terça-feira, 29 de abril de 2008

Imigração, solidariedade, xenofobia

Há grandes estados que foram criados e desenvolvidos com base a imigração. Mas como as relações internacionais primam pelo interesse, ambição e o egoísmo, esses estados, a partir de certo grau de desenvolvimento, controlam apertadamente as entradas de forma a admitirem apenas os imigrantes que tragam mais valias e não transportem consigo problemas indesejáveis.

Este é um tema que se presta a reflexão e a opiniões divergentes conforme o ponto de vista em que os comentadores se situem.

Transcreve-se a seguir um discurso do PM australiano e uma notícia sobre a posição do MNE italiano acerca de imigrantes indesejados. Se alguns argumentos por eles apresentados podem ser considerados válidos, outros não o são tanto.

Ficam aqui à consideração dos visitantes e dos comentadores, e acrescenta-se uma lista de links de posts já aqui colocados, para leitura dos mais interessados por esta problemática.


Discurso do 1º Ministro Australiano à comunidade Muçulmana
(recebido por e-mail)

Aos Muçulmanos que querem viver de acordo com a lei do Sharia Islâmico foi-lhes dito muito recentemente para deixarem a Austrália, no âmbito das medidas de segurança tomadas para continuar a fazer face aos eventuais ataques terroristas.

Aparentemente, o Primeiro Ministro John Howard chocou alguns muçulmanos australianos declarando que apoiava agências-espias encarregadas de supervisionar as mesquitas da nação. Citação:

OS IMIGRANTES NÃO-AUSTRALIANOS, DEVEM ADAPTAR-SE. É pegar ou largar ! Estou
cansado de saber que esta nação se inquieta ao ofendermos certos indivíduos ou a sua cultura. Desde os ataques terroristas em Bali, assistimos a uma subida de patriotismo na maioria do Australianos.

A nossa cultura está desenvolvida desde há mais de dois séculos de lutas, de habilidade e de vitórias de milhões de homens e mulheres que procuraram a liberdade.

A nossa língua oficial é o Inglês; não é o Espanhol, o Libanês, o Árabe, o Chinês, o Japonês, ou qualquer outra língua. Por conseguinte, se desejam fazer parte da nossa sociedade, aprendam a nossa língua!'

A maior parte do Australianos crê em Deus. Não se trata de uma obrigação cristã, de influência da direita ou pressão política, mas é um facto, porque homens e mulheres fundaram esta nação sobre princípios cristãos, e isso é ensinado oficialmente. É perfeitamente adequado afixá-lo sobre os muros das nossas escolas. Se Deus vos ofende, sugiro-vos então que encarem outra parte do mundo como o vosso país de acolhimento, porque Deus faz parte da nossa cultura.
Nós aceitaremos as vossas crenças sem fazer perguntas. Tudo o que vos pedimos é que aceitem as nossas e vivam em harmonia e em paz connosco.

ESTE É O NOSSO PAÍS, A NOSSA TERRA, E O NOSSO ESTILO DE VIDA'. E oferecemo-vos a oportunidade de aproveitar tudo isto. Mas se vocês têm muitas razões de queixa, se estão fartos da nossa bandeira, do nosso compromisso, das nossas crenças cristãs, ou do nosso estilo de vida, incentivo-os fortemente a tirarem partido de uma outra grande liberdade australiana: O DIREITO de PARTIR. Se não são felizes aqui, então PARTAM.

Não vos forçamos a vir para aqui. Vocês pediram para vir para cá. Então, aceitem o país que vos aceitou.

Frattini propõe expulsão de estrangeiros

O comissário europeu para a Justiça cessante e futuro ministro dos Negócios Estrangeiros italiano, Franco Frattini, propôs ontem expulsar os estrangeiros que não disponham de um rendimento mínimo para viver em Itália.

"É preciso votar uma lei que estabeleça um tecto mínimo abaixo do qual os estrangeiros não podem viver no nosso país mais de 90 dias", afirmou Frattini numa entrevista ao jornal de direita "Il Giornale", propriedade da família Berlusconi.

"Bastaria assumir os critérios" do Instituto de estatísticas italiano sobre a pobreza (Istat), explicou. "Aqueles que ultrapassassem estes parâmetros poderiam ficar, enquanto aqueles que não dispõem do rendimento mínimo deveriam ser enviados para o país de origem", adiantou.

Segundo o Istat, o limite de pobreza em 2006 era de 970,34 euros por mês para uma família de duas pessoas.

Fratini também defendeu que os estrangeiros que cometam um delito em Itália sejam julgados, condenados e depois expulsos do país.

"Eles devem cumprir a pena no país de origem. Não é justo que fiquem nas nossas prisões de cinco estrelas que custam muito dinheiro aos contribuintes", disse.

A direita italiana fez da segurança um cavalo de batalha eleitoral e acusou o Governo cessante de esquerda de Romano Prodi de ter assumido uma política frouxa em relação aos imigrantes que associa à criminalidade.

Lista de links, por ordem cronológica:

- Relações internacionais entre Amor e Medo
- Relações internacionais são interesseiras
- A imigração nem sempre é uma bênção
- Emigração e imigração
- Globalização. Seus inconvenientes sociais
- Ausência de autoridade internacional. ONU ineficaz
- São necessários mais imigrantes em 2008
- Vulnerabilidades da ONU
- Diploma internacional indesejável!!!

2 comentários:

Anónimo disse...

Um bom tema.
A imigração e o crime é um fenómeno suportado pela exclusão social e fomentada por aproveitadores: prostituição, tráfico de droga, lavagem de dinheiro,empregos fictícios, empregos precários, etc.
A Austrália a fim de povoar o seu enorme território, apostada no desenvolvimento, tem chamado a ali os emigrantes portugueses.Fá-lo de forma racional, com boas condições, oferecendo muito trabalho, mas um futuro em quem acreditar que só trabalhando se progride. Pede profissões específicas, seleciona-os e recebe-os com condições.
O fenómeno da imigração clandestina e de gente em fuga dos seus países devido à fome, ao estado lamacento que ali se vive, sem preparação para enfrentar a vida em sociedade na Europa, sem conhecimentos sócio-profissionais aumenta o fenómeno criminal, pois ali chegados, sem emprego, têm que se virar...

cumpts

A. João Soares disse...

Anónimo conhecido, sem qualquer indicação que o identifique como «conhecido», para mim é igual é igual a «Todo o Mundo» do diálogo de Gil Vicente «Todo o mundo e Ninguém».
Se, depois de consultar tal obra, não se sentir identificado com «todo o Mundo», passe a terminar o texto com as iniciais, um apelido, alcunha, «petit-nom» ou «nick-name». Sem isso é igual a «Todo o Mundo»!!!
Quanto ao que escreve, tenho a referir que os Estados bem governados como tem sido a Austrália, procuram evitar actividades anti-sociais e não querem lá estranhos que se dediquem ao crime, organizado ou não,ou a actividade parasitas do trabalho dos alio residentes e trabalhadores. Os Estados precisam de quem contribua para a riqueza colectiva e não de parasitas inúteis.
Para acções de apoio a negligentes e indigentes, há a ONU. Mas será que ela é eficiente nisso???
É um tema muito complexo que merece reflexão muito séria e isenta.

A. João Soares