sábado, 6 de setembro de 2008

Entrada na Nova Era

De autor desconhecido, recebido por e-mail

Está a acontecer na nossa rua e à nossa volta e ainda não percebemos que a Revolução, uma nova Era já começou!

As pessoas andam um bocado distraídas! Não deram conta de que há uns meses começou a Revolução!

Não! Não me refiro a nenhuma figura de estilo, nem escrevo em sentido figurado! Falo mesmo da Revolução 'a sério' e em curso, que estamos a viver, mas da qual andamos distraídos (desprevenidos) e não demos conta do que vai implicar.

Mas falo, seguramente, duma Revolução!

De facto, há cerca de 10 ou 12 meses começaram a dar-se alterações profundas e de nível global, em 10 dos principais factores que sustentam a sociedade actual. Num processo rápido e radical, que resultará em algo novo, diferente e porventura traumático, com resultados visíveis dentro de 6 a 12 meses. E que irá mudar as nossas sociedades e a nossa forma de vida nos próximos 15 ou 25 anos!

Tal como ocorreu noutros períodos da história recente: no status político-industrial saído da Europa do pós-guerra, nas alterações induzidas pelo Vietname/ Woodstock/ Maio de 68 (além e aquém Atlântico), ou na crise do petróleo de 73.

Estamos a viver uma transformação radical, tão ou mais profunda do que qualquer uma destas! Está a acontecer na nossa rua e à nossa volta, e ainda não percebemos que a Revolução já começou! Façamos um rápido balanço da mudança, e do que está a acontecer aos'10 factores':

1º- A Crise Financeira Mundial:

Desde há 8 meses que o Sistema Financeiro Mundial está à beira do colapso (leia-se 'bancarrota') e só se tem aguentado porque os 4 grandes Bancos Centrais mundiais - a FED, o BCE, o Banco do Japão e o Tesouro Britânico - têm injectado (eufemismo que quer dizer: 'emprestado virtualmente à taxa zero') montantes astronómicos e inimagináveis no Sistema Bancário Mundial, sem o qual este já teria ruído como um castelo de cartas. Ainda ninguém sabe o que virá, ou como irá acabar esta história !...

2º- A Crise do Petróleo:

Desde há 6 meses que o petróleo entrou na espiral de preços. Não há a mínima ideia/teoria de como irá terminar.

Duas coisas são porém claras: primeiro, o petróleo jamais voltará aos níveis de 2007 (ou seja, a alta de preço é adquirida e definitiva, devido à visão estratégica da China e da Índia que o compram e amealham!) e começarão rapidamente a fazer sentir-se os efeitos dos custos de energia, de transportes, de serviços. Por exemplo, quem utiliza frequentemente o avião, assistiu há 2 semanas a uma subida no preço dos bilhetes de 50% (leu bem: cinquenta por cento) (!!!). É escusado referir as enormes implicações sociais deste factor: Basta lembrar que, por exemplo, toda a indústria de férias e turismo de massas para as classes médias (que, por exemplo em Portugal ou Espanha representa 15% do PIB) irá virtualmente desaparecer em 12 meses!

Acabaram as viagens de avião baratas (e as férias massivas!), a inflação controlada, etc.

3º- A Contracção da Mobilidade:

Fortemente afectados pelos preços do petróleo, os transportes de mercadorias irão sofrer contracção profunda e as trocas físicas comerciais (que sempre implicam transporte) irão sofrer fortíssima retracção, com as óbvias consequências nas indústrias a montante e na interpenetração económica mundial.

4º- A Imigração:

A Europa absorveu, nos últimos 4 anos, cerca de 40 milhões de imigrantes, que buscam melhores condições de vida e formação, num movimento incessante e anacrónico (os imigrantes são precisos para fazer os trabalhos não rentáveis, mas mudam radicalmente a composição social de países-chave como a Alemanha, a Espanha, a Inglaterra ou a Itália). Este movimento irá previsivelmente manter-se nos próximos 5 ou 6 anos! A Europa terá em breve mais de 85 milhões de imigrantes que lutarão pelo poder e melhor estatuto sócio-económico (até agora, vivemos nós em ascensão e com direitos à custa das matérias-primas e da pobreza deles)!

5º- A Destruição da Classe Média:

Quem tem oportunidade de circular um pouco pela Europa apercebe-se que o movimento de destruição das classes médias (que julgávamos estar apenas a acontecer em Portugal e à custa deste governo) está de facto a 'varrer' o Velho Continente!

Em Espanha, na Holanda, na Inglaterra ou mesmo em França, os problemas das classes médias são comuns e (descontados alguns matizes e diferente gradação) as pessoas estão endividadas, a perder rendimentos, a perder força social e capacidade de intervenção.

6º- A Europa Morreu:

Embora ainda estejam a projectar o cerimonial do enterro, todos os Euro-Políticos perceberam que a Europa moribunda já não tem projecto, já não tem razão de ser, que já não tem liderança e que já não consegue definir quaisquer objectivos num 'caldo' de 27 países com poucos ou nenhuns traços comuns!... Já nenhum Cidadão Europeu acredita na 'Europa', nem dela espera coisa importante para a sua vida ou o seu futuro! O 'Requiem' pela Europa e dos 'seus valores' foi chão que deu uvas: deu-se há dias na Irlanda!

7º- A China ao assalto!

Contou-me um profissional do sector: A construção naval ao nível mundial comunicou aos interessados a incapacidade de satisfazer entregas de barcos nos próximos 2 anos, porque TODOS os estaleiros navais do Mundo têm TODA a sua capacidade de construção ocupada por encomendas de navios da China. O gigante asiático vai agora 'atacar' o coração da Indústria europeia e americana (até aqui foi just a joke.).

Foram apresentados há dias no mais importante Salão Automóvel mundial os novos carros chineses.

Desenhados por notáveis gabinetes europeus e americanos, Giuggiaro e Pininfarina incluídos, os novos carros chineses são soberbos, réplicas perfeitas de BMWs e de Mercedes (eu já os vi!) e vão chegar à Europa entre os 8.000 e os 19.000 euros! E quando falamos de Indústria Automóvel ou Aeroespacial europeia, helás! Estamos a falar de centenas de milhar de postos de trabalhos e do maior motor económico, financeiro e tecnológico da nossa sociedade. À beira desta ameaça, a crise do têxtil foi uma brincadeira de crianças! (Os chineses estão estrategicamente em todos os cantos do mundo a escoar todo o tipo de produtos da China, que está a qualificá-los cada vez mais).

8º- A Crise do Edifício Social:

As sociedades ocidentais terminaram com o paradigma da sociedade baseada na célula familiar! As pessoas já não se casam, as famílias tradicionais desfazem-se a um ritmo alucinante, as novas gerações não querem laços de projecto comum, os jovens não querem compromissos, dificultando a criação de um espírito de estratégias e actuação comum.

9º- O Ressurgir da Rússia/Índia:

Para os menos atentos: a Rússia e a Índia estão a evoluir tecnológica, social e economicamente a uma velocidade estonteante! Com fortes lideranças e ambições estratégicas, em 5 anos ultrapassarão a Alemanha!

10º- A Revolução Tecnológica:

Nos últimos meses o salto dado pela revolução tecnológica (incluindo a biotecnologia, a energia, as comunicações, a nano tecnologia e a integração tecnológica) suplantou tudo o previsto e processou-se a um ritmo 9 vezes superior à média dos últimos 5 anos!

Eis pois, a Revolução!

Tal como numa conta de multiplicar, estes dez factores estão ligados por um sinal de 'vezes' e, no fim, têm um sinal de 'igual'.

Mas o resultado é ainda desconhecido e imprevisível. Uma coisa é certa: as nossas vidas vão mudar radicalmente nos próximos 12 meses e as mudanças marcar-nos-ão (permanecerão) nos próximos 10 ou 20 anos, forçando-nos a ter carreiras profissionais instáveis com muito menos promoções e apoios financeiros, a ter estilos de vida mais modestos, recreativos e ecológicos.

Contrariamente a um comentador muito estimado pelo seu brilho e inteligência (Carlos Magno, programa 'Contraditório' da 'Antena 1', 13 de Junho) eu não acho que o Mundo está 'a entrar num crepúsculo' (sic).

Espera-nos o Novo!...Como em todas as Revoluções!

1 comentário:

Anónimo disse...

AJS,
É pena não saber o nome de quem escreveu este texto muito interessante. A sociedade portuguesa também evoluiu para o independentismo. Já poucos acreditam em partidos, embora a lei não permita independentes eleitos uninominalmente para a AR.Talvez por isso mesmo!
Outra situação não abordada é a descrença religiosa. O nascimento de "novas religiões salvadoras", pagas a dízimos exploratórios, e o conflito que existe entre os islamitas contra os católicos e Judeus. O complexo problema entre a Índia e o Paquistão. A contínua pressão sul-americana em relação aos EUA. A situação esplosiva que se vive constantemente no eixo entre Israel e a Palestina. Extensivos aos países limitrofes.
O problema do antigo império Soviético.
A dependência europeia do gás da Rússia.
As guerras do Afeganistão e Iraque.
Fica também a interrogação sobre os Direitos, Liberdades e Garantias: perante a crise social só restará uma hipótese; o fortalecimento da segurança em detrimento das liberdades individuais. Só há liberdade em segurança.

A nível da UE, já o escrevi há muito, o projecto Europa foi um fiasco e continuam a olhar em frente, em vez de parar e reflectir.
A imigração poderá ser uma cavilha de uma granada, que se liberta.
Depois destas interrogações, fica uma pergunta: o que resultará daqui?

Cumprimentos
PS: Convido-o a uma leitura e comentário ao meu último post: Acessibilidades em Braga!