Conversa fiada
Quando convosco converso
Para vos dizer, em verso,
O que acho controverso,
Eu bem queria ir p’lo anverso
Qu’é o lado menos perverso.
Só que logo de transverso
Não sei que lei do Universo
M’empurra para o reverso
Exactamente o inverso
Adverso, maniverso
Do atrás dito obverso.
Isto não está fácil, não
E é apenas o sermão.
Ainda falta dizer missa
Depois sai a procissão
Honrando SANTA JUSTIÇA.
Àparte o Vale e Azevedo
E o patriota Machado,
Aqui mais ninguém vai preso
Tão pouco será julgado.
Mas se for a tribunal
- O que duvido aconteça –
Nem lhe passa p’la cabeça
Que venha a ser condenado.
Por mais que seja culpado
E maior seja a ofensa
Lá vem a «douta » sentença:
Ou o réu é ilibado
Ou leva pena suspensa.
Fazem-se assaltos a Bancos
Outros a gasolineiras
Os sacos azuis são brancos
Trafulhices financeiras
Peculatos, roubalheiras
Assaltos à mão armada
Não lhes acontece nada!
Tráficos de influências
Com as devidas conivências
E outras tantas manigâncias
Sem disfarce e à luz do dia
As «virtudes» que faltavam
A «esta» democracia
Que tem por base os partidos
Que nunca serão arguidos
Mas é tempo d Natal
Vem aí a consoada.
Eles levam 100 milhões
Os pobres uma patada!
A Justiça outra facada!
(Tudo o resto é pó… é nada)
Boas Festas Portugal!!
Viçoso Caetano (O Poeta de Fornos de Algodres), Fev2009
NOTA: Do mesmo autor foram aqui publicadas as poesias: Democracia, A (minha) mensagem, Ao Combatente do Ultramar Português, Que se passa, Portugal, diz Presente!!!
domingo, 15 de fevereiro de 2009
Poesia de Viçoso Caetano, mais uma
Posted by A. João Soares at 11:08
Labels: conversa fiada, Viçoso Caetano
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4 comentários:
coincidências...
no olhardeperto, deixei "o verso do verso"!
Cara Luísa, fui dar um salto rápido ao «Olhar de perto» e achei graça ao «verso do verso». Este amigo, faz uma pesquisa exaustiva das palavras compostas de verso, nem imagino as horas que passou a folhear o dicionário!!!
Mas faz uma análise muito completa da sociedade actual. Dentro de dias publicarei mais poemas seus que me foram agora enviados.
Abraço
João Soares
Caro Amigo João,
este poema é uma critica muito bem elaborada, ao que actualmente se vive no nosso País.
Atrevo-me a deixar aqui um dos meus poemas em tom de comentário, por achar ter um pouco a ver com este.
QUE OMDA DE VIOLÊNCIA É ESTA!!!
Que onda de violência é esta
Que se passeia com ironia,
Na minha gente, no meu povo
Que outrora tinha alegria!
Que onda de violência é esta
Que na placidez da noite,
À luz da demagogia,
Muda e indiferente
Age com acordes
De malvadez e cobardia!
E onde está a mão da Justiça
Que cozinhada em lume brando,
Dorme na sombra e com preguiça
Promove a violência,
Mas por engano!
E como errar é humano,
Continuemos assim errados,
Quem sabe amanhã talvez
Os honestos sejam culpados!!!
Beijinhos,
Ana Martins
Querida Amiga e colega,
As suas poesias são sempre pérolas valiosas.
Obrigada por partilhá-la com os visitantes deste espaço.
Vou atrever-me a dar-lhe mais visibilidade, colocando-a no Do Miradouro, como ost.
Obrigado
Beijos
João
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