Do estudo da história da antiga Grécia ficam na memória nomes como Sócrates, Aristóteles, Platão e outros que por gostarem de saber, de conhecer a verdade, foram designados por filósofos. E tal apetência para desvendar dúvidas e esclarecer curiosidades, a ciência foi sendo aprofundada, originando tecnologias cada vez mais desenvolvidas de que a humanidade tem colhido benefícios de inovação e modernidade. Porém, no meio de algumas sociedades mais retrógradas, há quem pretenda viver na sombra, na escuridão, nas trevas da ignorância, com medo da luz como toupeiras e vampiros.
Essa incongruência é notória entre os políticos portugueses em que uns pretendem esclarecer, tirar dúvidas evitar suspeitas, iluminar o campo de batalha, enquanto alguns detestam a verdade, pretendendo os boatos e as dúvidas que causticam nomes que deviam ser honrados e respeitados mas que ficam denegridos com o fumo que os encobre.
As notícias angustiantes sobre o desemprego e os «erros» de estatísticas são demasiado abundantes, sendo de salientar os seguintes títulos: «PS inviabiliza ida do presidente do Instituto do Emprego à Assembleia da República», «Cavaco Silva reconhece "grande aumento" nos números do desemprego», «BE garante que recente “apagão” de desempregados não é caso único», «BE acusa PS de "recusar esclarecimentos" e ter "delírio persecutório"».
Também sobre a proposta audição do presidente do Eurojust há quem tenha medo do esclarecimento e prefira que a opinião pública continue a navegar nas dúvidas, suposições, suspeitas, boatos, insinuações, como se deduz dos seguintes títulos: «Eurojust fora das investigações do Freeport», «Eurojust diz não ter sido notificado de decisão do PGR», «PSD culpa Governo por afastamento do Eurojust da investigação do Freeport», «CDS-PP insiste em ouvir Lopes da Mota no Parlamento»
Entretanto o PR na recente «Mensagem do Presidente da República à Assembleia da República» sublinha a vantagem para a democracia do «estabelecimento de compromissos na definição das regras que assegurem o seu funcionamento, como é o caso da liberdade de informação e da regulação da comunicação social». Refere também a «importância de um amplo consenso interpartidário em matéria de regulação da comunicação social». E «aconselha uma atenção especial relativamente a matérias de particular relevância para a qualidade da nossa democracia plural e para a salvaguarda do Estado de direito».
Em consonância com estas palavras do PR, já aqui tinha sido sugerido, por outros termos mais plebeus, a conveniência de haver um «Código de bem governar» que levasse a comportamentos de consensos e de compromissos em decisões com repercussões para além de uma legislatura a fim de evitar o faz e desfaz como por vezes acontece e de que resultam prejuízos por vezes graves para o País.
quarta-feira, 20 de maio de 2009
Alguns não gostam da verdade
Posted by A. João Soares at 18:13
Labels: compromissos, consenso, diálogo
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4 comentários:
Boa noite, João Soares:
A Verdade sempre acima de tudo, doa a quem doer.
É um lema que me acompanha desde que me conheço, portanto, exijo que, quem tenha responsabilidades neste País, especialmente quem nos governa, que, NÃO MINTA.
A maioria dos politicos deste País esquece-se do juramento feito no acto de tomada de posse.
Aliàs, actualmente, as tomadas de posse, só servem para a fotografia, e para os beberetes.
Eles, os PR's, os politicos, querem sempre arranjar códigos, similarmente aos que já existem, e que na sua base legal, são códigos de conduta, para já não falar nos códigos deontológicos, que cada um daqueles senhores, estão sujeitos na sua vida profissional, nomeadamente os advogados, os engenheiros, os médicos, etc, que é o que na sua grande maioria eles são. O que eles quererão dizer, não será "um código de bem governar", mas sim um "pacto" ou acordo de cavalheiros, que é o que actualmente existe, ou seja, ora agora governo eu (PS), ora agora governas tu (PSD), e assim ciclicamente.
É pois por isso, que é necessário, termos politicos de verdade, e, aqueles que à mínima suspeita, saírem fora de pé, deveriam ser irradiados, tal como foi Saddam. Assim aprenderiam bem a lição...
Caro Duarte Neves,
O culto da verdade, não pode resumir-se a evitar a mentira, mas deve ir ao ponto de esclarecer tudo para que não fiquem dúvidas, nem suspeitas que acabam por ser demolidoras da imagem dos visados ou de outros que até podem estar inocentes. O povo diz que não há fumo sem fogo.
O que se passa na realidade do País depende muito de nós, do nosso voto, e acabamos por ser nós os prejudicados com as más decisões e comportamentos dos governantes. Há efeitos que se alastram à nossa imagem no estrangeiro.
Tive a sorte de ser despertado para estes assuntos pelos professores André Gonçalves Pereira, Joaquim Aguiar, Manuel Jacinto Nunes, Adriano Moreira, e outros de quem tive a sorte de ser aluno.
Gosto de fazer um esforço para apreciar, com o máximo de isenção que me for possível, os actos dos governantes, porque eles juraram o que não acontece com a oposição. Eles são os responsáveis pela condução do País.
E democracia eles não podem ser destituídos como foi feito ao Saddam, quando muito o PR pode dissolver a Assembleia da República e fazer novas eleições, mas tem condicionamentos para o fazer. E as novas eleições darão resultados parecidos porque muita gente olha para a política como para os clubes de futebol, comprometeu-se com um e é nele que vota até morrer sejam quais forem as propostas eleitorais. E estas também nada garantem pois as promessas são esquecidas logo que são conhecidos os resultados das eleições. Não há sentido de Estado nem de responsabilidade nem de verdade nem de respeito pelos eleitores.
Curiosamente são todos iguais, mas alguns são piores. O voto unânime da lei do financiamento dos partidos mostra isso mesmo. Olharam acima de tudo para o interesse dos partidos esquecendo ética, moralidade, bom senso e patriotismo.
Abraço
João Soares
Caro João Soares:
A Democracia tal como ela está a ser usada, não presta, está caduca.
Não podemos andar com ela, só porque o nome é bonito, a Democracia deverá ter limites, e os limites não são o pobre PR, ter poderes limitados e por vezes nada poder fazer a bem da Nação.
Da forma como este País está, por vezes penso se vale a pena ter Presidente da Republica.
Não é por vivermos numa Democracia que eles os politicos não podem ser castigados.
Olhe, eles não o são, porque contratam os melhores advogados, e estes vão retardando os processos em tribunal, para posteriormente prescreverem e se entretanto, as coisas começarem a correr mal fogem do País.
Assim não vale a pena termos Democracia, ou por outra a Democracia está a ser corrompida e nada nem quem a devolveu a Portugal está interessado em fazer algo.
Quando falei em Saddam e no seu triste final, não foi desejar a pena de morte para Portugal, mas sim impôr leis rígidas, que quem falhar e que tenha responsabilidades, deverá ser punido e varrido da politica e dos seus meandros para sempre.
Não é isso que actualmente vemos...
Os politicos saem, mas alguns anos decorridos, vemos que afinal foi-lhes dado grandes tachos em empresas públicas e até mesmo levarem reformas chorudas, que saem do bolso de todos os portugueses.
Ditaduras, Nunca!
Democracia, sim, mas diferente daquela porque tanto o povo português ambicionava.
Um grande abraço e um obrigado pelas suas respostas rápidas.
Duarte Neves
Caro Duarte Neves,
Compreendo muito bem a sua opinião. Na verdade, a democracia, para funcionar bem, tem de se encontrar num povo civilizado, sério e honesto de onde sairão os melhores cidadãos para gerir os interesses da colectividade e não para enriquecerem à custa do povo.
No nosso caso, eles não têm mostrado possuir capacidade, competência e sentido de Estado para defenderem eficazmente os interesses do País.
A estrutura democrática é teoricamente perfeita, pois os actos do governo são fiscalizados pelo Parlamento. Porém, na realidade, os deputados, além de não saberem nem quererem molestar os governantes, estão feitos com ele e conluiados entre si. Veja a vergonha da unanimidade na aprovação da lei do dinheiro vivo que os partidos podem receber. Ainda ninguém me convenceu de que estavam a pensar nos interesses nacionais, no bem estar dos cidadãos honestos e trabalhadores, ou em valores e princípios éticos quando tiveram tal ideia espantosa.
Depois disto veja lá se algum dos actuais partidos merece o nosso voto. Não me abstenho, porque isso seria cobardia, mas o papel será devolvido em branco para lhes mostrar que não tenho confiança em nenhum concorrente.
Se a política não lhes desse tantos benefícios, não se engalfinhavam tanto na campanha eleitoral.
Abraço
João
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