«SEQUESTRO» CONFUSO
Na vida é raro haver qualquer coisa com apenas uma face bem clara e definida, tudo apresentando, no mínimo, o anverso e o reverso e, na maioria dos casos, aspectos poliédricos. Quem, por deficiência de informação ou por intenção facciosa, apenas vê uma face, pode emitir opinião menos completa ou mesmo aberrante.
No caso tão falado do «sequestro» de uma menina pelo «pai adoptivo», a confusão foi grande, porque a comunicação social procurou dar mais ênfase aos sentimento morais do povo, em que se incluíam pessoas de destaque na sociedade e alguns juristas, do que aos aspectos jurídicos seguidos pelo tribunal colectivo. Este, como a Justiça é cega e procura fazer cumprir a lei, ignoraram os aspectos sentimentais e o senso comum, ao contrário do povo.
Tive a sorte de hoje encontrar um juiz conselheiro conhecido desde 1959, no serviço militar e que há muito não via e, a meu pedido, explicou-me este fenómeno que comparou de certo modo com o que se passou nas últimas eleições autárquicas, em que presidentes de câmara que se encontravam sob a alçada dos tribunais mereceram os votos do povo que lhes deu a vitória para novo mandato. O desprezo pela lei e pelos tribunais não é factor negligenciável para a evolução de um País. Realmente, a confusão é grande e a sociedade, em geral, está muito doente, ao desrespeitar os tribunais.
Ao escrever o texto «O Sequestro» aqui colocado em 070118, inclinava-me para apoiar o pretenso «pai adoptivo», o que ia ao invés do ponto de vista do tribunal colectivo que o condenou, em conformidade com a lei que interpretou. Dou a mão à palmatória e deixo aqui uma débil explicação da confusão do fenómeno em que se confrontam os sentimentos populares com a frieza das leis, que por vezes poderão ser incoerentes e inadaptadas às realidades, necessitando de ser revistas e ajustadas às circunstâncias actuais.
2 comentários:
MRelvas disse na voz do povo ...
Caro João Soares.
Eu fui o primeiro aqui a colocar um texto emotivamente levado pela onda da comunicação social.Mas eu não tenho as responsabilidades colectivas e nacionais que algumas pessoas têem neste país e que sem se informarem aceitaram assinar a petição do sargento Luís (o habeas corpus) fará sentido hoje?Este caso tem contornos que ainda hão-de ser melhor explicados sobre a mãe biológica...
Isto demonstar que o povo português,todos nós temos do sentimento de impotência sobre a justiça,não acreditando nela porque temos razões para isso.
Pergunto-lhe com isto deixou-se de falar n apito dourado e na casa Pia...o envelope 9 caiu no saco do esquecimento?A recente fuga de informações da Procuradoria Geral adjunta Maria José Morgado vai ser investigada...por estas e por outras nós acreditámos que mais uma vez se não estava a fazer justiça.
Amigo João Soares aproveito para lhe dizer que os textos têm algumas deficiências gráficas. Deverá ver o que se passou ao copiar o texto para o editar aqui na voz.
Um abraço
Mário Relvas
Amigo Relvas,
Agradeço a sua visita e os comentários que deixou nos últimos posts. Tenho andado absorvido com as alterações recentes quer na mudança para o Beta, quer na utilixação do Mozilla Firefox, e na aplicação de «posts extensíveis» que por vezes sai bem!
Vou agora visitar a VOZ onde ontem já foi fácil postar, pois tenho tido dificuldades.
Um abraço
A. João Soares
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