quarta-feira, 30 de junho de 2010

Rigor e simplicidade da lei ??? !!!

Recebido por e-mail e verificado no DR.

Muito melhor que SUDOKU, temos agora este passatempo publicado em DR. Somos uma beleza de País. Tudo é SIMPLEX!!!

Atenção: Tem força de Lei. E todos nós devemos conhecer as leis, porque somos responsabilizados se a não cumprirmos.

O art. 1º do Dec.-Lei 35/2010 de 15 de Abril, do Ministério da Justiça, começa da seguinte forma:

Os artigos 143.º e 144.º do Código do Processo Civil aprovado pelo Decreto -Lei n.º 44 129, de 28 de Dezembro de 1961, alterado pelo Decreto -Lei n.º 47 690, de 11 de Maio de 1967, pela Lei n.º 2140, de 14 de Março de 1969, pelo Decreto -Lei n.º 323/70, de 11 de Julho, pela Portaria n.º 439/74, de 10 de Julho, pelos Decretos -Leis n.os 261/75, de 27 de Maio, 165/76, de 1 de Março, 201/76, de 19 de Março, 366/76, de 15 de Maio, 605/76, de 24 de Julho, 738/76, de 16 de Outubro, 368/77, de 3 de Setembro, e 533/77, de 30 de Dezembro, pela Lei n.º 21/78, de 3 de Maio, pelos Decretos -Leis n.os 513 -X/79, de 27 de Dezembro, 207/80, de 1 de Julho, 457/80, de 10 de Outubro, 224/82, de 8 de Junho, e 400/82, de 23 de Setembro, pela Lei n.º 3/83, de 26 de Fevereiro, pelos Decretos -Leis n.os 128/83, de 12 de Março, 242/85, de 9 de Julho, 381 -A/85, de 28 de Setembro e 177/86, de 2 de Julho, pela Lei n.º 31/86, de 29 de Agosto, pelos Decretos -Leis n.os 92/88, de 17 de Março, 321 -B/90, de 15 de Outubro, 211/91, de 14 de Junho, 132/93, de 23 de Abril, 227/94, de 8 de Setembro, 39/95, de 15 de Fevereiro, 329 -A/95, de 12 de Dezembro, pela Lei n.º 6/96, de 29 de Fevereiro, pelos Decretos -Leis n.os 180/96, de 25 de Setembro, 125/98, de 12 de Maio, 269/98, de 1 de Setembro, e 315/98, de 20 de Outubro, pela Lei n.º 3/99, de 13 de Janeiro, pelos Decretos -Leis n.os 375 -A/99, de 20 de Setembro, e 183/2000, de 10 de Agosto, pela Lei n.º 30 -D/2000, de 20 de Dezembro, pelos Decretos -Leis n.os 272/2001, de 13 de Outubro, e 323/2001, de 17 de Dezembro, pela Lei n.º 13/2002, de 19 de Fevereiro, e pelos Decretos--Leis n.os 38/2003, de 8 de Março, 199/2003, de 10 de Setembro, 324/2003, de 27 de Dezembro, e 53/2004, de 18 de Março, pela Leis n.º 6/2006, de 27 de Fevereiro, pelo Decreto -Lei n.º 76 -A/2006, de 29 de Março, pelas Leis n.º 14/2006, de 26 de Abril e 53 -A/2006, de 29 de Dezembro, pelos Decretos -Leis n.os 8/2007, de 17 de Janeiro, 303/2007, de 24 de Agosto, 34/2008, de 26 de Fevereiro, 116/2008, de 4 de Julho, pelas Leis n.os 52/2008, de 28 de Agosto, e 61/2008, de 31 de Outubro, pelo Decreto -Lei n.º 226/2008, de 20 de Novembro, e pela Lei n.º 29/2009, de 29 de Junho, passam a ter a seguinte redacção: ........................

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Isto não é honesto!!!

Em momento de crise, em que pelo Governo são impostas restrições, sem o mínimo escrúpulo, ao cidadão comum, é incompreensível a falta de sentido de Estado, a irresponsabilidade, a ausência de sensatez e de ética em casos como o desta autorização de aquisição, assinada pelos ministérios das Finanças e do Trabalho.

Pedro Mota Soares merece o maior aplauso de todos os portugueses honestos. Desejamos que continue atento a estes crimes contra os contribuintes e o seu exemploseja seguido por outros deputados.

Eis a notícia:


CDS-PP denuncia gastos excessivos com automóveis no IEFP
PÚBLICO. 29.06.2010 Por Sofia Rodrigues

Verba de quatro milhões autorizada

O líder parlamentar do CDS-PP Pedro Mota Soares questionou o Governo sobre a autorização dada para gastar quase quatro milhões de euros na compra de 137 automóveis, o que dá cerca de 27 mil euros por cada carro.

Mota Soares lembra que a portaria que autoriza a aquisição, assinada pelos ministérios das Finanças e do Trabalho, tem data da semana passada, ou seja, é posterior às medidas de austeridade do Programa de Estabilidade e Crescimento.

“A austeridade é para estar dentro de casa dos contribuintes mas pelos vistos fica à porta do Estado”, afirma o líder parlamentar. Numa pergunta dirigida ao secretário de Estado do Emprego e da Formação Profissional, o deputado pergunta se a compra dos automóveis respeitou a regra inscrita no PEC em que por cada aquisição nova seriam abatidos três carros antigos.

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segunda-feira, 28 de junho de 2010

Maiorias dão estabilidade e mais eficácia

Transcrição de um bom artigo que refere uma óptima intervenção

Maiorias constitucionais? Sim, faz favor
Jornal de Notícias. 28-06-2010. Por Catarina Carvalho

Esta semana, Henrique Granadeiro fez das mais importantes intervenções da política portuguesa nos últimos tempos. E nada teve a ver com a guerra ibérica que decorre entre a PT e a espanhola Telefónica pela brasileira Vivo. Aliás, não foi o Grandeiro chairman da PT que proferiu essas declarações, mas o Granadeiro politólogo.

Não sabiam que havia um analista político dentro do chairman da PT? Há, e dos bons. E não duvidem de que um homem como ele, que à sua experiência de vida de self-made man aliou a experiência política, na casa civil de Ramalho Eanes, a experiência de gestão de empresas, sempre na área da Comunicação Social e agora na PT, e ainda a de agricultor, na área dos vinhos, um homem como ele tem muito mais pergaminhos para ser politólogo do que qualquer dos intelectuais que nos aparecem todos os dias no ecrã, e se limitaram a viver toda a vida à sombra do canudo, enfiados em gabinetes de universidades.

O Granadeiro politólogo sugeriu, então, que Portugal alterasse a sua Constituição para que Portugal tivesse apenas governos de maioria. E, como anda nisto da gestão há muitos anos, agarrou no seu 'Power point' - estava num debate numa livraria de Lisboa - para demonstrar por que tinha razão. Feitas as contas e mostrados os gráficos, chega-se à conclusão de que, nas últimas décadas, os governos mais estáveis foram os que deram maiores crescimentos do PIB. Independentemente das cores que tinham, independentemente das medidas que tomaram.

É uma conclusão dura para os políticos, mas simples de compreender para um gestor como Granadeiro, habituado a fazer planos de negócio. A estabilidade origina o crescimento, porque dá confiança aos investidores que, assim, sabem o caminho a tomar. A economia é suficientemente dinâmica para se adaptar a mais Estado ou menos Estado, a mais ou menos rigor, a mais ou menos crise. Precisa é de saber por onde caminhar. Como diz Granadeiro: «Ou temos um sistema em que é obrigatório governos de maioria ou continuaremos neste caminho de instabilidade, do curto prazo e de governos que não podem ser responsabilizados durante muito tempo pela sua actividade e que não têm tempo sequer de lançar medidas estruturais e de fundo».

E eu lembrei-me das palavras de Granadeiro ao ler a entrevista de Maria de Lurdes Rodrigues, a ministra cujo trabalho na Educação foi revogado em seis meses e que vai lançar esta semana um livro sobre o assunto.

Portugal, democracia jovem e irrequieta, com os seus meios de Comunicação Social hiperpolitizados, pela-se por uma guerrilhazinha partidária. E sucumbe nelas. Mesmo no meio da enorme crise em que nos encontramos, estamos mais uma vez a braços com uma discussão que nos vai custar milhões, a das SCUT - paga, não paga, paga, não paga. E outra, ainda mais estéril entre Cavaco e Sócrates - com Alegre e Soares pelo meio - sobre quem puxa mais pela confiança do país, se o primeiro-ministro se o presidente da República.

Se calhar, do que Portugal precisa é mais de homens de negócios a intervir na política, e menos políticos a usar a economia como arma de arremesso para os seus próprios interesses.

NOTA: A propósito do «Se calhar…» já aqui foi referido que «um grupo de notáveis e empresários» propôs a criação de uma carta magna para defender limites à despesa pública.

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Há solução mas falta vontade

A crise continua sem esperanças de conclusão, apresar de os contribuintes serem esbulhados de tudo, porque o cancro não é extirpado pela raiz. Têm surgido muitos diagnósticos mas, agora, um médico aponta a terapia. Assim haja capacidade, honestidade e dedicação a Portugal por parte dos políticos eventualmente válidos que deitem a mão ao leme.

De Fernando Nobre foi dito por Mário Soares:

“Fernando Nobre é uma pessoa que admiro e que todos nós admiramos porque dedicou toda a sua vida aos outros sem pedir nada em troca e isso não tem paralelo”. “É uma figura que tem um grande relevo nacional” porque “não é só de política que vive o homem”. “Para um político que se preze o mais importante de tudo é respeitar os outros”.

Transcrevo parte do artigo que refere o discurso que fez em Arcos de Valdevez sobre a situação de Portugal e aponta algumas soluções para sair da crise:

Fernando Nobre compara situação de Portugal a uma "hérnia estrangulada"
Público. 27.06.2010. Por Lusa

O candidato presidencial Fernando Nobre comparou hoje a situação de Portugal a “uma hérnia estrangulada”, que precisa de ser operada antes que surja “a terrível peritonite e a irremediável morte”.

“Portugal precisa de trabalho e de acção, só com retórica não vamos lá”, referiu, em Arcos de Valdevez, Fernando Nobre, numa conferência integrada numa homenagem a Mário Soares. Para o também presidente da Assistência Médica Internacional, o país “está na iminência de uma gravíssima crise” e, por isso, precisa de “um plano de emergência”, que passe, desde logo, pelo “encerramento imediato de centenas ou até milhares de institutos e fundações públicos inúteis, salvo para os seus gestores”.

O fim de “certas” parcerias público privadas, a definição de medidas “moralizadoras nos salários, mordomias e reformas dos servidores de topo do Estado” e a racionalização dos meios utilizados na Função Pública são outras medidas que Nobre preconiza para o plano de emergência”. Defende ainda o congelamento de “todos os mega-projetos”, apostando os investimentos públicos para o apoio às pequenas e médias empresas, e a discriminação positiva do IVA e IRS.

“Já não há volta a dar, chegou a hora de encarar a realidade. É tempo de marcharmos todos contra os canhões que nos atingem: o fatalismo, o Chico-espertismo, a paralisante e sufocante partidarite aguda, a corrupção, a irresponsabilidade, a incompetência e o laxismo”, alertou. Nobre lembrou que Portugal “já viveu outros momentos semelhantes ou até piores” do que o actual, mas sempre teve “arte e engenho” para os ultrapassar. “Este dado histórico acalentador deve obstar ao pessimismo e ao fatalismo lusitano do momento”, disse ainda. (...)

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domingo, 27 de junho de 2010

Promiscuidade entre política e empresas

Depois dos posts O amiguismo alargado e O amiguismo por outra óptica, surge agora a notícia Assessor dirige firma de chips que torna público que «um assessor do secretário de Estado Paulo Campos deixou o Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações para assumir o cargo de administrador executivo em Portugal da Q-Free, empresa fornecedora dos chips de matrícula que o Governo queria usar nas Scut.

«Pedro Bento foi assessor do governante até que, em Outubro do ano passado, passou para a administração da empresa pública que gere o sistema de pagamentos nas auto-estradas. O gestor pediu uma licença sabática em Janeiro último, e, em Março, assumiu a direcção da representação portuguesa da marca norueguesa que forneceu os equipamentos electrónicos instalados nos pórticos das três Scut que vão ser portajadas e os controversos chips.

«Esta não é, porém, a primeira vez que um ex-assessor de Paulo Campos se vê envolvido em polémica. Em 2006, Vasco Gueifão, um dos fundadores da F9 Consulting – empresa a quem foram adjudicados por ajuste directo estudos sobre a introdução de portagens em três Scut –, foi nomeado para assessor na Secretaria de Estado, mantendo o vínculo à consultora.»


Outra notícia, PCP pondera alterações à fiscalização de altos cargos, evidencia que já há sensibilidades nas bancadas da AR, pelo menos de um partido, para esta mistura de interesses, simultâneos ou alternados, na mente de servidores públicos em cargos de responsabilidade ou de influência nas decisões governamentais. À mulher de César não basta ser séria; é preciso também parecer.

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Cooperação estratégica é indispensável

O ambiente sócio-político está conturbado, mesmo apesar das distracções tácticas do futebol e das Scuts.

No artigo Trapalhadas António Freitas Cruz refere as «assacáveis ao primeiro-ministro, pois essas (como todos sabemos) o acompanham desde sempre, dentro e fora da vida política. Estava a lembrar-me apenas das que gravemente afectam a governação desorientada que temos tido.

«Nem é preciso alinhar exemplos: não haveria impertinência que chegasse para registar os disparates dos últimos tempos, anúncios de manhã com desmentidos à tarde, resoluções tomadas num dia e negadas no seguinte - que sei eu?!

«Pior ainda, a moléstia alastrou à Oposição: numa semana dizem o pior das medidas governamentais e na semana seguinte votam contra propostas supostamente destinadas a corrigi-las. E inversamente!»

Por outro lado no artigo Assim vai a cooperação estratégica, José Leite Pereira, ao referir-se à crispação entre o PR e o PM diz que «antes de mais, Cavaco Silva, sendo Presidente da República, não pode pactuar com uma situação insustentável. Tem de agir. Nem que isso signifique demitir o Governo. Depois, não adianta a Cavaco dizer que se pauta na vida pública por honestidade e por verdade.» E também « Dir-se-á que não faria mal o primeiro-ministro reconhecer alguns erros, ou a inconsequência de algumas medidas. Certamente não. Mas o facto de isso não suceder não deveria ser tentação suficiente para Cavaco Silva vir a público falar como um dirigente da Oposição.»

Neste tema, como no ditado, não há dois artigos sem três, e o terceiro, «Soares considera que Presidente da República deve dar sugestões construtivas», tem o tema bem resumido no título. Segundo ele, do PR, «espera-se que, quando muito, ele diga às pessoas e sobretudo ao Governo e aos partidos o que é que eles devem fazer, o que ele pensa que eles devem fazer. Dar sugestões úteis e construtivas» (…)

Realmente, é pena que Cavaco não tenha colocado ao serviço do País, de forma prática e útil, os seus conhecimentos de Economia e de Finanças e a sua experiência de professor, na orientação do PM na melhor procura de soluções para enfrentar os sinais anunciadores da crise e, depois de esta brotar, lhe pôr fim com rapidez e eficiência.

Neste momento, Portugal precisa de uma reestruturação profunda para poder recuperar e preparar um futuro prometedor. Para isso, são necessários bons cérebros como diz Attali na entrevista constante de A crise está a começar. O de Cavaco, no lugar de responsabilidade que ocupa não pode ser dispensado, sob qualquer pretexto.

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sábado, 26 de junho de 2010

Tarefa de um governante

Parece que as funções dos governantes devem ser governar o País, defender os interesses nacionais, isto é, garantir o melhor futuro para a Nação, os portugueses, em todos os sectores das suas actividades. Governar é cuidar, especialmente dos pobres, dos que mais sofrem, dos humilhados e ofendidos. Governar é cuidar todos os dias para que a população possa ter uma vida com boa qualidade e tenha confiança nos destinos do País e esperança no futuro dos seus descendentes. Para isso é preciso definir o objectivo a atingir, a estratégia a seguir para essa finalidade, analisar seriamente as necessidades e tomar decisões oportunas, adequadas e coerentes com a estratégia, para se fazer uma gestão rigorosa dos recursos que devem ser sempre considerados escassos.

Como gerar a confiança e a esperança?

Ela aparece na mente das pessoas perante actos governativos correctos, honestos, bem intencionados, dentro dos valores éticos do espírito de servir a população e o País. São as medidas correctas bem definidas, bem controladas e continuadas que poderão criar esse estado de espírito positivo que só pode ser gerado pela boa governação.

Porém, o PM disse na AR que A tarefa de um político é dar uma palavra de confiança. Trata-se de uma afirmação redutora e que traduz a visão errada, assente na palavra, que conduziu á grave crise que atravessamos. Ela mostra a intenção de iludir o povo com mais mentiras para lhe criar falsas esperanças. Em vez de acções e de medidas concretas e correctas, de realizações sensatas, para bem do povo que iriam inspirar confiança, jogam com meras palavras que, por mais eruditas que sejam, para pouco servem a não ser iludir o povo já demasiado explorado e sacrificado pela ganância de um conjunto de exploradores dos recursos nacionais em proveito próprio. De palavras já estamos fartos e descrentes. Elas fazem parte das manhas de vendedores da banha da cobra.

Vale a pena reflectir no diagnóstico da evolução da crise e nas medidas de emergência a serem tomadas sem demora, conforme dito em A crise está a começar, disse Jacques Attali, e lutar contra a situação nacional vigente em que somos levados a acreditar que a incompetência é geral e que os políticos não conseguem merecer a nossa confiança porque parecem ser um bando formado pela escória da sociedade, chicos-espertos, deslumbrados, que se candidataram e conseguiram iludir o povo e sacar-lhe o voto. Isto passa-se com os de todos os partidos que, desde há décadas, vêem afundando o País, salvo eventuais excepções.

Os nossos netos terão de pagar as dívidas que as gerações dos pais e avós lhes deixam em herança. Há que seguir o raciocínio de Attali e tomar as medidas mais acertadas para salvar Portugal e a Europa. Mas livremo-nos de palavras balofas sem conteúdo que apenas criam ilusões, não evitam as crises nem as curam quando surgem. Antes de falar deve pensar-se se isso é mais importantes do que o silêncio.

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sexta-feira, 25 de junho de 2010

A crise está a começar, disse Jacques Attali

Recebido por e-mail do amigo M C Braz, que recebeu da jornalista Maria João Carvalho

Entrevista de Laura Davidescu para a Euronews

Podemos prever as crises económicas? É um exercício perigoso a que Jacques Attali se dedica há muitos anos. Engenheiro e economista de formação, presidiu ao Banco Europeu para a Reconstrução e Desenvolvimento nos anos 90. Jacques Attali é autor de numerosos ensaios sobre política, economia e finanças.
A Euronews entrevista-o sobre a crise grega e as turbulências na Zona Euro. Para começar, Jacques Attali lamenta o atraso da Cimeira Europeia no tratamento do tema.

Jacques Attali - A cimeira ocorre muito tarde ... se tinha sido feita há 15 dias, três semanas, teríamos colocado 40 mil milhões na mesa e teria sido suficiente. Mas não foi, hesitámos, dissemos que não o faríamos, por isso é a pior das soluções, dizer não e depois dizer que sim.
Em segundo lugar, o mecanismo que está em vigor não é credível, os montantes anunciados são muito elevados, mas o plano de rigor imposto aos gregos é absolutamente insustentável e mais: nós nem sequer lhes pedimos poupanças no orçamento da Defesa, o que representa a maior parte dos gastos!
Assim, os mercados vão forçosamente colocar a questão de saber o que se vai passar com outros países, estão preocupados, e vão tentar compreender se os Estados vão ser sérios, em Portugal, em Espanha, em Itália, em Inglaterra, porque o Reino Unido também está mal colocado.
E assim vamos ter mais ataques, não propriamente ataques, verificação da seriedade dos Estados que não o são.
Hoje em dia, os governos europeus não tomam a única decisão que se impõe, ou seja, criar títulos do Tesouro europeus para emprestar em nome da Europa. Tudo o que fazemos hoje é esbanjar.

Laura Davidescu, euronews - Então diz - se é que estou a compreender - face a uma crise com tal amplitude a única solução é consolidar os mecanismos verdadeiramente europeus?

J. A. - Claro, (...) a única solução é a de crescimento para a redução da dívida , é a única solução.
Mas enquanto se espera a retoma do crescimento, enquanto se fazem as economias necessárias, é preciso evitar a catástrofe e para evitar a catástrofe, devemos emprestar de modo credível e o único que pode emprestar de modo credível é a União Europeia.

L.D. - Mas está longe de ser uma decisão dessa envergadura ...

J.A. - Nestes dois anos, de qualquer modo, não fizemos nada.
Parecemos o G20, que não serviu para nada, anunciámos tanto que nunca cumprimos, temos tanto medo de tomar a mais pequena decisão que não fizemos nada enquanto a bolha crescia.
A crise era uma pequena crise dos subprimes americanos, que devia ter custado 10 mil milhões de dólares e se tornou numa crise mundial de bancos que pode custar 500 mil milhões de dólares ... continuamos a não fazer nada, salvo transferir para os contribuintes, o que se transformou em crise da dívida pública que atinge os 7,8 biliões de dólares.
Os bancos continuam a especular exactamente como antes, os actos imorais também continuam do mesmo modo, nada, absolutamente nada mudou num sistema que está totalmente nas mãos do mercado financeiro internacional.

L.D. - Foi então que descobrimos, depois de uma crise das finanças privadas a crise das finanças públicas....

J.A. - Não descobrimos . Se me permite, com muitos outros, há três anos que digo que não fazemos mais do que transferir a dívida privada para a dívida pública.
Desde o momento em que se deu a crise do Lehman, escolhemos transferir a dívida privada para a dívida pública, e como aceitámos transferir aceitámos financiar todas as perdas dos mais diversos bancos e, Lehman à parte, não deixar ninguém declarar falência.
Assim, aceitámos que o contribuinte de amanhã, para além das dívidas que tenha, pague esses erros.

L.D. - Um dos motivos, já que há tantos, das queixas dos últimos três meses, está ligada ao Fundo Monetário Internacional.
Os dirigentes alemães opuseram-se a que a Europa pague, e assumem sozinhos o plano de socorro à Grécia.
O senhor qualifica, num artigo recente, a decisão de finalmente apelar ao FMI, como desonrada. Porquê?

J.A. - Retomei a fórmula de Churchill: "Você hesitou entre a guerra e a desonra, e porque escolheu desonrar-se vai ter a guerra. "
Infelizmente, esta fórmula que apliquei é verdadeira. Escolhemos a desonra porque o Fundo Monetário é uma estrutura honorável mas não é uma estrutura europeia. Assim, confiámos a outros, ou seja, aos americanos e outros não europeus a responsabilidade de decidir a política que convém seguir num país europeu.
Assim, optamos por uma estratégia que está a destruir a identidade europeia.
E o encargo principal será europeu, pois são os europeus que vão pagar a crise.

L.D. - Mas e se isso não chegar a acontecer, precisamente por a nossa construção europeia ter defeitos, pecados originais? Por exemplo, o euro nunca foi apoiado por uma política europeia comum ou fiscal ou económica ou de qualquer modo. Então, será que podemos enfrentar?

J.A. - Há 10 anos que digo que o euro vai desaparecer se não formos capazes de estabelecer um orçamento europeu.
Sempre avançámos assim na Europa: fizemos o mercado único porque o mercado comum não era suficiente e de cada vez houve crises que precederam estes factos.
Hoje, vemos como uma evidência que a moeda única não pode existir sem uma política fiscal e orçamental. Não é possível.
Então, será que temos a coragem de o fazer? Vamos ver! Mas, por agora estamos a lidar com os políticos que são do século XX. Estão um século atrasados.

L.D. - Há um, entre os actuais líderes da Europa, que mostre sinais de ter entendido esta realidade?

J.A. - Infelizmente, o único político sério que parece sério e ter compreendido é Jean Claude Trichet, mas não é um homem político.
É o único na Europa, que conheço, talvez com Jean Claude Junker também, que na posição de patrão do eurogrupo viu bem o que estava em jogo. Ambos compreenderam que era precisa uma integração maior, mas eles não estão em posição de impor.

L.D. - Então para onde acha que vamos, Sr. Jacques Attali?
J.A. - Acho que estamos a ir para pior, e pior é dizer entre dois a três anos, até menos, uma desintegração da Europa. A única questão é se os políticos que tiveram a coragem de decidir na calma podem fazê-lo durante a tempestade.

L.D. - Na tempestade? Então é apenas o começo desta tempestade ...

J.A. - Com certeza, a crise está apenas a começar. Todos os que têm vindo a dizer, há meses e meses, "a crise acabou, saímos da crise" dizem qualquer coisa. A crise está apenas a começar. Porque o público aumenta a dívida, porque a recessão está aqui. É claro que não há crise na China, Índia, Ásia e em outros lugares. Mas a crise na Europa, a crise nos Estados Unidos, a crise no Japão, a crise em todos os países da OCDE está à vista. Estes velhos países, antes ricos, estão cansados, optaram por viver no crédito mas é preciso pagá-lo.

L.D. - Que preço tem de pagar a Europa? É que assim vai sair, se sair, mais fragilizada do que nunca.

J.A. - Primeiro ainda não acabou. E esta pode mesmo ser a ocasião, como quando houve a crise da desvalorização de 92-93 , ou a grande crise da Europa nos anos 83- 84, pode ser o momento de se reforçar, de fazer com que a crise se torne a ocasião para fazer melhor e mais. Ainda espero que a Europa compreenda que hoje a única via que lhe resta é Mais Europa e não Menos Europa.

L.D. - Na 24 ª hora ...

J.A. - Esperemos que não seja na 25a, para citar um grande escritor romeno.

L.D. - Portugal? Existe um risco, imediatamente ou nos meses que vêm? E Espanha?

J.A. - Sim, evidentemente, os mercados vão verificar se os políticos que não fizeram a tempo o seu trabalho sobre a Grécia, vão fazer o seu trabalho sobre Portugal. Assim, vamos ver as notações de crédito (credit default swap ) de Portugal, de Espanha e do Reino Unido aumentarem até ficarem sem crédito, e vamos ver o que fazem os governos.

L.D. - O pior cenário.

J.A. - O pior cenário. É por lá, sem dúvida, que é preciso passar para chegar ao despertar da classe política.

Maria João Carvalho, Jornalista da EuroNews
http://rotativas3.blogspot.com/

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O amiguismo por outra óptica

Depois do post O amiguismo alargado, em que eram referidos três «amigos», Vítor Barros, Rui Simplício, Maria Leal Monteiro, surgiu a notícia Trânsito de ex-governantes sem controlo político
que mostra que, para os políticos as leis nem sempre são válidas, mas apenas uma vaga ideia, uma ilusão.

Com efeito, o artigo 5.º da Lei das Incompatibilidades diz o seguinte: "Os titulares de órgãos de soberania e titulares de cargos políticos não podem exercer, pelo período de três anos contado da data da cessação das respectivas funções, cargos em empresas privadas que prossigam actividades no sector por eles directamente tutelado, desde que, no período do respectivo mandato, tenham sido objecto de operações de privatização ou tenham beneficiado de incentivos financeiros ou de sistemas de incentivos e benefícios fiscais de natureza contratual." Mas não está definido qual é a entidade com competência para fiscalizar o "trânsito" dos ex-membros do Governo. Portanto ninguém controla, ninguém responsabiliza.

E, assim, o artigo cita:

- Castro Guerra, secretário de Estado da Indústria e da Energia na primeira legislatura de Sócrates (2005-2009). Há semanas foi noticiado que iria presidir à administração da cimenteira Cimpor, indicado, entre outros, pela Caixa Geral de Depósitos (e a Camargo Corrêa, a Votarantim Cimentos e Investifino).

- Manuel Pinho, ex-ministro da Economia, soube-se há dias que foi nomeado pela ministra da Cultura, Gabriela Canavilhas, para presidente da Fundação Arpad Szenes - Vieira da Silva.

- Mário Lino, ex-ministro das Obras Públicas, soube-se recentemente que foi nomeado para o conselho fiscal da área de seguros da Caixa Geral de Depósitos (CGD).

- Filipe Baptista, ex-secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro, foi colocado na Anacom, entidade reguladora das telecomunicações.

- Ascenso Simões, ex-secretários de Estado das Florestas, foi colocado na ERSE, entidade reguladora do sector energético.

- Maria de Lurdes Rodrigues, ex-ministra da Educação, foi nomeada para presidente da FLAD.

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A China em fase de evolução rápida

O Post «Como ficará a China do futuro?» no blog A Tulha do Atílio suscitou-me um extenso comentário que, pela sua extensão não terá a leitura e a atenção que julgo merecer, como ponto de reflexão nos dias de hoje. Por isso o publico aqui.

Os comentadores anteriores são consonantes em afirmar que o mundo está louco. Louco de verdade.

Como disse, há dias, noutro comentário, «desde a época da pedra lascada, paleolítico, tem havido evolução nas tecnologias (televisão, telemóvel, etc), mas na alma dos homens tem havido degradação, na maneira de encarar a vida, a Natureza, os outros. As relações em família, em grupo e em sociedade estão de tal forma degradadas que já temos muito a aprender com os animais da selva de que frequentemente se vêm imagens das televisões».

Porém, este texto contra a China é horrivelmente tendencioso, escrito por alguém que está habituado a defender a sociedade do lucro exagerado que não reverte para remuneração justa à mão-de-obra, mas sim para o enriquecimento dos donos das empresas que não dispensam as mansões, os caros de luxo, os jatinhos, o consumismo de luxo.

A China deve ser observada, tendo em vista a sua história. No tempo do Império do Meio, o seu desenvolvimento deu ao mundo inventos que ainda hoje são úteis. Depois teve um largo período de apagamento no seu pacifismo atacado pela Mongólia e pelo Japão. O fracasso da revolução maoísta serviu de vacina para reestruturar o País de forma cautelosa, persistente que tem dado bons frutos, apesar da grande extensão, do excesso de população e da sua grande diversidade de problemas.

Quando a União Soviética implodiu, receava-se que acontecesse algo de muito grave na China, o que seria perigoso para todo o mundo, mas a sensatez serena e eficiente dos governantes levou a medidas eficientes que fizeram a China crescer economicamente a um ritmo único no mundo moderno. Aprendeu o que de melhor encontrou nas regras do capitalismo ocidental.

O autor do texto, que defende a regra de que o lucro a qualquer custo é símbolo de modernidade, condena a China de estar a utilizar as regras ocidentais a seu modo e estar a orientar-se para o desenvolvimento económico. É uma contradição sua, que descredibiliza o texto.

Não concordo com o conselho de preferirmos produtos fabricados no nosso País, pois o consumidor deve ser livre de comprar o que mais lhe interessar em qualidade e preço, seja qual for a origem, pois é essa a lei da globalização que os ocidentais criaram. Por outro lado o facto de ser cá fabricado, não quer dizer que os lucros beneficiem o País, pois o capitalista pode ser estrangeiro ou, sendo nacional,, pode depositá-lo numa off-shore ou paraíso fiscal longínquo.

Por seu lado, os trabalhadores são na sua quase totalidade estrangeiros que enviam para a terra quase todo o salário. Os portugueses não sentem a obrigação de trabalhar e candidatam-se a assessores, deputados ou outro género de parasitas e, se o não conseguem, procuram viver de subsídios – há-os para todos os gostos – sem nada criarem para a riqueza nacional.

Falta aos empresários ocidentais a capacidade de adaptação aos novos tempos como os chineses têm feito desde há várias décadas. É preciso que nós os ocidentais passemos a raciocinar e aplicar quotidianamente os valores éticos e saibamos equacionar os problemas da melhor forma com respeito pelos outros, sejam de onde forem.

Quanto á imagens das crianças (ver o post referido), não são realmente edificantes, mas há por cá casos menos humanos. Até recentemente, nas aldeias, os pais iam trabalhar para o campo deixando as crianças fechadas em casa sem apoio nem comodidade. Já tem havido notícias de crianças asfixiadas por terem ficado fechadas no carro durante horas. Estas fotos da China mostram que há preocupação com a proximidade dos pais, que os observam com frequência e os miúdos observam que a vida é trabalho e vão aprendendo esse aspecto do civismo. Cá as crianças, pouco tempo após nascerem, apenas vêm os pais durante poucos minutos no fim do dia e, nas creches e jardins de infância, recebem o cuidado mínimo para não se ferirem e serem devolvidas em bom estado no fim do dia. Uns com os outros, sem educação cívica de adultos, só aprendem a desenvolver os piores instintos. Portanto, à luz dos conceitos, a diferença não é grande. Do ponto de vista humano, certamente, estas fotos não são uma amostra válida da média dos chineses.

É preciso ter respeito pelos que são diferentes de nós. «Amai-vos uns aos outros», e os outros são os diferentes. A China tem tradições diferentes mas tem evoluído aproveitando o que de melhor vê no mundo. Assim Fossem os ocidentais!!! Mas não são e querem torpedear quem, se ergue acima da mediocridade do Ocidente.

Juntam-se links de textos já aqui publicados referindo temas semelhantes:

- 2010 Ano de Transformações
- Transformações no Mundo
- Como será o mundo amanhã?
- A China e os direitos humanos
- Um ricaço a contas com a Justiça na China
- Lição da China contra a desertificação

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quinta-feira, 24 de junho de 2010

Falta de estratégia impede o desenvolvimento

Transcrição do artigo


Portugal e o futuro
Diário de Notícias. 20100621. João César das Neves

Acaba de ser divulgado o último relatório da Fundação Richard Zwentzerg, instituto internacional dedicado aos estudos lusitanos. Como sempre, o texto só é acessível através do DN e não deve ser procurado por outros meios. Desta vez, o tema é o grau de sustentabilidade do desenvolvimento português. Seguem-se extractos relevantes do texto.

"Uma questão inicial que alguns espíritos mesquinhos colocam é a de saber como pode analisar-se o grau de sustentabilidade do desenvolvimento de um país que não está em desenvolvimento. A maioria dos analistas não liga a este pormenor, mas em nome do rigor devemos então dizer que o relatório considera a sustentabilidade do desenvolvimento que Portugal teria se estivesse em desenvolvimento.

"Uma outra questão prévia tem a ver com o facto de, dado o número de óbitos ser maior que o de nascimentos, o país não só não está em desenvolvimento como se encontra em vias de extinção. Durante uns anos, isto foi disfarçado pela forte imigração, mas ultimamente o fenómeno inverteu-se, e não só a atracção de estrangeiros se esfumou como começou uma intensa e acelerada emigração. Dado a taxa de fertilidade ser a mais baixa da Europa Ocidental e das mais baixas do mundo, um dos nossos especialistas afirmou mesmo que, em vez de um relatório de sustentabilidade, o que Portugal precisa é de uma comissão liquidatária.

"Isto seria suficiente para criar enorme preocupação, ou até depressão e pânico na maior parte dos países civilizados. O mais curioso é que a sociedade portuguesa se mantém alheia a estas questões decisivas, que não preocupam minimamente os indígenas. Estes encontram-se envolvidos em enormes debates acerca de comboios, escutas, futebol e homossexuais. Pode dizer-se que o melhor factor de sustentabilidade em Portugal é a inconsciência.

"Passando à análise concretas das políticas de sustentabilidade, os nossos peritos constataram com surpresa e prazer a profusão, profundidade e qualidade dessas intervenções em Portugal. O país tem regulamentos, portarias, decretos e requisitos que condicionam, promovem e orientam todas as dimensões de sustentabilidade que constam dos nossos manuais do tema, e até algumas em que nem tínhamos pensado. Além disso, cada um desses articulados dispõe de um pequeno exército de fiscais que inspecciona, espiolha, julga e pune os cidadãos, com vigor e exuberância. Pode não haver desenvolvimento, mas há uma imposição esmagadora das regras de sustentabilidade.

"Claro que, no meio de tanta actividade, não pode pedir-se coerência entre essas medidas. É verdade que as exigências de equilíbrio ambiental chocam com os direitos dos trabalhadores, a defesa do consumidor impede a emancipação da mulher e a biodiversidade, a eficiência energética perturba a promoção da produtividade e da justiça social, o desenvolvimento da cultura e a defesa do património bloqueiam o combate à obesidade, tabagismo, desertificação e absentismo. Com tantas restrições e exigências, é fácil de ver que a única hipótese que a sustentabilidade permite é o desenvolvimento nulo. E tem sido precisamente no sentido desse vácuo que a política nacional se tem orientado nos últimos anos.

"Os sinais de contradição são miríade.

- Portugal é campeão de energias renováveis mas os custos, mesmos disfarçados, mostram porque é que mais ninguém quer tê-las. Multa-se o corte de sobreiros, mas subsidiam-se os abortos.
- Dificultam-se os despedimentos e facilita-se o divórcio.
- Perseguem--se fumadores e excesso de velocidade, mas promove-se pornografia e promiscuidade.
- Profissionais, com formação que custou milhões e ainda mais 20 anos de vida útil, reformam-se no pleno das capacidades.
- Os portugueses têm muito cuidado com o que metem nos pulmões e no estômago, mas não ligam ao que metem no cérebro.

"Este relatório dá nota máxima a Portugal em todos os requisitos de sustentabilidade. Não pode exigir-se mais de um país que até dá lições a outros mais ricos. Seguindo este caminho, Portugal não tem futuro. Mas, enquanto existir, é exemplo para o mundo."

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A saúde mental dos portugueses

Transcrição do artigo do médico psiquiatra Pedro Afonso, publicado no Público, 2010-06-21 e recebido por e-mail do amigo ARS

Alguns dedicam-se obsessivamente aos números e às estatísticas esquecendo que a sociedade é feita de pessoas.

Recentemente, ficámos a saber, através do primeiro estudo epidemiológico nacional de Saúde Mental, que Portugal é o país da Europa com a maior prevalência de doenças mentais na população. No último ano, um em cada cinco portugueses sofreu de uma doença psiquiátrica (23%) e quase metade (43%) já teve uma destas perturbações durante a vida.

Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque assisto com impotência a uma sociedade perturbada e doente em que violência, urdida nos jogos e na televisão, faz parte da ração diária das crianças e adolescentes. Neste redil de insanidade, vejo jovens infantilizados incapazes de construírem um projecto de vida, escravos dos seus insaciáveis desejos e adulados por pais que satisfazem todos os seus caprichos, expiando uma culpa muitas vezes imaginária. Na escola, estes jovens adquiriram um estatuto de semideus, pois todos terão de fazer um esforço sobrenatural para lhes imprimirem a vontade de adquirir conhecimentos, ainda que estes não o desejem. É natural que assim seja, dado que a actual sociedade os inebria de direitos, criando-lhes a ilusão absurda de que podem ser mestres de si próprios.

Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque, nos últimos quinze anos, o divórcio quintuplicou, alcançando 60 divórcios por cada 100 casamentos (dados de 2008). As crises conjugais são também um reflexo das crises sociais. Se não houver vínculos estáveis entre seres humanos não existe uma sociedade forte, capaz de criar empresas sólidas e fomentar a prosperidade. Enquanto o legislador se entretém maquinalmente a produzir leis que entronizam o divórcio sem culpa, deparo-me com mulheres compungidas, reféns do estado de alma dos ex-cônjuges para lhes garantirem o pagamento da miserável pensão de alimentos.

Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque se torna cada vez mais difícil, para quem tem filhos, conciliar o trabalho e a família. Nas empresas, os directores insanos consideram que a presença prolongada no trabalho é sinónimo de maior compromisso e produtividade. Portanto é fácil perceber que, para quem perde cerca de três horas nas deslocações diárias entre o trabalho, a escola e a casa, seja difícil ter tempo para os filhos. Recordo o rosto de uma mãe marejado de lágrimas e com o coração dilacerado por andar tão cansada que quase se tornou impossível brincar com o seu filho de três anos.

Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque a taxa de desemprego em Portugal afecta mais de meio milhão de cidadãos. Tenho presenciado muitos casos de homens e mulheres que, humilhados pela falta de trabalho, se sentem rendidos e impotentes perante a maldição da pobreza. Observo as suas mãos, calejadas pelo trabalho manual, tornadas inúteis, segurando um papel encardido da Segurança Social.

Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque é difícil aceitar que alguém sobreviva dignamente com pouco mais de 600 euros por mês, enquanto outros, sem mérito e trabalho, se dedicam impunemente à actividade da pilhagem do erário público. Fito com assombro e complacência os olhos de revolta daqueles que estão cansados de escutar repetidamente que é necessário fazer mais sacrifícios quando já há muito foram dizimados pela praga da miséria.

Finalmente, interessa-me a saúde mental de alguns portugueses com responsabilidades governativas porque se dedicam obsessivamente aos números e às estatísticas esquecendo que a sociedade é feita de pessoas. Entretanto, com a sua displicência e inépcia, construíram um mecanismo oleado que vai inexoravelmente triturando as mentes sãs de um povo, criando condições sociais que favorecem uma decadência neuronal colectiva, multiplicando, deste modo, as doenças mentais.

E hesito em prescrever antidepressivos e ansiolíticos a quem tem o estômago vazio e a cabeça cheia de promessas de uma justiça que se há-de concretizar; e luto contra o demónio do desespero, mas sinto uma inquietação culposa diante destes rostos que me visitam diariamente.

Pedro Afonso
Médico psiquiatra

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quarta-feira, 23 de junho de 2010

Lição de vida dada por um Tuareg

O valor da simplicidade, do silêncio e do tempo

Transcrição de um texto retirado de um anexo (.pps) recebido por e-mail, com pequenos retoques na gramática.

Uma bonita entrevista com um tuareg realizada por: Víctor M. Amela, Moussa Agassarid

- Não sei a minha idade. Nasci no Deserto do Saara, sem documentos. Nasci num acampamento dos nómadas tuaregs entre Timbuctu e Gao, ao norte de Mali. Fui pastor de camelos, cabras, cordeiros e vacas de meu pai. Hoje estudo gestão na Universidade de Montpellier. Estou solteiro. Defendo os pastores tuaregs. Sou muçulmano, sem fanatismo.

- Que turbante tão formoso!
- É um tecido fino de algodão: permite tapar o rosto no deserto, e continuar a ver e respirar através dele.

- É de um azul belíssimo…
- Nós, os tuaregs, somos chamados de homens azuis por isso: O tecido solta alguma tinta e a nossa pele adquire tons azulados

- Como conseguem esse tom de azul anil?
- Com uma planta chamada índigo, mesclada com outros pigmentos naturais. Para os tuaregs o azul é a cor do mundo.

- Por quê?
- É a cor dominante: é a Cor do céu, do teto de nossa casa.

- Quem são os tuaregs?
- Tuareg significa “abandonados”, porque somos um velho povo nómada do deserto, solitários e orgulhosos: “Senhores do Deserto, é como nos chamam. Nossa etnia é a amasigh (berbere), e o nosso alfabeto, o tifinagh.

- Quantos são?
- Uns três milhões, e a maioria permanece nómada. Mas a população diminui.. “É preciso que um povo desapareça, para que saibamos que ele existiu!” Apregoava um sábio. Eu luto para preservar esse povo.

- A que se dedicam?
- Pastoreamos rebanhos de camelos, cabras, cordeiros, vacas e asnos num reino de imensidão e de silêncio.

- O deserto é realmente tão silencioso?
- Quando se está sozinho naquele silêncio, ouve-se o batimento do próprio coração. Não há lugar melhor para se estar sozinho.

- Quais recordações da sua infância que conserva com maior nitidez?
- Desperto com a luz do sol e ali estão as cabras de meu pai. Elas nos dão leite e carne, nós as levamos onde há água e pasto… Assim fizeram meu bisavô, meu avô e meu pai… e eu. Não havia outra coisa no mundo além disso. E eu era muito feliz com isso.

- De fato! Não parece muito estimulante…
- Mas é muito! Aos sete anos já te deixam afastar do acampamento para que aprendas coisas importantes: farejar o ar, escutar, apurar a vista, orientar-se pelo sol e pelas estrelas… E a deixar-se levar pelo camelo, se te perderes. Ele te levará onde há água.

- Saber isso é valioso, sem dúvida…
- Ali tudo é simples e profundo. Existem muito poucas coisas. E cada uma tem um enorme valor!

- Então este mundo e aquele são muito diferentes, não?
- Ali cada pequena coisa te proporciona felicidade. Cada toque é valorizado. Sentimos uma enorme alegria pelo simples facto de nos tocarmos e estarmos juntos. Ali ninguém sonha com chegar a ser, porque cada um já o é!

- O que mais o chocou na sua primeira viagem à Europa?
- Ver as pessoas correndo pelo aeroporto. No deserto só se corre quando vem uma tempestade de areia. Me assustei. É claro!

- Eles apenas iam buscar as suas malas…
- Sim! Era isso. Também vi cartazes de mulheres nuas. Me perguntei: porquê essa falta de respeito para com a mulher? Depois, no Íbis Hotel, vi a primeira torneira da minha vida, vi a água correndo e senti vontade de chorar…

- Que abundância! Que desperdício! Não?
- Todos os dias da minha vida consistiam em procurar água. Quando vejo as fontes ornamentais aquí e acolá, continuo sentindo por dentro uma dor muito intensa…

- Tanto assim?
- Sim! No começo dos anos 90 houve uma grande seca. Morreram os animais e nós adoecemos. Eu tinha uns 12 anos e minha mãe morreu. Ela era tudo para mim! Contava-me histórias e ensinou-me a contá-las muito bem. Ela ensinou-me a ser eu mesmo.

- O que sucedeu com sua família?
- Convenci meu pai que me deixasse ir à escola. Quase todos os dias caminhava 15km. Até que um dia o professor arranjou-me um lugar para dormir e uma senhora me dava o que comer, quando eu passava em frente à sua casa. Entendi que essa ajuda vinha de minha mãe.

- De onde surgiu esse desejo de estudar?
- Uns dois anos antes, havia passado pelo nosso acampamento o rally Paris-Dakar, e uma jornalista deixou cair um livro de sua Mochila. Eu apanhei-o e entreguei-lho. Ela deu-mo de presente. Era um exemplar do Pequeno Príncipe e eu prometi a mim próprio que um dia conseguiria lê-lo.

- E conseguiu.
- Sim! Foi assim que consegui uma bolsa de estudos na França.

- Um Tuareg na universidade!
- Ah, o que mais sinto falta aqui é o leite de camela... E o calor da fogueira, e de andar com os pés descalços na areia quente. Lá nós olhamos as estrelas todas as noites e cada estrela é diferente das outras como cada cabra é diferente. Aqui, à noite, você olha para TV.

- Sim! E o que você acha pior aqui?
- Vocês tem tudo, mas não acham suficiente. Vocês se queixam. Na França passam a vida reclamando! Aprisionam-se pelo resto da vida à uma dívida bancária, num desejo de possuir tudo rapidamente... No deserto não há congestionamentos e você sabe por quê? Porque lá ninguém quer ultrapassar ninguém!

- Conte-me um momento de extrema felicidade no seu deserto distante.
- Todos os dias, duas horas antes do pôr do sol: a temperatura baixa, mas ainda não chegou o frio, e os homens e os animais, lentamente voltam para o acampamento e seus perfis são recortados em um céu cor de rosa, azul, vermelho, amarelo, verde...

- Fascinante, na verdade...
- É um momento mágico... Entramos todos na cabana e colocamos o chá para ferver. Sentamo-nos em silêncio, a ouvir a ebulição... A calma invade todos nós, e o nosso coração bate ao ritmo do barulho da fervura...

-Que paz!

- Aquí vocês tem relógio…… lá temos tempo.
- VOCÊ TEM O RELÓGIO, EU TENHO O TEMPO!
- NA NOSSA VIDA O TEMPO NÃO DEVE SER APENAS O MARCADO NO RELÓGIO.
- QUANTAS VEZES NOS NOSSOS DIAS NOS FALTA “O TEMPO”?
- O tempo é como um rio. Você não pode tocar a mesma água duas vezes, porque a água que passou, não passará de novo.
- Aproveite cada momento da vida...
- ENCONTRE TEMPO PARA VIVER
- Se você vive dizendo como você está ocupado, então você nunca estará livre.
- Se você vive dizendo que você não tem tempo, então você nunca terá tempo.
- Se você vive dizendo o que vai fazer amanhã, esse amanhã nunca chegará.
- Aproveite cada momento da vida ...
- Se você não usar o seu tempo durante o dia, você é o perdedor.
- É impossível voltar atrás.
- Valorize cada momento vivido, e esse tesouro terá muito mais valor se você o partilhar com alguém especial, especial o suficiente para você gastar com ele o seu tempo...
- e lembre-se que o tempo não espera por ninguém


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Liberdades do S. João

Um curioso aproveitamento das liberdades festivas da véspera de S. João!!! Se no Rio de Janeiro é no Carnaval, no Norte é no S. João que ninguém leva a mal que se desabafe aquilo que anda recalcado todo o ano, «nem que seja apenas à martelada...». E nem tudo é brincadeira; há coisas sérias. Veja-se o seguinte artigo:
Nem que seja à martelada...
Jornal de Notícias. 23.06.2010. Por Manuel Serrão

Acabamos de sair do luto decretado pelo Governo em homenagem a José Saramago, mas a goleada aos coreanos e o nosso rico S. João garantem que a festa segue dentro de momentos. PS e PSD preparam-se para estragar a festa (e as finanças) dos utentes dos SCUT a Norte, mas é na festa de S. João que os nortenhos devem procurar inspiração para reagir a tamanha injustiça.

S. João, S. João, dá-me tu inspiração, para ver se em três penadas consigo encontrar solução. Nem que seja à martelada!

Saramago. Não é santo, mas é popular na Esquerda onde tanto militou.

Na hora da sua morte, merece o respeito e lamento devido a todos, mas o Governo socialista entendeu que o país devia observar luto nacional durante dois dias.

Não deve ser fácil reunir consenso sempre que um Governo decreta um luto por razões semelhantes, mas a pergunta que aqui deixo há muito quem a faça: um dia que desapareça mais um vulto da cultura, da política, do desporto ou da economia portugueses, que ainda por cima tenha sempre respeitado e amado Portugal em palavras, actos e omissões, vamos decretar uma semana de luto? O que é nacional é bom? O que é Nobel é ou não...

Selecção. Como de costume, de bestas a bestiais em 90 minutos. Uma selecção que iniciou o jogo só com jogadores nascidos em Portugal deu sete pontapés certeiros na crise, quando muitos treinadores de crónicas já vertiam lágrimas por Scolari e preparavam luto nacional. Em futebol, o que é nacional é bom? O que vem de fora é... ou não!

Sacanagem. Assino por baixo o alerta de Rui Rio. Com chip ou sem chip, as desculpas para portajar só a Norte é que são "cheap", desculpas baratas.<

Com as armas que a democracia lhes confere, os utentes das novas SCUT com custos têm obrigação de fazer ouvir a sua voz de revolta por estarem a ser alvo de tão flagrante injustiça. Sem esquecer que o pior é "baixar a bolinha", criando mais um precedente. A seguir, só poderá ser pior.

Porque estamos no S. João, ninguém leva a mal que se diga, como no título, nem que seja à martelada!

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Fotografia muito contrastada

Transcrição seguida de NOTA:

Obviamente, demitam-no
Jornal de Notícias. 23-06-2010. Por Paulo Morais

Os governos de José Sócrates conduziram o país a uma situação deplorável, a pior de que há memória. Em tudo que mexe, o Governo estraga. O desemprego atingiu uma dimensão socialmente insuportável. São já 600 mil os afectados, cerca de metade dos quais não dispõe sequer de qualquer rendimento. A dívida pública chegou aos piores valores desde os alucinantes tempos da Primeira República, o país ameaça bancarrota.


Perante cada nova dificuldade, o Governo agrava os problemas, em vez de os minorar. Sócrates não consegue reduzir o esbanjamento no Estado, aumenta impostos e estrangula a economia. Já sem rumo, o Executivo tropeça em contradições constantes. Ora apresenta medidas de apoio aos desempregados e incentivos às empresas; ora anuncia o fim das medidas de combate à crise… em nome da própria crise. Sócrates assegura que o aumento de impostos é por um ano, e, no dia seguinte, Teixeira dos Santos vem proclamar que o sacrifício perdurará no tempo.

Os portugueses sofrem amargamente os resultados destas políticas erráticas. Mas nem todos… O Governo não mexe nos interesses dos construtores e da banca, mantém a intenção de construir o TGV e o novo aeroporto. Nem tão-pouco acaba com os privilégios duma corte de assessores. Por outro lado, acentua a discriminação em termos regionais, martirizando os nortenhos com portagens nas vias rápidas, enquanto se isentam lisboetas e algarvios. O chefe do Governo faz assim tábua rasa dum princípio constitucional básico, o de tratar por igual todos os cidadãos.

O primeiro-ministro de Portugal não tem já qualquer credibilidade. Envolvido em sucessivos escândalos, da licenciatura "fast-food" ao caso Freeport, já roça o patético. No recente episódio do encontro forjado com o cantor Chico Buarque, anunciado como a pedido deste, foi desmascarado. Com mais esta mentira, deixa-nos a todos envergonhados.

Sócrates é inapto, sacrifica desfavorecidos, preserva uma estrutura de poder inútil, beneficia os amigos do regime com negócios, é caprichoso e mimado. Para mim, basta! Despeçam-no.


NOTA: Nem há jeito para sublinhar uma qualquer frase, porque cada uma delas é fundamental na textura deste retrato, desenhado em tons cáusticos e contrastados. É dramático, mas assenta em factos vindos a público. E dentro da máquina partidária já se nota desagregação, desde as sugestões de João Cravinho à corrupção e ao enriquecimento ilícito, aos comentários ocasionais de Henrique Neto, às críticas ocasionais de Manuel Alegre antes de receber a promessa de apoio à sua candidatura, a confusão geral relacionada com a «acção directa» de Ricardo Rodrigues, aos problemas dos gestores da Fundação Alter Real, relativamente à gestão desta , às posições de Maria de Belém, de Vieira da Silva e de António Costa, à figura de Valter Lemos, ao silêncio expectante de António José Seguro.

O futuro não parece ser muito brilhante. Oxalá Portugal não entre em mais um período de indefinição de rumos, pois do que se precisa é de marcação de linhas estratégicas claramente dirigidas para objectivos bem escolhidos e estimulantes para a convergência de esforços de todos os portugueses de todos os sectores de actividade.

Fotografia de A João Soares

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terça-feira, 22 de junho de 2010

Rádio Portugal Livre em Argel

Fins de 1968

Dois alferes pilotos do mesmo curso, o Lamy e o Lopes, do AB.3 Negage descolaram para um voo de rotina num Do.27. O cacimbo estava cerrado e ao regressar à base enfiaram-se a voar contra um morro, tendo ambos falecido no impacto.

Este seria simplesmente mais um triste caso de falha humana em voo a ceifar a vida de dois jovens, não fosse um revoltante desenvolvimento: à noite ouvimos, na camarata da BA.7 Aveiro, a inconfundível voz do traidor Manuel Alegre, através da "Rádio Portugal Livre", emitida da Argélia, regozijar-se por mais esta "vitória dos combatentes da liberdade de Angola" (isto apesar do inimigo não ter tido qualquer actuação neste acidente).

A pergunta é simples: Será que algum Alemão que tivesse colaborado com os Ingleses ou um Francês que tivesse colaborado com os Alemães ou um Japonês que tivesse colaborado com os Americanos teria algum futuro político no seu país no pós-guerra?

Quando é que vamos parar de aceitar que traidores, refractários e desertores dominem a política em Portugal?
João

Este texto foi recebido, por reenvio de e-mail, do amigo V Clemente

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Família dos combatentes

Sentimentos de viúva e de neta de um herói, nas «Comemorações do 18ª Encontro Nacional de Combatentes» em Belém

Palavras da senhora D. Maria do Carmo Oliveira e Carmo, viúva do Cte. Jorge Oliveira e Carmo

Esta foi a narrativa breve de um acto de sacrifício e coragem de um português que morreu, conscientemente, pelos seus valores.

Um homem que, além de fiel aos valores transcendentes que justificam desde tempos imemoriais “morrer pela pátria”, era também filho, pai e marido.

É nesta perspectiva que quero aqui, com a memória da minha história, dirigir-me às Famílias, sobretudo às Mães e Mulheres que, como eu, vêem a vida bruscamente, brutal e definitivamente mudada.

Somos as mulheres e as famílias, dos que escolhem o ofício de servir o país pelas armas; as que temos que viver uma angústia diária, silenciosa e discreta quando eles partem para missões de risco. Eles contam connosco, pensam em nós, e também servem por nós.

Foi o exemplo de fidelidade e coerência aos valores espirituais, vividos até ao limite da vida a grande Herança que a nossa família aqui presente recebeu de um desses homens.

Esta é a nossa herança: crença nos valores espirituais, difícil e duradoura experiência, partilha tranquila de um sacrifício muito nosso e muito rico.

Uma herança que só faz sentido porque são os valores espirituais que fazem a diferença e a dignidade dos homens; e, porque acreditamos no futuro destes valores, sabemos que feitos como o do Jorge Oliveira e Carmo orgulham todos os portugueses, e já fazem parte das páginas que honram a História de Portugal.

E é esta herança que queremos – a minha Família e eu aqui presentes – oferecer hoje à Nação, neste dia de Portugal, partilhando-a com todos os nossos compatriotas, especialmente com todas as Mulheres Portuguesas.

Que Deus nos abençoe a todos.

10 de Junho de 2010


Mensagem lida por uma neta de doze anos do Cte. Jorge Oliveira e Carmo durante a missa por intenção de Portugal e de sufrágio pelos que morreram ao Serviço da Pátria, celebrada na Igreja de Sta. Maria de Belém, nos Jerónimos, em 10 de Junho de 2010.

“Não conheci o meu avô, mas sei o quão fantástico ele era.

Sei que ao ir para a guerra só estava a pensar no seu país. E também sei que, mesmo não estando vivo, nunca será esquecido.

Sim, eu não conheci o meu avô, mas conheço a minha avó e admiro-a muito, pois é difícil ir para a guerra e combater por aquilo que se ama, mas ainda é mais difícil ficar cá enquanto alguém que nós amamos do fundo do coração partiu para lutar pelo seu país.

Pelo seu acto de coragem o meu avô trouxe lágrimas aos olhos de muitos portugueses. E, claro, também aos meus.

Obviamente ficámos todos tristes com a morte de Jorge Oliveira e Carmo, mas sempre que ouvirem a história de como ele morreu ao tentar defender o seu país, não chorem, sorriam.

Sorriam de orgulho, sorriam por respeito, sorriam porque tenho a certeza que ele não queria lágrimas nos vossos olhos.

O que ele queria? Deixar Portugal orgulhoso.

E na minha opinião a sua missão foi cumprida.”

É esta a herança de esperança no futuro que queremos – a minha família e eu aqui presentes – oferecer hoje à Nação, neste dia de Portugal, partilhando-a com todos os nossos compatriotas, especialmente com todas as Mulheres Portuguesas.

Que Deus nos abençoe a todos.

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Espírito de missão e ética militar

Intervenção do Presidente da Comissão Executiva das «Comemorações do 18ª Encontro Nacional de Combatentes» em Belém, Almirante Francisco Vidal Abreu

Combatentes

Combatentes de ontem, de hoje e de amanhã

Portugal continua e continuará sempre a precisar de vós. Quem, um dia, jurou perante o estandarte nacional, servir a Pátria, mesmo com sacrifício da própria vida, certamente está disponível para de novo lutar por um Portugal melhor. Não com armas na mão, porque não é disso que se trata. Mas com o mesmo espírito de dádiva e entrega, lutando por princípios e valores que tornem a nossa sociedade melhor e mais digna, para que tenhamos orgulho na herança que deixamos aos nossos filhos e netos.

Combatentes

Pelo 17º ano consecutivo, num verdadeiro exercício de cidadania, encontramo-nos junto a este monumento para comemorar o dia de Portugal. Porque a forma mais nobre de o fazer será homenagear todos quantos, ao longo da nossa história, chamados um dia a Servir Portugal, tombaram no campo da honra, em qualquer época ou ponto do globo. E não se julgue que estes sacrifícios terminaram. Já se combateu para alargar fronteiras, já se combateu para manter fronteiras, hoje combate-se para defender princípios civilizacionais, para garantir a liberdade.

Por isso estas homenagens fazem sentido e devem continuar a ser feitas. Homenagear os combatentes no Dia de Portugal é mostrar que temos orgulho na nossa História e em sermos portugueses.

Mas nesta homenagem não esquecemos também os deficientes das Forças Armadas, nem todos os que dão o seu melhor pela causa dos combatentes. Aqui fica pois uma palavra de agradecimento e estímulo não só à Liga dos Combatentes, mas também a todas as Associações de Combatentes, sem o apoio das quais esta cerimónia não seria possível.

Combatentes

A melhor forma de honrar todos os que deram a vida por Portugal é meditar junto a este sublime monumento se os nossos actos, em cada dia que passa, são dignos do sacrifício que todos os que têm os seus nomes inscritos nestas lápides, frente a vós, um dia fizeram, por Portugal. E que melhor lugar para esta meditação que este, frente à “Chama da Pátria”, que nunca deixaremos apagar, com o mar como respaldo, esse mar de tantas glórias, de tantos sacrifícios, que já foi futuro e que tem que voltar a ser futuro.

Combatentes

Porque a memória dos mais velhos é traiçoeira e os mais novos ainda têm pouco em memória, decidimos de novo, este ano, homenagear todos os que tombaram pela Pátria, através de um deles, um português maior, um homem com H grande, cujo exemplo de conduta, de valores e de virtudes não devemos esquecer e manter como referência – o Senhor Comandante Jorge Manuel Catalão de Oliveira e Carmo, morto em combate em 18 de Dezembro de 1961, nos mares de Diu, então Índia Portuguesa.

Um texto descritivo da sua acção em combate será lido por um oficial que entrou para a Escola Naval menos de um ano depois, em 1962, e teve este herói nacional como patrono de curso. Convido-vos a ouvir este texto no maior silêncio e com o maior respeito. Vão descobrir nele o Portugal nobre, que dá valor à honra e à verdade, corajoso, e que continua a existir, por muito que nos custe a acreditar. Cabe a nós fazê-lo despertar, para que não mais se tenha vergonha de falar em Pátria ou em Patriotismo. Basta quebrar o silêncio dos bons. Basta lembrarmo-nos de que somos perto de um milhão. E acreditaremos que esta tarefa é possível.

Combatentes

Todos nós, quando estávamos em missão, tínhamos sempre alguém que nunca nos esquecia e que também sofria, embora de forma diferente, a nossa decisão de ter aceite ser combatente. A nossa família, mas muito particularmente as nossas mães e as nossas mulheres, no seu silêncio, sempre de forma discreta, viviam sofridamente, certamente com enorme angústia, o dia-a-dia dos seus filhos ou maridos. E sempre o fizeram e continuarão a fazer porque sabem e sentem que a família é um dos pilares essenciais de uma sociedade de princípios e valores.

Por isso, também hoje e aqui, queremos homenagear a Mãe e a Mulher do combatente, fontes da sua força, referências para a sua acção e importantes pilares da família militar, tão esquecida, tão ignorada, por uma teimosa recusa em aceitar o seu importante papel. Ela constitui parte do segredo da estabilidade emocional necessária ao combatente. Ela é a segurança dos vivos, o imprescindível apoio dos que ficaram deficientes, a única alternativa para cuidar dos filhos dos que, em missão, antes do tempo já nos deixaram.

Esta homenagem à Mãe e Mulher do combatente, neste dia de Portugal de 2010, será feita através da presença nesta cerimónia da Senhora Dona Maria do Carmo de Oliveira e Carmo, viúva do Senhor Comandante Oliveira e Carmo, que hoje homenageamos, e que vos vai falar. Oiçam as suas palavras. Meditem nelas e no seu significado. É que as mães e mulheres dos combatentes, pelo papel essencial e insubstituível que desempenham na construção e equilíbrio da família, também muito podem fazer por um Portugal melhor, que fale verdade, um Portugal de princípios, e de dignidade, um Portugal de esperança, de valores, de ética, e de que todos nos possamos orgulhar. Por isso, também é tão importante contarmos convosco.

Combatentes de ontem, de hoje e de amanhã

Termino como comecei. A vossa missão não acabou. Portugal continua e continuará sempre a precisar de vós. Saibamos honrar os que se sacrificaram por Portugal.

Viva Portugal
Lisboa, 10 de Junho de 2010

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O amiguismo alargado

Há indícios que chegam quase por acaso, escondidos em textos que parecem inocentes. Na notícia Fundação Alter Real está a ser investigada por denúncia de uma directora que merece ser lida com atenção, além das dificuldades que o título sugere, encontramos elementos dos «currículos de três pessoas «chave» da fundação, que nada representam para o desempenho das responsabilidades que era suposto terem assumido.

Porquê chamarem fundação a esta instituição? Faz lembrar uma fundação para a segurança rodoviária que foi extinta pouco tempo depois de ter sido criada tal o escândalo que representava e que se traduzia em arranjar tachos para boys sem capacidade para enriquecer sem ser à custa do orçamento .

Vejamos o que se extrai agora desta notícia, acerca dos «gestores» desta instituição agro-pecuária e de arte equestre:

Vitor Barros, presidente da Fundação, exerceu as funções de secretário de Estado do Desenvolvimento Rural nos Governos de António Guterres e foi o candidato derrotado do PS às eleições de 2005 para a Câmara de São Pedro do Sul.

Rui Simplício era assessor parlamentar do Partido Socialista, líder distrital do PS em Portalegre e antigo presidente da Câmara local, foi nomeado em Março deste ano, por proposta de Vítor Barros administrador-delegado da fundação.

Maria Leal Monteiro, directora da coudelaria dirigiu até há poucos meses a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo e foi, no ano passado, a candidata derrotada do PS à Câmara de Alter do Chão. É também um alto quadro do PS mas isso não a impede de manter graves divergências com Vítor Barros e é apontada como uma das autoras das denúncias.

Não é preciso dizer mais nada sobre as intenções das nomeações destas figuras, para os respectivos cargos.

E o resultado é: a situação financeira da FAR, que deveria sustentar-se a si própria com os lucros da produção agro-pecuária, nomeadamente com a venda de cavalos de alta qualidade, vive quase exclusivamente das contribuições do Ministério da Agricultura (700.000 euros em 2010), e tem-se deteriorado significativamente, acumulando-se as dívidas a fornecedores.

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segunda-feira, 21 de junho de 2010

Insegurança Interna

Duas notícias fazem reflectir nas condições em que se encontra a segurança de pessoas e bens e a forma pouco eficiente como as autoridades têm agido nesse campo.

Frequentemente, surgem vozes a prever que o povo ver-se-á progressivamente levado a fazer justiça pelas próprias mãos.

Na região de Penacova um incendiário foi apanhado e agredido pela população tendo que receber tratamento no hospital. Deslocava-se pela estrada e com um isqueiro ia ateando pequenos focos de incêndio. Sabe-se que em todas as épocas estivais, dos muitos incendiários detidos, poucos são condenados de forma a não reincidirem.

Outra notícia fala da iniciativa tomada pela Câmara de Setúbal de contratar reformados, entre os 50 e os 80 anos para como patrulheiros assegurarem mais segurança na cidade.

Isto demonstra uma sensação real e geral de que o MAI e o MJ não possuem a eficiência suficiente para as missões que deles são esperadas e a população e autarquias estão a deitar mão a soluções alternativas que apresentam graves inconvenientes. Tais formas de garantir a necessária segurança para viver e trabalhar sem preocupações especiais, são certamente descoordenadas, podendo agir com excessos e arbitrariedades que originem, das partes contrárias, reacções desproporcionadas e muito desagradáveis para a Ordem Pública em geral.

Neste espaço têm sido publicados vários posts referindo este tema, de entre os quais se retiraram os seguintes links, alinhados por ordem cronológica:

- O MAI responde ou pergunta pela segurança interna?
- Privatizar a ordem pública???
- Bela Vista exige ponderação
- Que dizem a isto o PM. o MAI e o MJ???
- Governo responde à insegurança?
- Justiça, segurança, insuficiente
- Como vai a Justiça e a ordem pública?
- O estado da Segurança Interna do Estado
- A Justiça do Estado ou o estado da justiça?

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Reduzir o défice controlando as despesas

Depois dos posts É urgente uma ruptura seguida de reestruturação e Gestão Familiar em que se defendia a necessidade de controlar as despesas em função das receitas, a fim de evitar défice depara-se com a notícia Passos quer rédea curta na despesa e, em outra versão, Passos Coelho sugere Orçamento base zero.

Sugere-se aí um Orçamento do Estado base zero para 2011 que obrigue "toda a gente a explicar o que quer fazer com o dinheiro que propõe vir a receber". Racionalmente, não há outra forma credível de fazer um orçamento. Não pode ser elaborado com máquina de calcular, limitando-se a acrescentar uma percentagem ao do ano anterior, método que apenas poderá ser aplicado a algumas poucas parcelas.

Efectivamente, perante as dificuldades de que agora tomamos consciência de forma mais aberta, concluímos que Portugal precisa de "uma justiça que funcione, uma educação que seja mais exigente e de ter mais racionalidade em como é gasto o nosso dinheiro, sejam os privados ou o próprio Estado".

O líder social--democrata defendeu a necessidade de reformas importantes e acusou o PS de achar "que as grandes reformas já estão todas feitas". É, realmente, preciso uma ruptura do regime em que "o PS deixou evoluir de forma descontrolada a despesa em vários sectores".

Num dos posts citados acima, defende-se a ruptura, mas dada a fragilidade da economia e da sociedade nacional, há que analisar bem o que se pretende fazer, preparar cuidadosamente a reestruturação para não se enveredar por caminhos mal avaliados e desperdiçarem-se recursos, criando situações que podem ser dramáticas. Não se deve repetir o erro do 25 de Abril em que foi dado um salto no desconhecido de que ainda não nos restabelecemos.

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domingo, 20 de junho de 2010

Absolutismo na maior !!!

Transcrição seguida de NOTA:

Então, já não é Bruxelas?...
Jornal de Notícias. 20-06-2010. Por António Freitas Cruz

Apesar do "nó cego" em que caíram a economia e as finanças portuguesas, não me custa confessar que nutro pelo ministro das Finanças uma certa simpatia. Bem, é mais um sentimento a escorregar para a compaixão

Afinal, ele está no "olho do furacão", acompanhado por uma comandita de colegas estouvados e por um "patrão" que vive num mundo de pura fantasia. Mas, mesmo com tais atenuantes, convinha que Teixeira dos Santos tivesse mais "tento na língua".

Já era ridículo o caso das retenções na fonte. Enquanto toda a gente (incluindo comentadores encartados) se esfalfava na procura de saída aceitável, o ministro colocou um definitivo ponto final: disse, sem cerimónia, que o prazo (e cito de cor) é "o que estiver no meu espírito".

Consta que se registaram alguns sobressaltos na Faculdade onde era professor, mas foram coisas menores e, jura quem sabe, incapazes de lhe diminuir o prestígio académico.

Depois veio a história da retroactividade (a que também chamou retrospectividade…). Ainda não conheço o "tsunami" provocado pela nova criação, mas suponho que será violento. Se bem que, no actual conformismo do país, nem sei o que dizer…

Mas vejamos o que doutrinou no último fôlego do posso, quero e mando a que todos aderiram: é ao Governo que cabe definir o que é "bem público" e o que é "emergência nacional".

Mas, então, já não é Bruxelas a decidir?

NOTA: Parafraseando Augusto Gil: «E o povo, Senhor? Porque lhe dais tanta dor, porque padece assim?
Perante estes absolutistas, o Luís XIV de França, o Rei-Sol, ficaria muito apagado quando disse «O Estado sou eu». Valentes estes homens do actual Governo!!! E não aparece um valente que queira bater-se com outro valente!!!
Já há mais de um ano o absolutismo aqui foi referido.

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Autarquias Diligentes

Duas notícias agradáveis e que merecem divulgação como elogio às respectivas autarquias e para servirem de exemplo às restantes.

Em ODIVELAS, anda um Funcionário da Junta na rua a identificar problemas. «percorre 20 quilómetros por dia, a pé, identificando os problemas do espaço público, desde um buraco na estrada a um candeeiro avariado».

« Carlos Mineiro, 63 anos, conhece as ruas da cidade de Odivelas como ninguém. Funcionário da junta de freguesia local há 12 anos, trocou o conforto do gabinete pelo trabalho de rua, em contacto permanente com a população».
«O seu nome foi assim a escolha óbvia quando a autarquia resolveu criar, em Março, a figura do “zelador da cidade”: um funcionário que sinalizasse as situações problemáticas nas ruas da freguesia e tomasse nota das queixas dos cidadãos».

Em PALMELA, um Observatório vai fazer diagnóstico para combater pobreza e exclusão social.
«Palmela vai dispor até ao final do ano de um Observatório da Pobreza e da Exclusão Social, que irá fazer o levantamento das respostas existentes e caracterizar as famílias necessitadas. A ideia é articular as instituições para actuar com maior rapidez».

No entanto, pelo País, não se encontram muitos caos desta natureza, voltados para servir bem os cidadãos, como se vê dos links seguintes:

- Pela defesa do ambiente
- Peões devem ser respeitados
- As zonas urbanas convivem mal com a chuva
- Excesso de velocidade ou velocidade excessiva?

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