Perante notícias de hoje, quero deixar aqui bem clara a minha manifestação de muito respeito pela dignidade e honestidade da decisão de dois ministros, não há muitos anos, que, para não lesarem a imagem do Governo, do partido e deles próprios, abandonaram as funções governativas.
António Vitorino e Jorge Coelho merecem toda a nossa consideração e apreço pela forma como resolveram deixar os seus cargos de ministros. Tais atitudes, que lá fora são frequentes, não podem aqui ser esquecidas porque, pela sua raridade, constituem exemplos de dignidade na vida política nacional, principalmente, como depois se demonstrou, porque nada lhes afectaria pessoalmente a sua seriedade e dedicação.
A contrastar com tais exemplos de puro sentido de Estado, vemos um ministro a dizer que não tem que se demitir apesar da onda de criminalidade que ele reconhece e que apavora toda a população que não vive rodeada de seguranças pessoais, assim como confessa com naturalidade que, quase dois meses depois de terminado o último semestre, ainda não tem números sobre a criminalidade desse período. Também, foi um mau exemplo um ministro substituir no mesmo minuto o seu discurso do «jamé» e do deserto, pelo de apoio ao Alcochete. Outra imagem típica foi ver um ministro em apoio da obras de um autódromo privado como se o aumento do óxido de carbono, o maior consumo de combustível e desgaste de carros importados fosse um dos mais importantes eventos económicos para melhorar o futuro dos portugueses menos favorecidos pela sorte. E, como isto não bastasse, apareceu no dia seguinte a prestar homenagem a uma actriz francesa que visitou umas minas no Algarve, outro facto muito relevante para as funções que jurou desempenhar com lealdade! Não terá nada mais útil para o País em que ocupar o tempo?
Por isso, a minha grande admiração pelos dois ex-ministros que evidenciaram uma dignidade raríssima no meio politico do nosso País. Se alguém conhecer outros casos merecedores de realce, não deixe de aqui os tornar públicos em comentários.
Camões, por Borges
Há 1 hora
9 comentários:
Caro João Soares,
as demissões por conta e risco, implicam muita seriedade. Neste momento não me lembro de outro ministro que o tenha feito nesse sentido. Recordo o anterior ministro das finanças que se pirou, talvez por não concordar com o 1º ministro. Recordo outro que se demitiu por causa da dor de costas -compreensível. Recordo um secretário de estado da cultura PSL que se demitiu, em rota de cilisão com o então 1º ministro que era Cavaco Silva.
Mas demitir-se quando acontecem coisas graves?
Recordo outro que deixou o MAI e partiu a todo o gás para a CML, porque esta onda de criminalidade era já mais que previsível.
E caro AJS, repare que esta onda de criminalidade continuará, caso as medidas a tomar não sejam realmente eficazes. Durante o dia 23 voltaram a ocorrer homicidios pelo país fora. Assaltos a ourivesarias e outras violências graves. Quanto à criminalidade a que estvámos mais habituados, o "povão" -é melhor habituar-mo-nos à linguagem brasileira- já deixou de acreditar na justiça e só apresenta queixa quando precisa de justificar o roubo do auto-rádio, de um vidro partido, ou equiparado, às seguradoras, tendo para isso, obrigatoriamente de apresentar queixa às autoridades.
E como o mês de Agosto é realmente de férias para alguns, não me querendo queixar da minha vida, olhando para quem esteja muito pior, vou descansar, porque temos que estar com o Bruno em todo o mês de Agosto. É o mês do triunvirato caseiro. Só nós...
Depois das férias teremos que ganhar forças. Belo país onde as instituições encerram em Agosto, mesmo que os pais tenham férias em Março, ou Setembro.
Será que o autismo mete férias em Agosto?
Até lá...
Falando em ministros, não vou embora, sem lhe deixar esta notícia, que, decerto, como homem bem informado que é, já terá lido. Fica aqui no entanto, para justificar que o gen Leonel Carvalho já aludiu, devidamente, à onda de criminalidade e à inoperância do CPP. Quanto ao MAI "só tem 1 ano"... e a equipa que para lá está? Nao fizeram recentemente uma remodelação nas FS? Aquele secretário que foi do PC - o informático? Demorou dois anos a responder-me a uma carta. Talvez a publique um dia destes, assim como as outras que recebi da DN e do gab do nosso 1º, bem como um conjunto de coisas lindas, que tenho devidamente "guardadas" para quando achar por bem! Se não prejudicasse terceiros... porque no meio disto tudo, "errare humanum est"!
No entanto há erros e erros!
Saudações
«-JN- (...)Acontece que os alertas não vêm só de meios políticos. Até o director do Gabinete Coordenador da Segurança, Leonel Carvalho, admitiu estar preocupado com a crescente sofisticação e violência dos crimes praticados. E avisou para a necessidade de "ter mais cuidado com o garantismo excessivo de que beneficiam determinados indivíduos que praticam actos criminosos", numa alusão ao recente Código de Processo Penal que também mereceu muitas críticas da Procuradoria-Geral.
Face à pressão mediática, o ministro da Administração Interna foi ontem à SIC, quebrando um silêncio que perdurava desde o término do assalto ao BES. Rui Pereira admitiu a existência de uma onda de violência que "tem causado preocupação". Mas acredita que os crimes registados "provam que o que o Governo tem feito é correcto".
"Não fui de férias", sublinhou o ministro. "Não perdi tempo", disse, explicando que mandou abrir vagas para a Polícia e abrir concurso para compra de armas. A mensagem era clara: "Só cheguei há um ano" e as medidas só têm efeitos em 2009. Rui Pereira ainda elogiou as "políticas correctas" do seu antecessor, mas o registo ficava feito. Depois, ficava a resposta ao PSD "irresponsável": enquanto o "país precisar e o primeiro-ministro confiar em mim" não se demitirá, garantiu.»
Do JN de hoje, a noticia:
«Vigilantes florestais sem receber»
http://jn.sapo.pt/paginainicial/pais/concelho.aspx?Distrito=Braga&Concelho=Braga&Option=Interior&content_id=983652
Pedro Vila-Chã
Desde que iniciaram funções, em Julho que os vigilantes florestais dos distritos de Braga, Viana do Castelo, Vila Real e Porto não recebem as remunerações acordadas aquando da sua contratação. Os postos podem fechar.(...)
Algo vai muito mal na área da Administração Interna.
A. João Soares
Qual administração interna? Caro João Soares, o país anda ao sabor do vento. E já tinha lido. Obrigado.
Braga é outro colapso... fica para depois!
E digo-lhe, a "noite branca" há-de voltar, nem que seja amarela e não só no Porto!
Os "incidentes violentos" continuarão. Ouvimos há três anos o gov a dizer que tem td controlado e que são meros focos esporádicos. Na realidade não têm nada controlado, uma vez que as informações se dispersaram no controle político e não criminal -pelo menos é a opinião que tenho!
Saudações e um sorriso
O MAI tem feito um trabalho pouco eficaz. Pena é que os actuais e ex-comunas estejam a empatar a democracia.
O que leva estes tipos a fazerem tantos blogs?
O oposto,
Eis uma boa observação. Eu faria a pergunta de outra maneira: O que impede os que não são de esquerda a fazerem blogs e a exporem as suas razões? Há muitos que não têm coragem de expor publicamente a sua opinião, mas depois queixam-se de que os outros obtêm mais impacto na população. A opinião é livre e acho que devemos convencer os nossos vizinhos a pensarem por si e a falarem sem recitarem as opiniões que lhes impingiram. Quando cada um aprender a pensar por si, livremente, e a exprimir a sua opinião, sem receios, Portugal passará a ser um verdadeiro País da UE.
Abraço
A. João Soares
Naturalmente que reconheço ombridade no acto dos políticos em causa, não deixando de referir, por também ser verdade, que qualquer um deles não passou de "cavalo a burro"...
Um abraço, amigo A. João.
Jorge P.G.
Caro Jorge,
Bem observado. Levaram um pontapé pela escada acima! Não só esses dois como outros que se tornaram menos convenientes ao partido: Carrilho, Cravinho, Paulo Pedroso, Ferro Rodrigues, António Costa, agora o Víctor Ramalho.
E o actual MAI esqueceu-se de meter um «ainda» antes da frase «não peço a demissão». Ainda não lhe apontaram com um tacho à medida das suas ambições!
Um abraço
João
Caro Jorge,
Bem observado. Levaram um pontapé pela escada acima! Não só esses dois como outros que se tornaram menos convenientes ao partido: Carrilho, Cravinho, Paulo Pedroso, Ferro Rodrigues, António Costa, agora o Víctor Ramalho.
E o actual MAI esqueceu-se de meter um «ainda» antes da frase «não peço a demissão». Ainda não lhe apontaram com um tacho à medida das suas ambições!
Um abraço
João
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