sexta-feira, 29 de janeiro de 2021

SOLUÇÕES ADEQUADAS EXIGEM COMPETÊNCIA

(Public em DIABO nº 2300 de 29-01-2021 pá 16. Por António João Soares)

A competência não aparece por milagre nem surge espontaneamente de um diploma universitário, mas depende de hábitos juvenis de aplicação da racionalidade na observação de tudo o que nos cerca, procurando saber as causas, os condicionamentos e os resultados. Analisando estes, procura- -se imaginar o que os tornaria melhores e como se teriam evitado falhas indesejadas. Depois de anos com este hábito adicionados ao que se aprende nos livros científicos, adquire-se competência para compreender o funcionamento das coisas, fazer previsões, planeamentos e acompanhar construtivamente a acção para serem obtidos os objectivos desejados.

 Sem o conhecimento das realidades que um fenómeno influencia, não é fácil raciocinar de forma a decidir, perante as múltiplas soluções possíveis, qual é a mais adequada ao objectivo pretendido e, por isso, vemos políticos em funções de grande responsabilidade a fazer promessas que não são cumpríveis por não serem realistas mas que, mesmo assim, geraram custos elevados de que resultou atraso no funcionamento da respectiva área económica e no desenvolvimento do país, além do aumento da dívida pública. O caso mais notado foi o do reforço da função do Aeroporto de Lisboa que começou por dar grande despesa com estudos na hipótese de ser aproveitada a base aérea da Ota, depois a alternativa de Alcochete, e a da Base Aérea do Montijo, onde, depois de grandes despesas, parece não ter sido decidido levar a solução até ao fim.

A mesma hesitação mantém-se quanto à construção da linha circular do Metro de Lisboa, que não parece ter sido decidido se iria terminar em Santos ou em Alcântara-Mar. E a propósito de transportes, tem sido adiado o melhoramento da linha do Oeste, para linha dupla, electrificada e com ligação mais simples e directa à linha de Sintra.

Mas a competência não está carente apenas nos sectores materiais atrás referidos mas também em aspectos do funcionamento de diversos serviços públicos. É disso vítima a saúde, colocada em cheque pelo Covid-19 que mostra haver imperfeições na estrutura, no funcionamento e nos equipamentos que não conseguiram realizar com a conveniente brevidade os ajustamentos convenientes, quer no sector público quer no intercâmbio com o sector privado. À pandemia do vírus opôs-se a pandemia do pânico, com um sadismo brutal de confinamento que, pouco depois, foi aliviado e depois terminado em termos de excessiva liberdade que demonstrou que as pessoas não foram devidamente preparadas para cumprirem regras de prevenção e higiene capazes de garantir um estado de saúde aceitável. Vieram novos surtos e repetiu- -se o confinamento. E nestas restrições de liberdade, houve tantas excepções que mais parecia que as leis deixaram de ser gerais e iguais para todos, pois os partidos beneficiaram de exageradas excepções.

E, no que se refere a normas de funcionamento dos serviços e capacidade de adaptação a novas circunstâncias, há o caso da data das eleições presidenciais que, segundo opiniões vindas a público, deviam ser adiadas por algumas semanas e serem adaptadas por forma a utilizar os actuais meios digitais que permitem votar sem necessidade de ida às urnas fixas na sede do concelho ou noutro local central. Pode acontecer que, com as dificuldades actuais, a abstenção, com o pretexto da pandemia, suba a um ponto de o PR eleito em vez de ter 50% de votos, acabe por ocupar o cargo por vontade de cerca de 20% dos cidadãos com direito a voto. Isto assim não pode ser denominado democracia.

 Mas há muitos outros casos em que a competência devia marcar presença, como a Justiça no combate à corrupção, o MAI no caso do SEF, da actuação das Forças de Segurança no exercício de autoridade perante imigrantes, prevenção de incêndios florestais com ordenamento da floresta, a Educação, perante as modernices do género, etc,

Os cargos importantes devem ser ocupados por gente competente. ■


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quinta-feira, 21 de janeiro de 2021

A EVOLUÇÃO CIENTÍFICA PARTE DE DÚVIDAS

A evolução científica parte de dúvidas

(Public em DIABO nº 2299 de 22-01-2021, pág 16. Por António João Soares)

Há pouco tempo, uma jovem sueca descobriu que a Terra está a aquecer por culpa do uso de combustíveis de origem mineral e que é preciso lutar contra as alterações climáticas. E isso foi afirmado com arrogância convincente de tal forma que a jovem apareceu perante assembleias públicas de conceituadas instituições e arrastou apoios de elevados estadistas que transmitiram aos seus súbditos a “certeza científica” de que somos capazes de condicionar o clima alterando os nossos comportamentos.

Agora, aparentemente no seguimento de tal “saber científico”, a temperatura desceu de forma muito diferente do habitual, tendo, por exemplo, a Espanha atingido os 16 graus negativos. Será que os altos dirigentes políticos que gostam de alimentar a sua vaidade com actos públicos, bem visíveis e reportados, irão proceder à condecoração dos activistas dos seus países que mais se destacaram nesta campanha da jovem sueca contra o aquecimento da Terra, por terem conseguido atingir os seus pretendidos “objectivos”? Seria bonito ver o nosso PR interromper a campanha eleitoral para proceder a tal acto, esperando angariar mais votos para ser reconduzido no cargo!

Mas a realidade não parece provar que este frio tivesse surgido em resultado de tal tão propagandeada luta. Trata-se de uma situação natural não prevista nem controlável pelo homem. E pensem que podem existir coisas certas nos diversos textos que aqui publiquei, de que refiro os seguintes títulos e as datas em que vieram a público: em 26-04-2019, “Alterações climáticas e defesa do ambiente”; em 05-07-2019, “Alteração climática é fenómeno natural”; em 06-06-2019, “Tempestades de granizo”; em 20-09-2019, “Contra a desertificação, pela natureza”; em 04-10-2019, “Alterações climáticas e ambiente”; em 11-11-2020, “Alterações climáticas”; em 11-12-2020, “Defender o ambiente e respeitar o espaço cósmico”.

Deus nos livre dos vaidosos pretensiosos “sábios” que só têm certezas e nunca aceitam dúvidas, ao contrário dos célebres cientistas que vivem cercados de dúvidas, e mesmo quando obtêm respostas credíveis para elas, continuam os estudos e as experiências para as confirmar. E é com a procura de respostas para as suas interrogações que avançam para as certezas que irão constituir o verdadeiro saber científico. A dúvida constitui o ponto de partida para a investigação e para o desenvolvimento da ciência. A evolução científica parte das dúvidas.

E quando apenas há certezas e se anunciam as futuras decisões, antes de se iniciarem os estudos para as questões que devem ser consideradas, então, provavelmente, caminha-se para uma sucessão de erros que degradam a economia e todo o ambiente circundante, incluindo a situação social de um país como o nosso que vê piorar, a par e passo, a sua situação relativa aos parceiros da União Europeia.

Quem só tem certezas e nunca tem dúvidas não passa de um estúpido pateta. Para obter conhecimento e contribuir para o desenvolvimento é conveniente usar humildade, aceitar dúvidas e tudo fazer para as eliminar e, assim, ficar seguro das realidades, dos problemas e dos seus factores e condicionamentos e, depois, poder tomar a decisão que mais lhe convier para a finalidade que deseja. Isto é mais seguro do que tomar decisões por palpite e apenas por convicção de momento.

Num curso em que se ensinava a preparar as decisões, o General Bettencourt Rodrigues, no momento de fazer a lista das possíveis modalidades de acção, dizia: “agora durante 5 minutos a asneira é livre”. Isto é, a decisão final deve ser uma escolha da melhor solução de entre todas as possíveis. Este curso destinava-se a formar oficiais que iriam integrar o Corpo do Estado-Maior do Exército. ■


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sexta-feira, 15 de janeiro de 2021

COVID E IDOSOS

Covid e idosos

 (Public em DIABO nº 2298 de 15-01-2021, pág 16. Por António João Soares)

 As notícias diárias referem lares de idosos com mais infectados com o coronavírus e, por vezes, óbitos de internados. Trata-se de lares de entidades consideradas responsáveis e inseridas em Misericórdias, autarquias, etc, todas com experiência de apoio a idosos. Porém, conheço um caso de um lar que durante estes meses de pandemia, apesar de ter mais de cem residentes, alguns com mais de cem anos de idade e com várias dezenas de funcionários, apenas teve dois casos ligeiros em funcionários que tiveram leves sintomas devido a contactos próximo das residências, fora da actividade profissional com idosos.

Está provado que o covid não se mete com quem cumpre as medidas de prevenção divulgadas e é esse o segredo do lar que refiro. Vários residentes dizem que as medidas são exageradas, mas mais vale prevenir do que remediar. Perante este exemplo e os muitos casos confirmados de infectados citados pelas notícias, pergunto: porque será que o SNS e as autarquias não divulgam normas de prevenção semelhantes às do lar que atrás refiro e não controlam com alguma assiduidade os comportamentos vigentes nos lares muito afectados?

Neste assunto, como mais ou menos em todos os casos de direcção e gestão, os altos responsáveis não devem limitar-se à passividade contemplativa com a esperança de que nada ocorra de desagradável e, se ocorrer, depois se agirá. Só que, depois, pode não haver capacidade para aplicar com oportunidade a solução adequada. Um líder responsável tem que ter a ambição, o objectivo, a competência, a capacidade, para a máxima eficiência possível, tem que haver um rumo, um projecto, um programa, para ser obtido o melhor resultado desejado. Porque o nome, a aura, a fama, dependem mais dos resultados do que das palavras precoces de promessas e de esperança que podem não ser concretizáveis e, quando isso ocorre, fazem perder a confiança das pessoas dependentes.

As palavras vindas a púbico quer do PR quer do PM por altura do Natal, pecaram por ser simpáticas e populistas, mas sem uma visão do futuro com capacidade para inspirar confiança e esperança realista sobre soluções previstas para os variados problemas que se forem avolumando e para os quais são necessárias soluções eficazes para que a vida social se normalize e Portugal se desenvolva e não se transforme no carro vassoura da Europa sob a ilusão de que a esperança em milagres faça ultrapassar os efeitos da continuidade do conformismo inactivo a que temos vindo a ser habituados. Terá que surgir coragem para dar um passo em frente para um futuro melhor com garantia de sucesso.

Na Natureza, a mudança é um fenómeno permanente quer entre o dia e a noite quer entre as estações do ano quer entre o nascimento, o crescimento e a morte. Nada surge com carimbo de eternidade, é preciso saber viver com espírito de evolução e de recusa da estabilidade degradante. Viver é mexer, é evoluir para melhores tecnologias com a sensatez e a racionalidade convenientes para fazer sempre melhor.

Voltando ao início, os idosos, estão a ser objecto de novas soluções pela mão de gente sensata e inteligente que cria “aldeias sociais” como lares em que os idosos vivem com autonomia cada um usando aquilo que aprendeu durante a vida activa, em vez de passarem o tempo a vegetar sem nada fazer, receando o falecimento. É pena que governantes e gestores da função pública não percebam as condições de vida dos portugueses e as apetências que podem ser válidas. As pessoas, especialmente as idosas, não devem ser tratadas como coisas, como berlindes, e já não digo como peças de dominó, porque estas exigem muito respeito pelas regras. Os idosos devem ser respeitados por aqueles que estão a caminho da sua condição que desejam ser longo e bem percorrido. Mereçam, então, ser tratados com respeito. ■

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segunda-feira, 11 de janeiro de 2021

DEFESA DE VALORES ÉTICOS

Estou muito feliz porque recebi quase duas centenas de mensagens de parabéns. Recordo que não foi em vão que ao abrir o meu primeiro BLOG, escrevi na sua apresentação e minha definição a seguinte frase: «Uma pessoa preocupada com o mal do Mundo que procura melhorar com as suas intervenções pela escrita e por contactos pessoais». Procurei ser sempre fiel cumpridor dessa promessa e disso foi prova a quantidade de declarações de amizade e concordância com tais objectivos. A todos agradeço a simpatia e o apoio que me dão. Embora, em consequência da minha infância, seja solitário e pouco conversador, tenho conseguido transmitir os valores que desde sempre defendi, quer através da escrita quer de conversas sérias e profundas com quem tenho tido o prazer de me encontrar. Agradeço a todos a gentileza das mensagens que me enviaram e que me vieram reforçar a solidariedade. A nossa vida depende muito dos outros e procuro respeitar todos e ser pacífico e tolerante para com os diferentes.

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sexta-feira, 8 de janeiro de 2021

INTERESSE NACIONAL

Interesse nacional

Public em DIABO nº 2297 de 08-01-2021. Pág 16. Por António João Soares

O conselho cristão para amar os outros como a nós próprios, com compreensão e tolerância, exige reciprocidade. Não é conveniente amar quem nos odeia, domina, escraviza, etc.

Vi há pouco no ‘site’ do Gatestone Institute o artigo “França: morte à liberdade de expressão”, em que é analisada a situação actual do país que, contrariamente aos tempos do colonialismo de Napoleão e de Gaulle, está a ser “colonizado” pelos islamitas que estão a controlar muitos serviços essenciais, como o da Segurança Pública, que afectam a vida sociopolítica de uma forma tal que nem a justiça aplica a lei com rapidez e rigor de forma igual para todos os cidadãos e residentes, nem evita atentados demasiado violentos. Tal problema também começa a ser sentido em Portugal em variados aspectos, como mostram as agressões de imigrantes à PSP e à GNR.

Recordo um ditado que ouvi quando ainda era jovem: “na terra onde chegares faz como vires fazer se não queres aborrecer”. Quem imigra deve ter interesse em aceitar as tradições e os hábitos locais e não deve persistir naquilo a que tem sido habituado na sua terra de origem e, se assim não for, deve regressar à origem com a justificação de que aí se sentia melhor. Mas, infelizmente, há casos em que se instalaram em quantidade em bairros e aldeamentos, onde passaram a pôr e dispor, submetendo aos seus interesses a vida dos cidadãos locais, havendo casos em que estes acabaram por abandonar a residência habitual e ir para outro bairro ou aldeia.

Além da diferença de tradições, de hábitos e de cultura, a grande maioria dos imigrantes não está interessada em procurar trabalho e, assim, não vêm contribuir para o funcionamento da economia, antes pelo contrário, pois têm de recorrer a habilidades para se sustentarem, e nessas habilidades estão actos lesivos da população, como se tem verificado em roubos a pessoas directa ou indirectamente. Alguns destes resultam em intervenções da polícia a que as notícias têm dado publicidade.

Já há países onde este género de migrantes se encontram a desempenhar altos cargos nas autarquias, o que dá o aspecto de colonialismo e de origem de autoridade chocante para os nacionais. Há quem diga que, além dos condicionamentos da actuação do SEF, este deve ser preparado para formalidades mais ajustadas às situações que se lhes apresentam e possibilidade de obter apoio rápido de Forças de Segurança, sempre que necessário. Há quem defenda que, tal como a Guarda Fiscal e a PVT foram integradas na GNR, todas estas especialidades devem fazer parte de uma Força de Segurança Pública Nacional por forma a tornar mais funcional o seu comando e mais fácil e menos burocrática a coordenação de esforços, de maneira a tornar os apoios mais rápidos e efectivos, sem reduzir a indispensável autonomia de cada ramo.

Para o sector da Justiça, convém haver uma revisão das formas de actuação, a fim de cada caso ser tratado de forma semelhante aos casos ocorridos com cidadãos nacionais e outros residentes, mostrando que a lei é única e obrigatória para todos, sem racismos ou outras especificidades e que os agentes da autoridade devem ser obedecidos, sem reacções de violência que, se ocorrerem, darão lugar a multas e outras penalizações. Há imigrantes que indirectamente, por meio de amigos ligados ao Governo, acusam de racistas polícias e quem os critique. Eles podem atacar um branco, mas se o branco reagir legalmente a uma brutal trafulhice deles, então eles sentem coragem para lhe chamarem racista e muitos outros nomes desde fascistas, direitistas…

As nossas autoridades devem preparar as defesas a fim de não virmos a sofrer do actual clima desgastante que agora tolhe os franceses. Mais vale prevenir do que remediar E a prevenção não deve ser adiada para depois de tal pandemia ser iniciada. ■

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