quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Assessores não pesam no erário???!!!

Casualmente encontrei esta carta que, apesar de ter sido publicada há 28 meses, mantém actualidade não só nas autarquias mas principalmente nos gabinetes do Governo onde continuam a nascer decisões controversas que obrigam a recuos, apesar da quantidade de assessores que por lá enxameiam.

Assessores benéficos para o erário público
(Publicada no Destak em 26 de Julho de 2006, p. 15)

O cronista do Jornal de Arganil de 6 de Julho, Carlos Gordalina, de quem sou amigo, apresentou uma versão da sociedade actual, ironicamente, situada entre os «parlapatões», políticos, e os «pacóvios», os vulgares cidadãos. A forma como defende esta teoria parece inatacável e, na minha qualidade de «pacóvio», faço o meu acto de contrição por ter expressado algumas opiniões sobre a quantidade exagerada de assessores governamentais e autárquicos e as somas monstruosas que os dinheiros públicos gastam com eles. Eu estava enganado, mas agora confesso-me esclarecido pelas palavras elucidativas de edis da Câmara Municipal de Lisboa.

Maria José Nogueira Pinto diz que o assessor tem de merecer a confiança política do seu chefe e, por isso, tem de ser nomeado por escolha deste e não por concurso público. Sobre isto fiquei esclarecido!

Entretanto Fontão de Carvalho diz que apenas tem 18 assessores e que muitos estão em regime de recibo verde pelos quais são pagos 21% de IVA e 20% de IRS. Também fiquei esclarecido que quantos mais assessores houver, quanto maiores forem as suas remunerações, mais os cofres públicos são beneficiados por ser maior o quantitativo de IVA e IRS, até porque este acabará, no cômputo final, numa taxa muito superior aos 20%.

Estes dados vindos a público na imprensa de 13 de Julho constituíram um grande alívio para a minha condição de «pacóvio» e, proponho ao referido cronista que retoque a sua teoria de forma a ter em consideração várias gradações de «pacóvios». Depois das palavras dos «parlapatões», às vezes fica-se mais esclarecido!

Agora compreendo as razões de os «boys» estarem todos empregados, muito bem empregados, a ganhar currículo para altos voos e compreendo também que cada vez haja muito mais «boys» e quanto maiores forem os seus «salários» mais benefício resulta para a gestão dos dinheiros que pagamos em impostos e contribuições!!!.

E sendo «pacóvio» mas não me considerando estúpido, concluo também que, com tanta gente, qualquer problema, mesmo que de «lana caprina», demorará mais tempo a ser resolvido, para dar oportunidade a que vários assessores o ponderem devidamente e o mantenham mais tempo «debaixo de olho». No fim, maior irresponsabilidade haverá nas decisões superiores que afectam todos nós.

Cuidado, senhores «parlapatões», os «pacóvios» não são cegos, surdos e mudos e mantêm alguma capacidade de observar e raciocinar que expressam, enquanto não for abolida a liberdade de opinião e de expressão.

2 comentários:

Anónimo disse...

Caro João Soares

Se bem entendi, quando diz «debaixo de olho» quer dizer «a fazer de almofada no assento da cadeira».
Estou certo ou estou errado?

A. João Soares disse...

CaroVouga,
É mais ou menos isso. Razão das aspas!
Abraço
João