De entre vários escritos sobre segurança rodoviária, encontrei uma carta que enviei a directores de vários jornais e foi publicada no DN em 22 de Fevereiro de 2004 e, 3 anos mais tarde, transcrita em blog com o título «utilidade das rotundas».
Como estamos no início da época balnear em que muita gente vai perder a vida ou ficar estropiada para sempre, devido a acidentes rodoviários, todos os alertas e cuidados são poucos para minorar a tragédia que afectará muitas famílias. Isto são as previsões a que nos levam as experiências de vários anos. Seria bom que este ano, a realidade fosse mais benévola. Para isso, é indispensável que se reflicta nas circunstâncias em que se circula nas estradas e ruas de Portugal.
Seguindo de perto o texto da referida carta e atendendo a que as rotundas devem servir para «evitar excessos de velocidade e facilitar a distribuição do trânsito em cruzamentos de muito movimento, definindo claramente as prioridades», conclui-se que muitas rotundas não são propensas a esta finalidade, porque embora seja obrigatória a cedência de prioridade por parte de quem entra, o acesso é muitas vezes aliciante para não abrandar a marcha, pois a orientação da via convergente, no sentido da tangente à circunferência em vez de ser no sentido do raio, está desenhada para facilitar o excesso de velocidade. Tenho parado, na qualidade de peão, para observar o trânsito nos locais de que apresento fotografias e por vezes é apavorante ver carros com velocidades próximas dos 100 à hora se não for mais a passarem ao lado de rotundas sem sequer aconchegarem o travão. O traçado da via não concorre para evitar tais excessos. Esta situação é muito frequente em rotundas por todo o País, pelo que se torna impoortante alertar para os perigos inerentes.
Repare-se nas fotos 2 e 3 em que nem se vê a rotunda que fica muito à esquerda fora da via fotografada. Claro que não se deve conduzir distraidamente, mas a realidade mostra que há muitos condutores distraídos e com falta de civismo.
As fotos 4 e 5 mostram rotundas em que ter prioridade é um direito a usar com o máximo de precaução, porque no sentido fotografado pode aparecer um condutor convencido de que a alta velocidade dá prioridade, e os outros que se cuidem.
Além das fotos referidas, as 1,6,7 e 8 mostram o arredondamento dos passeios para facilitarem a entrada na rotunda, ao invés de serem traçados para obrigar o automóvel a reduzir a velocidade, a fim de propiciar uma eventual necessidade de paragem.
As fotografias não mostram, mas há a preocupação dos urbanistas em obterem uma simetria perfeita dos traçados da via de acesso e da de saída, quando, na realidade, a primeira deve ser redutora da velocidade e a segunda deve ser facilitadora da marcha para rápido afastamento da zona de conflito.
Um mês e muitos pesadelos depois
Há 29 minutos
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