No discurso do estado da Nação feito pelo primeiro-ministro na Assembleia da República, os partidos da oposição foram «demasiado» violentos nas suas críticas, referindo sinais preocupantes de limitações à liberdade, comportamentos antidemocráticos a partir do poder governamental e das suas ramificações, perseguições na Administração Pública por jovens delatores que viram a sua acção coroada de êxito, etc.
Contrariamente ao seu habitual discurso, com voz silabicamente ritmada no bom estilo robótico que nos faz lembrar os atendedores automáticos, o primeiro-ministro zangou-se, elevou a voz, como qualquer humano normal irado e disse «não temos lições de liberdade a receber de ninguém» Certamente queria dizer que não estava disposto a receber lições de liberdade de qualquer daqueles partidos que, todo juntos, têm menor peso do que o seu sozinho. Ele tem razão pois nenhum partido, nenhum político tem autoridade para dar lições de liberdade, nem que sejam apenas lições teóricas. Por isso, o Sr. primeiro-ministro, como político que é, também não a tem. Mesmo que grite «não me desminta».
E porquê? Porque o político tem como objectivo a conquista do poder e quem tem poder sofre da fragilidade de não conseguir evitar o seu abuso, e o abuso do poder resulta em teimosia, autoritarismo, arrogância (não me desminta, não recebo lições), logo e cerceamento das liberdades de quem, seguindo a ética, a moral, a racionalidade, toma a ousadia de se pronunciar contra tais abusos.
Miguel Sousa Tavares - Uma opinião corajosa
Há 20 minutos
5 comentários:
João Soares
Quem pensava ou pensa que o nosso PM tem lições de alguma coisa a receber que vá esperando sentado. O nosso PM já demonstrou que nem de liberdade nem de coisa nenhuma, só ele e o PS é que são donos da verdade.
Casos como o da DREN, do Centro de Saúde de Vieira do Minho e de Castelo Branco, declarações dos ministros da Economia e das Obras Públicas...
Falar para quê, mais vale ler a revista "Visão" desta semana.
Bom fim-de-semana
Abraço
Caro Amaral,
É verdade, mas as pessoas vivem numa inocência paradisíaca e não filtram aquilo que lhes é impingido. Falta sentido crítico. O post que aqui coloquei no início deste mês Qual o facto do ano teve muito poucos comentários. Ali fiz uma lista de casos pouco dignificantes para o Governo.
Com esta apatia do povo, se bem que as recentes eleições mostrem capacidade reactiva dos eleitores, não é de estranhar que o PS volte ganhar as eleições. Vremos
Abraço
Pena não se lerem mais posts como este, que demonstra tão bem o caminho que estamos a tomar. Ou melhor, para onde os campinos políticos nos estão a conduzir à força de. aguilhão.
Por demais um aldrabão que jurou defender a constituilção, mas que acha nais cómodo limitar-se a ganhar o dinheiro e não se intrometer, dizendo que não é nada com ele. Não estamos nós já habituados a este procedimentos? Não foi o que se passou quando os seus acólitos roubaram os fundos europeus de coesão, estafaram o restante ou usaram-no para fechar unidades de produção, reformas antecipadas aos 40 anos e puseram as sobras em circulação, o que gerou uma enorme inflação e deu a ilusão de se estar rico, quando a miséria escalava.
Que se pode esperar agora do mesmo incompetente , relaxado e irresponsável? Não é ele o mesmo que originou o estado de miséria e de falta de médicos actual? Então, que mais esperar?
Li algures que o "engenheiro" não recebe lições de ninguém. É uma mera questão de hábito já que, pelo menos na Universidade Independente, recebeu muito poucas...
Meus caros Amigos Mentiroso e Deprofundis,
Agradeço estes vossos comentários que ajudam a melhor compreender a situação dos actuais políticos. Querem armar-se em campinos a conduzir o povo humilde com o aguilhão. Mas nem isso são, porque o campino é corajoso e enfrenta o perigo sem vacilar, enquanto eles dizem que não disseram e fogem com o rabo à seringa (alguns não fogem se a seringa lhes convém) Pelo menos doze não fugiram à situação trágica da CMLisboa!!!
E quanto à alta entidade visada por mentiroso, sugiro a leitura deste post.
Abraço
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