação, o aumento do custo de vida etc.…
Porque não, se apostar não em obras de fachada, e ir realmente de encontro aos desejos e anseios das populações será demagogia ou ilusão de umas das obras de Thomas Moore ou Campanela!
Num país onde as grandes empresas não são nem de longe nem de perto centros de inovação e desenvolvimento como noutros países, onde a educação é ensinar inglês na primária, e onde se renegam as escolas profissionais para segundo plano, do que é que se estava à espera o descontentamento geral por parte de todos!
Já andamos nesta situação há tempo de mais governo atrás de governo não fazem para atenuar a situação, cinismo, hipocrisia, dominam o espectro político português actual.
Enquanto o cidadão comum sofre na pele o resultado de autênticos atentados à qualidade de vida e direito a um bem-estar condigno.
Fala – se que se construirmos um novo aeroporto Bruxelas dá fundos comunitários avultados, e ajuda na construção do TGV.
Eu deixo a pergunta em vez de esta ajuda a estes projectos que nada mais são do que elefantes brancos, porque não Bruxelas atribuir esses fundos na resolução de problemas concretos como o encerramento de multinacionais, maus salários, falta de instrução da nossa mão de obra e fim dos monopólios empresariais em sectores chave da nossa economia, e já agora se não for pedir muitos que tal nos enviarem uns políticos Finlandeses, Noruegueses, ou Dinamarqueses o Zé Povino agradece!
Publicada por Magno, em Manifesto Me

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sábado, 23 de junho de 2007

Pensamentos positivos

Tudo que acontece, sucede por alguma razão»
Mensagem de Gabriel Garcia Marques

Amo-te não por quem tu és, mas por quem sou quando estou contigo.

Um verdadeiro amigo é quem te pega na mão e te toca o coração.

A pior forma de sentir falta de alguém é estar sentado a seu lado e saber que nunca o poderá ter.

Nunca deixes de sorrir, nem mesmo quando estás triste, porque nunca sabes quem poderá
enamorar-se do teu sorriso.

Não te esforces tanto, as melhores coisas acontecem quando menos esperas.

Não chores porque já terminou, sorri porque aconteceu.

Converte-te numa pessoa melhor e assegura-te de saber quem és antes de conhecer mais alguém e esperar que essa pessoa saiba quem és.

Podes ser somente uma pessoa para o mundo mas, para alguma pessoa tu és o mundo.

Não passes o tempo com alguém que não esteja disposto a passá-lo contigo.

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Antigo professor foi acusado de corrupção

Antigo professor de Sócrates foi acusado de corrupção

por Inês Cardoso, com Lusa, DN

Construção de aterro na Cova da Beira foi alvo de um inquérito

António José Morais, que desempenhou por duas vezes cargos de nomeação política em governos socialistas, foi acusado de corrupção e branqueamento de capitais, no âmbito do inquérito à construção de uma estação de tratamento de lixo na Cova da Beira. A informação, avançada pela edição online do semanário "Expresso", foi confirmada por fontes do Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP). No âmbito do processo, tinham sido constituídos cinco arguidos, mas foi determinado o arquivamento em relação a dois deles.

A investigação foi iniciada pela PJ em 1999, após uma denúncia anónima, mas a obra em causa iniciou-se em 1996, altura em que António José Morais presidia ao Gabinete de Estudos, Planeamento e Instalações (GEPI) do Ministério da Administração Interna. Representado pela ex-mulher, Ana Simões Morais - também constituída arguida -, o gabinete de engenharia de António José Morais (GEASM) preparou o projecto, o programa do concurso, caderno de encargos e avaliação técnica das propostas.

O projecto foi executado pela empresa HLC, grupo para o qual António José Morais terá feito diversos outros estudos, como consultor. O grupo viria, entretanto, a ganhar vários concursos públicos para construção de quartéis da GNR e da PSP.

O advogado de António José Morais afirmou ontem à agência Lusa que o seu cliente está "satisfeito por, finalmente, poder defender-se". João Germano manifestou estranheza por a notificação da acusação (recebida anteontem) surgir "no contexto de notícias recentes" que mencionam António Morais por "este e outros motivos", como foi a polémica relacionada com a licenciatura do primeiro-ministro, José Sócrates, pela Universidade Independente (UnI). "Durante 11 anos não se passou nada e de repente surge a acusação", disse.

Recorde-se que António Morais assinou quatro das cinco pautas das cadeiras frequentadas por Sócrates na UnI, de quem já tinha sido professor no Instituto Superior de Engenharia de Lisboa (ISEL). Os dois transitaram desta instituição para a UnI no mesmo ano lectivo (95/96). António Morais desempenhou dois cargos de nomeação política, nos quais protagonizou outras tantas polémicas.

Dois cargos, duas polémicas

Foi pela mão de Armando Vara, então secretário de Estado adjunto e da Administração Interna, que em Dezembro de 1995 António José Morais fez a sua entrada para cargos públicos. Começou por seu adjunto, passando pouco depois a dirigir o Gabinete de Estudos e Planeamento de Infra-estruturas (GEPI). Não deixou, contudo, a docência, sendo nesse mesmo ano professor, na Universidade Independente, do actual primeiro-ministro, à data secretário de Estado do Ambiente. Sai do GEPI no final de 2000, quando estala a polémica da Fundação para a Prevenção e Segurança. Teve uma (curta) passagem pela direcção do Instituto de Gestão Financeira e Patrimonial da Justiça, de onde sai quando é noticiada a contratação, sem concurso e com um salário de 1700 euros, de uma cidadã brasileira que trabalhava num restaurante. José Sócrates garantiu não ter qualquer relação pessoal com António Morais.

NOTA: Depois de ter desempenhado todos estes cargos políticos e de ter sido seu professor de cinco cadeiras após terem passado em simultâneo do ISEL para a UnI, e de seu pai ter sido contratado por ele, quando no GEPI para a construção de «quartéis da GNR e da PSP», não é bonito dizer que não teve relação pessoal com ele. Mas isso não é original, pois já o apóstolo Pedro negou por três vezes conhecer Jesus Cristo (Lucas22.34) e, além de líder da Igreja, deu o nome à basílica do Vaticano!!!

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Ministério da Educação e ambiguidades

Ministério anula pergunta errada

Segundo o DN, o Ministério da Educação (ME) decidiu ontem anular uma das questões do exame de Física e Química A (715), do secundário, que continha erros, compensando os alunos que fizeram a prova com um acerto na classificação.

Em comunicado, o ME esclarece que "no item 4.2.1, na alínea D da versão 1, e na alínea B da versão 2 [da prova 715] a figura apresenta uma incorrecção que inviabiliza a concretização de uma resposta correcta". Por isso, decidiu que a questão em causa já não conta e que a classificação final dos examinandos é "majorada com o factor 1,0417", para evitar que estes sejam penalizados na classificação final. Por outras palavras, a nota obtida (sem a cotação da pergunta) é multiplicada por esse valor.

Rui Nunes, assessor do ME, desvalorizou o incidente. Está a cumprir o seu «dever» de assessor, para manter o lugar e subir na carreira política.

Onde está a coerência do ministério que deveria ensinar os nossos jovens a serem gente responsável e séria? Por um lado castiga-se severamente o Dr. Fernando Charrua, que não é do partido, por ter dito umas graçolas que não prejudicam ninguém, nem sequer o próprio visado, e a ministra concorda e até recompensa a D. Margarida defensora fiel dos «valores» do partido. Por outro lado alguém, pago para elaborar as provas de exame, cometeu um erro que prejudicou todo o sistema do ensino, todos os alunos que fizeram o exame, e não é submetido a processo disciplinar nem é punido. Por outro lado ainda, os alunos que cometem erros nos exames são prejudicados nas suas classificações. Como se compreende que o professor que errou fique impune? Será um incondicional do partido, como a D. Margarida? Será um boy que interessa ser protegido pelo partido e que foi nomeado para elaborar as provas, não devido à sua competência mas pela sua devoção ao partido ou pela disponibilidade para a delação de charruas?

Errar pode acontecer ao mais competente, mas isso não impede que sofra as consequências.

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Universidades. Que futuro?

Recebido por e-mail

«Quando eu era pequenino, há cerca de 40 anos, defendi acrisoladamente - e isso quase que bastava para me chamarem fascista - que as universidades deviam passar a ser governadas por professores e estudantes, o que constituía um modelo de corporativismo de associação. Depois cresci e observei o mal que o corporativismo fez e continua a fazer a Portugal. Não foi, por isso, sem surpresa que li um abaixo-assinado de centenas de professores universitários - muitos deles com brilhante passado antifascista e até protocomunista - onde se escreve: "De quanto fica dito decorre, desde logo, a defesa - que aqui fazemos com toda a força - do princípio da eleição livre do reitor através de sufrágio em que participem os três corpos que compõem a comunidade universitária".

Esta revolta corporativa é causada pelo novo regime jurídico do ensino superior, nos termos do qual o reitor deixa de ser eleito por estudantes, funcionários e (até) professores, e é criado um órgão, o "conselho geral", onde devem figurar entidades que não sejam membros da corporação universitária.

Quero fazer o meu registo de interesses: sou professor associado convidado da Universidade Nova de Lisboa e membro do conselho consultivo do ISCTE, ambas escolas públicas. Tudo o que aqui escrevo, porém, apenas me compromete a mim. Acho que as universidades portuguesas - onde existem alguns professores de nível mundial e onde potencialmente poderão existir muitos mais - estão a afastar-se das outras a nível de competitividade internacional, estão a perder talentos, correm o risco de cada vez mais se transformarem em universidades locais sem qualquer apetência para estudantes doutros países e, gradualmente, os mais brilhantes jovens nascidos em Portugal irão optar por universidades estrangeiras, a maior parte dos quais nunca mais voltando ao país. Esta drenagem de cérebros tem de ser evitada. Mas para isso as nossas universidades devem entender que estão em competição com as doutros países, têm de aceitar ser avaliadas por especialistas independentes e maioritariamente não portugueses, como está a acontecer até com as mais famosas universidades alemãs, e devem integrar-se na sociedade civil e no mercado (palavra horrorosa, eu sei, mas inevitável), competindo por recursos escassos.

Contra isso pode escrever-se, como no abaixo-assinado, que "nenhum projecto de reforma na área da educação deve ignorar a história e a cultura dos povos e das instituições em que eles se organizam". "Ora, a nosso ver, as soluções consagradas no documento do MCTES não se adequam à nossa cultura e ao nosso desenvolvimento económico e social, o que significa que a reforma anunciada não poderá contribuir para o necessário desenvolvimento humano dos portugueses." Isto é um mero truísmo ou - perdoem-me suas excelências - um disparate. As universidades são um elemento crucial do universalismo cultural, morrendo quando tentam justificar-se em nome de um projecto nacional, nacionalista, que agradaria ao velho professor coimbrão que foi Oliveira Salazar, mas que não é compreensível no século XXI.

A luta contra o "conselho geral" ("Com igual força defendemos a existência de um órgão colegial de governo da universidade, senado universitário, constituído maioritariamente por professores e investigadores, com membros dos três corpos da comunidade universitária, com uma dimensão que não comprometa a sua funcionalidade, e com competências que, além de outras, incluam as competências em matérias de natureza científica, pedagógica e académica que o projecto do MCTES atribui ao conselho geral") é expressão desta vontade de uma autonomia irresponsável, estruturada sobre transferências do Orçamento do Estado, sem controlo e sem prestação de contas, indiferente "à nossa cultura e ao nosso desenvolvimento económico e social", apenas respondendo perante os objectivos próprios da universidade em questão e dos membros da corporação. Isto dito, o abaixo-assinado é impressionante e vai seguramente crescer. As reformas não podem perder-se por causa disso, mas o Governo deve tentar perceber o que significa esta mobilização. Acho que não deve ceder no tema do "conselho geral" e em que membros eleitos dentro da universidade sejam uma minoria de tal órgão. Mas o sistema da dupla maioria (de designação externa e de professores doutorados dessa universidade) pode ser uma boa solução.

A luta pelo reformismo e pela modernização da sociedade portuguesa passa muito por esta questão. Tenho ouvido ao longo dos anos grandes figuras da universidade portuguesa, da cultura e do empresariado a queixarem-se e a defenderem soluções próximas das que Mariano Gago propõe. O abaixo-assinado nasce de um (legítimo) lobby anti-reformista. É essencial que os defensores da tese oposta saiam do seu (legítimo) comodismo e se mobilizem também. O que será uma forma de mostrar que ainda vamos a tempo de salvar as nossas universidades e de as fazer retomar o prestígio internacional que muito justamente algumas delas souberam granjear.»
Jú Terreiro do Paço

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sexta-feira, 22 de junho de 2007

Pobreza e fome no Mundo

Quanto vale a paz de espírito?

Quanto vale uma consciência tranquila?

Vinte Mil Vidas. Este é o número estimado de pessoas que morrem por dia em consequência da fome e da pobreza extrema.

Recente relatório do Banco Mundial declarava:
“A globalização parece aumentar a pobreza e a desigualdade... Os custos de ajustamento para maior abertura são suportados exclusivamente pelo pobre.”

A Agência Central de Inteligência norte-americana (CIA), ainda em 2000, também abordou a questão:
“A economia global vai espalhar conflitos e estabelecer uma diferença maior entre vencedores e perdedores. Grupos excluídos enfrentarão profunda estagnação económica...”

A ONU também dizia no mesmo ano:
“O processo (globalização) está concentrando poder e marginalizando o pobre.”

O mais recente levantamento do Banco Mundial diz que 54,7 por cento da humanidade vive em estado de miséria ou pobreza extrema.

Acaso sabemos o que significa passar fome?
E o que significa enfrentar a incerteza sobre se vamos ter com que nos alimentar?
E a incerteza quanto ao facto se conseguiremos sobreviver por mais um dia sem ter com que nos alimentar...

Vivemos num lastimável mundo de vergonhosos contrastes...
Um mundo capaz de deixar os necessitados à mercê da própria sorte...

Pequena criança africana, debilitada pela fome, recebe alimentação terapêutica. Por quanto tempo suportará...? Um mundo que muito pouco, quase nada, faz... para espantar o abutre, que pacientemente espera.

Mesmo diante da caótica situação geral, - da roubalheira, e do crescente sentimento de individualismo que impera -,... contribua você com a sua parcela para aliviar o sofrimento daqueles destituídos de quase tudo.
Cultive o sentimento de humanidade.

Existem entidades sérias, - ONGs, instituições religiosas, filantrópicas, etc. -, que necessitam da sua ajuda, - seja material, seja como apoiante ou voluntário que contribui com tempo e conhecimento. Procure informar-se a este respeito.

O que será que a menina, privada de quase tudo, responderá no dia em que lhe for dirigida a seguinte pergunta... : “Acaso encontraste neste vasto mundo alguém disposto a tentar amenizar a tua dor?”

- Ajude -
A sua alma agradecerá.

Um outro mundo é possível.

“Que a tua alma dê ouvidos a todo o grito de dor, tal como o lótus abre o seu coração para sorver o sol matutino.”
- A Voz do Silêncio, antigo texto budista

“ Para a nossa avareza, o muito é pouco; para a nossa necessidade, o pouco é muito.
- Séneca

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quinta-feira, 21 de junho de 2007

Os ratos na Justiça !!!

Os ratos na Boa-Hora

Paquete de Oliveira, Sociólogo e professor do ISCTE, no JN

Ridícula história esta, a de um rato encontrado em estado de avançada decomposição no gabinete de juízes do Tribunal da Boa-Hora. Ridícula, mas verdadeira. De tal modo que os juízes da 4.ª Vara Criminal daquele tribunal, fartos da repetição de casos como este, requerem a intervenção do director-geral da Saúde (DGS) e do inspector-geral do Trabalho (IGT), por considerarem as condições em que ali trabalham serem atentatórias em relação à saúde e ao funcionamento da actividade profissional.

Já muitas vezes tem sido reclamado o estado decrépito em que se encontra aquele edifício, aliás, um monumento a ter em conta na Baixa lisboeta e no parque histórico das "casas da Justiça" em Portugal.

Este sinal de alarme representa o desespero de quem ali trabalha e constitui uma reclamação pública do incompreensível adiamento de uma intervenção que se impõe. É também o reflexo do mal-estar que continua a persistir entre agentes da Justiça e o actual Governo.

Mas confesso que acordar ao ouvir esta notícia como primeira notícia do dia nas rádios a que ontem estive ligado é, acima de tudo, deprimente. E leva-me a ter o desejo de poder escrever a todas as autoridades deste país ou a pedir aos meus concidadãos que subscrevam por todo o lado abaixo-assinados para que casos destes acabem urgentemente.

Esta história, no seu ridículo, reveste-se de um grau simbólico da caricatura que se vai desenhando sobre o país. É ridícula para o país. E também por isso é de clamar contra as coisas risíveis que alastram sobre uma nação que se quer, e se pensa, séria.

A cena dos ratos que se passeiam e apodrecem nos aposentos da Boa-Hora pode também ter a leitura da crise que cada vez mais se acentua sobre a Justiça, os seus agentes e organismos. O efeito roedor das estruturas do edifício social que nos abarca - o Estado - é muito mais catastrófico. Tem de valer-se à Boa-Hora. Mas tem de valer-se ainda muito mais rapidamente sobre o estado de decomposição da imagem da Justiça e de seus actores.

Indubitavelmente a crise da Justiça é evidente. Mas pelos sintomas da crise não debelada, talvez até porque mal diagnosticada nos seus múltiplos factores, querer "matá-la", destruí-la na imagem pública aos olhos dos cidadãos, é um crime de que todos nós, responsáveis directos e indirectos, havemos de responder historicamente. Sem Justiça não há Estado.

Já todos constatámos não ser possível manter em salvaguarda, nos termos em que as regras actuais estabelecem, o "segredo de justiça". Só quem não quer ver é que não reconhece que o segredo sobre tudo "morreu". Só é possível preservá-lo quando aqueles que o conhecem o guardam. Pululam por aí tantos "segredos violados". Constrói-se histórias e histórias sobre eles. Pressupõe-se, cínica e candidamente, que só quando se pronunciar a sentença se fará a justa justiça. Aponta-se "fabricadores" de processos ditos inventados.

Já se tornou do domínio popular que a aplicação da justiça não deriva de uma ciência exacta, mas da interpretação humana de leis e circunstâncias. Continua, é certo, a ser difícil ao povo entender como é que um juiz manda arquivar um dado processo e outro manda abrir e seguir para julgamento.

Ou perceber o desfecho diferenciado a Sul e a Norte na acusação a jornalistas de eventual infracção relativamente ao respeito do tal segredo de justiça. Ou aceitar que conversas reais gravadas não "existem" ou não "existiram" porque não têm sustentação jurídica ou constitucional.

Não é possível atribuir este estado de coisas ao preço de viver em democracia. É uma tremenda injustiça. Imputar à democracia este desgaste sobre a "máquina da Justiça" é estar a cavar uma vala perigosa em que todos podemos sucumbir.

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Suspeições intoleráveis

Transcreve-se do Diário de Notícias, este texto que representa grave irresponsabilidade do funcionário da Justiça que fez sair a notícia do dossier em que devia permanecer guardada em segredo. Num desabafo no bom estilo maldizente do povo descontente, poderia dizer-se : neste País nem a Justiça funciona bem.

Fonte ligada à investigação do escândalo Portucale fez chegar ao JN elementos que envolvem, através da escuta de conversas telefónicas, três membros do actual Governo e uma figura destacada do PS. A notícia não entra em transcrições nem em citações, mas não permite dúvidas: altos quadros do BES, falando entre si, asseguravam que tudo estaria sob controlo, depois das diligências junto do Executivo recém-empossado.

De uma só penada, forças com acesso directo a esta investigação lançam na opinião pública a suspeita de actuação à margem da lei sobre um quinto dos actuais governantes. Se atendermos às pastas de cada um e às que valeria a pena pressionar, o leque de suspeitos decresce notoriamente.

Para o cidadão comum isto tem de ser intolerável.

Intolerável que, no decurso deste tipo de instrução de processos de práticas de tráfico de influências e de corrupção entre decisores do Estado e mundo dos negócios, se divulguem peças processuais para chantagear um sector, desviar a atenção de outro sector ou, ainda, sabotar a investigação, no seu conjunto.

Intolerável que paire no ar a suspeição sobre o bom-nome de um grupo muito restrito de possíveis suspeitos, sem que se nomeie directamente os visados e sem que se apure se há correspondência entre os desejos expressos ao telefone e as realidades da decisão política. E não se poderia, aliás, neste momento processual, esclarecer qualquer destas dúvidas.

Esta utilização dos processos à luz de interesses que não os da própria administração da justiça e da defesa dos direitos dos cidadãos envolvida não é justa nem é saudável. De novo.

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Paz pela negociação.

Marrocos e Frente Polisário. Um caso concreto de negociação para resolver conflitos e evitar a guerra (ver Jornal de Notícias de 19 e 21 do corrente)

Marrocos e a Frente Polisário iniciaram, no dia 18, em Manhasset, Long Island, nos Estados Unidos da América, uma nova ronda de negociações directas para resolver o seu litígio em torno do Sara Ocidental. Este passo diplomático foi promovido pelas Nações Unidas, que dá seguimento à resolução 1754 adoptada pelo Conselho de Segurança no passado dia 30 de Abril, que defende a negociação "sem condições prévias". Como é vulgar nas negociaões, as partes pretendem melhorar a sua posição e, assim o chefe da delegação saraui, o presidente do Parlamento saraui Mahafud Ali Beiba, disse: "Não estamos optimistas. Pensamos que a nova proposta marroquina não traz nada de novo".

Beiba, virtual "número dois" da Frente Polisário explicou, numa alusão à proposta de Marrocos de dotar a ex-colónia espanhola de um regime autonómico, que "Qualquer referendo no Sara deve incluir mais opções para além da autonomia",

Pelo seu lado, Khalid Henna Al Rachid, presidente do Conselho Real Marroquino para os Assuntos Sarauis, manifestou confiança no êxito do diálogo: "Vimos com grande fé e uma grande esperança em que se resolva o conflito do Sara".

Terminada a reunião, Marrocos e a Frente Polisário "chegaram a acordo sobre o facto de o processo de negociações dever prosseguir em Manhasset (arredores de Nova Iorque), na segunda semana de Agosto de 2007", como revelou, através de comunicado, Peter Van Walsum, enviado especial do secretário-geral da ONU para o Sara Ocidental.

Recorda-se que este país do Norte de África - limitado por Marrocos (norte), a Argélia (leste), a Mauritânia (leste e sul) e o Oceano Atlântico (oeste) - foi uma colónia que Espanha abandonou, em 1975, sem infra-estruturas e com uma população analfabeta e desprovida de tudo. O Sara Ocidental não é só deserto, tendo as minas de fosfatos mais ricas do Mundo, grandes reservas de petróleo e de gás natural, e mares abundantes em recursos piscatórios.

Há 32 anos, embora Espanha estivesse vinculada ao compromisso (a pedido da ONU) de iniciar o processo de descolonização do território (envolvendo a convocatória de um referendo), Marrocos e a Mauritânia invadiram o Sara Ocidental, que Marrocos anexou. O ditador espanhol Francisco Franco estava agonizante e, perante o abandono do Sara Ocidental, a Frente Polisário (FP), apoiada pela Argélia, reclamou a independência, em luta com os dois invasores. Em 1979, a Mauritânia fez as pazes com a FP e renunciou às suas pretensões sobre o território. Depois, sob os auspícios da ONU, Marrocos e a FP assinaram um cessar-fogo, que está em vigor desde 1991.

A ONU iniciou então o processo para promover o previsto referendo, que nunca se realizou, devido a desacordos entre Marrocos e a FP sobre o recenseamento da população, maioritariamente nómada. Para a ONU, o Sara Ocidental continua a ser um território a descolonizar e Marrocos nunca foi reconhecido como potência administradora. A invasão marroquina obrigou dezenas de milhares de sarauis a refugiar-se em território argelino. Mas a Argélia está tida actualmente pela Europa como uma ameaça, depois de ali se ter estabelecido a organização terrorista "al-Qaeda no Maghreb islâmico".
Encontra-se actualmente em Portugal a ex-prisioneira e activista saraui, Aminatou Ali Ahmed Haidar, para falar sobre o desrespeito pelos direitos humanos no Sara Ocidental,. É acompanhada do ministro delegado da FP para a Europa, Mohamed Sadati, que têm conferências agendadas no Porto e em Lisboa.

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quarta-feira, 20 de junho de 2007

Globalização. Seus inconvenientes sociais

Globalização. Seus inconvenientes sociais

No dia 6 do corrente, no post A armadilha das estatísticas, lancei uma ideia que esperava ir levantar um debate enriquecedor sobre a globalização e os fenómenos relacionados com a injusta distribuição da riqueza gerada num país. A frase que considerava mais provocatória era «A cada aumento do PIB per capita há, forçosamente, uma maior diferença entre os mais ricos e os mais pobres». Mas foram poucos os comentários. Agora, o Diário de Notícias traz um artigo sobre as ameaças sociais da globalização. Tema muito focado na Comunicação Social, acerca das manifestações durante a reunião do G8 e do forum social, mas, com demasiada emotividade e sem análise das causas e consequências que ajude a uma percepção mais perfeita.

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) lançou um alerta aos governos para que estes levem muito a sério as preocupações das populações com os efeitos gerados pela globalização, designadamente pelo aumento das trocas comerciais e da concorrência internacional. A OCDE reconhece, pela primeira vez de forma clara, no seu relatório "Employment Outlook 2007", que "a expansão do comércio constitui uma potencial fonte de vulnerabilidade para os trabalhadores". Estão em risco sobretudo os trabalhadores dos sectores mais expostos à competição das importações - é o caso do sector têxtil em Portugal - e os menos qualificados ou qualificáveis, com maiores dificuldades em adaptar-se às mudanças do mercado.

Não há dúvidas quanto às vantagens de longo prazo do aumento das trocas comerciais entre países que, no longo prazo, se reflectem numa melhoria clara do nível de vida das populações. Porém, se as preocupações das pessoas continuarem a crescer, acabarão por penalizar, pelo voto, as actuais políticas governamentais que promovem a liberalização do comércio, e por beneficiar políticas proteccionistas, que acabarão por ser nefastas para as economias e bem-estar das pessoas. Por isso, é necessário analisar os perigos reais que pairam sobre as populações, e adoptar políticas governamentais preventivas ou mesmo correctivas.

Quanto ao desemprego, a concorrência da mão-de-obra barata de países como a China, Índia, Brasil ou Rússia está a levar à deslocalização de muitas empresas e à destruição de empregos. O aumento das importações tende a traduzir-se num acréscimo de insegurança para os trabalhadores, sobretudo aqueles que operam em sectores mais sujeitos à concorrência externa, como se passa no sector têxtil em Portugal, que tem sido muito afectado pela entrada de mercadorias chinesas.

Quanto a salários, a maior concorrência de mão-de-obra de países menos desenvolvidos tem obrigado os trabalhadores da maioria dos países da OCDE a aceitar reduções de salário ou aumento das horas de trabalho, sendo notória a redução da proporção de riqueza que é transferida para os salários, em favor de aumento dos lucros, o que agrava a injusta distribuição da riqueza. A perda de poder de compra verificada nas últimas décadas poderá resultar também de outros factores, tais como o maior investimento das empresas em tecnologias de capital intensivo (menos dependentes do contributo do trabalhador).

Em consequência destes factores, o fosso entre os mais ricos e os mais pobres e a classe média tem vindo a crescer. Num conjunto de 19 países desenvolvidos, isso ocorreu em 16. Pode ser devido à concorrência internacional que acabou por reduzir os salários dos trabalhadores menos qualificados nos países desenvolvidos. Pode apontar-se outro factor que terá contribuído para o agravamento da desigualdade que nada têm a ver com a globalização: a adopção de tecnologias cada vez mais avançadas gerou uma procura crescente de trabalhadores qualificados em detrimento dos restantes, com reflexos nos respectivos salários.

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A Paz como valor supremo

Todas as pessoas, em condições normais de emotividade e raciocínio, afirmam convictamente, sem qualquer sombra de hesitação, que querem a paz e são contra a guerra, seja esta de que natureza for. No entanto esta ocorre com mais frequência do que o desejável ou mesmo tolerável. Há formas de a evitar e são utilizadas normalmente mas, a partir de dada altura, tornam-se ineficazes e o conflito estala.

A paz é instável e quebrada com facilidade quer no psíquico dos indivíduos, quer entre membros de uma família, quer dentro de grupos e entre eles, quer entre Estados ou coligações. Por trás deste último tipo de conflitos estão interesses dos Estados muitas vezes interpretados de forma egocêntrica sem ter em conta os interesses da comunidade em que se inserem e interpretados por dirigentes teimosamente ambiciosos que a nada olham para aumentar a própria visibilidade e concretização de caprichos de grandeza, mesmo que artificial e pouco durável.

A forma mais utilizada para evitar a passagem do «ponto de não retorno» tem sido o diálogo, a negociação, directamente ou com a ajuda de medianeiro. Houve uma época em que o ex-Presidente Mário Soares considerava a negociação como uma solução milagrosa para evitar qualquer tipo de conflito. Mas a experiência tem demonstrado que não é assim tão milagrosa, porque exige credibilidade, vontade e sinceridade das partes, de modo a ser criado um ambiente de confiança mútua. A desconfiança é o pior corrosivo que pode penetrar entre as partes.

Estas reflexões surgiram ao ler a notícia de que o alto representante para a política externa e de segurança da União Europeia, Javier Solana, e o principal negociador iraniano para a questão nuclear, Ali Larijani, vão reunir-se em Lisboa no próximo sábado, para prosseguirem a análise dos dossiers em aberto no diferendo que opõe Estados Unidos e Europa ao Irão.
Larijani é o secretário executivo do Conselho Supremo de Segurança Nacional, órgão que coordena as políticas de segurança e defesa do Irão.

Estas negociações duram há anos e esta reunião, destina-se a prosseguir a análise dos tópicos focados na anterior ronda, em Madrid no final de Maio, embora, entretanto, não se tenha verificado nenhum desenvolvimento relevante. Na reunião de Madrid foi afirmado terem-se notado sinais positivos na forma como decorreram as negociações, o que pode ser apenas uma figura diplomática pois persiste a divergência fundamental, com Teerão a argumentar a natureza pacífica do seu programa nuclear e EUA e Europa a exigirem garantias e medidas de controlo e verificação das instalações iranianas de tratamento do urânio.

O impasse dura há cerca de três anos e já levou o Conselho de Segurança da ONU a impor, através de duas resoluções, sanções ao Irão, estando em preparação um terceiro projecto de resolução com mais sanções. Ao mesmo tempo, os cinco membros permanentes daquele órgão (China, EUA, França, Grã-Bretanha e Rússia), mais a Alemanha - os 5+1 -, propõem um pacote diplomático, político e económico a Teerão, caso este aceite suspender o nuclear; o que o Irão sempre recusou, argumentando ser seu "direito inalienável" desenvolver esta tecnologia.

As perspectivas de guerra nesta região apresentam-se indesejáveis quando ainda não foram encerrados os conflitos extremamente complexos em dois países vizinhos. E levanta-se outra reflexão que devia ser aprofundada. As guerras só por si não resolvem os conflitos, pois mesmo que uma das partes fique quase totalmente aniquilada ela pode recompor-se e provocar novo conflito, como foi o caso da Alemanha derrotada na primeira Guerra Mundial. A Guerra encerra-se à mesa das negociações com um tratado equilibrado sem esmagar demasiado o derrotado, com respeito mútuo e permitindo um futuro de desenvolvimento pacífico.

Ora tendo as negociações uma presença antes do conflito e outra no fim, apetece perguntar, com ar de ingenuidade, se não teria sido evitável a guerra. O problema reside na defesa cega de interesses e caprichos, na teimosia, no abuso da força, cada um esperando ser o vencedor, e na pressão, na retaguarda, de industriais do amamento para quem a guerra é uma fonte de negócio altamente lucrativo. Já, em 1956, Dwight Eisenhower pedia ao povo americano «que exercesse apertada vigilância e tivesse cuidado com o complexo industrial-militar norte americano». Sabia que os homens de negócios de armamento, desenvolvidos durante a II Guerra Mundial, não quereriam prescindir dos enormes lucros a que se habituaram e desejariam continuar a ganhar gananciosamente, cada vez mais.

Perante estes e outros aspectos deste complexo problema mundial, todos devemos, de forma o mais convincente possível, tomar posição pela paz, contra os conflitos armados, sem desrespeitar ou ofender os estados que pretendem defender legítimos interesses dos seus povos. Esses interesses não devem nunca perder de vista os dos outros e os da comunidade internacional. Quando assim se proceder, as guerras passarão a ter menos expressão nas relações internacionais. São, por isso, de elogiar atitudes de conversação e negociação como as que decorrerão sábado em Lisboa entre representantes da EU e do Irão. Deseja-se que sejam profícuas, para que liberto deste foco de tensão o Mundo possa concentrar-se mais na felicidade das pessoas.

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Acabar com mortes na estrada

Todos os anos grande inúmeros portugueses perdem a vida nas estradas, principalmente em momentos em que se dirigem para lugares de prazer em família ou em grupo ou deles regressam, no fins de semana e nas férias. Em lugar da alegria vem o luto e o sofrimento de todos os géneros. Pessoas que sobreviveram mas ficaram deficientes profundos na dependência da família enquanto esta puder apoiar. Situações só compreendidas por quem com elas convive.

As sucessivas medidas dos governos, devido ao desconhecimento das causas primárias do problema e à ganância do dinheiro, resultam apenas em maiores coimas e multas, mas deixam intacta a tragédia que continua incólume, apesar de muitas sugestões piedosas para a melhoria do civismo cuja ausência está na base da maior parte dos acidentes.

No Jornal de Notícias de hoje, 7 de Junho, vem a notícia de que o Vaticano quer que esta tragédia acabe, dado que ela tem persistido por todo o mundo. Oxalá esta posição seja orquestrada em todas as paróquias, com persistência, e que obtenha o efeito desejado.

Numa altura em que os acidentes causam anualmente 1,2 milhões de mortos em todo o Mundo, o Vaticano apresentou, ontem, os "10 Mandamentos da Estrada", o "Decálogo dos Condutores", que pretende promover a segurança rodoviária através da "virtude cristã". Este documento foi elaborado pelo Conselho Pontifício para a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes (CPPMI), cujo presidente, cardeal Renato Martino, afirmou que a actual situação de insegurança nas estradas é "um grande desafio para a sociedade e para a Igreja". Segundo o CPPMI, ao longo do século passado, morreram 35 milhões de pessoas em acidentes rodoviários, de que resultaram, ainda, mais de mil milhões de feridos.

Deste decálogo, o jornal cita os seguintes «mandamentos:
"Não matarás",
"A estrada seja para ti um instrumento de comunhão, não de danos mortais" ,
"Cortesia, correcção e prudência ajudar-te-ão"
"Sê caridoso e ajuda o próximo em necessidade, especialmente se for vítima de um acidente",
"O automóvel não seja para ti expressão de poder, de domínio e ocasião de pecado",
"Convence os jovens e os menos jovens a não conduzir quando não estão em condições de o fazer",
"Apoia as famílias das vítimas dos acidentes",
"Procura conciliar a vítima e o automobilista agressor, para que possam viver a experiência libertadora do perdão".

Todos os esforços para parar esta tragédia são bem vindos. Sigamos estes conselhos com a convicção de que estamos a contribuir para que a segurança nas estradas melhorará em benefício de todos nós.

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terça-feira, 19 de junho de 2007

Anti-racismo

Caso Real A situação que se segue aconteceu num voo da British Airways entre Joanesburgo (África do Sul) e Londres.
Uma mulher (branca), de aproximadamente 50 anos, chegou ao seu lugar em classe económica E viu que estava ao lado de um passageiro negro. Visivelmente perturbada, chamou a comissária de bordo.
- "Algum problema, minha senhora?" - perguntou a comissária.
- "Não vê?" - respondeu a senhora - "vocês colocaram-me ao lado de um negro. Não posso ficar aqui. Tem de me arranjar outro lugar."
- "Por favor, acalme-se!" - disse a hospedeira -"Infelizmente, todos os lugares estão ocupados. Porém, vou ver se ainda temos algum disponível".
A comissária afasta-se e volta alguns minutos depois.
- "Senhora, como eu disse, não há nenhum outro lugar livre em classe económica. Falei com o comandante e ele confirmou que não temos mais nenhum lugar nem mesmo em classe económica. Temos apenas um lugar em primeira classe".
E antes que a mulher fizesse algum comentário, a comissária continua:
- "Veja, é incomum que a nossa companhia permita que um passageiro da classe económica se sente na primeira classe. Porém, tendo em vista as circunstâncias, o comandante pensa que seria escandaloso obrigar um passageiro a viajar ao lado de uma pessoa desagradável".
E, dirigindo-se ao senhor negro, a comissária prosseguiu:
- "Portanto, senhor, caso queira, por favor pegue na sua bagagem de mão, pois reservamos para si um lugar em primeira classe..."
TODOS os passageiros que, estupefactos assistiam à cena, começaram a aplaudir, alguns de pé.

"O que me preocupa não é o grito dos maus. É o silêncio dos bons..."
Martin Luther King*

Recebido por e-mail, com pedido de divulgação, o que estou a fazer com gosto.

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Pedra Filosofal

De António Gedeão

Eles não sabem que o sonho
é uma constante da vida
tão concreta e definida
como outra coisa qualquer,
como esta pedra cinzenta
em que me sento e descanso,
como este ribeiro manso
em serenos sobressaltos,
como estes pinheiros altos
que em verde e oiro se agitam,
como estas aves que gritam
em bebedeiras de azul
Eles não sabem que o sonho
é vinho, é espuma, é fermento,
bichinho alacre e sedento,
de focinho pontiagudo,
(que fossa através de tudo)
num perpétuo movimento.

Eles não sabem que o sonho
é tela, é cor, é pincel,
base, fuste, ou capitel,
arco em ogiva, vitral,
pináculo de catedral,
contraponto, sinfonia,
máscara grega, magia,
que é retorta de alquimista,
mapa do mundo distante,
rosa-dos-ventos, Infante,
caravela quinhentista,
que é Cabo da Boa Esperança,
ouro, canela, marfim,
florete de espadachim,
bastidor, passo de dança,
Columbina e Arlequim,
passarola voadora,
pára-raios, locomotiva,
barco de proa festiva,
alto-forno, geradora,
cisão do átomo, radar,
ultra-som, televisão,
desembarque em foguetão
na superfície lunar.

Eles não sabem, nem sonham,
que o sonho comanda a vida.
Que sempre que um homem sonha
o mundo pula e avança
como bola colorida
entre as mãos de uma criança.

É bom recordar estes versos que são tópicos de biologia, história, tecnologia, evolução nascida do sonho, filosofia da vida, fantasia, elevação.

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As maravilhas da UVA

Um grupo de amigos celebra o encontro. Taças de vinho são erguidas num gesto festivo
e vozes animadas repetem juntas o velho brinde: “Saúde!”

A saudação nunca foi tão verdadeira! Pois é isso que médicos e pesquisadores estão descobrindo. Uma taça de vinho esconde mais que sabor e prazer, é uma fonte de saúde!

As uvas saem das lavouras e vão directo para as bancadas dos laboratórios, consultórios e hospitais e se transformam em receita médica! O vinho ajuda, mas na dose certa! É o chamado consumo moderado: uma taça de 100ml para as mulheres e duas para os homens.Os médicos assinam em baixo!

Para entender esse mistério, é preciso conhecer dois elementos de nomes estranhos, contidos no vinho tinto: o resveratrol e os flavonóides.
O resveratrol, elimina as plaquetas que provocam coágulos e entopem as artérias.
Os flavonóides são antioxidantes, inibem a formação dos radicais livres, que provocam o envelhecimento das células e, por consequência, deixam o organismo mais vulnerável a doenças.

A conclusão a que se chega é que, o que há de mais importante no vinho tinto, não é o álcool, e sim os flavonóides, explica o cardiologista da INCOR. Mas, se o vinho faz tão bem para a saúde, e o que importa nele é a uva e não o álcool, porque não adoptar, então, o sumo de uva?

Sumo de uva e vinho trazem os mesmos benefícios para o coração

A tese de doutoramento da cardiologista e médica assistente do INCOR (Instituto do Coração da FM-USP), Silmara Regina Coimbra, comprovou que tanto o vinho tinto quanto o sumo de uva, provocam o mesmo efeito sobre o endotélio (camada que forra internamente os vasos sanguíneos), aumentando a sua dilatação, frente à um estímulo.

Segundo a cardiologista Silmara Coimbra, a principal conclusão deste trabalho, é que o sumo de uva pode proteger o indivíduo contra a doença arterial coronária sem os riscos associados ao consumo de álcool.

Benefícios do sumo de uva comparado com os do leite

A tradição atribuiu ao sumo de uva as mais elogiosas expressões como: sangue vegetal, leite vegetal e seiva viva. O sumo de uva contém mais calorias que o leite, uma certa analogia que pode ser levada mais longe: a composição do sumo de uva mostra surpreendentes semelhanças com a do leite materno. É, pois, um alimento privilegiado para os períodos de “reconstrução da fadiga, da anemia, da convalescença”.

O açúcar do sumo de uva é composto por glicose e frutose, é directamente assimilável, não exige nenhum esforço aos órgãos digestivos, e é por tal razão aconselhável para a alimentação dos doentes atacados por febre.

Do ponto de vista terapêutico, trata-se de um dos mais preciosos sumos. O sumo de uva é estimulante das funções hepáticas, contribuindo mesmo à base de remédios farmacêuticos para o fígado (esta função é desempenhada não apenas pelo sumo de uva, como também pela uva e folhas da parreira).

Para manter as artérias jovens, tome sumo de uva diariamente. Pesquisas realizadas na Universidade da Flórida revelam que as substâncias químicas encontradas nas uvas ajudam a dilatar as artérias e em consequência, podem reduzir a tensão arterial (pressão sanguínea).
O segredo das uvas e do sumo de uva no combate ao envelhecimento é simples e poderoso: as uvas contém 20 antioxidantes conhecidos, que funcionam em conjunto para combater os radicais livres que promovem as doenças e o envelhecimento de acordo com pesquisadores da Universidade da Califórnia, em Davis.

Os antioxidantes encontram-se nas cascas e sementes e quanto mais vibrante for a cor da casca, maior o seu poder antioxidante, que significa que as uvas vermelhas e roxas e o sumo de uva roxa são os mais poderosos.

A uva vermelha possui alto teor de antioxidante quercetina. A casca de uva contém resveratrol, que comprovadamente inibe o agrupamento e aumenta o colasterol HDL (bom colesterol).

Os antioxidantes presentes nos sumos de uva têm actividades anticoagulantes, inibem a oxidação do colesterol HDL e dilatam os vasos sanguíneos.

“A BELEZA E A VITALIDADE
SÃO PRESENTES DA NATUREZA,
PARA AQUELES QUE VIVEM
AS SUAS LEIS”
Leonardo da Vinci

Texto retirado de um anexo em Power Point de origem brasileira

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