sexta-feira, 11 de março de 2022

A HUMANIDADE ALTERA-SE COM O TEMPO


(Public em DIABO nº 2358 de 11-03-2022, pág 16, por António João Soares)

A Juventude actual tem comportamento incomparável ao do tempo dos pais e avós. Tudo evoluiu para maior facilidade, mas nem tudo se tornou mais racional nem com resultados de melhor comportamento com mais ética e mais civismo. Isso nota-se nos vários aspectos que, mesmo os menos idosos podem comparar a diferença nas poucas décadas de intervalo. E vai além dos comportamentos de indivíduos sem fama nem cultura.

Por vezes ficamos chocados com atitudes de gente importante na política internacional, como agora se estão a estranhar as decisões do líder da Federação Russa. Estamos ouvindo pensadores que dizem que a humanidade seria mais feliz se fossem procuradas soluções harmoniosas com base em negociações para busca das melhores formas de resolver os problemas que surgem entre os interesses de cada país de maneira a evitar violência e guerras que são causadoras de danos para as partes, quer em patrimónios quer em perda de vidas. Uma conversação franca e leal pode conduzir a soluções boas para as partes levando-as a desenvolver vidas harmoniosas e evolutivas com resultados compensadores. Mesmo uma guerra pode ser ganha por decisões ponderadas de sangue frio, sem violências mas com serenidade, sem necessidade de violências. Um bom acordo é o mais desejável para ambas as partes.

É estranho que o líder russo tenha atacado fortemente a Ucrânia, alegando que é necessário levá-la à desmilitarização. Realmente, segundo o que deixei dito no parágrafo anterior, o mundo seria mais agradável se não houvesse tanto esforço de militarização em estados de boas condições económicas, mas o que parece anedótico é tal justificação sair da cabeça de alguém que está a fazer um uso exagerado de poder militar e que vive obcecado com o perigo de haver reacção de potência com capacidade nuclear e deu ordem para serem activados os próprios meios para tal hipótese. Estes acontecimentos podem dar origem sequências de actos de volência que contribuem para destruir a vida no planeta mas, anedoticamente, o líder russo afirma que o seu objectivo de atacar a Ucrânia foi para a obrigar a proceder à desmilitarização!

Seria altamente elogioso o apoio da desmilitarização, mas devia começar-se por ter um comportamento pacífico. Na realidade tal posição é irracional por ele confessar estar em pecado pelo seu elevado grau de militarização e, em vez de mostrar arrependimento, está a colocar em evidência essa falta, de forma ilegal e altamente condenável. Tal situação vem evidenciar a verdade das palavras com que iniciei este texto. Um jovem moderno e sem ideias claras nem comportamento racional e coerente.

Os estados que, em maioria condenam a Rússia e pretendem ajudar a Ucrânia não se têm mostrado dispostos a enviar tropas para empolar a violência já exagerada. Realmente, a solução precisa de ser obtida pacificamente, dando liberdade à Ucrânia para desempenhar um papel de ponte diplomática entre a NATO e a Rússia, facilitando a convivência dialogante e pacífica na sua zona, sem subserviência incondicional a qualquer destas partes. Seria um óptimo exemplo a toda a humanidade, para a Harmonia e a paz internacional, sem ambições de Poder e sem rivalidades nem agressividades.

Cesse tudo quanto a ambição e o desejo de ostentação de riqueza vale e pondere-se a vantagem de reforçar a troca amigável de colaboração na procura de solução para uma vida mais feliz da população, a viver harmoniosamente em paz e progresso. O bem pode beneficiar uns e outros, mas a inveja e o egoísmo acaba por não beneficiar ninguém de forma continuada.  

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