domingo, 24 de maio de 2009

Sentido da Honra e da Responsabilidade

Há dias circulou por e-mail um vídeo de um politico americano perante jornalistas convocados para um comunicado à imprensa em que confessou corrupção cometida no seu cargo, entregou um comunicado escrito e, a seguir, retirou de um envelope uma pistola que disparou contra o céu da boca tendo morte imediata.

Hoje no Público Online, vem a notícia do suicídio de um ex Presidente da Coreia do Sul que era acusado de corrupção A notícia pode ser lida fazendo clique neste link Antigo Presidente da Coreia do Sul Roh Moo-Hyun suicida-se.

Na Coreia do Sul, como em alguns outros Países existe o respeito pela Honra, sentido das responsabilidades e defesa da face. Este não quis sujeitar-se à sorte de dois seus antecessores que, em Agosto de 1996, foram severamente condenados em Tribunal. Nessa data, dois antigos Presidentes, apesar de terem sido pilares muito válidos na construção económica do País que tinha sido destruído pela guerra com o vizinho do Nortr, ouviram sentenças por terem cedido à tentação da corrupção, tendo o General Park Chung Hee sido condenado à morte e Roh Tae-Wu a 22 anos de prisão.

Agora Roh Moo-Hyun, que foi Presidente entre 2003 e 2008, suicidou-se ontem saltando de uma rocha e precipitando-se de uma falésia, de acordo com familiares e uma carta de adeus que deixou, em que dizia “não fiquem tristes; a morte e a vida não são a mesma coisa?”

Não se deve fazer a apologia deste género de morte, mas não podemos deixar de desejar que, de uma forma serena e civilizada, muitos responsáveis por irregularidades e atitudes desonestas, contrárias à ética, se confessem publicamente e se auto penalizem pelas indignidades que só não os envergonham porque não sabem o que é honra, dignidade, vergonha e sentido das responsabilidades. Estão neste caso situações de corrupção, tráficos diversos e transacções com dinheiro vivo, visíveis pelo enriquecimento ilícito e rápido, o que é especialmente grave e danoso quando podem estar em jogo dinheiros públicos.
Eis o vídeo do caso de corrupção citado no início

4 comentários:

Duarte N C Neves disse...

Boa noite, João:

Este tipo de situações, suicidios, em directo, não dignificam em nada o ser humano. Traduz uma fraqueza por um lado, de um ser que precisava de ajuda e por outro lado, se calhar um sentido de culpa em todos aqueles que acompanhavam a vitima e que o deixaram, em primeiro lugar, tomar aquelas atitutes irreprensíveis perante a ética e moral criada pelo próprio Homem e por outro lado não se terem apercebido a tempo e horas do acto que iria nos momentos seguintes preconizar.
Paz à sua Alma!
Um abraço:
Duarte N C Neves

A. João Soares disse...

Caro Duarte Neves,

Concordo que o suicídio em directo não é de aplaudir, e a imagem é demasiado chocante. Só pode ser interpretada como o cúmulo da espectacularidade dos políticos que gostam de ser actores até ao fim da vida. Veja a imagem de figurante cénico do nosso PM, Cuida da sua aparência, da sua imagem física, diz de forma bem audível, mas o que diz não passa de promessas, de ideias, a maior parte sem posterior concretização. Inaugura ideias, em vez de inaugurar obras feitas, concluídas. Para inaugurar trabalho feito tem de ir às inaugurações de pousadas (a de Viseu, em que foi recebido por música dos Chutos e Pontapés e teve de alterar o programa para evitar a manifestação de professores!) e outras obras privadas.
O caso do Eurojust é paradigmático, pois tal instituição está lesada no seu funcionamento devido à manutenção de um presidente descredibilizado que devia ter sido suspenso de funções por ele próprio ou pelo Governo. «À mulher de César...» Os exemplos que vêm dos parceiros europeus deviam ser seguidos se fôssemos um Estado de verdade, de pessoas dignas.
O próprio PM já teve várias ocasiões em que devia sair das vistas do público. Guterres, António Vitorino e Jorge Coelho em situações menos gravosas para as suas imagens, afastaram-se recatadamente.
Abraço
João

Fernando Vouga disse...

Caro João Soares

Com todos os inconvenientes e dentro da teoria do mal menor, acho uma belíssima ideia para ser aplicada na nossa santa terrinha.
A começar por cima, bem entendido...

A. João Soares disse...

Caro Vouga,
Deixei a sugestão! Seria uma limpeza muito higiénica se todos se enchessem se brio! Passaria a haver menos fome, por serem muito menos bocas a comer!!!
Um abraço
João