sexta-feira, 20 de janeiro de 2023

SITUAÇÃO ACTUAL E PERSPECTIVAS DE FUTURO

(Public em DIABO nº 2403 de 20-01-2023. pág 16, por António João Soares)

A situação actual do nosso país tem sido descrita em termos muito pessimistas, por vezes, pouco agradáveis para os responsáveis do Governo e da própria Presidência da República, o que suscita que os portugueses devem despertar da sua indiferença perante as realidades da política e decidirem abandonar o abstencionismo eleitoral e cumprir o seu dever de participar, segundo as suas possibilidades, na reconstrução nacional, votando da forma que se lhes apresente mais patriótica. Mas a decisão do voto deve ser bem preparada sem se deixar levar por promessas fantasiosas que, depois, nunca serão realizadas. Ora, dada a posição pouco correcta da comunicação social, de jornais, televisões etc, condicionada por pressões ou favores do partido detentor do poder, a preparação do voto exige extremo cuidado, e o voto consciente obriga a muita atenção para não se cair no perigo de se continuar a inacção e a degradação social que actualmente parece encaminhada para um suicídio colectivo de um país que, há cinco séculos, era poderoso e respeitado pelo mundo.

Recordo a ideia que inseri num artigo que publiquei há seis anos, um partido que passou pelas funções do poder e se vê na oposição, deve encarar o facto da maneira mais positiva e tirar dele os melhores benefícios, para o País e para o futuro do partido. A situação de não ser responsável por tomar decisões que imponham deveres e sacrifícios aos cidadãos, permite liberdade de análise, com capacidade de isenção, dos problemas fundamentais do País, e sugerir estratégias adequadas à melhoria da qualidade de vida das populações e ao crescimento da economia nacional, em benefício de todos.

Para que a recuperação de valores perdidos seja possível, convém  dar aos eleitores a noção de que existe estratégia bem estudada, e programada que contribuirá para uma vida melhor nos dias que virão, em benefício de todos os cidadãos, eliminando a pobreza, a injustiça social e a impunidade dos protegidos pelo Poder.

Mas as coisas nem sempre são assim compreendidas e, em vez de em cada momento se pensar em engrandecer o país e criticar o Governo de forma positiva e construtiva, numa preocupação de competência, para atingir as melhores metas, cai-se na crítica destrutiva, em que sobressai a intenção da «luta pelo poder» de forma abjecta, à espera de que tudo seja demolido para reiniciar do nada a construção de algo que não se sabe bem o que será e que, por falta de preparação cuidada e amadurecida, o futuro continuará e muito problemático.

Convém que todos os cidadãos mais esclarecidos com vista a um futuro melhor, isolados ou inseridos em organizações idóneas, dêm o melhor de si, dos seus conhecimentos, das suas capacidades, por forma a que dos altos cargos saiam medidas bem adequadas aos principais objectivos. Nisso, os partidos têm especial responsabilidade e devem contribuir para que o futuro seja preparado da melhor forma para os portugueses, principalmente, os que têm sido mais sacrificados pela crise que continua.

E não sendo bom pensar o futuro como cópia do passado, não se pode esboçar a vida de amanhã por inspiração de momento, pois tem que ser fruto de boa meditação, com a ajuda de largo espectro dos cidadãos. Não se deve dar oportunidade de que um observador refira que há incompetência, incapacidade política e técnica e inexistência de um qualquer projecto de sociedade».

Para revitalizar este país, actualmente, deprimente e pobre, colocando-o na rota do crescimento económico e da felicidade, e transformando-o eficazmente num país com futuro, é necessário que o Governo selecione para a sua equipa quem melhor tiver dado provas de inteligência, saber e capacidade de decisão para aplicar as soluções mais indiscutíveis.

 


Sem comentários: