Ao analisar-se vários comportamentos de pessoas públicas, com maior visibilidade na Comunicação Social, nomeadamente de políticos que foram «bafejados» por enriquecimento rápido, na gestão de empresas públicas ou privadas com negócios com o Estado, é-se tentado a concluir que o dinheiro é o farol dessa gente ao qual tudo subordina. A sociedade em geral tem evidenciado que os valores éticos e morais têm sido postergados e dado lugar ao dinheiro e a tudo o que com ele se relacione.
Mas, felizmente, surgem no horizonte sinais de mudança com a esperança de que a juventude (que alguns dizem ser rasca) está a ver a miséria moral da vida da geração dos seus pais e pretende dar uma volta para a recuperação de valores que eram válidos e respeitados nos tempos da geração dos seus avós.
Há dias, foi aqui publicado o post «Já estamos na nova Era», que mostra existirem sinais de alterações que irão ser profundas e que irão muito além das tecnologias, indo ao âmago das convicções e dos comportamentos sociais. Poderá ser um remédio para o stress moderno, a vida em correria sem sentido racional, em que as pessoas se esfalfam para ganhar mais dinheiro e o esbanjam em actividades de ostentação que, em vez de criarem descontracção e felicidade, ainda aumentam mais a obsessão de dilatar a riqueza material. É o culto do TER em prejuízo do SER.
Muitas vozes se levantam a denunciar este estado de loucura e, felizmente, já estão a aparecer sinais muito positivos de que os jovens estão atentos à irracionalidade da vida actual, pensam e condenam os males existentes, concluindo que são eles os responsáveis pela vida de amanhã, a qual eles desejam ser melhor do que a de hoje. E deitam mãos à obra.
Escrevo isto, com convicção, com esperança na capacidade da juventude, como aqui já referi muitas vezes enfatizando os poucos mas significativos exemplos de valor. Hoje o artigo do DN «Alunos do superior põem carreira aliciante à frente do vencimento» diz que, num inquérito a alunos do Ensino Superior, 41,4% dos 11 639 alunos inquiridos apontam como determinante para a prossecução dos estudos o propósito de adquirir conhecimentos que permitam uma carreira aliciante, enquanto apenas 8,4% o fazem apenas para conseguir emprego com um bom salário. É gratificante para quem alimenta esta esperança verificar serem aspectos morais de bem-estar e felicidade os principais factores na decisão de quem ingressa nas universidades e institutos politécnicos.
Oxalá estas conclusões do primeiro estudo sobre a Avaliação Nacional da Satisfação dos Estudantes do Ensino Superior desenvolvido em Portugal venham a corresponder inteiramente a uma reabilitação de valores que têm sido ignorados por aqueles que arrastaram o mundo para a actual crise financeira e para a falência de inúmeras empresas que deixaram milhares de desempregados.
A Decisão do TEDH (389)
Há 1 hora
2 comentários:
o meu receio é que os jovens pensem bem, mas quando cheguem a adultos seja obrigados a entrar no sistema e serem mais uns, se não sujeitam-se a ficar para trás ou pior, serem punidos nos bolso.
Caro Daniel,
Pode acontecer, e certamente acontece, esse «prejuízo», mas a riqueza exagerada e obtida de formas menos dignas não dá felicidae interior nem gera confiança dos outros.
Será preferível dispor de menos milhões do que sofrer os enxovalhos de Oliveira Costa ou do conselheiro de Estado Dias Loureiro.
Abraço
João
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