terça-feira, 30 de novembro de 2010

Revolução imparável em curso

Transcrição de texto que merece ser lido com atenção, de autor não identificado, recebido por e-mail, seguido de nota:

Está a acontecer na nossa rua e à nossa volta, e ainda não percebemos que a Revolução, uma nova Era já começou!

As pessoas andam um bocado distraídas! Não deram conta que há cerca de 3 meses começou a Revolução! Não! Não me refiro a nenhuma figura de estilo, nem escrevo em sentido figurado! Falo mesmo da Revolução "a sério" e em curso, que estamos a viver, mas da qual andamos distraídos (desprevenidos) e não damos conta do que vai implicar. Mas falo, seguramente, duma Revolução!

De facto, há cerca de 3 ou 4 meses começaram a dar-se alterações profundas, e de nível global, em 10 dos principais factores que sustentam a sociedade actual. Num processo rápido e radical, que resultará em algo novo, diferente e porventura traumático, com resultados visíveis dentro de 6 a 12 meses... E que irá mudar as nossas sociedades e a nossa forma de vida nos próximos 15 ou 25 anos!

... tal como ocorreu noutros períodos da história recente: no status político-industrial saído da Europa do pós-guerra, nas alterações induzidas pelo Vietname/ Woodstock/ Maio de 68 (além e aquém Atlântico), ou na crise do petróleo de 73.

Estamos a viver uma transformação radical, tanto ou mais profunda do que qualquer uma destas! Está a acontecer na nossa rua e à nossa volta, e ainda não percebemos que a Revolução já começou!

Façamos um rápido balanço da mudança, e do que está a acontecer aos "10 factores":

1º- A Crise Financeira Mundial : desde há 8 meses que o Sistema Financeiro Mundial está à beira do colapso (leia-se "bancarrota") e só se tem aguentado porque os 4 grandes Bancos Centrais mundiais - a FED, o BCE, o Banco do Japão e o Tesouro Britânico - têm injectado (eufemismo que quer dizer: "emprestado virtualmente à taxa zero") montantes astronómicos e inimagináveis no Sistema Bancário Mundial, sem o qual este já teria ruído como um castelo de cartas. Ainda ninguém sabe o que virá, ou como irá acabar esta história !...

2º- A Crise do Petróleo : Desde há 6 meses que o petróleo entrou na espiral de preços. Não há a mínima ideia/teoria de como irá terminar. Duas coisas são porém claras: primeiro, o petróleo jamais voltará aos níveis de 2007 (ou seja, a alta de preço é adquirida e definitiva, devido à visão estratégica da China e da Índia que o compram e amealham!) e começarão rapidamente a fazer sentir-se os efeitos dos custos de energia, de transportes, de serviços. Por exemplo, quem utiliza frequentemente o avião, assistiu há 2 semanas a uma subida no preço dos bilhetes de... 50% (leu bem: cinquenta por cento). É escusado referir as enormes implicações sociais deste factor: basta lembrar que por exemplo toda a indústria de férias e turismo de massas para as classes médias (que, por exemplo, em Portugal ou Espanha representa 15% do PIB) irá virtualmente desaparecer em 12 meses! Acabaram as viagens de avião baratas (...e as férias massivas!), a inflação controlada, etc...

3º- A Contracção da Mobilidade : fortemente afectados pelos preços do petróleo, os transportes de mercadorias irão sofrer contracção profunda e as trocas físicas comerciais (que sempre implicam transporte) irão sofrer fortíssima retracção, com as óbvias consequências nas indústrias a montante e na interpenetração económica mundial.

4º- A Imigração : a Europa absorveu nos últimos 4 anos cerca de 40 milhões de imigrantes, que buscam melhores condições de vida e formação, num movimento incessante e anacrónico (os imigrantes são precisos para fazer os trabalhos não rentáveis, mas mudam radicalmente a composição social de países-chave como a Alemanha, a Espanha, a Inglaterra ou a Itália). Este movimento irá previsivelmente manter-se nos próximos 5 ou 6 anos! A Europa terá em breve mais de 85 milhões de imigrantes que lutarão pelo poder e melhor estatuto sócio-económico (até agora, vivemos nós em ascensão e com direitos à custa das matérias-primas e da pobreza deles)!

5º- A Destruição da Classe Média : quem tem oportunidade de circular um pouco pela Europa apercebe-se que o movimento de destruição das classes médias (que julgávamos estar apenas a acontecer em Portugal e à custa deste governo) está de facto a "varrer" o Velho Continente! Em Espanha, na Holanda, na Inglaterra ou mesmo em França os problemas das classes médias são comuns e (descontados alguns matizes e diferente gradação) as pessoas estão endividadas, a perder rendimentos, a perder força social e capacidade de intervenção.

6º- A Europa Morreu : embora ainda estejam projectar o cerimonial do enterro, todos os Euro-Políticos perceberam que a Europa moribunda já não tem projecto, já não tem razão de ser, que já não tem liderança e que já não consegue definir quaisquer objectivos num "caldo" de 27 países com poucos ou nenhuns traços comuns!... Já nenhum Cidadão Europeu acredita na "Europa", nem dela espera coisa importante para a sua vida ou o seu futuro! O "Requiem" pela Europa e dos "seus valores" foi chão que deu uvas: deu-se há dias na Irlanda!

7º- A China ao assalto! Contou-me um profissional do sector: a construção naval ao nível mundial comunicou aos interessados a incapacidade em satisfazer entregas de barcos nos próximos 2 anos, porque TODOS os estaleiros navais do Mundo têm TODA a sua capacidade de construção ocupada por encomendas de navios... da China. O gigante asiático vai agora "atacar" o coração da Indústria europeia e americana (até aqui foi just a joke...). Foram apresentados há dias no mais importante Salão Automóvel mundial os novos carros chineses. Desenhados por notáveis gabinetes europeus e americanos, Giuggiaro e Pininfarina incluídos, os novos carros chineses são soberbos, réplicas perfeitas de BMWs e de Mercedes (eu já os vi!) e vão chegar à Europa entre os 8.000 e os 19.000 euros! E quando falamos de Indústria Automóvel ou Aeroespacial europeia...helás! Estamos a falar de centenas de milhar de postos de trabalhos e do maior motor económico, financeiro e tecnológico da nossa sociedade. À beira desta ameaça, a crise do têxtil foi uma brincadeira de crianças! (Os chineses estão estrategicamente em todos os cantos do mundo a escoar todo o tipo de produtos da China, que está a qualificá-los cada vez mais).

8º- A Crise do Edifício Social : As sociedades ocidentais terminaram com o paradigma da sociedade baseada na célula familiar! As pessoas já não se casam, as famílias tradicionais desfazem-se a um ritmo alucinante, as novas gerações não querem laços de projecto comum, os jovens não querem compromissos, dificultando a criação de um espírito de estratégias e actuação comum...

9º- O Ressurgir da Rússia/Índia : para os menos atentos: a Rússia e a Índia estão a evoluir tecnológica, social e economicamente a uma velocidade estonteante! Com fortes lideranças e ambições estratégicas, em 5 anos ultrapassarão a Alemanha!

10º- A Revolução Tecnológica : nos últimos meses o salto dado pela revolução tecnológica (incluindo a biotecnologia, a energia, as comunicações, a nano tecnologia e a integração tecnológica) suplantou tudo o previsto e processou-se a um ritmo 9 vezes superior à média dos últimos 5 anos!

Eis pois, a Revolução!

Tal como numa conta de multiplicar, estes dez factores estão ligados por um sinal de "vezes" e, no fim, têm um sinal de "igual". Mas o resultado é ainda desconhecido e... imprevisível. Uma coisa é certa: as nossas vidas vão mudar radicalmente nos próximos 12 meses e as mudanças marcar-nos-ão (permanecerão) nos próximos 10 ou 20 anos, forçando-nos a ter carreiras profissionais instáveis, com muito menos promoções e apoios financeiros, a ter estilos de vida mais modestos, recreativos e ecológicos.
Espera-nos o Novo! Como em todas as Revoluções!

Um conselho final: é importante estar aberto e dentro do Novo, visionando e desfrutando das suas potencialidades! Da Revolução! Ir em frente! Sem medo!

Afinal, depois de cada Revolução, o Mundo sempre mudou para melhor!...

NOTA: Como o estudo termina, é preciso não entrar em pânico, para podermos beneficiar dos pontos positivos das mudanças e menorizar, dentro do possível, os inconvenientes que não serão poucos para muitos de nós.
Já, em posts anteriores e em comentários, aqui se referiu o início de grandes transformações na vida dos povos e das pessoas. Acabou a supremacia da Europa e do mundo ocidental e ressurgiram os valores orientais que em tempos distantes já detiveram a «pole position» das civilizações.


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Cem mil visitantes

Este espaço passou uma meta significativa, a dos 100.000 visitantes. Com mais de quatro anos de existência, o número pode não dizer muito, mas há que atender ao facto de não ser um blogue fácil, do agrado dos menos interessados pelo que se passa no mundo que nos cerca.
Agradeço a todos os que seguem,  aos que simplesmente visitam e, principalmente, aos que deixam comentários que têm sido muito interessantes e aliciantes para continuar e aprofundar os temas abordados. Em termos urbanos pode dizer-se a opinião, concordante ou discordante, por forma justificada, explicada, para o tema ser melhor observado sob várias ópticas.

Dar alegria aos outros é um objectivo do meu optimismo, olhando de preferência para o que existe de melhor e procurando sugerir as melhores saídas para aquilo que é menos bom. Considero que a crítica destrutiva é negativa e nada de bom nos traz. Se algo nos parece errado devemos procurar que seja emendado e evitada a sua repetição.


Poderá argumentar-se que um simples cidadão pouco ou nada pode fazer para melhorar um país ou o mundo, mas penso que deve estar informado e reflectir por forma a exercer o seu dever de votar, com consciência e sentido de responsabilidade. Cada um é uma parcela igual a todas as outras. Não deve ficar à espera que sejam os outros a resolver o problema colectivo.

Agradeço aos seguidores, aos comentadores e aos visitantes em geral a amabilidae de por aqui passarem e incentivarem para não parar.

Um sincero «bem haja» e um abraço a cada um
João

Imagem do Google

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domingo, 28 de novembro de 2010

Pobreza aumenta

A observação daquilo que acontece no País é muito preocupante. Os sinais são demasiado evidentes para que possam ser ignorados e é imperioso que os mais altos responsáveis, não os desconheçam.

Por todo o País encerram empresas de todas as dimensões, por encarecimento do crédito, das matérias primas e dos apoios públicos e por menor procura devido ao abaixamento do poder de compra dos potenciais clientes. Isso justifica títulos como este - “Maior crise de sempre” fechou dez mil restaurantes em 2009 – que faz prever um número mais elevado no ano corrente e nos próximos, em percentagem dos inicialmente existentes. E o maior significado deste caso reside em os restaurantes fornecerem produtos essenciais. Mas as pessoas restringem tudo, mesmo a alimentação, com os graves resultados que isso possa trazer para a saúde.

Realmente, a fome está presente em muitos lares, em número cada vez maior. E, em consequência deste fenómeno está a activar-se a veia humanitária das pessoas e está a nascer uma rede nacional para aproveitar as sobras dos restaurantes, que é convergente com o Banco Alimentar que congrega muitos voluntários, mais do que o esperado, tal é o sentimento humanista e solidário da nossa boa população.

A par destas notícias, o gestor de activos João Pedro Pintassilgo, em entrevista referida em dois artigos (um e outro) do Público, dá dicas aplicáveis não só aos governantes e a empresas mas também às famílias e pessoas individuais.

Num investimento é necessário saber se tem racionalidade económica e se cria riqueza para a economia, se paga os seus custos de funcionamento e o custo da sua construção. Há que saber se um projecto se paga a si próprio ou se vai onerar o futuro com mais despesas. Temos que usar bem o dinheiro de que dispomos, seja próprio ou de crédito, e aplicá-lo em boas ideias de produtos e de serviços, com valor acrescentado.

Ora o que temos visto é que os portugueses, em todos os níveis, têm se preocupado com o consumismo, a aparência, a ostentação de riqueza, a competição com vizinhos e colegas, usando várias formas de crédito, sem olhar ao facto de que as prestações somam-se e têm que ser pagas. A mentalidade infantil de não considerar o dinheiro como um bem finito, consumível, limitado, tem levado a um nível de vida excessivo, insustentável, ao crédito mal parado, de que resultou a crise ter levado ao encerramento de tanto restaurante e muitas empresas realmente dispensáveis, mas com inconvenientes no desemprego e no equilíbrio psíquico da população e nas carências que chegam ao ponto de condicionar gravemente a alimentação.

Oxalá a crise seja ultrapassada a breve prazo e que as pessoas aprendam a lição que as leve a passarem a gerir melhor a sua vida privada, as empresas e os interesses do Estado.

Imagem da Net.

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sábado, 27 de novembro de 2010

Profecia ou simples acaso???!!!


Ministro das Finanças parece indicar o caminho a Sócrates

Foto e texto do Correio da Manhã de hoje

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Governante honrado e descontente

Quando, em análises gerais e abstractas, se atribuem vícios e erros aos políticos, de forma abrangente, nunca devemos esquecer de que há excepções, como em toda a regra. Temos que admitir que existem políticos que são homens com sentido de Estado e que não cedem a irregularidades no respeitante aos deveres da POLÍTICA com maiúsculas e, quando evidenciam as suas qualidades positivas, devem ser destacados e elogiados, pelo exemplo de dignidade que representam.

Vem hoje no Público a notícia de que João Correia Secretário de Estado da Justiça demitiu-se por identificar uma “cultura contra a Justiça” e refere-se a entrevista dada pelo próprio ao jornal «I»em que afirma sair porque o objectivo central, quer do convite quer da sua permanência no Governo, era contribuir para as reformas, nesta fase delicada da administração da Justiça em Portugal, que lhe foi entregue a missão de concretizar a reforma do mapa judiciário, fazer a reforma do processo civil, do processo penal, da lei da arbitragem. E que, além do mandato que recebeu, inovou também ao nível dos tribunais da concorrência, regulação e supervisão e tribunal da propriedade intelectual, para além das normais miudezas de qualquer ministério, que resultavam da tutela da direcção-geral da administração da justiça, da reinserção social, do instituto de medicina legal, da comissão para a protecção às vítimas de crimes violentos.

Deve salientar-se que, apesar de ter formalizado o pedido de demissão no dia 22 de Novembro, teve o cuidado de, por razões de fidelidade, coerência e respeito pelo Governo, isso não ser publicitado até que fosse votado o Orçamento, para não criar ruído, para isso não poder ser aproveitado como um factor de enfraquecimento da política do Governo no seu todo.

João Correia evidencia, desta forma, elevado teor ético, sentido de missão, da honra, da dignidade, do dever. Um governante exemplar deve colocar o Estado, o Portugal de todos os portugueses, acima das tricas partidárias, acima das pressões que têm levado à impunidade dos políticos.

Como cidadão português, presto a minha homenagem a este exemplo de bom português que não se vende por mordomias ou por tachos dourados.

Imagem do Público.

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Jogos partidários anti-democráticos???

O secretário geral do PSD afirmou poderem ser aplicadas sanções políticas” aos deputados do PSD/Madeira que votaram contra o Orçamento do Estado. Isso vem estimular mais uma vez a reflexão sobre a disciplina de voto na AR.

Levanta a questão da existência do direito à liberdade de opinião. É uma das garantias dadas pela Constituição.

Com tal disciplina imposta à força de sanções, pergunta-se mais uma vez para que são necessários tantos deputados. Imperando tal disciplina, basta atribuir o voto ponderado para os líderes da bancada, assente na percentagem obtidas nas últimas legislativas.

O tema já foi abordado em:

- Disciplina de voto na AR
- Redução do número de deputados
- Há deputados a mais, sem dúvida!!!
- Deputados a mais, eficiência a menos
- Deputados conscientes da sua quantidade excessiva

Portugal precisa de deputados bem informados e moralmente bem formados que votem pelos interesses nacionais e não por jogos do «alecrim e da manjerona» de que apenas os partidos beneficiam. Com a lógica clubista do partidarismo eles poderão ser sancionados, por não jogarem pelo partido, como se fossem ovelhas ranhosas. Mas do ponto de vista nacional eles devem ser considerados heróis nacionais, como já aqui foi apontado António José Seguro, a propósito da lei de financiamento dos partidos, de Jorge Nuno de Sá, quando foi o único a quebrar a unanimidade no Conselho do PSD e de Manuel Castro Almeida do PSD, quando no Conselho Nacional votou contra um eventual aumento de impostos.

É certo que a democracia precisa de partidos, mas estes devem rever os seus comportamentos, pois pelo menos na aparência, dedicam 80% à função de agência de emprego para «boys» e a tricas de demolição da credibilidade dos rivais sempre com olho nos votos, e apenas cerca de 20% aos interesses de Portugal, dos portugueses. Seria aconselhável que procurassem inverter estas prioridades passando a dedicar 80% aos interesses nacionais: O Governo, analisando bem os problemas do ponto de vista patriótico, escolhendo as melhores soluções para um futuro melhor, executando-as com simplicidade, economia e rigor, fiscalizando e controlando os pormenores e sancionando os infractores ou carentes de dedicação e seriedade; a oposição, mostrando valor e dedicação ao País, com a fiscalização da execução governativa, controlando e criticando positivamente os actos da governação e apresentando sugestões e propostas para o desenvolvimento do País. Com tais comportamentos a política sairia prestigiada e credibilizada e os cidadãos, provavelmente, passariam a acorrer às urnas em maior percentagem do que actualmente e votar com consciência cívica e de cidadania.

Penso que a crise deve ser aproveitada para reflexões sobre estes tópicos. Se o estímulo não funcionar nesta situação, será difícil que venha ser aproveitado em situação mais estabilizada e acomodada.

Imagem da Net

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quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Greve Geral treina para acção colectiva

A crise parece estar num beco sem saída, com frequentes notícias sobre o agravamento de vários índices. Há muita gente bem pensante a desejar o aparecimento de uma força que exija ao Governo prestação de contas sobre a maneira como está (ou não) a zelar pelos legítimos e reais interesses dos portugueses. Essa função fiscalizadora deveria caber, teoricamente, à AR, mas esta não se tem mostrado eficaz na contenção de erros e abusos dos governantes. Por isso, muitos anseiam pela vinda do FMI ou outro tipo de poder externo que moralize o funcionamento do regime. Mas a vinda do FMI não é agradável aos poderosos, viciados nos sucessivos erros que conduziram à crise, porque seriam impedidos ou obrigados a moderarem os abusos que lhes dão enriquecimento. Mas se estes não foram metidos na ordem, tudo continuará na degradação em que nos colocaram, a caminho do ponto de não regresso, do suicídio de uma Nação que não está capaz de encontrar em si forças para inverter a queda no abismo.

Não esqueçamos que, segundo as leis da Física, o movimento num plano inclinado é uniformemente acelerado, isto é, com velocidade continuamente crescente e exigindo uma força cada vez maior para poder fazer uma travagem eficaz e uma inversão de marcha em busca da recuperação.

Entretanto, o descontentamento generalizado na população produziu uma greve geral que uniu mais de um terço da população adulta a mostrar o descontentamento com a austeridade que nos é imposta por aqueles que estão na génese da crise e que se esquivam dos seus efeitos, a coberto do poder de que usam e abusam em benefício próprio. Acerca disso, o editorial do Jornal de Notícias, «A greve e a teoria da inevitabilidade» aponta para os seguintes tópicos de reflexão:

«Grandes ou pequenas, justificadas com bons ou maus argumentos, as greves são (quase) sempre exercícios de cidadania colectiva. Convém, por isso, não as desvalorizar, porque não se trata de actos de folclore.»

«O que fazer com o que foi adquirido? Como continuar a manifestar o descontentamento com as políticas do Governo e a postura dos empregadores?»

Para a combater a teoria da inevitabilidade, «é preciso convencer-se de que a tremenda luta que lhe calhou em sorte está balizada pelos erros que todos - e não apenas "eles", os políticos - cometemos há década e meia. A tradução disto faz-se em números: endividamento à razão de dois milhões à hora; desemprego a aproximar-se dos 11%; incapacidade crescente de pagar as dívidas; levantamento (1450 milhões de euros entre Setembro e Outubro) das poupanças guardadas no banco; e por aí fora...»

«Está bom de ver que é impossível continuar a viver assim. Está bom de ver que os nossos credores não confiam em nós e, portanto, não estão dispostos a emprestar-nos mais dinheiro. Está bom de ver que, sem controlarmos as nossas contas públicas, o caminho é um precipício. Está bom de ver que não se resolvem os problemas sociais sem uma sólida base económica. Está bom de ver que, sem aumentarmos a competitividade, não haverá melhores salários e melhor nível de vida...»

«Convergência de interesses e credibilidade do país são, por muito que as expressões possam incomodar, a chave para um futuro menos negro.»

Após a greve e no espírito dos tópicos citados acima, os «sindicatos pedem recuo na austeridade» o que evidencia que os líderes sindicais estão atentos e têm ideias quanto ao aproveitamento desta experiência de sensibilização da população para a defesa dos interesses nacionais, dos portugueses. Mas o Governo, indiferente aos legítimos anseios do povo, já fez saber que a margem de manobra para alterar as políticas que estiveram na origem da paralisação é "nula".

O Governo despreza os cidadãos em geral e principalmente os que são sempre os mais sacrificados e, para cúmulo de tal facto, o «Ministro das Finanças convoca banqueiros», não se sabendo se é para receber orientações deles para actuar em seu proveito, como parece ser a regra geral (ver por exemplo o post «Justiça Social ???»), ou como alguém disse, será apenas uma prospecção para futuro emprego, já que vozes bem audíveis dentro do seu partido pedem a sua a substituição no Governo.

É realmente um facto que os governantes têm uma visão distorcida que resulta em benefício dos poderosos, os que estão implicados nas causas da crise.

Usando de alguma ironia, o futuro ex-ministro das Finanças está a demonstrar muito senso prático, sentido das realidades e pretende preparar o futuro! Abre-se um concurso aos adivinhos: em qual dos bancos ele irá ser abrigado no futuro próximo? Jorge Coelho saltou das Obras Públicas para uma grande construtora civil. Para este, o lugar adequado aos seus interesses e favores prestados será um banco: BES, BCP ou BPI ??? Em qual deles irá cair?

Porque não se reúne com os representantes da maioria dos portugueses? São estes as maiores vítimas da crise, os que são mais sacrificados pela austeridade, mas também os que dão mais votos, e talvez tenham sugestões a apontar para a redução das despesas do Estado e para uma governação com maior justiça social.

Mas ele sabe que precisa de estar bem sintonizado com os patrões. Alguns deles já têm dado dicas e agora têm ocasião de as pormenorizar a fim de verem a vida mais facilitada.

Mas depois da grande adesão à greve, fica mais claro que será difícil que os implicados no desenvolvimento do problema, em qualquer nível, disponham de capacidade de mimetismo para contrariarem os seus hábitos e inverterem o fluxo dos seus empenhamentos, para passarem a ser agentes da solução.

Têm aparecido pessoas, com ar sabedor, a argumentar com a força da Constituição, mas essa é uma grande falácia de teóricos, pois tal documento esteve presente na gestação da crise e, se não a impediu, é porque a sua valência lhe serviu de cobertura. E como não é sagrada nem eterna e foi feita por humanos, sujeitos a erros, nada a impede (e tudo aconselha) de poder e dever ser profundamente alterada. A mudança de que o País precisa tem que ser muito profunda indo às raízes infectadas da árvore infestante.

A crise, sendo bem aproveitada, pode ser uma bênção para a construção do novo Portugal de amanhã. Mas se não forem criadas condições para que esse futuro seja melhor do que as últimas décadas (de degradação política e social), então de nada servem os sacrifícios que estão a ser exigidos aos portugueses mais carenciados e, habitualmente, mais explorados.

Da experiência desta greve conclui-se que a população tenderá para se organizar. Oxalá seja bem organizada, controladamente, para reagir energicamente, mas sem violência, porque esta, quando empregada, acaba sempre por ferir mais inocentes do que os verdadeiros inimigos do povo.

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quarta-feira, 24 de novembro de 2010

A austeridade é perigosa


Ler com atenção até ao fim.

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ONU. Qual o seu papel nas Coreias?

Agora que chegam notícias de mais brincadeiras perigosas entre as Coreias do Norte e do Sul, surge mais uma vez a interrogação acerca da finalidade da ONU e qual a forma como desempenha o seu papel estatutário.

Segundo a wikipedia, «A Organização das Nações Unidas (ONU), ou simplesmente Nações Unidas (NU), é uma organização internacional cujo objectivo declarado é facilitar a cooperação em matéria de direito internacional, segurança internacional, desenvolvimento económico, progresso social, direitos humanos e a realização da paz mundial. A ONU foi fundada em 1945 após a Segunda Guerra Mundial para substituir a Liga das Nações, com o objectivo de deter guerras entre países e para fornecer uma plataforma para o diálogo. Ela contém várias organizações subsidiárias para realizar suas missões.».

Esta interrogação já aqui foi referida por várias vezes, como se vê põe estes links:

- ONU Paz e Justiça Social global
- Apelo à ONU !
- ONU muito eficaz e rápida!!!
- ONU, crise e paz internacional
- Caxemira, um caso pendente
- Myanmar, China e a ONU
- Vulnerabilidades da ONU

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terça-feira, 23 de novembro de 2010

O Défice aumenta e Portugal afunda-se

O seguinte título de notícia do Público Défice do Estado aumentou 215 milhões até Outubro é um sinal de alarme que merece séria e honesta meditação dos responsáveis por este descalabro, os quais tinham sido eleitos pelos portugueses para defenderem os interesses nacionais, mas cuja actividade ou inactividade está a dar estes resultados.

De que estão à espera? Não é legítimo estarem a continuar com este saque. Façam o favor de desaparecer e de chamar o FMI ou uma equipa de gestores com provas dadas. Não queremos sábios professores universitários. Precisamos de pessoas com inteligência, bom senso, experiência prática de gestão e dedicação a Portugal, aos portugueses.

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segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Soluções cirúrgicas eliminam tumores

Como defende José Pires, a crise deve ser alvo de soluções eficazes, mas ele não ignora que, tal como uma operação cirúrgica, ela exige cortes e eliminação de tumores. E, como é lógico tal operação não pode ser efectuada pelos próprios tumores ou por órgão infectados que os aceitam, apoiam e com eles têm interacção.

Tem que haver consciência de que as alterações terão que ser dolorosas para tais interesses (tumores). Os sinais de urgência aparecem diariamente, mas os exemplos de objectivos positivos a atingir também surgem com visibilidade, por exemplo, quer no comportamento dos deputados suecos quer no tecto das reformas na Suiça. Mas, entre nós, não tem sido do interesse dos assessores mostrarem aos seus patrões as realidades, preferindo mantê-los na ignorância.

Precisamos de uma equipa governativa que se interesse seriamente pelos portugueses e nunca, nunca, subordine os interesses nacionais aos interesses dos partidos e dos políticos. Cada coisa em seu lugar e a seu nível.

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Reformas com tecto na Suiça



E por cá? Quando teremos políticos que se preocupem com a justiça social com a harmonia entre os mais ricos e os mais pobres? Quando irão adquirir humanidade, honestidade, competência, dedicação aos cidadãos, direito ao respeito dos portugueses?

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domingo, 21 de novembro de 2010

Amiguismo. Bernardino Soares aponta o dedo


Venham donde vierem os gritos de alerta, é urgente acabar com esta falta de vergonha e este despautério. Todos gritam e barafustam mas não deixam de ser semelhantes quando toca a garantirem os seus "tachos" Haja ética, sentido de Estado e dedicação aos interesses nacionais. Prestigiem a Política com P maiúsculo.

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sábado, 20 de novembro de 2010

Em política vale tudo ???




Vídeo de apelo ao voto com simulação de orgasmo causa polémica em Espanha
PÚBLICO. 19-11-2010

Para alguns político é "um ataque à mulher", para outros "publicidade enganosa".

Orgasmo e voto não parecem ser conceitos com qualquer ligação, mas a juventude socialista da Catalunha discorda disso e lançou um vídeo que está a causar forte polémica em Espanha a poucos dias das eleições catalãs, marcadas para 28 de Novembro.

O vídeo mostra uma jovem a simular um orgasmo enquanto coloca o boletim de voto na urna, com a mensagem "Votar é um prazer".

Numa entrevista a uma estação televisiva, o líder do Partido Socialista da Catalunha, José Montilla, presidente do governo regional e candidato à reeleição, instado a comentar o vídeo, disse que "se encorajar as pessoas a votar, então é uma coisa boa". Mas Montilla pareceu surpreendido quando lhe disseram que o vídeo pertence à juventude do seu partido, adianta a BBC.

A líder do Partido Popular da Catalunha, Alicia Sánchez, qualificou o vídeo como "um ataque à dignidade da mulher", enquanto a ministra socialista da Saúde, Política Social e Igualdade, Leire Pajín, pediu a todos os partidos para mostrarem respeito pela mulher e actuarem com responsabilidade. O porta-voz do partido conservador Convergência e União, Josep Antoni Duranm, considerou que o vídeo, "rude", pode até prejudicar a participação.

Houve também políticos espanhóis que reagiram com humor, como a secretária de Estado da Igualdade, Bibiana Aido: "Se isso fosse verdade, a participação eleitoral aumentaria muito, mas penso que se trata de publicidade enganosa", disse à BBC. O líder da coligação Verde na Catalunha, Joan Herrera, também reagiu com leveza: "Será muito difícil alcançar o orgasmo ao votar em qualquer dos candidatos, incluindo em mim".

Não é a primeira vez que um vídeo causa polémica nestas eleições regionais catalãs. O grupo anti-racista SOS Racismo criticou duramente um videojogo lançado pelo Partido Popular em que Alicia Sánchez aparece a combater imigrantes ilegais e pró-independentistas, que acabou por ser retirado do site do partido horas depois de ter sido divulgado com a justificação de que o produtor do jogo não teria seguido devidamente as instruções, adianta a BBC.

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Portugal visto de fora

O meu optimismo habitual, não pode ser impeditivo de me preocupar com este texto abaixo transcrito, recebido por e-mail. Trata-se de tradução de artigo, em inglês, que pode ser consultado abrindo o link. Merece atenção mesmo que pareça exagerado. Porque será que os jornais da UE não publicaram?

Medidas draconianas
http://www.moscowtopnews.com/?area=postView&id=2111
Por Timothy Bancroft-Hinchey.Pravda.Ru

Foram tomadas medidas draconianas esta semana em Portugal, pelo Governo liberal de José Sócrates. Mais um caso de um outro governo de centro-direita exigindo ao povo Português fazer sacrifícios, um apelo repetido vezes sem fim a esta nação trabalhadora, sofredora, historicamente deslizando cada vez mais no atoleiro da miséria.

E não é por eles serem portugueses.

Vá o leitor ao Luxemburgo, que lidera todos os indicadores socioeconómicos, e irá descobrir que doze por cento da população é portuguesa, oriunda de um povo que construiu um império que se estendia por quatro continentes e que controlava o litoral desde Ceuta, na costa atlântica, contornando a costa africana até ao Cabo da Boa Esperança, a costa oriental da África, no Oceano Índico, o Mar Arábico, o Golfo da Pérsia, a costa ocidental da Índia e Sri Lanka. E foi o primeiro povo europeu a chegar ao Japão….e à Austrália.

Esta semana, o Primeiro Ministro José Sócrates lançou uma nova onda dos seus pacotes de austeridade, corte de salários e aumento do IVA, mais medidas cosméticas tomadas num clima de política de laboratório por académicos arrogantes e altivos desprovidos de qualquer contacto com o mundo real, um esteio da classe política elitista Portuguesa no Partido Social Democrata (PSD) e no Partido Socialista (PS), gangorras de má gestão política que têm assolado o país desde anos 80.

O objectivo? Para reduzir o défice. Porquê?
Porque a União Europeia assim o diz. Mas é só a UE?

Não, não é. O maravilhoso sistema em que a União Europeia se deixou sugar, é aquele em que as agências de Ratings, Fitch, Moody's e Standard and Poor's, baseadas nos Estados Unidos da América (onde havia de ser?) virtual e fisicamente, controlam as políticas fiscais, económicas e sociais dos Estados-Membros da União Europeia através da atribuição das notações de crédito. Com amigos como estes organismos e ainda Bruxelas, quem precisa de inimigos?

Sejamos honestos. A União Europeia é o resultado de um pacto forjado por uma França tremente e com medo, apavorada com a Alemanha depois de as suas tropas terem invadido o seu território três vezes em setenta anos, tomando Paris com facilidade, não só uma vez mas duas vezes, e por uma astuta Alemanha ansiosa para se reinventar após os anos de pesadelo de Hitler. A França tem a agricultura, a Alemanha ficou com os mercados para a sua indústria.

E Portugal? Olhem para as marcas de automóveis novos conduzidos pelos motoristas particulares para transportar exércitos de "assessores" (estes parecem ser imunes a cortes de gastos) e adivinhem de que país eles vêm? Não, eles não são Peugeot , Citroen ou Renault. Eles são os Mercedes e BMWs. Topo-de-gama, é claro.

Os sucessivos governos formados pelos dois principais partidos, PSD (Partido Social Democrata do centro) e PS (Socialista, do centro esquerda), têm sistematicamente jogado os interesses de Portugal e dos portugueses pelo esgoto abaixo, destruindo a sua agricultura (agricultores portugueses são pagos para não produzir!!) e a sua indústria (desapareceu!!) e sua pesca (arrastões espanhóis em águas lusas!!), a troco de quê?

O que é que as contra-partidas renderam, a não ser a aniquilação total de qualquer possibilidade de criar emprego e riqueza numa base sustentável?

Aníbal Cavaco Silva, agora Presidente, mas primeiro-ministro durante uma década, entre 1985 e 1995, anos em que despejaram bilhões de euros através das suas mãos a partir dos fundos estruturais e do desenvolvimento da UE, é um excelente exemplo de um dos melhores políticos de Portugal. Eleito fundamentalmente porque ele é considerado "sério" e "honesto" (em terra de cegos, quem tem um olho é rei), como se isso fosse um motivo para eleger um líder (que só em Portugal, é!!) e como se a maioria dos restantes políticos (PSD/PS) fossem um bando de sanguessugas e parasitas inúteis (que são), ele é o pai do défice público em Portugal e o campeão de gastos públicos.

A sua “política de betão” foi bem concebida, mas como sempre, mal planeada, o resultado de uma inapta, descoordenada e, às vezes, inexistente localização no modelo governativo do departamento do Ordenamento do Território, vergado, como habitualmente, a interesses de investidores que sugam o país e seu povo.

Uma grande parte dos fundos da UE foram canalizadas para a construção de pontes e auto-estradas para abrir o país a Lisboa, facilitando o transporte interno e fomentando a construção de parques industriais nas cidades do interior para atrair a grande parte da população que assentava no litoral.

O resultado concreto, foi que as pessoas agora tinham os meios para fugirem do interior e chegar ao litoral ainda mais rápido. Os parques industriais nunca ficaram repletos e as indústrias que foram criadas, em muitos casos, já fecharam.

Uma grande percentagem do dinheiro dos contribuintes da UE vaporizou-se em empresas e esquemas fantasmas. Foram comprados Ferraris. Foram encomendados Lamborghini, Maserati. Foram organizadas caçadas de javalí em Espanha. Foram remodeladas casas particulares. O Governo e Aníbal Silva ficaram a observar, no seu primeiro mandato, enquanto o dinheiro foi desperdiçado. No seu segundo mandato, Aníbal Silva ficou a observar os membros do seu governo a perderem o controle e a participarem.

Então, ele tentou desesperadamente distanciar-se do seu próprio partido político.

E ele é um dos melhores?

Depois de Aníbal Silva veio o bem-intencionado e humanitário, António Guterres (PS), um excelente Alto Comissário para os Refugiados e um candidato perfeito para Secretário-Geral da ONU, mas um buraco negro em termos de (má) gestão financeira. Ele foi seguido pelo excelente diplomata, mas abominável primeiro-ministro José Barroso (PSD) (agora Presidente da Comissão da UE, “Eu vou ser primeiro-ministro, só que não sei quando”) que criou mais problemas com o seu discurso do que os que resolveu, passou a batata quente para Pedro Lopes (PSD), que não tinha qualquer hipótese ou capacidade para governar e não viu a armadilha. Resultando em dois mandatos de José Sócrates; um Ministro do Ambiente incompetente, que até formou um bom governo de maioria e tentou corajosamente corrigir erros anteriores. Mas foi rapidamente asfixiado pelos interesses instalados.

Agora, as medidas de austeridade apresentadas por este primeiro-ministro, são o resultado da sua própria inépcia para enfrentar esses interesses, no período que antecedeu a última crise mundial do capitalismo (aquela em que os líderes financeiros do mundo foram buscar três triliões de dólares (???) de um dia para o outro para salvar uma mão cheia de banqueiros irresponsáveis, enquanto nada foi produzido para pagar pensões dignas, programas de saúde ou projecos de educação).

E, assim como os eus antecessores, José Sócrates, agora com minoria, demonstra falta de inteligência emocional, permitindo que os seus ministros pratiquem e implementem políticas de laboratório, que obviamente serão contra-producentes.

O Pravda.Ru entrevistou 100 funcionários, cujos salários vão ser reduzidos.
Aqui estão os resultados:
- Eles vão cortar o meu salário em 5%, por isso vou trabalhar menos (94%).
- Eles vão cortar o meu salário em 5%, por isso vou fazer o meu melhor para me aposentar cedo, mudar de emprego ou abandonar o país (5%).
- Concordo com o sacrifício (1%)

Um por cento. Quanto ao aumento dos impostos, a reacção imediata será que a economia encolhe ainda mais enquanto as pessoas começam a fazer reduções simbólicas, que multiplicado pela população de Portugal, 10 milhões, afectará a criação de postos de trabalho, implicando a obrigatoriedade do Estado de intervir e evidentemente enviará a economia para uma segunda (e no caso de Portugal, contínua) recessão.

Não é preciso ser cientista de física quântica para perceber isso. O idiota e avançado mental que sonhou com esses esquemas, tem os resultados num pedaço de papel, onde eles vão ficar!!

É verdade, as medidas são um sinal claro para as agências de rating, de que o Governo de Portugal está disposto a tomar medidas fortes, mas à custa, como sempre, do povo português.

Quanto ao futuro, as pesquisas de opinião providenciam uma previsão de um retorno do Governo de Portugal para o PSD, enquanto os partidos de estrema-esquerda (Bloco de Esquerda e Partido Comunista Português) não conseguem convencer o eleitorado com as suas ideias e propostas.

Só em Portugal, a classe elitista dos políticos PSD/PS seria capaz de punir o povo por se atrever a ser independente. Essa classe, enviou os interesses de Portugal para o ralo, pediu sacrifícios ao longo de décadas, não produziu nada e continuou a massacrar o povo com mais castigos.

Esses traidores estão a levar cada vez mais portugueses a questionarem se não deveriam ter sido assimilados há séculos pela Espanha.

Que convidativo, o ditado português “Quem não está bem, que se mude”. Certos, bem longe de Portugal, como todos os que podem estão a fazer. Bons estudantes a jorrarem pelas fronteiras fora. Que comentário lamentável para um país maravilhoso, um povo fantástico e uma classe política abominável

Timothy Bancroft-Hinchey
Pravda.Ru

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sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Quarto Aniversário - Agradecimento

Completam-se hoje quatro anos de actividade neste modesto espaço. O ritmo de publicação tem-se mantido sem variações acentuadas, porque não faltou o estímulo dos amigos visitantes e comentadores, que muito aprecio.
Esse apoio moral reforça a vontade de não os desiludir e, assim, nestes quatro anos, foram publicados 2410 posts, numa média mensal de 50.
Espero que as forças não me faltem para poder continuar a merecer a vossa amabilidade.


Muito obrigado. Um grande abraço com que os possa apertar a todos.
João

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Selo Comemorativo de Aniversário
NOTA: Posteriormente, recebi da Amiga brasileira Celle, colega em outros blogues este selinho que traduz a sua amizade e simpatia e que fica aqui ao dispor de quem goste de o juntar à sua colecção.
Beijos à Amiga Celle.

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quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Défice devido a descontrolo de caixa

Coligação
Destak. 17 | 11 | 2010. Por João César das Neves

O senhor ministro dos Negócios Estrangeiros tem toda a razão ao dizer que «o país precisa de uma coligação já» (Expresso, 13/Nov). É urgente acabar com querelas partidárias para o Estado assumir a sua autoridade. Sobretudo, é preciso pôr termo ao frenesim de fim de festa dos grupos de pressão, que fez derrapar o austero Orçamento deste ano e ameaça o próximo. O mal nunca esteve nas contas da lei, mas no descontrolo de caixa.

É verdade, como diz o senhor ministro dos Negócios Estrangeiros, que «temos uma situação política aberrante» (p. 4). O mais incompreensível é o Governo achar que alguém ainda acredita nele. Depois de sofrer em 2009 o maior salto no défice da história de Portugal, viu o Orçamento seguinte, que prometera corrigir a situação, derrapar em seis meses. Com dois fiascos sucessivos, não pode pretender que o país e o mundo acreditem que a mesma equipa vai conseguir controlar a situação em 2011.

O senhor ministro dos Negócios Estrangeiros é um político experiente. Se visse esta situação em qualquer país do mundo, imediatamente tiraria as consequências. Porque razão o Governo insiste em manter a ficção que os problemas de Portugal são de origem externa, injustamente afectando a sua impecável gestão? Este é o tipo de desculpa que Chávez e Mugabe costumam usar para se perpetuarem.

Portugal precisa de uma coligação. A única possibilidade de ela existir e ter sucesso é excluindo José Sócrates e Teixeira dos Santos. Em qualquer sistema político civilizado as faces do descalabro não fazem parte da solução.

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quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Velhos desprezados pelos governos

Transcrição de artigo do Expresso:

Este país não é para velhos
Expresso 101111. Clara Ferreira Alves (www.expresso.pt)

Os ricos que espoliam o Estado ignoram estas existências. Nada lhes tira o sono.

Vi Mrs. Thatcher na televisão. 85 anos. Estava a chegar a casa depois de ter tido alta do hospital onde esteve internada. Bem vestida, bem penteada, Margaret Thatcher mal se equilibrava nas pernas; amparada por um homem e uma mulher, esboçou um sorriso alquebrado, um sorriso de quem não sabe muito bem o que está a acontecer, onde, quando, porquê. O sorriso de uma pessoa diminuída, doente. Apesar dos cuidados que recebe, e do cuidado posto naquela apresentação e imagem, a Dama de Ferro sofre de demência e sofreu vários AVC. Há quem diga que tem Alzheimer. Não interessa muito o que Mrs. Thatcher tem. Envelheceu. Envelheceu perdendo a força e a lucidez. Sem saúde e sem autonomia, mobiliza um batalhão de pessoas porque é um monumento nacional. E porque tem um passado e fortuna que lhe garantem uma velhice com dignidade e com assistência. Olhando os olhos parados vemos como a velhice é um estado de dureza e privação e como é preciso muita coragem para estar dentro da velhice sem precisar dos outros e de dinheiro.

Um velho pobre é uma abominação. É uma condenação à solidão, à doença, à miséria e à injustiça. Um velho pobre é invisível aos olhos ingratos da sociedade. Certa gente abandona os seus velhos à porta dos hospitais e parte para nunca mais voltar. Outra gente abandona-os num lar imundo e paga uma mensalidade para nunca mais os visitar. Conheci uma velha que há mais de 30 anos não via os filhos e os netos. Ninguém se ocupava dela e apesar disso conseguia gracejar sobre o seu estado e destituição.

Temos crueldades para com os velhos impensáveis em sociedades como a chinesa, onde se honram os antepassados, ou a árabe, onde os pais são cuidados pela família alargada. Portugal é um país cruel com os seus velhos, desleixa-os, abandona-os e esquece-os. O Estado tem, a seu modo, cumprido essa função de velar pelos cidadãos que não podem velar por si.

Este Orçamento do Estado é cruel para com os velhos e reformados, os das esqueléticas pensões, os destituídos. Os velhos com direito a um Complemento Solidário do Idoso, os que têm rendimentos até 5 mil euros por ano (como é que alguém vive com este dinheiro?) ou rendimentos conjugais de cerca de 8 mil euros, não têm direito a sigilo bancário e são inspecionados e fiscalizados. Os filhos são inspecionados. Os velhos pobres, que não têm conforto nem dignidade assegurados, há muito que prescindiram de muita coisa nas suas vidas. O seu cabaz de compras há muito foi diminuído.

Prescindiram de ter dentes ou tratamentos dentários. O cheque-dentista é impossível de obter e a maioria nem sabe que existe. Prescindiram de ver televisão por cabo, viveram quase a vida toda num mundo a preto e branco. Prescindiram de caminhar nas ruas da cidade porque nos socalcos e empedrados as quedas põem ser fatais. Prescindiram de comer fruta fresca, aguentando-se com a fruta sovada da mercearia ou com uma peça de fruta por semana. Prescindiram de comer peixe porque não têm dinheiro para a iguaria. O carapau e a cavala nem sempre aparecem ou têm distribuição nos bairros. Prescindiram do hipermercado porque não têm carro e fica longe. Prescindiram de tratar o reumatismo, a osteoporose, a hipertensão, a gota, o colesterol, a tiróide. Não têm dinheiro para a farmácia. Prescindiram do sono. Prescindiram de ir ao cinema porque é caro. Prescindiram de ir ao teatro porque é ainda mais caro. Prescindiram de fazer exercício físico porque o ginásio é um luxo de ricos, incluindo velhos ricos. Prescindiram da fisioterapia. Prescindiram das análises clínicas. Prescindiram do bife trocado pela carne de cozer. Prescindiram do cabeleireiro porque é um luxo. Prescindiram de ter um animal doméstico porque não têm dinheiro para o alimentar e vacinar. Prescindiram do café porque é uma despesa. Prescindiram de comer em restaurantes porque o gesto lhes consumiria a pensão. Prescindiram de visitar os amigos e parentes que estão longe porque não têm dinheiro para o transporte. Prescindiram de comprar óculos. Prescindiram de ler o jornal, tricotar, fazer croché. Prescindiram de viajar porque a única viagem que esperam será no caixão para o cemitério. Prescindiram de quase tudo o que traz um rasto de alegria e um módico de felicidade. Conversam uns com os outros num país de velhos.

Na solidão das casas e dos quartos, aguardam a chegada do inverno e do frio que lhes rói os ossos porque não têm dinheiro para as faturas da eletricidade. Alguns morrerão gelados ou da gripe. Prescindiram do banho quente. Quem não conhece estes velhos não conhece o pobre país que temos. Obrigá-los a pagar uma fatia, mínima que seja, do orçamento, é uma obscenidade. Fiscalizá-los também. Lá em cima, no assento etéreo, os ricos que espoliam o Estado ignoram estas existências. Nada lhes tira o sono.

Texto publicado na revista Única de 6 de Novembro de 2010

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Cientista português premiado no estrangeiro

Transcrição de artigo que contribui para criar orgulho nos portugueses, num momento em que tudo arrasta para a angústia da nulidade.

Português ganha prémio na investigação da cura para o cancro
Ionline. 15-11-2010

O português, Alexandre Trindade – cientista da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Técnica de Lisboa e do Instituto de Ciência da Gulbenkian – é o vencedor do segundo prémio no concurso “MedImmune European Cancer Research” que premeia os novos cientistas que se destacam na luta contra o cancro.

"Estou muito orgulhoso por receber o segundo prémio deste concurso", disse Alexandre Trindade. "Ter-me sido dada a oportunidade de apresentar o meu trabalho a um painel de especialistas líderes em oncologia e receber um feedback positivo foi uma experiência extremamente gratificante." O cientista recebeu um prémio de 1200 euros.

O concurso foi aberto a licenciados e pós-graduados de toda a Europa, com dez finalistas seleccionados para apresentar as suas pesquisas a um painel de jurados especialistas. Os três vencedores foram anunciados na cerimónia de entrega de prémios na Universidade de Cambridge depois da avaliação das apresentações com base no mérito científico, inovação e apresentação.

O primeiro prémio (2300 euros) foi entregue a Carmela De Santo do Instituto de MedicinaMolecular The Weatherall, da Universidade de Oxford.

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Sócrates num labirinto

Transcrição do artigo com uma bela prosa que descreve a situação difícil em que se encontra aquele para quem só tem havido optimismo, mesmo que infundado.

Coitado do Sócrates!
Diário de Notícias. 101117. Por Baptista Bastos

O ministro Luís Amado andou por aí a dizer umas coisas. Certa gazeta semanal publicou as declarações e provocou um alvoroço que a natureza do facto não justifica. Que disse o ministro Amado? Na pureza do seu parecer, a salvação da pátria residia numa "grande coligação". Mais adiantou que, se circunstâncias anómalas assim o determinassem, Portugal sairia do euro. O tal sinédrio político seria, naturalmente, constituído pelo PS e pelo PSD. Desassossegado, o dr. Portas comunicou estar "disponível" para colaborar em tão admirável iniciativa.

Os banqueiros ficaram entusiasmadíssimos. O dr. Salgado, sempre exíguo de palavras, de semblante permanentemente carregado, impecável no penteado e na contenção do gesto, aplaudiu a virtuosa ideia e entendeu que gente daquela índole e estirpe merecia figurar na galeria dos santos.

Em Macau, aonde fora, sobretudo, pedir algum dinheiro emprestado, o eng.º José Sócrates não dissimulou a surpresa causada pelas declarações do ministro Amado. Infere-se, pois, que estas haviam sido proferidas à sua revelia. Longa e funda ruga de preocupação sulcou-lhe a testa. Inesperadamente, abria-se um capítulo de rebeldia na organização coesa do seu Governo.

A humilhação veio a seguir. O dr. Passos, sereno, elegante, sorridente, ajeitando a melena, apareceu e disse que coligações nem pensar, sobretudo com o PS de Sócrates, aprazível como uma catástrofe. Nesta excitação dos episódios e no grito emancipador do ministro Amado pode talvez descortinar-se o mal-estar no Governo, no partido, no grupo parlamentar, no secretariado, na minoria. Avantaja-se, nas sombras da intriga, nos silentes movimentos da conspiração, a ideia de que Sócrates já não é preciso para coisíssima nenhuma. E que, para se salvar alguma coisa, a tese de Lampedusa toma forma e conteúdo.

Se Sócrates não foi prevenido, pelo ministro Amado, das pesadas declarações que iria proferir, então, o caso arroga um relevo inquietante. Configura uma conjura do interior, destinada a isolar, cada vez mais, o primeiro-ministro. Aliás, este sente as teias com que o tentam envolver: tanto no PSD como no PS. A "coligação" não é, somente, uma proposta imaginativa. E se encontra muitas reservas e resistências, em todos os azimutes, há quem perceba que o PSD não obterá maioria absoluta nas eventuais futuras eleições. Os que mandam em Portugal nunca deixaram de agir consoante os seus particulares interesses.

O País está profundamente enfraquecido. Reflecte as ruidosas contradições do nosso tempo, as convulsões sociais, e a crise do sistema que roça os limites do suportável. A classe dirigente sabe muito bem que uma "coligação" não resolve o problema, prolonga-o no tempo, até se tornar numa simples questão privada. Até lá...

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EUA preferem a diplomacia à guerra com o Irão

Neste espaço já foi por várias vezes realçada a vantagem de os atritos entre Estados serem negociados por via diplomática, com conversações ou negociações, directamente ou com a intermediação de estadistas prestigiados, em vez das soluções musculadas demasiado destrutivas e que deixam intenções ressabiadas de retaliação ou vingança. Cito, como exemplo os posts A Paz pelas conversações e A Paz no Mundo será possível?. Por isso é com grande prazer que deparo com a seguinte notícia, que não deve ser deixada sem a ênfase que merece.


EUA dizem que um ataque ao Irão uniria o país
Diário Digital. terça-feira, 16 de Novembro de 2010 | 14:33


Um ataque militar contra o Irão uniria o país, que está dividido, e reforça a determinação do governo iraniano para procurar armas nucleares, disse o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Robert Gates, esta terça-feira.


Num discurso perante o conselho director do Wall Street Journal, Gates afirmou ser importante usar outros meios para convencer o Irão a não procurar ter armas nucleares e repetiu as suas preocupações de que acções militares somente iriam retardar - e não impedir - que o país obtenha essa capacidade.

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terça-feira, 16 de novembro de 2010

Crise só financeira ou também política???



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PSD está a evoluir !!!

O conselheiro do PSD, Jorge Nuno Sá, tomou uma atitude que merece o epíteto de heroicidade se as suas razões se baseiam num sentimento de respeito pelos interesses nacionais, quando foi o único conselheiro do partido a não aprovar o apoio à recandidatura do PR. Mostram que o PSD evoluiu muito desde a atitude de obediência ovina, subserviente, de submissão, ou de profunda sonolência e apatia, que levou os congressistas do Partido a votarem por unanimidade a «lei da rolha» e que, depois de saírem do edifício e de alguém ter tido um rebate de contrição, houve outro péssimo sinal, o de todos, também por unanimidade, se arrependerem e quererem anular tal decisão. Com tal gente não se pode ter esperança no futuro de Portugal.

Agora, houve um acto consciente e de personalidade que levou Jorge Nuno Sá a não votar segundo a vontade do pastor do rebanho. Vem igualar um outro caso que na altura aqui foi registado, o de António José Seguro que foi o único deputado da AR a não aprovar a malfadada lei de financiamento dos partidos, em boa hora vetada pelo PR. Instituições que cultivam o direito da unanimidade, não precisam de ter mais do que um elemento… para expressar a opinião do pastor do rebanho.

Independente dos motivos que tenham levado estes dois eleitos a divergir da unanimidade dos rebanhos, eles merecem respeito e apreço pela sua coragem moral. Um País, o mundo, não avança com os subservientes e cegamente obedientes, mas sim com os que pensam e apresentam ideias, sugestões e propostas para se sair de rotinas podres e de pântanos putrefactos. A evolução não ocorre pela mão daqueles que querem sempre mais do mesmo.

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O Poder é friável

Aqui escrevo o sumário do artigo Aqui escrevo o restante do post

Transcrição de artigo que mostra que o poder é friável, isto é desfaz-se em areia e escapa por entre os dedos. É pena que, com tal fenómeno, esteja em risco o futuro de Portugal, dos portugueses, sem que os partidos dêem a isso a devida prioridade.

O buraco negro
Jornal de Negócios. 15 Novembro2010. Por Fernando Sobral

Os partidos são tribos. Agregam interesses, incentivam cumplicidades, promovem os fiéis.

Os partidos são clubes de oportunidades. Antigamente os cidadãos juntavam-se neles devido à comunhão de ideias. Através delas tentavam mudar o mundo. Agora são forças que têm um único objectivo: obter o poder e geri-lo em seu proveito. Na idade da imagem precisam de líderes fortes que seduzam os cidadãos eleitores.

Os partidos são gulosos. Adoram o doce do poder. Por isso deixaram de ser territórios de debate de ideias, de confronto de opiniões, de liberdade de pensamento. Quando entram em guerra civil é porque o poder está a esboroar-se ou está demasiado longe.

Olhe-se para o que se passa no PS neste momento. Até há uns meses Sócrates liderava um partido que parecia a Roménia de Ceausescu: nem uma voz discordante se escutava na planície. E as poucas que o tentavam fazer eram ostracizadas ou atiradas para a penúltima fila da bancada parlamentar.

Mudam-se os tempos e mudam-se as vontades. O PS sente o poder a fugir-lhe entre os dedos e Sócrates deixou de ser o líder omnipotente e omnipresente. Abriu a caça à sucessão dentro do PS. Ainda não se atira directamente sobre Sócrates. Dispara-se sobre Teixeira dos Santos.

Mas o PS que vive do poder move-se. O drama é que não se vislumbram ideias que motivem a discussão sobre o futuro de Portugal, o seu modelo político e económico, ou o destino dos seus cidadãos.

A crítica a Sócrates nada tem de ideológico. Tudo tem a ver com poder. Sócrates não tem de se queixar: ele é o expoente do buraco negro que é a política moderna.

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PS com sinais de restauração!!!

Transcrição de artigo que vem ao encontro de posts recentes aqui publicados:

Começou a era pós-Sócrates?
Jornal de Negócios. 15 Novembro2010. Por Camilo Lourenço

Luís Amado é um dos melhores ministros do Governo.

Alguém que alia profundidade de pensamento a bom senso. É por isso que deve ser escutado com atenção. A entrevista ao "Expresso", em que propõe uma coligação para dar estabilidade política e social ao país, é uma manifestação do pragmatismo que o caracteriza. Mas é mais do que isso. Ao dizer o que disse, Amado está a sugerir que a era Sócrates chegou ao fim. Porque essa coligação alargada, sabe-o Amado e o núcleo duro do primeiro-ministro, só é possível com Sócrates fora do Governo. Porque foi o próprio que recusou negociar uma coligação depois das últimas eleições (apesar de ter dito o contrário em Macau).

A proposta é exequível? Não.
1. Primeiro porque Sócrates está tão agarrado ao Poder que não aceitaria deixar a outro (Teixeira dos Santos, Luís Amado…?) a implementação de uma estratégia exactamente oposta à que defende.
2. Segundo porque mesmo que Sócrates saísse, a nomeação de um primeiro-ministro sem a legitimidade do voto, ainda que constitucionalmente aceitável, seria um risco que o Presidente da República dificilmente aceitaria correr. Mesmo sabendo que um dos partidos com deputados suficientes para garantir maioria no Parlamento, o CDS-PP, está disposto a fazer uma coligação com o PS (o fiasco Santana Lopes ainda está fresco…).

Moral da história: Luís Amado está perfeitamente ciente das dificuldades associadas à sua proposta, mesmo sabendo que tem o apoio de muitos soaristas. Mas ao torná-la pública está oficialmente a inaugurar o debate sobre o que deve ser o PS no pós-sócrates.

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segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Nova Constituição precisa-se com urgência

A Constituição foi criada em período conturbado, com pressões sobre os constituintes que se viram cerceados da indispensável liberdade para defender o que seria melhor para Portugal. Posteriormente, foram feitas algumas tímidas revisões que, algumas vezes, complicaram ainda mais o que carecia de simplificação, mas não tocaram no essencial, estimulando os políticos a criar as habilidades de tornearem e ignorarem.

Hoje, em plena crise, ou no seu início(!), deparamo-nos com muita literatura, com lições que incentivam a realizar análises, tirar conclusões e implementar novo sistema da estrutura política e administrativa nacional. Mas a timidez ou a cupidez dos responsáveis, dificulta a procura de uma saída com esperanças de que se torne menos provável uma recaída.

No interessante artigo "Portugal para totós" de Catarina Carvalho, são realçadas algumas questões de suma importância. Sobre o sistema semipresidencial, coloca as seguintes interrogações, de difícil resposta, com base na experiência prática:
Quais as funções do presidente da República?
Árbitro?
Moderador?
E que poder tem, de facto?
Difícil, não?

Refere também a hipótese de coligação, solução corriqueira, por exemplo, na Alemanha e na Inglaterra, países conscientes da conveniência de governos apoiados por maioria parlamentares, mas que, em Portugal, parecem impossíveis. É que uma coligação, para ser eficiente, deve exigir que os interesses do país estejam à frente de todos os outros. Mas nenhum dos partidos com experiência governamental aceita dar esse passo.

«A explicação passaria certamente por algo bem pouco nobre: os partidos têm como fundo de comércio os lugares, funções e dependências do Estado que obtêm quando chegam ao poder, para distribuir pelas suas bases. Sendo assim, o único objectivo de um partido português é... ganhar eleições. De preferência, sozinho

E as tricas que vão surgindo, com a passagem de culpas para os outros, não passa de joguinho político, de que o patriotismo está ausente, o que é grave por estar a empenhar o nosso futuro como país.

Precisamos uma Constituição que faça face a estas dificuldades, dando-nos um regime político moderno, simples, racional e eficiente, à semelhança dos Países mais evoluídos.

Depois deste artigo de que salientei alguns conceitos, há o «Cheira a Carniça» de Manuel António Pina que evidencia o estado de degradação do partido de apoio ao governo com aves necrófagas a saírem da casca, salientando nomes como Ana Gomes, João Proença, Luís Amado. Mas há outros, entre os quais, Manuel Carrilho, Henrique Neto, Vital Moreira, que não hesitam em apontar «Sócrates enquanto problema», título, da análise com diferente prisma de Carlos Abreu Amorim.

Também Honório Novo se debruça neste actual problema em «Lições da crise», mas deixando as suas sugestões subentendidas, sem as explicitar de forma bem clara.

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domingo, 14 de novembro de 2010

Que se passa no PS???

Deputado do PS chama ignorante ao ministro da Presidência
Público. 14.11.2010. Por Luciano Alvarez

Apadrinhamento de crianças por casais homossexuais.

O deputado socialista Miguel Vale de Almeida afirmou que as declarações do ministro da Presidência, Pedro Silva Pereira, sobre a não permissão do Governo para o apadrinhamento de crianças por casais homossexuais “relevam, no mínimo, da ignorância”.

O ministro da Presidência afirmou, na passada sexta-feira, no Parlamento, que o apadrinhamento civil está vedado aos casais homossexuais tal como a adopção, devido ao entendimento pelo Estado de que as “condições sociais não favorecem o desenvolvimento da criança nem a sua inclusão social”.

Miguel Vale de Almeida, no seu blogue pessoal, “Os tempos que correm” (http://blog.miguelvaledealmeida.net), considera que as declarações, além de revelarem, “no mínimo, ignorância”, são “ofensivas”.

Num pequeno texto com data de ontem, o deputado socialista eleito como independente, acrescenta: “O ‘argumento’ assenta, ainda, numa falsidade: nunca a separação entre conjugalidade e parentalidade, que esteve na base da exclusão da adopção aquando da questão do casamento, se confundiu com estas barbaridades sobre o desenvolvimento social da criança e a sua inclusão.”

Contactado pelo PÚBLICO, Vale de Almeida confirmou a autoria do texto e não quis fazer mais nenhuma declaração.

Foto de Rui Gaudêncio

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45 tachos por semana

Transcrição de artigo seguida de NOTA:

Em tempo de cortes, Governo fez 270 nomeações num mês e meio
Diário de Notícias. 14-11-2010. por Rui Pedro Antunes, com C.D.S., J.C.B., R.M.S. e S.S. MINISTÉRIOS

Desde que anunciou o pacote de medidas de austeridade do PEC III, o Executivo liderado por José Sócrates tem contratado uma média de 45 novos funcionários por semana, para assumirem cargos no Governo e na administração directa e indirecta do Estado.

Desde que foram anunciadas as medidas de austeridade, o Governo já fez 270 nomeações para cargos no Governo e na administração directa e indirecta do Estado. O anúncio do PEC III - que apela à contenção da despesa pública - foi há cerca de mês e meio, o que dá uma média de 180 nomeações/mês, um valor muito superior aos primeiros anos de José Sócrates à frente do País, período em que foram nomeados mensalmente cerca de 100 funcionários.

Apesar de, entre 2005 e 2007, a situação económica não ter sido tão complicada como neste último mês e meio, o Executivo tem feito, em termos proporcionais, mais nomeações desde 29 de Setembro do que no início do seu primeiro mandato. Na altura, 2373 pessoas foram contratadas em 24 meses. Além de ultrapassar a média do seu primeiro Governo, Sócrates fica também à frente dos seus antecessores (ver texto secundário).

A causa deste elevado "bolo" de nomeações, publicadas em Diário da República desde que foram anunciadas as medidas de austeridade, são contratações para os mais variados organismos públicos tutelados pelos 15 ministérios. Desde inspecções e direcções-gerais, passando por institutos públicos, não há um único ministério que nestes últimos tempos não tenha feito pelo menos uma nomeação.

O Ministério do Trabalho e da Segurança Social lidera as nomeações, havendo 59 pessoas que ocuparam cargos em organismos tutelados por Helena André. Segue-se a Presidência do Conselho de Ministros, que, impulsionada pela realização dos Censos de 2011, atinge a segunda posição no ranking das nomeações (48). O último lugar do pódio pertence ao Ministério da Administração Interna, (21 nomeações), seguido de perto pelo da Justiça, com 23.

Por sua vez, para os organismos que dependem do Ministério da Economia foi nomeada apenas uma pessoa e duas para a Ciência. Nesta contabilização, o DN teve em conta todas as nomeações publicadas em Diário da República, com excepção das nomeações internas das escolas, uma vez que estas são uma formalidade administrativa pouco relevante para a análise global das contratações ministeriais.

Das 270 nomeações, 19 delas foram mesmo para gabinetes do Governo. No entanto, contactados pelo DN, os ministérios em causa justificaram a maioria destas contratações (que incluem assessores, adjuntos e até um motorista) com a saída dos quadros que antes ocupavam os cargos.

Há, porém, casos que significam mesmo um aumento do encargo com pessoal dos gabinetes. Exemplo disso é uma das explicações dadas por fonte oficial do Ministério das Obras Públicas, que justificou a contratação de mais um trabalhador para o gabinete do secretário de Estado dos Transportes com a "necessidade de reforçar a equipa de assessores face ao volume e complexidade do trabalho específico a desenvolver". Os resultados desta contagem feita pelo DN parecem contrariar o emagrecimento do Estado: nos últimos 30 dias úteis, foram nomeadas nove pessoas por dia. Ou seja: 45 por semana.

NOTA: Isto acontece, apesar da crise, e enquanto a Maioria dos países europeus luta para reduzir o peso da função pública. São as tais nomeações políticas, sem concurso público, sem vantagens para o serviço, mas apenas para dar asilo de luxo a incompetentes sem capacidade para viverem com as suas capacidades. Isto leva o líder de um partido da oposição a afirmar que "Não é possível mobilizar o País com este primeiro-ministro".

Com tal falta de sentido de Estado e com o excesso de ganância de partidarismo e de corrupção é imperioso que se transformem as mentalidades dos nossos políticos, pois nem o FMI nem os «espiões» dos compradores da dívida viriam aqui fazer milagres que não estivessem ao alcance dos portugueses patriotas, dedicados aos interesses nacionais, acima das ambições partidárias e pessoais, ganância, partidarismo e corrupção. Mas dentro do actual sistema de partidos, não parece poder haver grande esperança em encontrar disponibilidade para tal dedicação ao País, através de uma coligação em que todos procurassem dar o seu melhor para Bem de Portugal.

O Líder do PSD, há poucos meses, falou de um compromisso alargado, mas na realidade, tanto ele como os outros não querem trabalho de equipa, querem apenas o «ou tudo ou nada» para benefício dos seus «boys», como se vê por este artigo, e Portugal que se lixe.

Oxalá ponderem melhor e exerçam o necessário esforço para bem dos portugueses, antes que o povo venha para a rua e destrua o pouco que resta do património nacional e privado.

Imagem do DN

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