«Quando o mar bate na rocha, quem ‘sofre’ é o mexilhão». No caso de Freeport, verifica-se que ninguém estranho ao caso defende ninguém. Há apenas os suspeitos a afirmarem que tudo foi feito dentro da legalidade, argumento demasiado banalizado pelos políticos, por isso, sem significado na inspiração de confiança no povo mais atento. Mais significado têm os silêncios ou as recusas em responder ao jornalistas, como se verificou na entrevista de Silva Pereira na Sic Notícias.
Nos processos jurídicos, apenas as testemunhas e os peritos têm de jurar dizer a verdade. Tal exigência não é feita aos suspeitos e aos arguidos, pelo que aquilo que disserem não pode ter muita credibilidade. E, portanto…
Olhando com distanciamento para as notícias que chegam, a pessoa mais sincera e franca parece ser o Sr.Júlio Monteiro. Mas, como as suas afirmações podem não interessar, já há quem afirme que vai ser neutralizado com argumentos de que já está senil, sem memória, a baralhar aquilo que diz. Até lhe pode «acontecer» algum acidente cardiovascular, ou vascular cerebral! Não será difícil atestar clinicamente, pois há poderes que de tudo são capazes, como as notícias do País frequentemente dizem.
E então? Se dessa forma o desresponsabilizam, onde irão buscar o mexilhão? Há quem aponte que será o filho deste, Hugo Eduardo Monteiro, primo do PM, pois até já este se distanciou dele, em respostas aos jornalistas. Veremos o que nos dirá o final do filme. As manobras tácticas parecem evidentes pois todos os argumentos se voltarão contra ele e os verdadeiros culpados manterão a sua posição de que nada fizeram de ilegal.
Mesmo a Srª que mandou colocar profusamente o carimbo URGENTE, nada sofrerá e não lhe faltará uma promoção como recompensa da sua dedicação a um processo em cuja celeridade os seus chefes estavam interessados «a bem da Nação».
Mas chocantemente a esta rapidez, normalmente, as demoras de licenciamentos mesmo fora de zonas protegidas, são demasiadas. Em Cascais, havia uma praça de touros e constava que ia ser demolida, sendo públicos alguns pormenores dos edifícios que iriam lá ser construídos. Há mais de ano e meio o terreno está completamente limpo e, anedoticamente, está asfaltado por ali terem querido fazer o estacionamento (nunca utilizado) de viaturas quando houve uma regata internacional que partia da marina. Mais de um ano e meio de vã espera para começarem as escavações!!! Provavelmente o construtor das novas instalações não tem «poder» de influência para fazer uma reunião com o ministro e a autarquia!!!
E assim, vai a equidade, a igualdade dos cidadãos, a imparcialidade da lei, neste nosso Portugal.
Lápis L-Azuli
Há 58 minutos
14 comentários:
isto até já parece uma telenovela mexicana.
O problema é que é bem real e preocupante.
O que é impressionante é estes personagens meterem-se em tais aventuras para serem simpáticos a quem lhes deu «simpatia» e depois ficam surpreendidos quando se descobre. São maus jogadores que não aceitam perder, só querem ganhar.
E quem será o mexilhão? Tem que haver uma vítima disto.
É teste para a JUSTIÇA portuguesa.
O teste da Casa Pia não lhe foi nada favorável.
Um abraço
A. João Soares
Caro amigo João,
Na realidade Daniel Santos tem razão, parece uma novela mexicana, mas o mais grave da questão é que trata-se de uma novela da vida real Portuguesa em que os artistas principais são os nossos governantes e todas as suas aventuras obscuras.
quando puder passe em meu blogue, há lá um presente para si.
Beijinhos,
Ana Martins
Cara Amiga,
Casos deste género, criam a desconfiança e o desrespeito em relação ao poder e exercem um mau exemplo que arrasta toda a gente menos bem formada moralmente para os péssimos procedimentos. Estes prejudicam o País, por o tornarem num fosso de víboras em que não há valores nem princípios nem regras.
Depois é desmoralizante as pessoas verem os das cunhas, das «comissões» a avançarem nos seus negócios enquanto os sérios demoram a conseguir aquilo a que têm direito. O exemplo que refiro no fim do post mostra esta diferença de «celeridade», apesar do tão propalado simplex.
Mas, repito, este é mais um TESTE à nossa Justiça. Veremos se se sai melhor do que nos testes anteriores.
PRÉMIOS: Dou-lhe os parabéns pelos prémios que lhe foram conferidos que são uma prova do valor do seu blogue, e da óptima qualidade da sua poesia, sempre muito sensível, tocando em problemas reais com muita sensibilidade e moral.
Agradeço ter-me incluído nos premiados por si quer nominalmente num quer como seu seguidor nos outros.
Não coloco aqui os símbolos nem dou seguimento à cadeia por, anteriormente, ter decidido assim.
Beijinhos de amizade e gratidão
A. João Soares
Caro João Soares
Acho muito estranha esta tentativa de culpabilização do primo do cidadão Pinto de Sousa. Porque, nestes casos, há sempre um porteiro ou um motorista. Em último caso, recorre-se ao jardineiro.
Caro Fernando Vouga,
Essa é a regra preconizada pelo ditado de abertura do post. Aqui, as vozes lançaram o Hugo para a fogueira e o próprio pai o enterrou. O PM não perdeu tempo a mostrar a sua ausência de cordialidade com ele. Não deve ser boa rês!
Ma, não será impossível de que apareça um «Bibi» para mexilhão deste processo. Os advogados não deixarão de procurar a solução mais apropriada ao ditado!
Um abraço
A. João Soares
Alguém me dizia:
"Oh! já estamos internacionais!
Portugal's prime minister, Jose Socrates, is embroiled in an alleged corruption scandal over permission granted for a British development on protected land outside Lisbon.
http://www.independent.co.uk/new...ll- 1517567.html"
Lamento...deu cabo da vida aos funcionários públicos e afinal o moralista é suspeito de corrupção!
Caro João;
Gostei do seu artigo e da comparação que faz com a Praça de Touros de Cascais.
Quanto ao assunto Freeport vou continuando atenta porque estou certa iremos ser ainda muito surpreendidos; a novela vai ter muitos episódios. E como dizem os 'primos' da América: You ain't see nothing! ;)
Abraço
I.
Cara Luísa,
Portugal tem sido internacional por razões aceitáveis como na ciência, invenções tecnológicas, futebol, atletismo, literatura, etc. Mas nada disso foi obtido pelos políticos que até deram pouco estímulo aos jovens que têm recebido prémios no estrangeiro. Por parte dos políticos só podemos ser conhecidos no estrangeiro por exemplos daquilo que não deve ser feito, por serem incompetentes, arrogantes teimosos, se sentido de Estado nem preocupações em boa governança para benefício da população. Não admira, porque a sua falta de formação moral e ética, a motivação coloca em destaque a ambição de novos ricos e a vacuidade de espírito.
Isto ficou comprovado mais uma vez no debate parlamentar de ontem em que se trocaram acusações de baixo nível, se frez propaganda com ideias fantasiosas e pouco verdadeiras, mas durante todo aquele tempo não se ouviu uma linha que nos dê esperança num futuro mais agradável. Não há ideias claras, uma estratégia de futuro.
E o povo vota nesta gentinha.
Um abraço
A. João Soares
Cara Isabel Magalhães,
Agradeço a sua opção de ser minha seguidora. Mas valerá a pena visitar também o Do Miradouro que tem os mesmos artigos e outros com aspecto mais soft. No entanto os comentários são diferentes e ambos se podem gabar de ter óptimos comentadores a quem estou muito grato.
Quanto ao Freeport, as «provas» mais esclarecedoras irão aparecendo, mas com origem nos ingleses, porque por cá, há um grande esforço para ocultar, dentro da nossa mentalidade de adoração fanática dos deuses ou dos galãs mais elegantemente vestidos!
Para comparar celeridades há milhares de casos. Em Cascais, o antigo Hotel Estoril-Sol demorou vários anos. O actual presidente da Câmara na campanha para o primeiro mandato prometeu que a demolição seria em breve com uma espectacular implosão. Porém ela ocorreu lentamente à picareta sem implosão, muito tempo depois, já no segundo mandato e, só agora, está a ser construído o novo empreendimento.
Portanto, o Freeport teve uma protecção divina, um milagre de rapidez.
Um abraço
A. João Soares
Um abra
A Justiça portuguesa de que só os poderosos têm capacidade de beneficiar e que é o excesso de garantismo que existe nas leis do país e que não são padão para a os países democráticos, a saber: em Portugal "A LEGALIDADE PREVALECE SOBRE A VERDADE". De nada valem as provas de um crime (escutas telefónicas, gravações, etc...) se não forem préviamente autorizadas por um juíz. Mas até essas podem ser postas em causa, bastando para tanto conseguir criar a suspeição de que o juíz que autorizou a obtenção dessas provas não é completamente imparcial, porque nesse caso as provas obtidas também de nada valem. Por vezes a caça de alguns criminosos só é possível com recurso a agentes infiltrados e armadilhas que são usadas em países também democráticos mas que em Portugal de nada valem.
Porque é que os nossos políticos fazem leis destas? são inexperientes?
Zé da Burra o Alentejano
Caro Zé da Burra,
Uma Justiça eficaz, em rapidez e em boas sentenças, é fundamental para um País se desenvolver com pessoas felizes tendo boa qualidade de vida. Mas, ela depende da politica. O que tem feito o ministro? Em vez de efectuar uma reforma com a participação activa dos Juízes, declarou guerra à classe. Nada parece ter melhorado e a criminalidade generalizou-se a todo o País, já nem o interior, antigamente pacífico, escapa aos crimes que eram comuns nos subúrbios das maiores cidades.
Para poupar uns euros com as cadeias, perdem-se vidas e haveres muito mais importantes.
Depois surgem casos como o Freeport em que não há suspeitos mas não restam grandes dúvidas de factos invulgares assumindo formas de irregularidades que bem podem estar ligadas a corrupção, aquela de que o engenheiro João Cravinho dizia ser necessário combater.
Um abraço
João Soares
Primeiro quero apresentar as minhas desculpas por alguns erros que detectei no meu texto (não tenho muito tempo para rever a escrita), mas creio que consegui passar a mensagem que queria. Tem toda a razão: qualquer reforma que se pretenda fazer em qualquer sector deve ser conseguida com a participação dos seus profissionais e não apenas com base em idéias saídas de políticos de carreira, que não conhecem o país real, até porque muitos pertencem a grupos sociais especiais. A única preocupação parece ser reduzir despesas ao orçamento do Estado e isso acaba frequentemente por sair muito caro ao país. Quanto custa manter em liberdade um assaltante reincidente crónico? Não pode contabilizar-se apenas os custos com a detenção, há que ter em conta o valor dos prejuízos causados à população que até não se importaria de pagar algo mais para o manter internado em estabelecimento apropriado; há que contabilizar o efeito dissuasor sobre os jovens para evitar que entrem no crime. Isso é conseguido se souberem que a pena será dura caso sejam presos e condenados. A pobreza não justifica tudo: no anterior regime havia muita pobreza e não havia tanto crime, é que o medo conta. Por este andar, se Portugal continuar um paraíso de impunidade irá atrair a si a criminalidade europeia, senão mundial (será que isso não está já a acontecer?). Não me admira nada que grupos de "ETARRAS" se desloquem para cá, apesar de não estarmos propriamente ao lado do "país basco".
Um abraço
Zé da Burra
Caro Zé da Burra,
Os erros ortográficos não ofendem, o que pode ofender é a atitude certas pessoas que, não tendo argumentos, procuram ofender da pior maneira os que pensam de forma diferente.
O Zé vê as coisas com muito realismo. Quando a Justiça funciona bem nem precisa de ser muito dura porque há um efeito dissuasor que gera ordem e bons comportamentos. Se a autoridade não pode penalizar todos os infractores, deve criar nas pessoas a ideia de que se cometerem uma maldade têm grande probabilidade de ser punidos.
Ora, hoje a probabilidade maior é continuar impune e à vontade para continuar a prevaricar.
Mas com políticos como estes nada se conseguirá.
Abraço
João Soares
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