quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Um cadete do Exército Argentino

REFLEXÕES CASTRENSES:
-Por Pedro Rafael Mercado, da Reserva do Exército Argentino.

O facto aconteceu no Colégio Militar da Nação. A Ministra da Defesa, Nilda Garré, encontrava-se a presidir à projecção de um filme-debate que pretende coroar a mudança cultural que prega, do seu Ministério para as Forças Armadas. Nesse sentido, vem trabalhando activamente Martin Grass, um ex(?)-dirigente montonero, que conduz actualmente o sector educacional da área castrense.

Terminada a projecção da película "Desobediência", um filme tendencioso que narra situações de guerra, onde soldados e graduados se negam a obedecer a ordens presumidamente imorais. O objectivo é: aprofundar a lavagem cerebral dos jovens Cadetes. O filme termina e um silêncio sepulcral instala-se no salão.
Tentando romper o gelo, com um sorriso irónico no rosto, a Dra. Garré toma a palavra e pergunta: Aqui não se aplaude, como nos cinemas?

Um Oficial pede a palavra e expressa, com atitude, com respeito e com muita convicção o que todos pensam: que independente do conteúdo, aquele não era o âmbito adequado para passar aquela película; que os Cadetes estavam-se formando na disciplina para operar na forma de uma guerra regular e que a película nada indicava nesse sentido. Definitivamente: não servia para nada.

A Ministra ainda não acabara de absorver essa bofetada intelectual, quando um simples Cadete faz uso da palavra, resumindo o sentimento generalizado:

-"Se estes são os valores que se pretendem impor para o novo Exército, eu peço baixa imediatamente".

E o salão explodiu num aplauso geral, que punha em evidência a magnitude do fracasso da política oficial, seguida pelos neo-montoneros. Queriam mudar a alma do soldado... e o espírito castrense permanecia inalterado. Dominando os seus nervos, Nilda Garré, já sem o sorriso inicial, interrogava-se como era aquilo de que no ambiente castrense não se costumava aplaudir.

É de esperar que os actuais Altos Comandos do Exército Argentino tenham anotado esta lição da história. E na hora de formular estratégias, não deixem de lado a sensibilidade, a coragem e o valor dos quadros médios da instituição, que menos comprometidos com as intenções do poder, parecem estar mais perto das verdadeiras soluções.

A Dra Nilda Garré é Min da Defesa desde 2005. Abrs Landeiro

NOTA: Por cá, também há ministros que pretendem governar CONTRA os agentes dependentes dos seus ministérios e não COM eles, sem perceberem os valores éticos e profissionais dos especialistas com quem estão a tratar. Temos, através de notícias dos jornais, visto isto no âmbito da Educação, da Saúde, da Justiça, da Defesa, da Administração Interna, etc.
Nenhum artífice evidenciará competência se não souber e quiser trabalhar COM as ferramentas de que dispõe. E os recursos humanos, principalmente os mais qualificados, não se compadecem com amadorismos.

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