segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Trova do vento que passa, por Viçoso Caetano

Viçoso Caetano (Poeta de Fornos de Algodres) autor já velho conhecido deste espaço, teve a ousadia de, no seu poema mais recente, «actualizar» o poema de Manuel Alegre, por forma a fotografar a situação actual pelo prisma que o «velho trovador» agora utiliza nas suas campanhas de reflexão social.

Trova do vento que passa
(actualização)

Pergunto ao vento que passa
Notícias do meu País,
O vento FALA em desgraça
O vento TUDO me diz.

E diz isso e muito mais
P`ra quem o quiser ouvir,
Fala em corja e outros que tais
Que querem tudo engolir.

S´o vento traz nuvens pretas,
Diz-me baixinho em segredo:
Só os “boys” mamam nas tetas,
Os outros chucham no dedo.

E quando o vento é mais forte,
Assim tipo vendaval,
Ele diz qu´é o passaporte
Para o juízo final.

Perante um quadro tão triste,
De total depravação,
Há sempre alguém que resiste,
Há sempre alguém que diz , não!

(Bis, tris……até à exaustão)

PS. A m……úsica é a mesma, só a letra é que muda.

Viçoso Caetano
(Poeta de Fornos de Algodres)
Fev2009

4 comentários:

Daniel Santos disse...

bem visto e bem conseguido.

A musica é sempre a mesma e põe muita gente a dançar.

A. João Soares disse...

Caro Daniel Santos,
Caiu numa armadilha. O autor, como pode ver noutras poesias aqui publicadas (a mais recente contém os links das anteriores), escolhe muito bem as palavras e os sons. E, quando escreve «A m……úsica é a mesma», camufla muito bem o que quer dizer para encerrar esta crítica social. Não é bem a música que é a mesma mas a «m...». Pois é: as moscas mudam mas a m... é a mesma.
E agora, nem as moscas mudam embora algumas já devessem ter sido afastadas há muito tempo.
Um abraço
João Soares

Unknown disse...

Caro João,
Está simplesmente soberbo, completamente actual e realista!
Grata pela partilha!

Beijinhos,
Ana Martins

A. João Soares disse...

É um homem com talento e com ideias muito coerentes e claras, embora nem sempre bem compreendidas pelos interessados no politicamente correcto.
Portugal precisa de indivíduos a pensar em função dos interesses nacionais, patriótico, como este mas mais novos.
Abraço
João Soares